Polícia diz que suspeitas de matar Kim Jong-nam foram treinadas para o envenenar
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Diplomata norte-coreano interrogado na Malásia sobre morte de Kim Jung-nam
Ontem às 13:07
As duas mulheres suspeitas de terem envenenado fatalmente o irmão do líder norte-coreano foram treinadas para molharem as mãos com químicos tóxicos, que depois passaram pela cara da vítima, indicou hoje a polícia malaia.
A embaixada da Coreia do Norte na Malásia contestou, porém, a versão da polícia - que anunciou procurar ainda um diplomata norte-coreano implicado no crime - de como Kim Jong-nam foi morto, exigindo a libertação imediata das duas "mulheres inocentes" e afirmando que não há quaisquer hipóteses de as suspeitas terem envenenado o irmão de Kim Jong-un.
Para a delegação norte-coreana, a polícia malaia não encontrou qualquer prova que implique os detidos -- uma mulher indonésia e outra vietnamita e um homem norte-coreano -- nove dias depois do falecimento de Kim Jong-nam.
"Eles (a polícia) deveriam libertar imediatamente as mulheres inocentes do Vietname e da Indonésia, assim como o cidadão da República Popular Democrática da Coreia, Ri Jong Chol, que foram detidos sem motivos", precisa uma nota emitida pela embaixada, citada pela agência Efe.
A embaixada argumentou ainda que a investigação da polícia se baseou em vídeos filmados pelas câmaras do aeroporto de Kuala Lumpur, nos quais uma das mulheres supostamente aplica veneno ao cobrir o rosto da vítima com as suas próprias mãos.
"Como é possível que as suspeitas estejam ainda vivas depois do incidente? Isto quer dizer que o líquido que elas disseram que era para uma partida não é veneno e que há outra causa da morte do falecido", acrescenta o comunicado.
De acordo com a polícia malaia, as duas mulheres sabiam que estavam a manipular um produto tóxico e ambas foram vistas em dois centros comerciais em Kuala Lumpur a praticar a forma como atacar a cara da vítima.
Kim Jong-nam, que viajava com um passaporte diplomático sob o nome de Kim Chol, preparava-se para abandonar a Malásia no passado dia 13 de fevereiro quando foi abordado no aeroporto de Kuala Lumpur pelas duas mulheres.
O meio-irmão do líder norte-coreano ainda pediu ajuda no aeroporto, mas acabou por morrer antes de chegar ao hospital.
O Governo da Coreia do Sul insiste que Kim Jong-nam foi assassinado pelo regime de Pyongyang.
O pedido da embaixada norte-coreana em Kuala Lumpur para a libertação dos detidos aconteceu horas depois de a polícia malaia ter pedido para entrevistar dois norte-coreanos: um diplomata dessa embaixada - o seu segundo secretário - e um funcionário da companhia aérea estatal norte-coreana, Air Koryo, por suspeitas de estarem implicados no crime.
Khalid Abu Bakar, inspetor-geral da Polícia malaia, manifestou aos jornalistas a esperança de que a embaixada coreana "coopere" com as autoridades e permita "entrevistá-los rapidamente", de acordo com a agência Associated Press. "Senão, intimá-los-emos a vir até nós", acrescentou.
A polícia afirma que a substância usada no homicídio permanece desconhecida, mas foi suficientemente forte para matar Kim Jong-nam antes que chegasse ao hospital.
Khalid indicou que as mulheres sabiam que estavam a lidar com material venenoso e que "foram avisadas para tomar precauções". As imagens de vídeo dão conta que mantiveram as mãos afastadas do corpo depois do ataque e que foram lavá-las logo em seguida, acrescentou.
"Temos fortes indicações de que se trata de uma coisa planeada e de que elas foram treinadas", disse Khalid Abu Bakar aos jornalistas.
O mesmo responsável escusou-se a confirmar haver suspeitas de que o Governo norte-coreano possa estar por detrás do homicídio, mas acrescentou que "é claro que os envolvidos são norte-coreanos".
As autoridades malaias, que não identificaram formalmente a vítima nem adiantaram explicações sobre as causas da morte de Kim Jong-nam, tinham previsto revelar hoje o resultado da autópsia ao cadáver do irmão de Kim Jong-un.
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