Edu Lopes escreveu:Kratos escreveu:...e não combateu intelectualmente o comunismo universitário.
Esse talvez tenha sido o grande erro.
Eis aí, uma grande verdade.
Mas, o que os militares teriam a oferecer à sociedade em troca da sedução das fantasias marxistas?
O liberalismo? Mas como, se foram os militares, sempre, desde 1889, grandes campeões do estatismo? Não é o atual comandante do Exército quem já declarou que "a Imbel não deve ser privatizada, de forma alguma"? Não é a Petrobrás, em grande medida, filha de 1964 e do presidente Geisel? Não se dizia que a economia dos anos 1970 era quase tão estatizada quanto uma economia do Pacto de Varsóvia?
A democracia? Mas, quem iria acreditar que, desde o Golpe (como diria Saddam, "A Mãe de todos os Golpes") de 1889, alguma vez, os generais (e, provavelmente, os almirantes e os brigadeiros) jamais acreditaram mesmo em democracia? E, que tal, uma "decisão democrática" para reduzir o número de unidades do Exército e impor a profissionalização dos praças e a ocupação de posições de comando dentro da tropa por sargentos? Os generais aceitariam, ou ameaçariam dar um golpe, como ameaçaram, em 1988, quando os congressistas propuseram tirar a menção de "garantia da lei e da ordem" aos militares, que lhes garante a função de "eminência parda" do estado?
Infelizmente, o fato é que nós nunca tivemos um antídoto intelectual contra a falácia do marxismo-leninismo. E os militares, com sua violência e passado golpista, jamais seriam solução para isso.
Antes do atual momento pós-64, o Brasil sempre esteve na corda bamba, se caia para um lado, caia sob o jugo da ditadura brutal do esquerdismo marxista. Se caia para outro, ficava debaixo da ordem de militares retrógrados, anti-democratas e anti-liberais. Se continuava na corda bamba, continuava sob o domínio de politiqueiros caipiras primitivos, coronelísticos e corruptos, tipo Sarney ou Severino Cavalcanti.
Apesar dos pesares, ainda é melhor continuarmos como estamos, atualmente, nas mãos de Inácio da Silva (mesmo com Sarney, e gente do tipo Severino, nos bastidores). Digo isso pois acredito que o efeito didático da nossa atual experiência democrática, iniciada, desde 1985 (embora, concebida intelelectualmente, muito tempo antes, pelo general Geisel) pode, lentamente, ir dissolvendo muitas das piores fantasias autoritárias (de direita ou de esquerda).
Não foi o próprio Inácio da Silva, quem acabou de fazer elogios ao PROER de FHC? Pois então. Muitas das crenças, tão ardentemente acarinhadas pela esquerda, há pouquíssimos anos atrás, foram desmistificadas pela experiência prática de poder. Embora alguns aborígenes como Patrus Ananias, possam ficar, por aí, urrando como lobisomens na lua cheia, contra a privatização da Vale do Rio Doce, o fato é que, em momento algum, nesses anos todos, Inácio da Silva deu a menor indicação de atender aquilo que foi um desejo unânime na esquerda socialista brasileira (e ainda é, entre os bispos da CNBB) a reestatização da companhia.
Da mesma forma como, imagino eu, o marxismo-leninismo perdeu a maior parte de seu atrativo na Europa, não vejo por quê isso não vá acontecer no Brasil, com o lento passar dos anos. Infelizmente, o nosso país é muito lento nessas coisas (alguém aí acha que foi coincidência, termos sido a última nação do Hemisfério Ocidental a abolir a escravidão?) Pois muito bem, um dia, também, vamos abolir a escravidão mental do marxismo-leninismo.
É só os mais jovens esperar (infelizmente, os mais velhos, talvez, já estejam, devidamente, engavetados...).