Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14716 Mensagem por Penguin » Dom Mar 12, 2017 10:50 am

Paisano escreveu:
Luís Henrique escreveu:EUA, Israel, Inglaterra, Austrália, Coreia do Sul e todos os países citados NÃO incluem o pagamento de INATIVOS no orçamento da defesa.
Incluir inativos no orçamento de defesa é uma estratégia para inflar o mesmo.

E o público alvo dessa estratégia é externo e não interno.

É uma informação para desinformar.
Os próprios militares tem rejeitado sistematicamente a transferência do sistema de previdência militar para fora do MD. Continua onde sempre esteve por pressão dos próprios militares.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14717 Mensagem por Paisano » Dom Mar 12, 2017 11:02 am

Penguin escreveu:
Paisano escreveu: Incluir inativos no orçamento de defesa é uma estratégia para inflar o mesmo.

E o público alvo dessa estratégia é externo e não interno.

É uma informação para desinformar.
Os próprios militares tem rejeitado sistematicamente a transferência do sistema de previdência militar para fora do MD. Continua onde sempre esteve por pressão dos próprios militares.
Se nesse momento o Brasil resolvesse extinguir as FAAs, os gastos com salários e inativos permaneceriam.

Salários e pensões são custos fixos em qualquer FAA dos mundo.

Mistura-los com o orçamento em si é apenas para inflar este sem, contudo, aumentar gastos e investimentos na função final.

É uma armadilha contábil que funciona para desviar a atenção.

Enquanto se perde tempo debatendo esse tipo de coisa, não se discute o que interessa, no caso, o real orçamento para defesa no Brasil.

Resumindo: Retire os salários e pensões e se terá o verdadeiro orçamento com defesa no Brasil. E esse é o que deve ser comparado com os dos demais países.

O resto é perfumaria.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14718 Mensagem por EduClau » Dom Mar 12, 2017 11:16 am

Apesar de um pouco fora do tópico, mas já que está dentro do que os colegas vêm postando e para comparação, achei interessante essa calculadora do DoD dos EEUU:

http://militarypay.defense.gov/Calculat ... alculator/

Complementando, os postos das forças estadunidenses:

http://www.militaryfactory.com/ranks/

Outro país, sueldos dos militares argentinos:

http://convenioscolectivo.com.ar/escala ... l-militar/


sds.




Editado pela última vez por EduClau em Dom Mar 12, 2017 12:48 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14719 Mensagem por P44 » Dom Mar 12, 2017 12:47 pm

Paisano escreveu:
Penguin escreveu: Os próprios militares tem rejeitado sistematicamente a transferência do sistema de previdência militar para fora do MD. Continua onde sempre esteve por pressão dos próprios militares.
Se nesse momento o Brasil resolvesse extinguir as FAAs, os gastos com salários e inativos permaneceriam.

Salários e pensões são custos fixos em qualquer FAA dos mundo.

Mistura-los com o orçamento em si é apenas para inflar este sem, contudo, aumentar gastos e investimentos na função final.

É uma armadilha contábil que funciona para desviar a atenção.

Enquanto se perde tempo debatendo esse tipo de coisa, não se discute o que interessa, no caso, o real orçamento para defesa no Brasil.

Resumindo: Retire os salários e pensões e se terá o verdadeiro orçamento com defesa no Brasil. E esse é o que deve ser comparado com os dos demais países.

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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14720 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Mar 12, 2017 1:07 pm

Paisano escreveu:Se nesse momento o Brasil resolvesse extinguir as FAAs, os gastos com salários e inativos permaneceriam.
Sim, mas iriram reduzir gradativamente a medida que os aposentados fossem morrendo.
Paisano escreveu:Salários e pensões são custos fixos em qualquer FAA dos mundo.
E em qualquer país do mundo preocupado com o futuro das finanças, há reduções de efetivos.
Paisano escreveu:Mistura-los com o orçamento em si é apenas para inflar este sem, contudo, aumentar gastos e investimentos na função final.
Misturá-los faz com que a sociedade tenha uma ideia real de quanto se gasta com defesa, soldado não é de graça e também se aposenta.

A forma como isso é gasto é uma discussão a parte do quanto se gasta, e o MD faz o trabalho de dividir entre ativos, inativos, custeio e investimento.
Paisano escreveu:Resumindo: Retire os salários e pensões e se terá o verdadeiro orçamento com defesa no Brasil. E esse é o que deve ser comparado com os dos demais países.
Sobra muito pouco, realmente, mas em grande parte é porque outros países não gastam tanto com salários e pensões, não existe mágica e dinheiro não cai do céu, de uma forma ou de outra os salários precisam ser pagos, se colocar mais dinheiro no MD vai ter que tirar do Ministério da Saúde, Educação, etc.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14721 Mensagem por Penguin » Dom Mar 12, 2017 3:44 pm

Paisano escreveu:
Penguin escreveu: Os próprios militares tem rejeitado sistematicamente a transferência do sistema de previdência militar para fora do MD. Continua onde sempre esteve por pressão dos próprios militares.
Se nesse momento o Brasil resolvesse extinguir as FAAs, os gastos com salários e inativos permaneceriam.

Salários e pensões são custos fixos em qualquer FAA dos mundo.

Mistura-los com o orçamento em si é apenas para inflar este sem, contudo, aumentar gastos e investimentos na função final.

É uma armadilha contábil que funciona para desviar a atenção.

Enquanto se perde tempo debatendo esse tipo de coisa, não se discute o que interessa, no caso, o real orçamento para defesa no Brasil.

Resumindo: Retire os salários e pensões e se terá o verdadeiro orçamento com defesa no Brasil. E esse é o que deve ser comparado com os dos demais países.

O resto é perfumaria.
Esse é na realidade o cerne da questão.

Simplificadamente de um lado há os gastos com investimentos (I) e custeio (C).
Do outro lado há os gastos em salários do pessoal da ativa (S) e as pensões dos inativos (P).
O gasto total em defesa é I+C+S+P.
Se (S+P) é muito em relação a (I+C+S+P), sempre sobrará pouco para I e C.

O orçamento de defesa total dos EUA, FY2017 é o seguinte: US$ 773,5bi incluindo salários e pensões.

Desse total, estão alocados no Departamento de Defesa (DoD) US$523,9bi (esse é o valor comumente citado, mas não é valor completo).

A diferença entre ambos está espalhado por diversos outros departamentos e orgãos fora do DoD: Department of Veterans Affairs (DVA), DoS, Homeland Security, FBI and Cybersecurity no Department of Justice e o National Nuclear Security Administration no Department of Energy.

O Department of Veterans Affairs (DVA), onde as pensões dos militares estão alocadas, possui um orçamento de US$75,1 billion ou seja, menos de 10% do orçamento total de defesa dos EUA.

O gasto com pessoal da ativa gira em torno de US$140bi, ou seja, 18% de US$773bi.

Nos EUA, eles comprometem 28% [10% (inativos) + 18% (ativos)] do orçamento de defesa total (I+C+S+P).
No Brasil, segundo estimativas feitas aqui no DB, comprometemos 74% [47% (inativos) + 27% (ativos)] do orçamento de defesa total (I+C+S+P).


Com esse percentuais de folha e pensões em relação ao orçamento, nosso orçamento de defesa nunca fará sentido. Independente de onde estejam alocadas as pensões (no MD ou no INSS ou em um novo Ministério análogo ao DVA americano).

https://www.thebalance.com/u-s-military ... th-3306320

As soluções possíveis seriam:
Aumentar I e C mais do que S e P (inviável)
Aumentar I e C e manter S e P congelado (inviável)
Aumentar I e C e diminuir S e P (possível)
Dentre outras possibilidades.
Mas o que tem ocorrido é diminuir I e C e aumentar S e P.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14722 Mensagem por Luís Henrique » Dom Mar 12, 2017 4:40 pm

Penguin escreveu:
Luís Henrique escreveu:
O Juarez falou parte do problema.
O MAIOR problema que eu já venho falando há anos eh o pagamento de INATIVOS.

EUA, Israel, Inglaterra, Austrália, Coreia do Sul e todos os países citados NÃO incluem o pagamento de INATIVOS no orçamento da defesa.

Em 2015 orçamento total de R$ 82 bi.
Pagamento de INATIVOS de R$ 38,5 bi.
47% do orçamento total.

Enquanto nos outros países o orçamento eh para pagamento de ATIVOS, em torno de 25% do total e sobra 75% para custeio e AQUISIÇÕES.

O pagamento de ATIVOS nas nossas forças nem está tão fora. Foram 22,5 bi, cerca de 27% do total.
O problema GRAVÍSSIMO eh que o pagamento de INATIVOS faz parte do orçamento e fica com praticamente METADE do total.

Se NÓS que somos mais informados acreditamos que o orçamento já eh grande, imagina os políticos e a sociedade leiga.
Por isso eu defendo RETIRAR o pagamento de INATIVOS do orçamento da defesa e passar para a PREVIDÊNCIA

Este seria o ato isolado que causaria a maior REVOLUÇÃO nas nossas forças armadas.

Todos veriam que investimos MUITO MENOS que a Coreia, que Israel, etc.
E o passo seguinte seria convencer os políticos a irem aumentando o orçamento até níveis equivalentes aos países Sérios.
---------------------------------------------

O orçamento de defesa total dos EUA, FY2017 é o seguinte: US$ 773,5bi
Desse total, estão alocados no Departamento de Defesa (DoD) US$523,9bi (esse é o valor comumente citado, mas não é valor completo).
A diferença entre ambos está espalhado por diversos outros departamentos e orgãos fora do DoD: Department of Veterans Affairs (DVA), DoS, Homeland Security, FBI and Cybersecurity no Department of Justice e o National Nuclear Security Administration no Department of Energy.

O Department of Veterans Affairs (DVA), onde as pensões dos militares estão alocadas, possui um orçamento de US$75,1 billion ou seja, menos de 10% do orçamento total de defesa dos EUA.

O gasto com pessoal da ativa gira em torno de US$140bi, ou seja, 18% de US$773bi.

Lá em riba, eles comprometem 28% [10% (inativos) + 18% (ativos)] do orçamento de defesa total.
Aqui, segundo suas contas, comprometemos 74% [47% (inativos) + 27% (ativos)] do orçamento de defesa total.

Com esse percentuais de folha e pensões em relação ao orçamento, nosso orçamento de defesa nunca fará sentido. Independente de onde estejam alocadas as pensões (no MD ou no INSS ou em um novo Ministério análogo ao DVA americano).

https://www.thebalance.com/u-s-military ... th-3306320
O ORÇAMENTO DEFESA dos EUA é citado como sendo de aprox. U$ 600 bi na maioria dos gráficos COMPARATIVOS, inclusive no SIPRI.
E em todos eles NÃO INCLUI pagamento de inativos.
Neste gráfico colocado pelo Tikuna da IISS, eles incluem o gasto em AJUDA MILITAR EXTERNA (foreign military assistance).

Como chegaram nos U$ 604 bi ??


São aprox. U$ 534 bi de orçamento BASE]
+ aprox. U$ 50 bi de orçamento OCO (Overseas Contingency Operations)
TOTALIZANDO orçamento de cerca de U$ 584 bi.
+ US FOREIGN MILITARY ASSISTANCE, em 2016 foi de aprox. U$ 19 bi.
Total U$ 603 bi.

Sobre o valor gasto no Department of Veterans Affairs, ele NÃO É INCLUÍDO no orçamento de defesa em NENHUM gráfico comparativo.
E o valor não é de apenas U$ 75,1 bi, esse é o gasto DISCRICIONÁRIO.
O total é de U$ 180 bi, sendo U$ 78,7 bi de Orçamento Discricionário + U$ 102,5 bi em FINANCIAMENTOS MANDATÓRIOS.

Aqui o Orçamento da Defesa e a explicação do Orçamento Base + Orçamento OCO:
http://dcmo.defense.gov/Portals/47/Docu ... Budget.pdf

Aqui Orçamento do Department of Veterans Affairs (Inativos) de U$ 180 bi, sendo U$ 78,7 bi Discretionary + U$ 102,5 bi Mandatory:
https://www.va.gov/budget/docs/summary/ ... tSheet.pdf


Sobre sua última frase:
Com esse percentuais de folha e pensões em relação ao orçamento, nosso orçamento de defesa nunca fará sentido. Independente de onde estejam alocadas as pensões (no MD ou no INSS ou em um novo Ministério análogo ao DVA americano).
DISCORDO completamente.
É justamente ESTA TECLA que eu venho batendo há anos, e parece que ninguém compreende e ninguém me apoia nisso.

Para mim a diferença entre sucesso e fracasso está justamente ai.

Se para nós que somos bem informados sobre o tema, o orçamento gera dúvidas, imagina para os leigos...
Como convencer a sociedade e em especial os políticos a MELHORAREM o orçamento, se o orçamento já parece ser demasiado alto???




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14723 Mensagem por Luís Henrique » Dom Mar 12, 2017 4:46 pm

Tikuna escreveu:O Bolsonaro ganha salário de inativo né?
Pela lei, se você é professor público e se candidata à um cargo eletivo.
Após eleito, você deixa o cargo público concursado e assume o cargo eletivo.
Após 4 anos de mandato se você NÃO for reeleito, você pode RETORNAR ao cargo de professor concursado e seguir sua carreira.

Ao militar isto NÃO é permitido.
Ou seja, caso seja eleito, você NÃO poderá retornar à sua função militar caso após 4 anos não consiga ser reeleito. Portanto corre um risco de após 4 anos, ficar sem emprego.
Portanto a lei EXIGE que o militar APOSENTE. Caso o militar tenha 30 anos de serviço, será aposentado com salário INTEGRAL, caso não tenha cumprido os 30 anos, a aposentadoria será PARCIAL.

É o caso do Bolsonaro, que recebe em torno de R$ 6 mil reais. Apenas PARTE do salário integral de um Capitão do Exército.
Vale lembrar que se ele tivesse continuado a carreira militar, HOJE estaria muito provavelmente no generalato.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14724 Mensagem por Luís Henrique » Dom Mar 12, 2017 4:52 pm

Paisano escreveu:
Luís Henrique escreveu:EUA, Israel, Inglaterra, Austrália, Coreia do Sul e todos os países citados NÃO incluem o pagamento de INATIVOS no orçamento da defesa.
Incluir inativos no orçamento de defesa é uma estratégia para inflar o mesmo.

E o público alvo dessa estratégia é externo e não interno.

É uma informação para desinformar.

Nunca ouvi falar disso. Para mim parece uma atitude de auto-proteção contra o poder político.
Já que os militares entregaram o poder para os civis com o fim do regime militar, e provavelmente preferiram cuidar de suas próprias aposentadorias.

Mas se é mesmo uma estratégia é a mais burra que conheço.

Um inimigo externo em potencial FACILMENTE se informa sobre nosso real poder militar...

após descobrir que possuímos QUASE ZERO de capacidade A2/AD
que nosso principal caça de combate é o F-5 e em quantidades pífias;
que nosso principal carro de combate é o LEO 1 e em quantidades pequenas;
que nossos principais navios escolta são fragatas Niteroi
Eles terão uma crise de riso, não improta se o Orçamento for o real de U$ 12 bi ou o retardado de U$ 24 bi.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14725 Mensagem por Luís Henrique » Dom Mar 12, 2017 4:55 pm

Penguin escreveu:
Paisano escreveu: Incluir inativos no orçamento de defesa é uma estratégia para inflar o mesmo.

E o público alvo dessa estratégia é externo e não interno.

É uma informação para desinformar.
Os próprios militares tem rejeitado sistematicamente a transferência do sistema de previdência militar para fora do MD. Continua onde sempre esteve por pressão dos próprios militares.

Medo de perderem direitos.
Estão certíssimos.

Mas nada que não possa ser NEGOCIADO de forma séria.

Chega-se à um ponto de encontro, entre as necessidades dos militares e as necessidades do país, e realizam a REFORMA.
Porém os DOIS lados deveriam incluir na reforma como PRIORIDADE a moção dos gastos de inativos para a PREVIDÊNCIA SOCIAL.

TODOS teriam a ganhar com isso.
Os militares teriam NÚMEROS COMPARATIVOS para JUSTIFICAR aumentos no orçamento.
Aliás, MUITOS AUMENTOS.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14726 Mensagem por Luís Henrique » Dom Mar 12, 2017 5:00 pm

Paisano escreveu:
Penguin escreveu: Os próprios militares tem rejeitado sistematicamente a transferência do sistema de previdência militar para fora do MD. Continua onde sempre esteve por pressão dos próprios militares.
Se nesse momento o Brasil resolvesse extinguir as FAAs, os gastos com salários e inativos permaneceriam.

Salários e pensões são custos fixos em qualquer FAA dos mundo.

Mistura-los com o orçamento em si é apenas para inflar este sem, contudo, aumentar gastos e investimentos na função final.

É uma armadilha contábil que funciona para desviar a atenção.

Enquanto se perde tempo debatendo esse tipo de coisa, não se discute o que interessa, no caso, o real orçamento para defesa no Brasil.

Resumindo: Retire os salários e pensões e se terá o verdadeiro orçamento com defesa no Brasil. E esse é o que deve ser comparado com os dos demais países.

O resto é perfumaria.
Gasto com ATIVOS devem fazer parte do orçamento.
Afinal, como disse o Marechal, soldados também custam.

Já o gasto com INATIVOS é uma aberração fazer parte do orçamento.

Um 'APOSENTADO' é uma pessoa que trabalhou por MUITOS anos e CONTRIBUIU para a previdência, no final recebe uma aposentadoria digna.
Não é um gasto em defesa.
Apesar da desculpa esfarrapada que o militar não aposenta e que em caso de conflito ele pode ser convocado.
QUALQUER brasileiro pode ser convocado em caso de conflito.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14727 Mensagem por Luís Henrique » Dom Mar 12, 2017 5:08 pm

Marechal-do-ar escreveu:
Paisano escreveu:Se nesse momento o Brasil resolvesse extinguir as FAAs, os gastos com salários e inativos permaneceriam.
Sim, mas iriram reduzir gradativamente a medida que os aposentados fossem morrendo.
Paisano escreveu:Salários e pensões são custos fixos em qualquer FAA dos mundo.
E em qualquer país do mundo preocupado com o futuro das finanças, há reduções de efetivos.
Paisano escreveu:Mistura-los com o orçamento em si é apenas para inflar este sem, contudo, aumentar gastos e investimentos na função final.
Misturá-los faz com que a sociedade tenha uma ideia real de quanto se gasta com defesa, soldado não é de graça e também se aposenta.

A forma como isso é gasto é uma discussão a parte do quanto se gasta, e o MD faz o trabalho de dividir entre ativos, inativos, custeio e investimento.
Paisano escreveu:Resumindo: Retire os salários e pensões e se terá o verdadeiro orçamento com defesa no Brasil. E esse é o que deve ser comparado com os dos demais países.
Sobra muito pouco, realmente, mas em grande parte é porque outros países não gastam tanto com salários e pensões, não existe mágica e dinheiro não cai do céu, de uma forma ou de outra os salários precisam ser pagos, se colocar mais dinheiro no MD vai ter que tirar do Ministério da Saúde, Educação, etc.

Marechal, concordo plenamente que o gasto com PESSOAL DA ATIVA deve constar no orçamento.
Afinal tem toda razão quando diz que soldados CUSTAM.

Mas sobre os INATIVOS discordo totalmente.

Quando analisamos o quanto o Brasil investe em EDUCAÇÃO, ninguém em sã consciência inclui os professores, coordenadores, diretores, cozinheiros da merenda, faxineiras, inspetoras, etc QUE JÁ APOSENTARAM no orçamento da educação, ou nos gastos com educação no Brasil.

Da mesma forma os médicos e enfermeiros APOSENTADOS não estão vinculados ao orçamento da SAÚDE.

APOSENTADO É APOSENTADO.
É uma pessoa que está INATIVA. Normalmente possui idade avançada e teria dificuldades de continuar trabalhando.
Vai para o DESCANSO remunerado. Para isso, CONTRIBUI durante anos e anos em atividade.
Uma pessoa APOSENTADA deveria ser contabilizada na PREVIDÊNCIA SOCIAL.
Não importa se quando na ativa era militar, médico ou professor.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14728 Mensagem por Luís Henrique » Dom Mar 12, 2017 5:34 pm

Senhores,

O debate está bom.
O ponto que quero chegar é:

Como convencer os políticos a aumentar o orçamento de defesa, se este já é de R$ 93 bi ?????


Vejam os orçamentos de 2015:

SAÚDE R$ 109,2 bi
EDUCAÇÃO R$ 101,3 bi
DEFESA R$ 82 bi

Nos gráficos aparecemos entre as maiores potências militares.
Nos gráficos aparece que o Brasil investe 1,3% do PIB em defesa.
Nos gráficos a MÉDIA mundial é superior a 2,0% do PIB em defesa.

Para REALMENTE termos 1,3% do PIB investido em defesa, já que pagamos R$ 38,5 bi com INATIVOS NO ORÇAMENTO DA DEFESA, precisaríamos de um orçamento de R$ 120,5 bi

Caso a Dilma tivesse aprovado este orçamento para 2015, o que os senhores acham que aconteceria???

Em TODAS as mídias colocariam gráficos mostrando que a Dilma está investindo MAIS em defesa do que na Educação e na Saúde.
Isto seria aprovado pela sociedade???
Algum político preocupado com votos se sujeitaria à esta atitude???


Agora, vejam onde eu quero chegar:

Exclua o pagamento de inativos do orçamento e passe para a previdência social.
Automaticamente o orçamento da Defesa cairia de R$ 82 bi para R$ 43,5 bi.

Os militares teriam uma MARGEM DE MANOBRA muito maior para reivindicar um melhor orçamento.

O Brasil desapareceria dos gráficos de maiores potências militares.
A porcentagem do PIB investido em defesa sairia dos atuais 1,3% e passaria para 0,7%.
O orçamento da defesa quando comparado com SAÚDE e EDUCAÇÃO estaria MUITO DISTANTE.

Um presidente poderia aumentar o orçamento em defesa na CASA DOS 2 DÍGITOS durante todos os 4 anos de mandato e teria pouca ou nenhuma revolta da sociedade.

Imaginem 20% de aumento POR ANO.
Após 4 anos o orçamento saltaria de R$ 43,5 bi para R$ 90 bi.
Seria um incremento maravilhoso, mas ainda estaria longe do orçamento da saúde e da educação.
No período de 4 anos as pastas de saúde e educação também teriam algum aumento.
A sociedade 'ACEITARIA' e nossos militares teriam MUITO MAIS DINHEIRO para adquirir equipamentos novos e modernos.

O IDEAL seria um presidente preocupado com o tema e que faça uma 'MANOBRA'.
A 'manobra' seria Retirar o pagamento de inativos do orçamento da defesa e MANTER o mesmo orçamento.
Ou seja, continua com os R$ 82 bi.
Para a população poderia passar despercebido.
Para as forças armadas seriam R$ 38,5 bi A MAIS para aquisições e custeio.

O mais fácil de se executar seria o PRIMEIRO caso.
Onde em um primeiro momento o orçamento seria ENCOLHIDO. (na verdade continuaria o mesmo).
Mas em um segundo momento o orçamento seria AUMENTADO a taxas BEM MAIS ALTAS do que as habituais.


Do jeito que esta, com os INATIVOS fazendo parte do orçamento, DIFICILMENTE um político vai melhorar o orçamento militar muito além da inflação.
ESTE é o verdadeiro problema.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14729 Mensagem por Penguin » Dom Mar 12, 2017 5:47 pm

Luís Henrique escreveu:
Penguin escreveu: ---------------------------------------------

O orçamento de defesa total dos EUA, FY2017 é o seguinte: US$ 773,5bi
Desse total, estão alocados no Departamento de Defesa (DoD) US$523,9bi (esse é o valor comumente citado, mas não é valor completo).
A diferença entre ambos está espalhado por diversos outros departamentos e orgãos fora do DoD: Department of Veterans Affairs (DVA), DoS, Homeland Security, FBI and Cybersecurity no Department of Justice e o National Nuclear Security Administration no Department of Energy.

O Department of Veterans Affairs (DVA), onde as pensões dos militares estão alocadas, possui um orçamento de US$75,1 billion ou seja, menos de 10% do orçamento total de defesa dos EUA.

O gasto com pessoal da ativa gira em torno de US$140bi, ou seja, 18% de US$773bi.

Lá em riba, eles comprometem 28% [10% (inativos) + 18% (ativos)] do orçamento de defesa total.
Aqui, segundo suas contas, comprometemos 74% [47% (inativos) + 27% (ativos)] do orçamento de defesa total.

Com esse percentuais de folha e pensões em relação ao orçamento, nosso orçamento de defesa nunca fará sentido. Independente de onde estejam alocadas as pensões (no MD ou no INSS ou em um novo Ministério análogo ao DVA americano).

https://www.thebalance.com/u-s-military ... th-3306320
O ORÇAMENTO DEFESA dos EUA é citado como sendo de aprox. U$ 600 bi na maioria dos gráficos COMPARATIVOS, inclusive no SIPRI.
E em todos eles NÃO INCLUI pagamento de inativos.
Neste gráfico colocado pelo Tikuna da IISS, eles incluem o gasto em AJUDA MILITAR EXTERNA (foreign military assistance).

Como chegaram nos U$ 604 bi ??


São aprox. U$ 534 bi de orçamento BASE]
+ aprox. U$ 50 bi de orçamento OCO (Overseas Contingency Operations)
TOTALIZANDO orçamento de cerca de U$ 584 bi.
+ US FOREIGN MILITARY ASSISTANCE, em 2016 foi de aprox. U$ 19 bi.
Total U$ 603 bi.

Sobre o valor gasto no Department of Veterans Affairs, ele NÃO É INCLUÍDO no orçamento de defesa em NENHUM gráfico comparativo.
E o valor não é de apenas U$ 75,1 bi, esse é o gasto DISCRICIONÁRIO.
O total é de U$ 180 bi, sendo U$ 78,7 bi de Orçamento Discricionário + U$ 102,5 bi em FINANCIAMENTOS MANDATÓRIOS.

Aqui o Orçamento da Defesa e a explicação do Orçamento Base + Orçamento OCO:
http://dcmo.defense.gov/Portals/47/Docu ... Budget.pdf

Aqui Orçamento do Department of Veterans Affairs (Inativos) de U$ 180 bi, sendo U$ 78,7 bi Discretionary + U$ 102,5 bi Mandatory:
https://www.va.gov/budget/docs/summary/ ... tSheet.pdf


Sobre sua última frase:
Com esse percentuais de folha e pensões em relação ao orçamento, nosso orçamento de defesa nunca fará sentido. Independente de onde estejam alocadas as pensões (no MD ou no INSS ou em um novo Ministério análogo ao DVA americano).
DISCORDO completamente.
É justamente ESTA TECLA que eu venho batendo há anos, e parece que ninguém compreende e ninguém me apoia nisso.

Para mim a diferença entre sucesso e fracasso está justamente ai.

Se para nós que somos bem informados sobre o tema, o orçamento gera dúvidas, imagina para os leigos...
Como convencer a sociedade e em especial os políticos a MELHORAREM o orçamento, se o orçamento já parece ser demasiado alto???
Luis,
Seu raciocínio tem um erro de origem.

No orçamento do DoD está sim incluído pensões para os inativos.
Fonte:

O próprio documento que postastes, ver Figure 6-2. Military Pay and Benefits Summary na página 6-4: http://dcmo.defense.gov/Portals/47/Docu ... Budget.pdf

http://i850.photobucket.com/albums/ab69/wsmdal/Captura%20de%20Tela%202017-03-12%20as%2017.55.36_zpslvgdbour.png

E o seguinte documento do Congresso (Military Retirement: Background and Recent Developments) : https://fas.org/sgp/crs/misc/RL34751.pdf
Nesse documento é citado que o custo total com aposentadorias pagas pelo DoD foi de $56.49 billion para 2.308.073 de inativos.



Já o Department of Veterans Affairs (DVA), dentre as muitas funções sociais que exerce, o DVA complementa as pensões para os veteranos de baixa renda. Também possui uma série de programas para veteranos, incluindo o maior plano de saúde dos EUA que beneficia 9 milhões de pessoas e custa US$65bi/ano.

Com relação às pensões pagas pelo DVA (http://www.benefits.va.gov/pension/index.asp):

VA offers two broad categories of Pension benefit programs:
Veterans Pension: Tax-free monetary benefit payable to low-income wartime Veterans.
Survivors Pension: Tax-free monetary benefit payable to a low-income, un-remarried surviving spouse and/or unmarried child(ren) of a deceased Veteran with wartime service.


Para esse ano, o DVA pediu US$103,9 bi para (https://www.va.gov/budget/docs/summary/ ... nBrief.pdf):
mandatory funding for Veterans benefits programs (Compensation and Pensions, Readjustment Benefits, and Veterans Insurance and Indemnities accounts).

Resumidamente e aproximadamente:

(56,49bi do DoD + 103,9bi* do DVA) / 780bi** = 0,2 ou 20%

*: Não inclui só pensões
**: US$600bi + US$180bi (do DVA)

Isso é menos da metade dos 47% no Brasil.

Refazendo o comparativo:

Os EUA comprometem 38% [20% (inativos) + 18% (ativos)] do orçamento de defesa total com ativos e inativos
No Brasil comprometemos 74% [47% (inativos) + 27% (ativos)] do orçamento de defesa total com ativos e inativos.

Lá restam 62% para custeio e investimentos e aqui meros 26%. Esse é o nosso desequilíbrio !




Editado pela última vez por Penguin em Dom Mar 12, 2017 6:12 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14730 Mensagem por Penguin » Dom Mar 12, 2017 6:07 pm

Luís Henrique escreveu:
Penguin escreveu: Os próprios militares tem rejeitado sistematicamente a transferência do sistema de previdência militar para fora do MD. Continua onde sempre esteve por pressão dos próprios militares.

Medo de perderem direitos.
Estão certíssimos.

Mas nada que não possa ser NEGOCIADO de forma séria.

Chega-se à um ponto de encontro, entre as necessidades dos militares e as necessidades do país, e realizam a REFORMA.
Porém os DOIS lados deveriam incluir na reforma como PRIORIDADE a moção dos gastos de inativos para a PREVIDÊNCIA SOCIAL.

TODOS teriam a ganhar com isso.
Os militares teriam NÚMEROS COMPARATIVOS para JUSTIFICAR aumentos no orçamento.
Aliás, MUITOS AUMENTOS.
Luis,

O Banco Mundial e o SIPRI definem claramente o que é gasto militar.
Eles tb deixam claro que é muito difícil obter os valores que atendam à definição e fazem uma série de considerações (ver abaixo).
3. Definition of military expenditure

Although the lack of sufficiently detailed data makes it difficult to apply a common definition of military expenditure on a worldwide basis, SIPRI has adopted a definition as a guideline. Where possible, SIPRI military expenditure data include all current and capital expenditure on:

(a) the armed forces, including peacekeeping forces;

(b) defence ministries and other government agencies engaged in defence projects;

(c) paramilitary forces, when judged to be trained and equipped for military operations; and

(d) military space activities.

This should include expenditure on:

i. personnel, including:

a. salaries of military and civil personnel;

b. retirement pensions of military personnel, and;

c. social services for personnel;


ii. operations and maintenance;

iii. procurement;

iv. military research and development;

v. military infrastructure spending, including military bases. and;

vi. military aid (in the military expenditure of the donor country).

Civil defence and current expenditures on previous military activities, such as veterans' benefits, demobilization, conversion and weapon destruction are excluded.

In practice it is not possible to apply this definition for all countries, and in many cases SIPRI is confined to using the national data provided. Priority is then given to the choice of a uniform definition over time for each country in order to achieve consistency over time, rather than to adjusting the figures for single years according to a common definition. In the light of these difficulties, military expenditure data is most appropriately used for comparisons over time, and may be less suitable for close comparison between individual countries. Reference should always be made, when comparing data for different countries, to the footnotes and special notes attached to the data for these countries, which indicate deviations from the SIPRI definition, where these are known.
https://www.sipri.org/databases/milex/s ... xpenditure




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Carlo M. Cipolla
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