#22
Mensagem
por Clermont » Qua Jul 09, 2008 7:24 am
DEITA, ROLA, IMPLORA.
Por Fred Reed – 9 de julho de 1008.
Oh, Deus. Não há esperança.
Dia desses, dei uma olhada no website da Lake Chapala Society, um clube social do tipo para expatriados, próximo ao Lago Chapala do México, uma hora ao sul de Guadalajara (onde eu resido). Clicando em “Segurança”, achei uma longa lista de razões pelas quais você nunca, jamais, deve utilizar uma arma de fogo para proteger sua casa e sua família. Não. Veja, você pode errar, ficar assustado ou os intrusos podem tomar sua arma e atirar com ela em você, e eles podem ficar danados da vida e machucarem você, quando tudo que eles queriam era sua televisão. Não, a melhor coisa é deixá-los fazer o que quiser e, talvez, eles não façam nada ruim com você.
Isso foi escrito, supostamente, por um tira aposentado, mesmo se ele (ou talvez, ela, julgando pelo tom) não pareça com qualquer tira que eu já tenha conhecido, e foi uma porção. De qualquer jeito, o conselho dele, ou dela, é “Deixem as armas para as pessoas que são treinados e preparados para utilizá-las.” O que ele afirma ser.
Besteira. Para começar, tiras, normalmente, conhecem pouco sobre armas. Eles tem um pouco de treinamento na academia de polícia, e então, uma ou duas vezes por ano, vão à raia de tiro, disparar um para de carregadores. Realmente, ser bom com uma pistola exige queimar dezenas de milhares de cartuchos numa raia. Tiro de rua, aquilo que os tiras fazem, no improvável evento de que eles tenham de atirar, afinal de contas, exige treinamento do tipo oferecido por IPSC, ou anos atrás, por Jeff Cooper e Chuck Taylor.
Uns poucos tiras aprendem por sua própria conta. Quando ia disparar na raia de tiro da NRA, em Waples Mills Roads, no norte da Virgínia, eu via um ocasional tira dedicado. Mas os departamentos de polícia não se engajam em treinamento, porque custa um bocado, toma um tempão, e, simplesmente, não vale a pena. O tira mediano nunca dispara sua arma na linha de dever. Ela serve, principalmente, como insígnia de autoridade.
O que Smith (vou chamar a ele, ou a ela, desse modo), implica é que ninguém, que não seja um tira, sabe como utilizar uma pistola. Ele precisa aprender mais. Na pequena cidade do Sul na minha infância, todo mundo conhecia armas. Nós a utilizávamos para caça, para atirar em pragas urbanas, e para tiro ao alvo recreativo (plinking). Meu pai deu-me o primeiro fuzil quando eu tinha onze anos, em Athens, Alabama. No segundo-grau, na Virgínia, o primeiro dia da temporada de caça, era feriado escolar, porque os professores sabiam que os garotos iriam estar, todos, nos bosques. Quando eu tinha quinze, meus amigos e eu, íamos, com freqüência, ao lixão de Colonial Beach, para tocaiar ratos.
Mais tarde, eu fui para uma escola de armas federal, em Parris Island, na Carolina do Sul. Você já deve ter ouvido falar nela. E, do mesmo modo, centenas de milhares de outros garotos. A ênfase era em força mortal. Em Camp Lejeune, nós praticávamos fogo-e-manobra com munição real. (E, também, com lança-chamas e lança-rojões de 3,5 pol, embora eu não os recomende para defesa doméstica.) Se Smith fosse examinar o número de homens que passaram pelo Exército ou Fuzileiros Navais, ele descobriria que um número muito grande de pessoas já tiveram treinamento no uso de armas de fogo.
Mas, o que mais me contraria no conselho de Smith, é sua defesa da indefesa passividade. Isto incorpora uma profunda mudança nas atitudes americanas, que, antigamente, favoreciam a auto-confiança. Agora, a confiança é no grupo. Não assuma responsabilidade primordial por sua defesa. Não, isso seria violento, ou assustador, ou machista, e tudo mais. Não, deixe os criminosos fazerem o que quiserem com você, confie na natureza misericordiosa deles, e chame o 190, se você sobreviver.
Isso é, exatamente, o que Smith defende. Se eu fosse criminoso, iria amar este sujeito.
Seu conselho é ruim. Ele diz, corretamente o bastante, que a maioria dos intrusos querem, principalmente, roubar coisas. Pense um pouquinho. Às duas da manhã, você escuta um barulho e acende a luz. Você encontra dois sujeitos com facas. Agora, você pode identificá-los. Eles tem facas. Foco neste ponto. Facas, e você pode identificá-los. Vê onde isto leva?
Se eles o deixarem vivo, você poderá chamar o tiras, imediatamente após eles saírem. Eles sabem disso. Se eles amarrarem você, bem, você estará amarrado na presença de dois criminosos profissionais, com facas. Isso pode dar certo para Smith, mas eu passo. Simplesmente, não é bom. Se eles o deixarem, consciente e amarrado, você poderá gritar pelos vizinhos, tão logo eles saírem. Os vizinhos irão chamar os tiras – e você pode identificar os intrusos.
No mundo real, os criminosos não estão, sempre, interessados apenas na sua televisão. Eles irão aceitar quaisquer benefícios colaterais que se oferecerem. Isto engendra situações fascinantes. Eles descobrem sua filha de dezesseis anos, no quarto dela. “Aí, gatinha, você é uma gracinha. Tira logo esse pijama.” E você vai ter de assistir. Eles podem, ou não, decidir se vão deixar testemunhas.
Se você pensa que estas coisas não acontecem, com regularidade, é porque você nunca foi policial numa cidade grande. Um amigo meu, um tira de Chicago, conta de ter chegado ao cenário de uma invasão. Os intrusos tinham espancado e deixado inconsciente, o homem, e, entre outras coisas que fizeram com ela, arrancaram, à dentadas, os mamilos da mulher. Literalmente.
Eu me lembro de ter ido, certa noite, a um hospital, com um tira da capital federal, para entrevistar uma vítima de estupro, de quinze anos. Ela estava gritando, chorando, engasgando, os médicos tentando sedá-la. Arruinada para o resto da vida. Smith está certo: não possua uma arma de fogo em casa. Ela pode deixá-los danados da vida. Eles só querem a sua TV, estou vendo.
Na Virgínia, para obter uma autorização para porte de arma oculta, você tem de participar de um curso obrigatório de utilização de pistola. Um dos instrutores, quando eu participei, era um agente feminino do FBI. Ela conversou com a classe, alguns dos alunos, sendo mulheres, sobre o estupro. Ela deixou óbvio que, muito poucas mulheres tem a menor chance de defesa, na mão, contra um anormal, talvez armado com faca. Entretando, um pequeno revólver de cão mocho, disparado, talvez, através do bolso, pode, com facilidade, ser manejado por uma mulher pequena. Estudos tem demonstrado que um estuprador que tenha sido baleado, alguma vezes, perde o tesão. E não tem Viagra que dê jeito.
O que é verdadeiro sobre intrusos, é que eles não querem uma troca de tiros. Quando você alimenta com um cartucho, a câmara de uma semi-automática, o som é inconfundível, e significa, apenas uma coisa: alguém está se preparando para lutar. É preciso amar muito uma televisão para enfrentar alguém que você pode ouvir estar planejando matá-lo e que você pode ouvir ter os meios.
Você pode agir como Smith quer – deixe-os fazer isso, o que quer que seja e, então, chame um profissional qualificado. Ou você pode atirar nos filhas da puta. A escolha é sua. Eu não me importo.