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Re: O Apoio Aéreo Assimétrico

Enviado: Qui Jan 20, 2011 10:35 pm
por soultrain
O Poder Aéreo Contra Inimigos Assimétricos

Moldura Para uma Avaliação da Eficácia

Dr. Mark Clodfelter* *O autor agradece os comentários e sugestões – seguidos ou não – de Dr.a Ilana Kass, Cel James Callard, Cel Robert Eskridge, Dr. David MacIsaac, e dos alunos da Elective Class 5855, Airpower and Modern War, do National War College. Os pontos de vista expressos aqui são apenas do autor e não refletem necessariamente os do National War College, da National Defense University, ou do Departamento de Defesa.



Assimétrico é a atual palavra da moda usada para descrever um tipo de guerra que tem existido por muito mais tempo do que esse neologismo. No sentido mais puro, a guerra assimétrica trata de fins, modos ou meios – combater para alcançar finalidades que não estão de acordo com os objetivos do adversário, combater de modos que diferem do tratamento que o adversário dá à guerra, ou combater com meios diferentes dos meios de que dispõe o adversário. No relatório da Quadrennial Defense Review de 2001, o termo descreve, na maior parte dos casos, o uso de meios imprevistos, por parte de uma potência mais fraca, para atacar a vulnerabilidade de uma potência mais forte, neste caso os Estados Unidos.1 Qualquer tipo de força militar pode ser aplicado de maneira assimétrica, inclusive o poder aéreo, como demonstraram os terroristas da Al Qaeda, de maneira arrasadora, em 11 de setembro de 2001. Todavia, como poderia ser o poder aéreo usado da melhor maneira contra um inimigo assimétrico? A resposta não é diferente da resposta à questão fundamental em relação a qualquer aplicação do poder aéreo contra qualquer inimigo – ou seja, como pode ser usado ele como instrumento eficaz de guerra?

Não é tarefa fácil calibrar a eficácia do poder aéreo. Uma razão dessa dificuldade é que não existe consenso universal a respeito do significado de eficácia. Talvez Clausewitz ofereça o melhor meio de medida: quanto o instrumento militar ajuda a alcançar a meta final de vencer a guerra? O autor de Da Guerra equipara “vencer” com alcançar os objetivos políticos do país, e esse critério é que orienta a seguinte moldura para avaliação da eficácia do poder aéreo.2 Entretanto, como todas as verdadeiras molduras, esta não fornece um conjunto de respostas padronizadas, nem prevê o futuro ou fornece um guia universal para o êxito ou fracasso. Em vez disso, apresenta um tratamento consistente para determinar o valor do poder aéreo em qualquer circunstância. Este tratamento inclui uma terminologia diferente que categoriza diversas aplicações do poder aéreo, e estas categorias são usadas para determinar quão efetivamente uma aplicação apóia a meta política. Contudo, determinar a eficácia política do poder aéreo não é uma questão simples, porque metas políticas nem sempre são simples. Como a discussão da moldura torna claro, estas metas podem ser tanto “positivas” quanto “negativas” – o que, por sua vez, afeta o quão bem essa específica aplicação do poder aéreo pode alcançá-las.

Embora as categorias de aplicações do poder aéreo possam ser concebidas como constantes (a essência de como o poder aéreo é aplicado em cada uma das categorias não muda), cinco variáveis fundamentais afetam a capacidade que tem cada aplicação de alcançar o êxito. Essas variáveis incluem (1) a natureza do inimigo, (2) o tipo de guerra que o inimigo leva a efeito, (3) a natureza do ambiente de combate, (4) a magnitude das restrições militares e (5) a natureza dos objetivos políticos. A natureza de cada uma dessas variáveis pode mudar em diferentes situações, para levar a resultados diferentes. Assim, os líderes políticos e militares que queiram empregar o poder aéreo precisam compreender exatamente quais são essas variáveis e como elas talvez se misturem para produzir um resultado específico. A moldura fornece um método para analisar as aplicações do poder aéreo – método que disseca completamente as variáveis e examina como a integração delas pode afetar a capacidade do poder aéreo para alcançar êxito político. Espera-se que também ofereça considerações práticas e palavras de alerta para o estadista que planeja usar o poder aéreo e para o comandante encarregado de transformar metas políticas em objetivos militares.

O Poder aéreo e suas
aplicações

Antes de escarafunchar as questões específicas da moldura, seria bom definir o elusivo termo poder aéreo. O Brig Gen William “Billy” Mitchell definiu-o como “a capacidade de fazer alguma coisa no ar”, descrição demasiadamente vaga para ser útil.3 Muito melhor é a definição apresentada por dois ingleses – o Marechal do Ar (Ten Gen) R. J. Armitage e o Vice-Marechal do Ar (Maj Gen) R. A. Mason – na sua obra clássica Air Power in the Nuclear Age: “A capacidade de projetar força militar por meio de uma plataforma na terceira dimensão, acima da superfície da terra”.4 Embora Armitage e Mason admitam que a definição deles contém áreas cinzentas (por exemplo, se o poder aéreo inclui ou não mísseis balísticos ou armas superfície-ar), é suficiente para orientar a moldura pretendida. Com efeito, a definição deles reconhece qualidades do poder aéreo “que algumas vezes são esquecidas” – especificamente, seu impacto latente e sua capacidade de aplicar força diretamente ou distribuí-la.5 Essas características constituem as distinções básicas usadas na moldura para categorizar as missões do poder aéreo.

Os modos de aplicação do poder aéreo – as maneiras pelas quais pode ser usado – são componentes fundamentais da moldura. Por exemplo, o poder aéreo disposto para ser usado mas que não chega a entrar realmente em ação é uma aplicação latente – um impacto potencial, que corresponde a seu valor de dissuasão. Neste caso, o poder aéreo não é usado diretamente numa contingência. Em vez disso, existe a ameaça de seu uso. Abundam os exemplos de aplicação latente. As referências de Adolf Hitler à Luftwaffe durante a reocupação da Renânia, em 1936, ou na crise de Munique, em 1938; o desdobramento de aeronaves B-29 para a Inglaterra, que o Presidente Harry Truman fez durante a Ponte Aérea de Berlim, em 1948; a advertência do Presidente Dwight Eisenhower de que poderia haver um ataque aéreo atômico contra a Coréia do Norte e a Mandchúria, durante as fases terminais da Guerra da Coréia; e a confiança demonstrada pelo Presidente John Kennedy nos B-52 e na força de mísseis do Strategic Air Command durante a crise dos mísseis cubanos, de 1962, entre outros.

Embora a moldura reconheça essas aplicações latentes, ela se preocupa primordialmente com o uso real do poder aéreo durante uma contingência. Em uma crise, a aplicação do poder aéreo é dúplice, baseada no propósito da missão: ela ou é direta ou indireta e pode ser ou auxiliar ou independente. A aplicação direta do poder aéreo é a aplicação letal pretendida – planejada para utilizar material bélico. Lançar bombas, disparar mísseis e disparar canhões estão nessa categoria de emprego. Em sentido oposto, a aplicação indireta do poder aéreo é o uso que se pretende não-letal, como transporte aéreo, reconhecimento, bloqueio eletrônico e reabastecimento em vôo.

Além de poder ser direto ou indireto, o uso do poder aéreo também pode ser auxiliar ou independente. O poder aéreo auxiliar apóia forças terrestres ou marítimas em um campo de batalha específico, enquanto o poder aéreo independente busca alcançar objetivos diversos dos que são perseguidos por exércitos ou marinhas em um local específico. A forma auxiliar inclui tanto o apoio aéreo aproximado (CAS), quanto o ataque aéreo, no campo de batalha, contra forças inimigas que não estão em contato com as forças amigas.6 O chamado bombardeio estratégico – voltado para o potencial de guerra inimigo antes que ele possa levá-lo ao campo de batalha – exemplifica a aplicação independente. Os termos estratégico e tático, todavia, freqüentemente se superpõem e muitas vezes ficam indistintos. Numerosos ataques aéreos durante as guerras limitadas da última metade do século não apenas afetaram o fluxo e refluxo de um combate específico, mas também tiveram significativas conseqüências “estratégicas”. Por exemplo, os ataques aéreos americanos contra os lançadores móveis de Scuds, durante a Guerra do Golfo Pérsico, de 1991, tinham a finalidade de destruir a capacidade tática do Iraque de lançar mísseis balísticos e alcançar o objetivo estratégico de tranqüilizar os israelenses, mantendo-os, desse modo, fora do conflito.

Por causa dessa indistinção, os termos auxiliar e independente parecem mais adequados do que tático e estratégico para delinear as aplicações do poder aéreo. O primeiro par, entretanto, não se apresenta completamente puro, porque a distinção entre os dois depende de como o usuário defina a expressão campo de batalha. Na guerra moderna, um campo de batalha específico pode estender-se por muitas centenas de milhas; em um conflito insurrecional, como o do Vietnã, o campo de batalha poder ser ainda mais amplo. O Gen William Westmoreland, comandante do US Military Assistance Command, no Vietnã, de 1964 a 1968, descreveu seu campo de batalha como “todo o país do Vietnã do Sul”.7 Pode parecer um parâmetro extremo, mas ilustra o fato de que a definição do campo de batalha depende, em grande medida, do tipo de guerra que esteja sendo travado.8 Em um conflito “convencional” travado para tomar território ou preservá-lo, os limites do campo de batalha têm probabilidade de serem muito mais nítidos do que em uma guerra de guerrilha, especialmente em uma guerra como a do Vietnã, em que as forças insurrecionais davam combate de maneira infreqüente.

De acordo com a terminologia da moldura, cada aplicação do poder aéreo tem duas designações: direta ou indireta, auxiliar ou independente. Por exemplo, o bombardeio americano das fábricas de rolamento em Schweinfurt, Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, foi uma aplicação direta/ independente; a Ponte Aérea de Berlim, de 1948-49, foi uma aplicação indireta/independente, os ataques de B-52 aos arredores de Khe Sanh, no Vietnã do Norte, durante o sítio de 1968, foram uma aplicação direta/ auxiliar; e o transporte aéreo de suprimentos, por C-130, para a base dos Fuzileiros Navais situada ali foi uma aplicação indireta/ auxiliar. Os designadores duplos descrevem mais claramente o propósito de missões individuais do poder aéreo do que os amorfos termos tático e estratégico. Além disso, a concentração da moldura no que se pretende da missão sublinha a intrínseca flexibilidade do poder aéreo, mostrando que um tipo de aeronave – seja ela chamada bombardeiro, caça, de transporte e assim por diante – pode participar de aplicações diferentes.

Como, entretanto, considerar a missão de superioridade aérea? Onde ela se encaixa na moldura? A missão de controle do ar pode ser ou auxiliar ou independente, dependendo do uso que se faz do espaço aéreo. Por exemplo, obter superioridade aérea sobre o Kuwait para capacitar as forças aliadas de terra a atacarem as tropas iraquianas representa uma aplicação direta/auxiliar. Alcançar a superioridade aérea sobre Bagdá para capacitar as aeronaves a atacarem as instalações fundamentais de comunicações e energia elétrica da cidade constitui uma aplicação direta/independente. Em certas ocasiões, obter superioridade aérea pode ser tanto uma aplicação auxiliar quanto uma aplicação independente. A conquista de superioridade aérea durante o dia, no continente europeu, como resultado das operações “Big Week”, em fevereiro de 1944, é um exemplo assim. O controle aéreo resultante garantiu que continuassem as operações de bombardeiros americanos contra a indústria alemã e forneceu a proteção que era prérequisito para a invasão da Normandia.

Alguns poderiam sustentar que o controle do ar deve ser uma categoria separada na moldura, de maneira muito semelhante ao caso de “superioridade aérea” que, na atual edição do manual básico de doutrina da Força Aérea9, é uma “função do poder aéreo e espacial” distinta. A moldura não relaciona a superioridade aérea de maneira separada porque ela não é um fim em si mesmo. O controle do ar – que emprega tanto métodos diretos quanto indiretos – permite que ocorram aplicações diretas, indiretas, auxiliares e independentes. De maneira muito parecida, a categorização de aplicações indiretas como reabastecimento em vôo, transporte aéreo e reconhecimento, depende do tipo de missão que eles facilitam. Por exemplo, reabastecer caças que prestam CAS a forças terrestres constituiria uma aplicação indireta/auxiliar. O transporte aéreo de bombas inteligentes, para operações de F-117 contra alvos em Belgrado, Iugoslávia, durante a Operação Allied Force, seria uma aplicação indireta/independente. E obter fotografias de reconhecimento das posições da linha de frente do Iraque no Kuwait seria uma aplicação indireta/auxiliar.

Entretanto, alcançar uma superioridade aérea que facilite a invasão ao longo do canal ou garanta fotografias de reconhecimento que levem ao rompimento das defesas iraquianas não implica necessariamente uma aplicação bem-sucedida do poder aéreo. Só existe um critério verdadeiro para avaliar o êxito do poder aéreo, independentemente de ser direto, indireto, auxiliar ou independente, e esse critério é a questão fundamental definitiva: quão bem a aplicação contribuiu para alcançar o objetivo político desejado? Na verdade ela ajudou a ganhar a guerra? Responder essa pergunta exige, primeiro, a determinação do que se quer dizer com ganhar. Os objetivos da guerra precisam ser definidos. E a aplicação do poder aéreo precisa estar ligada à realização desses objetivos (fig. 1).

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Figura 1. Objetivos de Guerra e Aplicação do Poder Aéreo

Os objetivos de guerra – as metas políticas de uma nação ou organização na guerra – podem ir de limitados a totais. A grande estratégia mistura instrumentos diplomáticos, econômicos, militares e de informação, em um esforço articulado para alcançar esses objetivos. Entrementes, a estratégia militar combina diversos componentes de força militar para alcançar objetivos militares que, por sua vez, devem ajudar a alcançar os objetivos políticos. Alcançar os objetivos militares pode exigir uma mistura de objetivos militares terrestres, marítimos ou aéreos, e as forças que desempenham essas operações podem agir de maneira independente ou auxiliar. Essas definições e conexões são relativamente simples.

Entretanto, essas conexões não são as únicas que determinam se a força militar – em particular o poder aéreo – se revelará eficaz em alcançar os desejados objetivos de guerra. Além de serem ou limitados ou totais, os objetivos de guerra também são positivos ou negativos. Metas positivas são alcançadas apenas pela aplicação de força militar enquanto metas negativas, por contraste, são alcançadas apenas limitando-se a força militar.10 Por exemplo, para os Estados Unidos, a rendição incondicional da Alemanha, na Segunda Guerra Mundial, era meta política positiva – meta que exigia a destruição das forças armadas e do governo alemão e do modo de vida nacional-socialista. Os Estados Unidos aplicaram força militar para alcançar essa meta, e poucos objetivos negativos limitaram seu uso do instrumento militar. Por comparação, em Kosovo, os Estados Unidos tinham tanto o objetivo positivo de remover as forças sérvias quanto o objetivo negativo de preservar a Organização do Tratado do Atlântico Norte, sendo que o último objetivo restringia a quantidade de força que os Estados Unidos podiam aplicar. Exemplo similar vem da Guerra do Golfo Pérsico, de 1991, embora nesse conflito a meta americana de preservar a aliança fosse tanto um objetivo positivo quanto negativo. Quer dizer, o Presidente George H. W. Bush teve de empregar força militar americana contra os Scuds iraquianos para manter os israelenses fora da guerra, mas se ele aplicasse força demasiada na campanha aérea, arriscava-se a dissolver a coalizão.

Embora alguns críticos talvez equiparem objetivos negativos a restrições, isto seria um erro, porque esses objetivos têm maior significação do que isto. De fato, têm a mesma importância das metas positivas. Não conseguir assegurar os objetivos positivos ou os objetivos negativos resulta em derrota; para alcançar a vitória, ambos precisam ser alcançados. Os Estados Unidos não teriam tido êxito, seja durante a Guerra do Golfo Pérsico, seja em Kosovo, se as coalizões que sustentavam esses empreendimentos tivessem entrado em colapso. É claro que a natureza contraditória das metas positivas e negativas cria um dilema – o que ajuda a alcançar um objetivo positivo trabalha contra um objetivo negativo. Em uma guerra limitada, sempre existem objetivos negativos; quanto mais limitada a guerra, maior o número de objetivos negativos. Como o presidente Lyndon Johnson descobriu tragicamente no Vietnã, quando seus objetivos negativos eclipsaram as metas positivas, ele perdeu a capacidade de alcançar êxito com qualquer força militar, especialmente poder aéreo.

Como os objetivos positivos e negativos afetam a aplicação do poder aéreo? Por um lado, a ausência de metas negativas encoraja o planejamento de uma campanha aérea com poucas restrições, como a Ofensiva Interaliada de Bombardeiros, contra a Alemanha, na Segunda Guerra Mundial, ou o ataque da Vigésima Força Aérea ao Japão. Por outro lado, uma preponderância de objetivos negativos limita a aplicação do poder aéreo. Objetivos negativos restringiram as campanhas aéreas americanas em todos os conflitos importantes desde a Segunda Guerra Mundial – Coréia, Vietnã, Golfo Pérsico, Bósnia, Kosovo e, mais recentemente, Afeganistão. As restrições aparecem tipicamente na forma de regras de engajamento, “diretrizes emitidas por autoridades militares competentes que delineiam as circunstâncias e as limitações com que as forças dos Estados Unidos iniciam e/ou continuam o engajamento em combate com outras forças que enfrentam”.11 O impulso para essas diretrizes vêm dos líderes políticos e das suas metas negativas (fig.2).

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Figura 2. Efeito de Objetivos Negativos na Aplicação do Poder Aéreo

Quanto maior o número de objetivos negativos – e quanto maior o significado que a eles é atribuído pelos líderes políticos – mais difícil se torna, para o poder aéreo, alcançar êxito em conquistar as metas positivas. Essa avaliação é verdadeira especialmente no caso de aplicações diretas e independentes do poder aéreo. Se os objetivos negativos superam as metas positivas, terão a probabilidade de restringir – talvez mesmo impedir – a capacidade do poder aéreo de atacar o coração de um estado ou organização inimigos. Todavia, antes que um usuário da moldura indique esta afirmativa como verdade básica, ele ou ela deve perceber que ponderar objetivos positivos contra negativos continua sendo uma atividade intrinsecamente subjetiva. De uma maneira geral, metas positivas e negativas não são quantificáveis; mesmo quando o sejam, a comparação de resultados numéricos provavelmente equivalerá à comparação de suco de maçã com suco de laranja. Além disso, os objetivos positivos e negativos podem ser explicitamente declarados ou ficar apenas implícitos, o que torna as águas ainda mais turvas, em termos de avaliar resultados. Explicitar os objetivos não garante, contudo, clareza, e a falta de metas definidas de maneira clara torna particularmente difícil calibrar sua consecução. Por exemplo, na Guerra do Golfo Pérsico, as metas positivas declaradas de “retirada imediata, completa e incondicional das forças iraquianas do Kuwait” e “restauração do governo legítimo do Kuwait” foram claras, e o êxito em alcançá-las foi fácil de se determinar. Em contraste, calibrar o êxito no objetivo positivo declarado de obter “segurança e estabilidade da Arábia Saudita e do Golfo Pérsico” revelou-se qualquer coisa, menos algo simples, durante o conflito, e continua a ser incerto depois da guerra.12

No caso da Guerra do Golfo Pérsico, os objetivos negativos de preservar a coalizão e manter o apoio público, tanto nos Estados Unidos quanto no mundo, não impediu o poder aéreo de ajudar a remover os soldados iraquianos do Kuwait. De maneira semelhante, as diversas aplicações do poder aéreo naquela guerra não impediram que o Presidente Bush alcançasse suas metas negativas, embora a aplicação direta e independente que golpeou o abrigo reforçado de Al Firdos, em Bagdá, e as aplicações diretas auxiliares que produziram mortes por fogo amigo no Kuwait, tivessem tornado mais difícil o alcance de objetivos negativos. Finalmente, este é o modo pelo qual a eficácia do poder aéreo precisa ser medida – em termos de quão bem apóia as metas positivas sem colocar em risco os objetivos negativos.

Variáveis Fundamentais

Cinco variáveis principais, mencionadas antes, entram em jogo13 para determinar quando o poder aéreo tem maior probabilidade de ajudar a alcançar os objetivos positivos. Essas variáveis são fatores complexos que não podem ser facilmente dissecados, nem pode uma dessas variáveis ser considerada isoladamente das outras, porque o efeito delas é freqüentemente complementar. A cada uma associam-se perguntas – e as perguntas que aqui se formulam não são exaustivas, certamente outras ocorrerão ao pensamento. Responder as questões de maneira diferente, para uma variável, pode fazer com que outras variáveis assumam importância maior ou menor. Não há fórmula para determinar que variável talvez seja mais importante em qualquer situação específica, ou como o efeito combinado delas pode contribuir para a conquista de metas positivas ou dificultá-la. Contudo, se todas as cinco variáveis representarem indicação contra uma aplicação específica do poder aéreo, essa aplicação terá pouca probabilidade de ser benéfica. As suposições feitas ao responder as perguntas referentes a cada variável também são de crítica importância. Se essas suposições estiverem viciadas, a avaliação das variáveis terá a probabilidade de estar também viciada.

Natureza do inimigo

Quais as capacidades militares do inimigo? Qual é a natureza de sua organização militar? Trata-se de uma força de conscritos, militares voluntários ou mistura? A população do inimigo é unificada social, ética e ideologicamente? Onde se concentra o maior volume de população? A população é primordialmente urbana ou agrária? Que tipo de governo ou liderança central tem o inimigo? Como são as pessoas que o lideram? São fortes ou fracas, apoiadas pelo povo ou desprezadas? Ou será que o povo é ambivalente? Qual sua relação com os militares e com seus comandantes? O quão resoluta é a liderança política? E as forças armadas? E o povo? Como o estado ou organização inimiga ganham dinheiro? São eles auto-suficientes em alguma área? Qual o seu volume de comércio? Que aliados tem o inimigo e quanto de apoio eles lhe dão? Se mais de um inimigo estiver envolvido, estas questões precisam ser respondidas para cada inimigo e é preciso determinar qual deles representa a maior ameaça.

Tipo de guerra travada pelo inimigo

Esta variável também afeta a capacidade do poder aéreo de alcançar um objetivo político positivo. O conflito é uma guerra convencional para tomar ou manter território? É uma luta de guerrilha inconvencional? É uma insurreição apoiada por uma terceira parte? O conflito é uma guerra de manobra? Ou é um combate estagnado, a partir de posições fixas? Qual a freqüência com que ocorrem combates? Em geral, a aplicação direta do poder aéreo, de modo independente ou em função auxiliar, traz melhores frutos contra um inimigo que trava uma guerra de manobra convencional de ritmo acelerado. Por exemplo, a combinação de ataques independentes e auxiliares durante o “dinâmico” primeiro ano da Guerra da Coréia, teve um efeito significativo na capacidade de combate dos nortecoreanos e chineses. Durante os anos finais do conflito, quando os norte-coreanos e os chineses combateram intermitentemente em uma área confinada ao longo do paralelo 38, a aplicação direta de poder aéreo fez pouco progresso em alcançar a meta que tinha o Presidente Truman de um acordo negociado que preservasse uma Coréia do Sul não-comunista.

Natureza do ambiente do combate

Quais são o clima, as condições meteorológicas, o terreno e a vegetação na área hostil? Como poderiam eles afetar a aplicação do poder aéreo? Estão disponíveis bases adequadas? Quais as distâncias envolvidas na aplicação do poder aéreo e podem essas distâncias ser superadas? Que tipo de apoio é necessário?

Magnitude das restrições militares

Esta variável envolve restrições impostas às aplicações do poder aéreo pelos líderes militares, em vez de pelos líderes políticos. O ideal é que não existam restrições militares, mas pode ser que este seja o caso e pode ser que não seja. Essas restrições podem brotar de várias fontes. Existe unidade de comando? Quais são os arranjos administrativos que restringem o poder aéreo? Esses arranjos entram em conflito com o controle operacional? O sistema de “route package” que separou o espaço aéreo da Força Aérea do da Marinha, sobre o Vietnã do Norte, e ajudou a desencadear a competição entre as duas Forças por surtidas, ergue-se como, talvez, o mais notório exemplo de como a falta de unidade de comando pode estragar uma campanha aérea. A doutrina também pode levar a restrições militares. A doutrina que orienta as diversas aplicações do poder aéreo é adaptável a diferentes circunstâncias? Quais são as crenças pessoais dos comandantes em relação à melhor aplicação do poder aéreo? As convicções pessoais podem desempenhar papel significativo em limitar aplicações do poder aéreo – haja vista a guerra da Coréia. Durante aquele conflito, o Gen Matthew Ridgway, do Exército, comandante das Nações Unidas, proibiu o bombardeio de usinas hidrelétricas da Coréia do Norte, embora tivesse autoridade para levar a efeito os ataques e tivesse sido estimulado a isso pela Junta de Chefes de Estado-Maior. Ridgway acreditava que tais ataques poderiam aumentar o escopo da guerra, mas seu sucessor, Gen Mark Clark, não cometeu este equívoco.14 Um mês após Clark assumir o comando, as aeronaves da Força Aérea, da Marinha e dos Fuzileiros Navais atacaram aquelas instalações.

Natureza dos objetivos políticos

Freqüentemente esta é a variável mais importante. Será que as metas positivas verdadeiramente podem ser alcançadas por intermédio da aplicação de força militar? É a aplicação do poder aéreo necessária para alcançar os objetivos positivos? Em que medida a liderança que está aplicando poder aéreo para alcançar objetivos positivos está comprometida com isto? O quanto está comprometido o povo? Pode a liderança alcançar as metas positivas sem impedir o alcance dos objetivos negativos? Como os objetivos negativos limitam a capacidade do poder aéreo de ajudar a alcançar as metas postivas? A aplicação direta e independente do poder aéreo parece funcionar melhor para um beligerante que não tenha objetivos negativos – desde que o tipo adequado de inimigo leve a efeito um tipo adequado de guerra em um tipo adequado de ambiente isento de significativas restrições militares. Na Segunda Guerra Mundial, existiram condições adequadas para os Estados Unidos. Poucos objetivos negativos ou restrições militares limitaram a aplicação de força militar. Os americanos tinham uma compreensão decente de ambos os inimigos – os alemães e os japoneses – que combatiam como era esperado em ambientes que se revelaram, afinal, favoráveis à aplicação independente e direta do poder aéreo. Contudo, desde a Segunda Guerra Mundial, os objetivos negativos desempenharam papel preeminente na orientação dos esforços de guerra americanos. Em um futuro previsível, a perspectiva para os Estados Unidos de uma guerra sem eles é, com efeito, remota.

Freqüentemente esta é a variável mais importante. Será que as metas positivas verdadeiramente podem ser alcançadas por intermédio da aplicação de força militar? É a aplicação do poder aéreo necessária para alcançar os objetivos positivos? Em que medida a liderança que está aplicando poder aéreo para alcançar objetivos positivos está comprometida com isto? O quanto está comprometido o povo? Pode a liderança alcançar as metas positivas sem impedir o alcance dos objetivos negativos? Como os objetivos negativos limitam a capacidade do poder aéreo de ajudar a alcançar as metas postivas? A aplicação direta e independente do poder aéreo parece funcionar melhor para um beligerante que não tenha objetivos negativos – desde que o tipo adequado de inimigo leve a efeito um tipo adequado de guerra em um tipo adequado de ambiente isento de significativas restrições militares. Na Segunda Guerra Mundial, existiram condições adequadas para os Estados Unidos. Poucos objetivos negativos ou restrições militares limitaram a aplicação de força militar. Os americanos tinham uma compreensão decente de ambos os inimigos – os alemães e os japoneses – que combatiam como era esperado em ambientes que se revelaram, afinal, favoráveis à aplicação independente e direta do poder aéreo. Contudo, desde a Segunda Guerra Mundial, os objetivos negativos desempenharam papel preeminente na orientação dos esforços de guerra americanos. Em um futuro previsível, a perspectiva para os Estados Unidos de uma guerra sem eles é, com efeito, remota.

Freqüentemente esta é a variável mais importante. Será que as metas positivas verdadeiramente podem ser alcançadas por intermédio da aplicação de força militar? É a aplicação do poder aéreo necessária para alcançar os objetivos positivos? Em que medida a liderança que está aplicando poder aéreo para alcançar objetivos positivos está comprometida com isto? O quanto está comprometido o povo? Pode a liderança alcançar as metas positivas sem impedir o alcance dos objetivos negativos? Como os objetivos negativos limitam a capacidade do poder aéreo de ajudar a alcançar as metas postivas? A aplicação direta e independente do poder aéreo parece funcionar melhor para um beligerante que não tenha objetivos negativos – desde que o tipo adequado de inimigo leve a efeito um tipo adequado de guerra em um tipo adequado de ambiente isento de significativas restrições militares. Na Segunda Guerra Mundial, existiram condições adequadas para os Estados Unidos. Poucos objetivos negativos ou restrições militares limitaram a aplicação de força militar. Os americanos tinham uma compreensão decente de ambos os inimigos – os alemães e os japoneses – que combatiam como era esperado em ambientes que se revelaram, afinal, favoráveis à aplicação independente e direta do poder aéreo. Contudo, desde a Segunda Guerra Mundial, os objetivos negativos desempenharam papel preeminente na orientação dos esforços de guerra americanos. Em um futuro previsível, a perspectiva para os Estados Unidos de uma guerra sem eles é, com efeito, remota.

O Conflito Atual

No conflito em andamento no Afeganistão, a natureza multifacetada tanto dos objetivos políticos americanos quanto do próprio conflito tornou difícil calibrar a eficácia das aplicações do poder aéreo. Essas metas políticas poderiam ser relacionadas como se segue: (1) destruir a capacidade atual da al Qaeda de conduzir terrorismo global, o que inclui negar ao al Qaeda santuários para o lançamento de ataques; (2) cobrar retribuição pelos ataques de 11 de setembro (“levar os responsáveis à justiça”); (3) impedir a expansão/futuro desenvolvimento do terrorismo global; e (4) manter o máximo apoio do resto do mundo, em especial o mundo islâmico, às ações americanas. À primeira vista, as três primeiras metas poderiam ser consideradas positivas, ao passo que a quarta poderia ser rotulada de negativa. Não obstante, embora o terceiro objetivo provavelmente exija força militar letal para destruir células terroristas e impedir que elas se ampliem, a aplicação excessiva de força provavelmente produziria danos colaterais ou a percepção de destruição indiscriminada, e qualquer um dos dois poderia servir de veículo de recrutamento da al Qaeda e alcançar o inverso dos resultados desejados. Por conseguinte, a terceira meta tem de ser categorizada de positiva e negativa.

Ao mesmo tempo, as outras variáveis têm exercido – e continuarão a exercer — um impacto significativo na eficácia do poder aéreo. A al Qaeda e o Talibã não são os mesmos inimigos, e destroçar o Talibã não equivale a eliminar al Qaeda. Eles também não têm travado o mesmo tipo de guerra. No decorrer dos quatro primeiros meses do conflito, o Talibã forneceu o grosso das forças no Afeganistão e lutou uma guerra “convencional”contra a Aliança do Norte e as forças aliadas. O poder aéreo contribuiu em grande medida para destroçar a força do Talibã durante esse período. Deste então, contudo, o combate tem-se assemelhado à guerra de guerrilha que assolou as forças soviéticas durante grande parte de sua experiência penosa de oito anos de duração. Tanto o terreno quanto o clima do Afeganistão revelaram ser menos do que ideais para as operações aéreas, se bem que a tecnologia tenha ajudado a superar algumas das dificuldades. As restrições militares também afetaram o esforço aéreo na forma de revisão legal de alvos potenciais.

Não obstante, essas revisões têm de ocorrer para que o poder aéreo alcance as metas negativas, bem como as positivas, no conflito atual. Nesta guerra, que, em muitos aspectos, é uma luta global pelos “corações e mentes”, as percepções são, com freqüência, mais potentes do que a realidade, e o inimigo que depender de meios assimétricos se apressarão em utilizar percepções favoráveis para os seus próprios fins. Derrotar esse adversário exigirá o emprego cuidadoso do poder aéreo – quer seja sua aplicação direta/independente contra alvos de liderança isoldados, direta/auxiliar em apoio a operações terrestres, ou indireta/ independente nos esforços humanitáriosde socorro. Independentemente de como seja ele aplicado, a chave do êxito será garantir que todas as partes interessadas encarem o seu emprego da melhor forma possível.

Na análise final, a eficácia do poder aéreo contra qualquer tipo de inimigo depende de quão bem ele apóia os objetivos políticos positivos sem arriscar a conquista dos negativos. A moldura apresentada aqui não oferece garantia de êxito ou fracasso – nem é um meio de prever o futuro. Entretanto, leva os líderes que poderiam aplicar o poder aéreo a pensar cuidadosamente antes de tomar essa decisão. Clausewitz adverte “ninguém inicia uma guerra ou, antes, ninguém em juízo perfeito deveria fazê-lo – sem primeiro ter claramente em seu pensamento o que pretende alcançar com essa guerra e como tem intenção de levá-la a efeito”.15 Essa advertência, formulada quase há dois séculos, para leitores que haviam combatido Napoleão com mosquetes e sabres, continua adequada na era da guerra aérea.

Notas

1. Quadrennial Defense Review Report (Washington, D.C.: Department of Defense, 30 September 2001).

2. Carl von Clausewitz, On War, ed. e trad. Michael Howard e Peter Paret (Princeton, N.J.: Princeton Univer-sity Press, 1976), 87.

3. William Mitchell, Winged Defense: The Development and Possibilities of Modern Air Power (1925; reprint, New York: Dover Publications, Inc., 1988), xii.

4. M. J. Armitage e R. A. Mason, Air Power in the Nuclear Age (Urbana, Ill.: University of Illinois Press, 1983), 2.

5. Ibid., 3.

6. A expressão bastante abandonada interdição aérea do campo de batalha (BAI) descreve essa função auxiliar.

7. Citado por John Schlight, The War in South Viet-nam: The Years of the Offensive, 1965–1968, United States Air Force in Southeast Asia (Washington, D.C.: Office of Air Force History, 1988), 216.

8. Outros fatores também podem definir o campo de batalha. Eles incluem os alcances das armas em poder de forças terrestres ou marítimas desdobradas, ou a localização de demarcações como o limite anterior das próprias tropas (FLOT) e a linha de coordenação de apoio de fogo (FSCL). O Alte William Owens, antigo vice-presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior, sustentava que um campo de batalha consistiria em 40.000 milhas quadradas em uma área de 200 por 200 milhas. Embora a determinação precisa do Almirante Owens possa ser adequada em uma guerra convencional, pode não servir para outros tipos de conflito. Veja-se Lt Col Terry L. New, “Where to Draw the Line between Air and Land Battle,” Airpower Journal 10, no. 3 (Fall 1996): 34–49, a respeito de como o campo de batalha é afetado pelas relações entre FLOT e FSCL. Para o conceito de campo de batalha do Almirante Owens, veja-se Alan D. Zimm, “Human-Centric Warfare,” US Naval Institute Proceedings 125 (May 1999): 28.

9. Air Force Doctrine Document (AFDD) 1, Air Force Basic Doctrine, 1 September 1997, 46.

10. Não se deve confundir esses termos com os conceitos de objetivo positivo e negativo de Clausewitz, por ele usados em relação ao ataque e à defesa.

11. Joint Publication 1-02, Department of Defense Dictionary of Military and Associated Terms, 12 April 2001, 380, on-line, Internet, 14 de setembro de 2002, http:// www.dtic.mil/doctrine/jel/new_pubs/jp1_02.pdf.

12. Veja-se Bard E. O’Neill e Ilana Kass, “The Persian Gulf War: A Political-Military Assessment,” Comparative Strategy 11 (April–June 1992): 219, para uma discussão completa dos objetivos de guerra dos Estados Unidos na Guerra do Golfo Pérsico de 1991.

13. A noção clausewitziana de “fricção” também reflete a capacidade do poder aéreo de alcançar metas políticas positivas (e negativas), mas, diversamente das cinco variáveis, a fricção é uma constante que não pode ser especificada a partir de suposições e análises.

14. Robert F. Futrell, The United States Air Force in Korea, 1950–1953, rev. ed. (Washington, D.C.: Office of Air Force History, 1983), 480–85; e Gen O. P. Weyland, transcrição de uma entrevista para história oral por Dr. James Hasdorff e Brig Gen Noel Parrish, San Antonio, Tex., 19 November 1974, Air Force Historical Research Agency, Maxwell AFB, Ala., file no. K239.0512-813, 107, 113.

15. Clausewitz, 579.


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Colaborador

O Dr. Mark Clodfelter (Academia da Força Aérea dos EUA; Mestrado, University of Nebraska; Doutorado, University of North Carolina, Chapel Hill) é professor de história militar na Escola Superior de Guerra dos EUA, Forte Lesley J. McNair, Washington, D.C. Serviu como controlador de armamento da Força Aérea na Carolina do Sul e na Coréia, membro do corpo docente da Academia da Força Aérea dos EUA e da Escola de Altos Estudos do Poder Aéreo, Base Aérea Maxwell, Alabama, e comandante de destacamento de ROTC na University of North Carolina, Chapel Hill. Graduado da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da USAF, o Dr. Clodfelter é o autor de The Limits of Air Power: The American Bombing of North Vietnam (1989).

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