Mundo pós-2025

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Mundo pós-2025

#16 Mensagem por LeandroGCard » Dom Out 25, 2009 11:21 am

soultrain escreveu:
gaitero escreveu:Bom minha contribuiação inicial...

Divisão do Globo.

1- Aliados dos EUA.
2- Aliados dos EUA, mas que se contrapõem ao sistema de submissão.
3- China.
4- Neutros.

Os aliados dos EUA, são os mesmos.

Os aliados dos EUA, mas que de certa forma serão independentes das tencologias lá produzidas. Eu diria que serão 4, os BRIF ( Brasil, Russia, India e França ).

A China será indepentente e será a principal responsável pela queda da UE. ( concorrência desleal, que já hoje esta a fechar industrias por toda a europa. A UE se manterá, mas perderá força ).

E os neutros. Que são os países ''rebeldes'' e ''pobres'', os rebeldes são o que hoje representam, Irã, Venezuela, Bolívia. E os pobres, são os países da Africa, com ecessão de alguns aliados dos EUA e aliados dos BRIF.


My Two Centes...
Meu caro,

Acho que não está correcto, a China já acabou com o tecido industrial Americano, se nada for feito será catastrófico mesmo, como um Americano CEO de uma major me disse esta semana, "o tecido industrial está destruído, os valores morais também, pouco nos resta". A Europa ainda se debate, mas debate-se sozinha, é necessário que haja mais justiça no Comércio Mundial, o Brasil vai ter um papel muito importante nessa luta.

[[]]'s
Concordo com o Soultrain,

A Europa sempre foi bem mais fechada que os EUA com relação ao comércio internacional, e se por um lado isto a levou a uma taxa de crescimento médio inferior na última década, ajudou a preservar sua capacidade produtiva, principalmente industrial. Já os EUA aproveitaram a disponibilidade de produtos baratos feitos na China para conter a inflação que seria causada pelo crescimento do consumo de sua população acima da sua própria capacidade de produção (crescimento este alimentado pelo crédito e pela especulação financeira, e não pelo aumento da renda), e o resultado é que sua capacidade industrial está realmente muito mais combalida que a européia.

Não é facil percebermos isto porque quando pensamos em produtos industriais americanos o que nos vem à mente são aqueles que desejamos comprar aqui, como aviões, equipamentos tecnologicamente avançados, brinquedos altamente sofisticados, etc..., mas temos que lembrar que este tipo de produto representa uma fatia bastante pequena do total da industria do país. O "grosso" da produção é de ítens mais prosaicos, como vestuário, eletrodomésticos, automóveis do dia-à-dia (não os super-esportivos, onde de qualquer forma os europeus são dominantes), "inutilidades domésticas", etc..., e nestas áreas os produtos chineses e de outros países asiáticos inundaram o mercado americano mais até que o brasileiro, colocando a produção local em cheque.

A queda do dólar deveria ajudar a reverter a situação, tornando os produtos americanos novamente competitivos, mas como o cambio chinês é controlado pelo governo e fixo com relação ao dólar, quanto mais o dólar cair mais os chineses aumentarão sua competitividade no mercado americano em detrimento dos demais países que possuem moedas flutuantes, mas sem que a indústria americana possa reagir. A tendência, pelo menos no curto prazo é que o impacto negativo dos produtos chineses sobre a economia americana continue, ou mesmo se acentue.

Com esta perspectiva não consigo ver os EUA por muito mais tempo como o principal foco de convergência da geopolítica internacional, e acho mais provável a tendência para a multipolaridade, onde os EUA seriam um ator importante mas não mais o dominante. O conceito americano de "comércio internacional o mais livre possível" está acabando com a economia dos países que o seguiram, inclusive a americana, e não deve durar muito mais tempo. O conceito europeu e asiático de livre-comércio com restrições (eu vendo livremente, mas para comprar já tenho restrições) deve se tornar a prática mais comum daqui para a frente. Isto vai obviamente reduzir o fluxo de comércio mundial, provavelmente reduzir a taxa global de crescimento e tornar um pouco mais difícil a vida nos países que não tenham muita auto-suficiência, mas também vai limitar os estragos que a integração comercial sem a correspondente integração jurídica e social vinham causando. Não deverá ser uma era de guerras protecionistas, mas sim uma em que os acordos comerciais não visarão mais apenas a liberalização máxima do fluxo de comércio, e sim serão pensados com muito mais cuidado, de forma a maximizar seus efeitos positivos e minimizar os negativos, dadas as peculiaridades de cada país envolvido. Um tipo de negociação ao qual os americanos e seus seguidores não estão acostumados.


Leandro G. Card




Avatar do usuário
Centurião
Sênior
Sênior
Mensagens: 1153
Registrado em: Qui Set 29, 2005 1:14 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 21 vezes

Re: Mundo pós-2025

#17 Mensagem por Centurião » Dom Out 25, 2009 1:46 pm

czarccc escreveu:Ressuscitando aqui diretamente do tópco do F-X2! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Achei que o estudo japonês subestimou muito o Brasil. Colocaram como crescimento médio entre 2005 e 2050 2,1%, eu acho muito pouco. Acredito que o Brasil tem capacidade para crescer entre 4% e 5% nesse período. Se o Brasil crescer a uma taxa média de 4% terá um PIB de 8,2 trilhões, lá eles colocam 3,6 trilhões.
Se fizermos um cálculo rápido e simples, veremos que o Brasil terá um PIB em valor corrente de US$ 2,6 trilhões em 2020 (crescimento de 5%). Porém, se a tendência de valorização do Real (ou manutenção do valor da moeda mesmo com a diferença de inflação entre os EUA e o Brasil) se mantiver, o PIB pode ser ainda de US$ 3 trilhões ou mais. Mais uma vez até 2020 e não 2050.




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Mundo pós-2025

#18 Mensagem por Penguin » Dom Out 25, 2009 3:55 pm

LeandroGCard escreveu:
soultrain escreveu: Meu caro,

Acho que não está correcto, a China já acabou com o tecido industrial Americano, se nada for feito será catastrófico mesmo, como um Americano CEO de uma major me disse esta semana, "o tecido industrial está destruído, os valores morais também, pouco nos resta". A Europa ainda se debate, mas debate-se sozinha, é necessário que haja mais justiça no Comércio Mundial, o Brasil vai ter um papel muito importante nessa luta.

[[]]'s
Concordo com o Soultrain,

A Europa sempre foi bem mais fechada que os EUA com relação ao comércio internacional, e se por um lado isto a levou a uma taxa de crescimento médio inferior na última década, ajudou a preservar sua capacidade produtiva, principalmente industrial. Já os EUA aproveitaram a disponibilidade de produtos baratos feitos na China para conter a inflação que seria causada pelo crescimento do consumo de sua população acima da sua própria capacidade de produção (crescimento este alimentado pelo crédito e pela especulação financeira, e não pelo aumento da renda), e o resultado é que sua capacidade industrial está realmente muito mais combalida que a européia.

Não é facil percebermos isto porque quando pensamos em produtos industriais americanos o que nos vem à mente são aqueles que desejamos comprar aqui, como aviões, equipamentos tecnologicamente avançados, brinquedos altamente sofisticados, etc..., mas temos que lembrar que este tipo de produto representa uma fatia bastante pequena do total da industria do país. O "grosso" da produção é de ítens mais prosaicos, como vestuário, eletrodomésticos, automóveis do dia-à-dia (não os super-esportivos, onde de qualquer forma os europeus são dominantes), "inutilidades domésticas", etc..., e nestas áreas os produtos chineses e de outros países asiáticos inundaram o mercado americano mais até que o brasileiro, colocando a produção local em cheque.

A queda do dólar deveria ajudar a reverter a situação, tornando os produtos americanos novamente competitivos, mas como o cambio chinês é controlado pelo governo e fixo com relação ao dólar, quanto mais o dólar cair mais os chineses aumentarão sua competitividade no mercado americano em detrimento dos demais países que possuem moedas flutuantes, mas sem que a indústria americana possa reagir. A tendência, pelo menos no curto prazo é que o impacto negativo dos produtos chineses sobre a economia americana continue, ou mesmo se acentue.

Com esta perspectiva não consigo ver os EUA por muito mais tempo como o principal foco de convergência da geopolítica internacional, e acho mais provável a tendência para a multipolaridade, onde os EUA seriam um ator importante mas não mais o dominante. O conceito americano de "comércio internacional o mais livre possível" está acabando com a economia dos países que o seguiram, inclusive a americana, e não deve durar muito mais tempo. O conceito europeu e asiático de livre-comércio com restrições (eu vendo livremente, mas para comprar já tenho restrições) deve se tornar a prática mais comum daqui para a frente. Isto vai obviamente reduzir o fluxo de comércio mundial, provavelmente reduzir a taxa global de crescimento e tornar um pouco mais difícil a vida nos países que não tenham muita auto-suficiência, mas também vai limitar os estragos que a integração comercial sem a correspondente integração jurídica e social vinham causando. Não deverá ser uma era de guerras protecionistas, mas sim uma em que os acordos comerciais não visarão mais apenas a liberalização máxima do fluxo de comércio, e sim serão pensados com muito mais cuidado, de forma a maximizar seus efeitos positivos e minimizar os negativos, dadas as peculiaridades de cada país envolvido. Um tipo de negociação ao qual os americanos e seus seguidores não estão acostumados.


Leandro G. Card
All told, the greater productivity from globalization reduces costs and price pressures in the Knowledge Economy, much as it did in the Industrial Age. What's changed isn't the nature of the productivity push but its scope, reaching more countries and affecting more industries.

The planet has been becoming richer as a result. Global productivity growth has nearly doubled, going from 1.2 percent a year in the 1980s to 2.3 percent a year in the past decade. Just as important, gains have been widespread. All regions except Western Europe and Japan did better in the past decade than they did in the 1980s. (See Exhibit 12.) The faster rise in productivity bodes well for both living standards and the real cost of living.

World Productivity Growth on the Rise
Fundamental economic forces have sped up productivity gains in nearly all parts of the world. Becoming more efficient reduces costs. Just as important, it leads to higher living standards—the real gain from globalizing the Knowledge Economy.

Imagem

The Industrial Age delivered huge gains in productivity, allowing more people to live better. The Knowledge Economy promises even greater progress. A technological revolution that makes access to information cheaper and more democratic has sped up globalization, spread its benefits deeper into societies and touched nearly every part of the world. Knowledge is the ultimate source of wealth. Through globalization, we can spread its bounty.

— W. Michael Cox and Richard Alm

http://www.dallasfed.org/fed/annual/2006/ar06e.cfm




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Mundo pós-2025

#19 Mensagem por Penguin » Dom Out 25, 2009 4:10 pm

As economias avançadas possuem uma cada vez mais importante participação do setor serviços no PIB. Os percentuais não são diferentes entre eles. SVaria entre 70-75% do PIB.

O Brasil é um dos países em desenvolvimento com a maior participação do setor serviços no seu PIB:

Terciário: 65%
Secundário: 30%
Primário: 5%




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
soultrain
Sênior
Sênior
Mensagens: 12154
Registrado em: Dom Jun 19, 2005 7:39 pm
Localização: Almada- Portugal

Re: Mundo pós-2025

#20 Mensagem por soultrain » Dom Out 25, 2009 5:10 pm

Muito cuidado com os numeros porque podem não revelar a realidade.

P. exemplo:

Uma empresa Brasileira desenha, desenvolve, produz e fabrica um item, esse item custa 1000 Reais a unidade. Como é óbvio a maioria dos empregados dessa empresa estão na produção e fabrico.

Passado algum tempo os gestores, descobrem que podem passar o custo de produção de 500 Reais, para 100 Reais a unidade se a produção for na China, onde não tem sindicato a chatear e condições humanas de trabalho, aumentando e muito o lucro e podendo baixar o preço do artigo no mercado muito competitivo, aumentando as vendas.

Este movimento levou a um aumento enorme de competitividade da empresa Brasileira e do seu lucro. Porem levou à perda de postos de trabalho brasileiros, directos e indirectos. Ainda levou à falência de um concorrente que não conseguiu acompanhar a descida de preços.

Com o tempo, tudo é deslocalizado, só fica o Marketing e Vendas no Brasil e passado mais algum tempo uma empresa Chinesa começa a comercializar o mesmo produto, até um pouco melhor, já que não tem o arrasto de uma equipa de Marketing a milhares de km. Portanto a empresa do inicio tem um concorrente feroz que representa os Chineses no Brasil. O Brasil entretanto passou a exportar divisas para a China e deixou perder o saber total de fabricar aquele item, que demorou décadas a aprender.

Quem ganhou no curto, médio e longo prazo? Quem perdeu? O que os números mostraram? Os números mostraram coisas fantásticas, as acções subiram, os gestores levaram bónus fabulosos, o Brasil criou riqueza enorme durante algum tempo.


Tentei simplificar ao máximo, mas mais coisa menos coisa é a razão de tudo o que se está a passar.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Mundo pós-2025

#21 Mensagem por Penguin » Dom Out 25, 2009 5:44 pm

Produtividade é uma coisa. Competitividade é outra.

Aumento da produtividade leva a aumento da renda. A economia produz de uma forma mais eficiente. Os ganhos de produtividade são incorporados ao setor produtivo.

[]s




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
soultrain
Sênior
Sênior
Mensagens: 12154
Registrado em: Dom Jun 19, 2005 7:39 pm
Localização: Almada- Portugal

Re: Mundo pós-2025

#22 Mensagem por soultrain » Dom Out 25, 2009 6:00 pm

E nesse caso houve também um aumento de produtividade, mas foi incorporado no setor de quem?

[[]]'s





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Mundo pós-2025

#23 Mensagem por LeandroGCard » Dom Out 25, 2009 6:31 pm

Santiago escreveu:Produtividade é uma coisa. Competitividade é outra.

Aumento da produtividade leva a aumento da renda. A economia produz de uma forma mais eficiente. Os ganhos de produtividade são incorporados ao setor produtivo.

[]s
Aqui também deve-se tomar muito cuidado com os números.

Para a produção de um bem industrial, por exemplo um automóvel, concorrem dezenas ou mesmo centenas de pessoas em uma longa cadeia produtiva que vai desde a matéria prima até a revenda do carro ao consumidor final. Para gerar o valor do automóvel muitos trabalhadores são envolvidos, e a produtividade de cada um é relativamente pequena, se pegarmos o valor dos automóveis produzidos e dividirmos pelo número de pessoas que trabalharam para que ele chegasse ao consumidor, em um dado período de tempo.

Se pegarmos porém um serviço, uma causa advocatícia por exemplo, dois advogados famosos e mais uns poucos funcionários meramente administrativos podem trabalhar em um caso que no final envolverá uma remuneração que pode vir a ser até maior que o valor dos carros produzidos pela fábrica de automóveis, no mesmo número de horas trabalhadas. Umas poucas pessoas produzindo um "valor" muito maior que o possível em uma fábrica.

Se simplesmente dividirmos o valor dos "produtos" pelo número de trabalhadores envolvidos em cada caso, teremos que a produtividade dos trabalhadores do setor jurídico é muito maior que a dos trabalhadores da indústria, e consequentemente eles geram muito mais riqueza para si mesmos e para a sociedade. Mas na verdade eles não acrescentaram nenhum valor ao seu "produto final", apenas acumularam riqueza que já estava circulando na sociedade, gerada em outro lugar. O mesmo vale para finanças, marketing, entretenimento e várias outras áreas ligadas ao setor de serviços.

Avaliar a economia pelo critério da produtividade dos trabalhadores sem levar em consideração no que esta "produtividade" está sendo realmente usada pode levar a distorções e graves erros de julgamento e estratégia.


As situações atuais dos EUA e da China parecem que agora estão deixando isto claro.


Leandro G. Card




Avatar do usuário
soultrain
Sênior
Sênior
Mensagens: 12154
Registrado em: Dom Jun 19, 2005 7:39 pm
Localização: Almada- Portugal

Re: Mundo pós-2025

#24 Mensagem por soultrain » Dom Out 25, 2009 6:34 pm

É isso mesmo caro Leandro.

[[]]'s





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Mundo pós-2025

#25 Mensagem por Penguin » Dom Out 25, 2009 7:07 pm

Geralmente a produtividade é analisada setorialmente. Produtividade da Industria e dos seus subsetores. Produtividae do setor de serviço, etc.

[]s




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Mundo pós-2025

#26 Mensagem por LeandroGCard » Dom Out 25, 2009 7:40 pm

Santiago escreveu:Geralmente a produtividade é analisada setorialmente. Produtividade da Industria e dos seus subsetores. Produtividae do setor de serviço, etc.

[]s
Sim e assim deve ser. É o que se faz quando analistas avaliam setores específicos da economia.

Mas quando se fala na economia das nações surge a tendência em se abstrair os setores individuais e utilizar uma média ponderada para a economia como um todo, daí as distorções. Qualquer analista dirá que o trabalhador americano é em média muito mais produtivo que o chinês, pois produz um valor em dólares muito maior. Mas não se conta aí nem a defasagem dos preços de produtos similares nos dois países, nem o setor específico da economia em que cada indivíduo trabalha e produz.

A conclusão é que o potencial aparente da economia Americana aparece como muito maior do que realmente é, e o da China como muito menor. O PIB americano é contado como sendo cinco, seis, ou mais vezes maior que o chinês, e cada trabalhador como sendo (em média) doze ou quinze vezes mais produtivo. Mas isto não significa que a China só possa produzir menos de um quinto da produção americana em bens, pelo contrário, hoje a capacidade de produção deles é até maior.

O mesmo acontece na avaliação de todos os países, e os valores normalmente divulgados (de PIB, produtividade, etc...) devem ser vistos com muita cautela.


Leandro G. Card




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Mundo pós-2025

#27 Mensagem por Penguin » Qui Out 29, 2009 10:33 pm

Olhando o passado...

Growth and Interaction in the World Economy
The Roots of Modernity

Angus Maddison
The AEI Press
Publisher for the American Enterprise Institute
WASHINGTON, D.

http://www.ggdc.net/maddison/




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Mundo pós-2025

#28 Mensagem por Penguin » Sáb Out 31, 2009 12:27 pm

Brasil é mais esperança do que certeza de crescimento, diz Krugman
De Agencia EFE – há 3 dias

Buenos Aires, 27 out (EFE).- O prêmio Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, disse nesta terça-feira em Buenos Aires que o Brasil ainda é mais uma "esperança" do que uma certeza de forte crescimento porque sua economia, apesar de ter respondido bem à crise, não "decolou" como a da Ásia.

"Todos conhecem a piada de que o Brasil é o país do futuro e sempre será. Ainda não vemos no Brasil o tipo de crescimento que vemos na Ásia. Então, eu acho que isto continua sendo uma esperança e não uma perspectiva certa", disse o economista diante de uma plateia de empresários.

Krugman destacou que o Brasil teve um desempenho "formidável" durante a crise global.

"Foi afetado, mas não tanto, os bancos se sustentaram muito bem e, de fato, o mundo quer levar dinheiro para o Brasil e isto gera problemas para sua competitividade nas exportações", opinou o prêmio Nobel.

Para o economista, o Brasil não foi tão afetado pela crise mundial porque "não está tão exposto ao comércio mundial e também porque estabeleceu uma estrutura financeira muito mais sólida".

"Tudo isso está certo, mas o que significa isso em relação ao futuro? Nem sempre é certo que o bom desempenho em um ciclo de negócios seja presságio de crescimento futuro", disse Krugman.

"Em geral, a década de 30 foi melhor para a América Latina do que para os Estados Unidos ou Alemanha e isso não se traduziu em boas perspectivas para as décadas seguintes", argumentou o economista.

Krugman reconheceu que o Brasil tem um "dinamismo empreendedor" e "indústrias de exportação bem-sucedidas", o que "leva muitos a pensar que tem excelentes perspectivas de crescimento, mas, por outro lado, há gente que vem dizendo isso do Brasil há décadas".

"Quando as pessoas falam dos Bric (Brasil, Rússia, Índia, China), talvez devessem falar dos IC, porque Índia e China tiveram essa decolagem, mas o Brasil ainda não, e a Rússia é um animal totalmente diferente", apontou.

© EFE 2009. Está expresamente prohibida la redistribución y la redifusión de todo o parte de los contenidos de los servicios de Efe, sin previo y expreso consentimiento de la Agencia EFE S.A.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: Mundo pós-2025

#29 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Out 31, 2009 3:37 pm

Santiago escreveu:Brasil é mais esperança do que certeza de crescimento, diz Krugman
De Agencia EFE – há 3 dias

Buenos Aires, 27 out (EFE).- O prêmio Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, disse nesta terça-feira em Buenos Aires que o Brasil ainda é mais uma "esperança" do que uma certeza de forte crescimento porque sua economia, apesar de ter respondido bem à crise, não "decolou" como a da Ásia.

"Todos conhecem a piada de que o Brasil é o país do futuro e sempre será. Ainda não vemos no Brasil o tipo de crescimento que vemos na Ásia. Então, eu acho que isto continua sendo uma esperança e não uma perspectiva certa", disse o economista diante de uma plateia de empresários.

Krugman destacou que o Brasil teve um desempenho "formidável" durante a crise global.

"Foi afetado, mas não tanto, os bancos se sustentaram muito bem e, de fato, o mundo quer levar dinheiro para o Brasil e isto gera problemas para sua competitividade nas exportações", opinou o prêmio Nobel.

Para o economista, o Brasil não foi tão afetado pela crise mundial porque "não está tão exposto ao comércio mundial e também porque estabeleceu uma estrutura financeira muito mais sólida".

"Tudo isso está certo, mas o que significa isso em relação ao futuro? Nem sempre é certo que o bom desempenho em um ciclo de negócios seja presságio de crescimento futuro", disse Krugman.

"Em geral, a década de 30 foi melhor para a América Latina do que para os Estados Unidos ou Alemanha e isso não se traduziu em boas perspectivas para as décadas seguintes", argumentou o economista.

Krugman reconheceu que o Brasil tem um "dinamismo empreendedor" e "indústrias de exportação bem-sucedidas", o que "leva muitos a pensar que tem excelentes perspectivas de crescimento, mas, por outro lado, há gente que vem dizendo isso do Brasil há décadas".

"Quando as pessoas falam dos Bric (Brasil, Rússia, Índia, China), talvez devessem falar dos IC, porque Índia e China tiveram essa decolagem, mas o Brasil ainda não, e a Rússia é um animal totalmente diferente", apontou.

© EFE 2009. Está expresamente prohibida la redistribución y la redifusión de todo o parte de los contenidos de los servicios de Efe, sin previo y expreso consentimiento de la Agencia EFE S.A.
Sou forçado a concordar totalmente como Krugman, e digo mais: A situação atual da nossa economia não é tão boa quanto dizem por aí, caso contrário não teríamos que manter juros reais que são recordes mundiais, nem teríamos apenas "bursts" de crescimento de um ou dois anos entre períodos de crescimento bem abaixo da média mundial. Os últimos dois anos antes da crise não foram "bons", foram apenas menos ruins do quer as três décadas anteriores, e ainda não há nenhuma garantia de que vamos realmente melhorar no futuro.

Existem muitos problemas internos a resolver antes de podermos realmente "decolar" e ter um crescimento forte e sustentável de longo prazo. Nosso potencial é grande, mas estamos ainda longe de poder realizá-lo.

Leandro G. Card




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: Mundo pós-2025

#30 Mensagem por Penguin » Dom Nov 15, 2009 11:10 am

Muito interessante...

Mapas elaborados pela The University of Sheffield: http://www.worldmapper.org/index.html
Territory size shows the proportion of worldwide Gross Domestic Product measured in US$ equalised for purchasing power parity that was produced there in 1960.


Produto Interno Bruto proporcional a aérea de cada território


Ano 1
Imagem

Ano 1500
Imagem

Ano 1900
Imagem

Ano 1960
Imagem

Ano 1990
Imagem

Ano 2015
Imagem




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Responder