Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Wingate
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14356 Mensagem por Wingate » Qui Jan 05, 2017 11:39 am

Pessoal, para que se preocupar?

Não estamos em guerra, todo mundo nos quer bem, somos um país tropical abençoado (?) por Deus e bonito por natureza.

Não precisamos de uma marinha de guerra.

E, quanto à mercante, tem muita gente no mundo que pode fazer pela gente.

Repito, para que se preocupar?

Wingate :(





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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14357 Mensagem por Lord Nauta » Qui Jan 05, 2017 12:12 pm

Wingate escreveu:Pessoal, para que se preocupar?

Não estamos em guerra, todo mundo nos quer bem, somos um país tropical abençoado (?) por Deus e bonito por natureza.

Não precisamos de uma marinha de guerra.

E, quanto à mercante, tem muita gente no mundo que pode fazer pela gente.

Repito, para que se preocupar?

Wingate :(



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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14358 Mensagem por LeandroGCard » Qui Jan 05, 2017 1:12 pm

JL escreveu:Quer saber põem a CV 3 na geladeira ou no banho maria, porque na prática ela vai ficar é de banho maria mesmo, vai levar 25 anos para fazer quatro navios e compra de prateleira na Coréia do Sul a fragata deles, primeira foto.
Única exigência entrega super rápida
Isso não seria uma solução para os problemas da MB e nem do país em geral, mas apenas a consolidação definitiva da causa-raiz do problema e sua transferência para daqui a duas décadas (algo que já vem acontecendo há mais de 100 anos :roll: ).


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14359 Mensagem por J.Ricardo » Qui Jan 05, 2017 4:47 pm

Pra mim a CV-3 começou errada, deveriam partir do casco das Niterois e não da Barroso...




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14360 Mensagem por Lord Nauta » Qui Jan 05, 2017 5:54 pm

J.Ricardo escreveu:Pra mim a CV-3 começou errada, deveriam partir do casco das Niterois e não da Barroso...


BINGO! [009]

Navios muito bons. :)


Sds




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14361 Mensagem por FABIO » Qui Jan 05, 2017 6:00 pm

As Niteroi são bons navios sem duvida? vou ligar por Trump mandar 4 Arleight Burker pra nós :mrgreen: [003] [003]




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14362 Mensagem por JL » Qui Jan 05, 2017 6:50 pm

LeandroGCard escreveu:
JL escreveu:Quer saber põem a CV 3 na geladeira ou no banho maria, porque na prática ela vai ficar é de banho maria mesmo, vai levar 25 anos para fazer quatro navios e compra de prateleira na Coréia do Sul a fragata deles, primeira foto.
Única exigência entrega super rápida
Isso não seria uma solução para os problemas da MB e nem do país em geral, mas apenas a consolidação definitiva da causa-raiz do problema e sua transferência para daqui a duas décadas (algo que já vem acontecendo há mais de 100 anos :roll: ).


Leandro G. Card

É isso mesmo, ao meu ver esta história destas corvetas que na prática são na verdade pequenas fragatas é que se trata de mais um programa que vai demorar no mínimo 1/4 de século, isto se tudo der certo e enquanto isso a Marinha corre risco de deixar de existir como força de combate de superfície.

Talvez com ajuda do Todo Poderoso, daqui há duas décadas a condição seja mais favorável para tentarmos um programa com a colaboração internacional, pois sem ela somos órfãos.

Agora se com isto não vai ter emprego para uma monte de gente, não me refiro ao peões e sim para aqueles que são da engenharia ou oficiais paciência, ao meu ver não adianta gastar dinheiro com esse pessoal, que quando o programa acabar vai esta todo aposentado e provavelmente não terá continuidade como os outros. Pois quantos restam do pessoal dos programas passados.

Neste ponto, a marinha fez a sua escolha, o programa de submarinos certo, é lá neste programa que esta tendo o pessoal especializado, então basicamente para as escoltas eu simplesmente coloco aqui vamos comprar de prateleira navios novos e vamos querer eles rápido, não precisa nem especificar para nossos padrões o que queremos é para já, estamos indefesos.

Imagine se a coisa complica no planeta para os próximos anos, nós não temos navios e nem caças. Esta tudo esperando.

E Leandro quanto tempo levou o programa das Inhaúma, quanto tempo levaram para concluir a Barroso. Passaram o ano passado inteiro falando de CV 3, para cá e para lá. Um navio que falando sério não é nada demais em termos globais. É muita masturbação e pouca ação. Como já disse isso alimenta muito gabinete.

Vou fazer 50 anos e daqui a pouco vou ter sorte se com 60 anos a primeira CV 3 estiver no mar, isto com a velocidade que avançam os sistemas de arma, quando a última sair, lá para 2030 vai esta completamente obsoleta. Este programa já devia esta em curso, não deveria ser CV 3, Tamandaré ou que seja, deveria ser a continuidade da Classe Barroso. Aí sim teria alguma justificativa, agora fizeram um lapso gigantesco, perderam a janela. Daqui a pouco nem buraco vai ter.

Já postei antes neste Fórum querem construir no Brasil para gerar emprego, então vamos construir OPV bem artilhados, bem mais simples de fazer e vamos patrulhar e fazer presença no nosso lado do Atlântico, as fragatas podemos comprar lá fora, dos sul coreanos por exemplo e pronto.




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14363 Mensagem por JL » Qui Jan 05, 2017 7:35 pm

Enquanto o sonhamos com corvetas anabolizadas. Olhem a fragata da Argélia MEKO 200 AN, olhem o poder de fogo em termos de mísseis RBS 15, muito mais poderosos com o que vamos armas nossas corvetas, olhem a quantidade de mísseis.



e a solução para nós

http://www.naval.com.br/blog/2017/01/03 ... sse-daegu/




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14364 Mensagem por LeandroGCard » Qui Jan 05, 2017 8:23 pm

JL escreveu:E Leandro quanto tempo levou o programa das Inhaúma, quanto tempo levaram para concluir a Barroso. Passaram o ano passado inteiro falando de CV 3, para cá e para lá. Um navio que falando sério não é nada demais em termos globais. É muita masturbação e pouca ação. Como já disse isso alimenta muito gabinete.
Um erro não conserta o outro.

É evidente que o programa das Inhaúma/Barroso demorou tempo demais e pior, não teve a continuidade que deveria ter tido. O correto seria o projeto da classe sucessora das Niterói já ter sido iniciado assim que o das Inhaúma tivesse sido concluído, e que a construção da unidade protótipo já tivesse ocorrido concomitantemente com a da Barroso (e isso não seria nada excepcional, as Niterói e Inhaúma também foram construídas concomitantemente e não em sequência). Foi um enorme erro não fazer isso à época, que pode ser debitado na conta de um governo que não estava nem aí em cuidar do futuro do país (e não especificamente de sua defesa, pois nas condições geopolíticas da época e atuais isso não é mesmo prioridade) e preparou justamente o caminho para a deplorável situação em que o Brasil se encontra agora. Na época, como agora, se usou a desculpa da crise econômica para interromper um programa que foi imaginado para ter sido contínuo (embora de forma a meu ver não totalmente adequada), e o resultado é este que agora todos percebem.

Agora a MB novamente pensou em um programa que permitisse voltar ao caminho imaginado mais de 30 anos atrás, que incluiria a construção local de unidades de maior porte de projeto estrangeiro e o desenvolvimento de um projeto local menor, os dois programas somando o aprendizado necessário para que dali para a frente fosse possível o desenvolvimento local de todos os meios de superfície que completassem as unidades percebidas como necessárias pela força. Os problemas políticos e a crise econômica impediram que a parte relativa à aquisição dos navios maiores fosse implementado, mas pelo menos a parte dos nacionais ainda pode ser tocada, desde que os custos e riscos sejam controlados até para evitar os riscos de novamente acontecerem atrasos e solução de continuidade. E este é o objetivo do programa das CV-3.

Já postei antes neste Fórum querem construir no Brasil para gerar emprego, então vamos construir OPV bem artilhados, bem mais simples de fazer e vamos patrulhar e fazer presença no nosso lado do Atlântico, as fragatas podemos comprar lá fora, dos sul coreanos por exemplo e pronto.
A questão vai muito, mas muito além da simples geração de empregos.

O importante não é o salário do pessoal envolvido, e sim a capacitação na execução e gerenciamento de projetos de embarcações sofisticadas e na integração de sistemas complexos (como sensores e armamentos), algo que nossa indústria já possuiu um dia e perdeu justamente porque estas atividades foram preteridas em favor da aquisição de navios de oportunidade e de projetos estrangeiros para construção aqui. Este tipo de conhecimento, se dominado, sempre extravasa para outras áreas da engenharia nacional (como embarcações para usos diversos, plataformas de petróleo modernas, estruturas em geral e etc...) e ajuda a alavancar o crescimento da indústria e consequentemente da economia nacionais. Já a simples aquisição de navios ou projetos prontos não acrescenta nada, vai apenas repetir o mesmo ciclo de aquisições de navios relativamente modernos seguida por longos processos de inexorável obsolescência, como já vemos acontecendo seguidamente há mais de 100 anos.

Se é para repetir este mesmo filme de novo então sou favorável à solução costa-riquenha: Fecha de vez as forças armadas e as transforma em simples forças policiais, e vamos gastar os recursos que seriam usados na aquisição de material bélico estrangeiro em outras coisas mais úteis como hospitais e presídios. É inútil para um país que não possui sequer a capacidade e a competência de alavancar seu próprio desenvolvimento tentar cuidar de sua defesa, isso vai ser sempre apenas um exercício de vaidosa futilidade.


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14365 Mensagem por JL » Sex Jan 06, 2017 10:49 am

É inútil para um país que não possui sequer a capacidade e a competência de alavancar seu próprio desenvolvimento tentar cuidar de sua defesa, isso vai ser sempre apenas um exercício de vaidosa futilidade.

Por isso digo compra de prateleira e tapa o buraco no muro, talvez com a graça de Deus gerações futuras o farão, hoje não dá é mas uma ilusão que estão fazendo propaganda, mas ufanismo. Quanto a Costa Rica aos pouquinhos as FA estão se envolvendo na questão da criminalidade, por que, muito simples porque tem um monte de gente aqui que gosta de fumar maconha e cheirar cocaína e deixaram a venda com uma organização criminosa que vai dominar todo o Brasil e os países vizinhos, porque ao contrário dos políticos não esta aí para nada politicamente correto, nem para devaneios ou utopias fantasiosas.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14366 Mensagem por LeandroGCard » Sex Jan 06, 2017 12:27 pm

JL escreveu: É inútil para um país que não possui sequer a capacidade e a competência de alavancar seu próprio desenvolvimento tentar cuidar de sua defesa, isso vai ser sempre apenas um exercício de vaidosa futilidade.

Por isso digo compra de prateleira e tapa o buraco no muro, talvez com a graça de Deus gerações futuras o farão, hoje não dá é mas uma ilusão que estão fazendo propaganda, mas ufanismo. Quanto a Costa Rica aos pouquinhos as FA estão se envolvendo na questão da criminalidade, por que, muito simples porque tem um monte de gente aqui que gosta de fumar maconha e cheirar cocaína e deixaram a venda com uma organização criminosa que vai dominar todo o Brasil e os países vizinhos, porque ao contrário dos políticos não esta aí para nada politicamente correto, nem para devaneios ou utopias fantasiosas.
Um país que já possuiu a base industrial que o Brasil teve um dia e que agora precisaria "tapar buracos" comprando escoltas de prateleira não precisa é de escolta alguma, pois tem problemas muito mais sérios a resolver.

É ir no caminho a Costa Rica mesmo. Militares como força de polícia de elite mas sem equipamento militar algum (no caso da MB, aposenta o que é velho, vende o que é novo e usa o dinheiro para comprar navios de patrulha e lanchas policiais e de resgate) e esquece esta história de escoltas, sejam locais ou de prateleira.

O caminho para tentar resolver a situação do país hoje passaria por alavancar a tecnologia e a indústria nacionais, e não fingir que precisamos de defesa contra inimigos externos que nem sequer precisariam se dar ao trabalho de nos atacar, pois não poderiam nos causar nem perto dos prejuízos que causamos a nós mesmos :roll: .


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14367 Mensagem por JL » Sex Jan 06, 2017 6:45 pm

LeandroGCard escreveu:
JL escreveu: É inútil para um país que não possui sequer a capacidade e a competência de alavancar seu próprio desenvolvimento tentar cuidar de sua defesa, isso vai ser sempre apenas um exercício de vaidosa futilidade.

Por isso digo compra de prateleira e tapa o buraco no muro, talvez com a graça de Deus gerações futuras o farão, hoje não dá é mas uma ilusão que estão fazendo propaganda, mas ufanismo. Quanto a Costa Rica aos pouquinhos as FA estão se envolvendo na questão da criminalidade, por que, muito simples porque tem um monte de gente aqui que gosta de fumar maconha e cheirar cocaína e deixaram a venda com uma organização criminosa que vai dominar todo o Brasil e os países vizinhos, porque ao contrário dos políticos não esta aí para nada politicamente correto, nem para devaneios ou utopias fantasiosas.
Um país que já possuiu a base industrial que o Brasil teve um dia e que agora precisaria "tapar buracos" comprando escoltas de prateleira não precisa é de escolta alguma, pois tem problemas muito mais sérios a resolver.

É ir no caminho a Costa Rica mesmo. Militares como força de polícia de elite mas sem equipamento militar algum (no caso da MB, aposenta o que é velho, vende o que é novo e usa o dinheiro para comprar navios de patrulha e lanchas policiais e de resgate) e esquece esta história de escoltas, sejam locais ou de prateleira.

O caminho para tentar resolver a situação do país hoje passaria por alavancar a tecnologia e a indústria nacionais, e não fingir que precisamos de defesa contra inimigos externos que nem sequer precisariam se dar ao trabalho de nos atacar, pois não poderiam nos causar nem perto dos prejuízos que causamos a nós mesmos :roll: .


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Ou é 8 ou é 80, ou se projetar ter uma força naval com não sei quantos sub nucleares e um Nae com Sea Gripen ou não se tem nada. Não vejo assim, um país do tamanho do Brasil e que irá ter quatro submarinos bem capazes em breve, precisa ter um mínimo de escoltas eficientes, um mínimo, mesmo que o resto da esquadra de superfície seja como você disse Leandro de força policial naval.

Agora quanto a projetar e desenvolver aqui estas corvetas, veja que a história recente demonstra que isto tem muitos problemas, mesmo em épocas melhores e agora estamos em uma bruta crise e o pessoal precisa por na cabeça que já fizemos uma opção que foi o programa de submarinos.

O resto vai ficar muito difícil. A Marinha vai mingar queiram ou não, se não vierem escoltas novas.

Mas aqui impera uma vaidade absurda que não somos capazes de reconhecer as impossibilidades e os que escrevem sobre isso logo recebem o rótulo de complexo de vira-lata, mas a dureza do negócio é que iremos deixar de sermos vira-latas quando parecemos com os de raça.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14368 Mensagem por Tikuna » Sex Jan 06, 2017 7:47 pm

Sem dúvida. As escoltas devem ser prioridade. Esse ano precisaremos definir nosso caminho nesse sentido. Invariavelmente. Pois se passar pra 2018, meus amigos, estaremos pelados.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14369 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Jan 07, 2017 1:08 pm

JL escreveu:Ou é 8 ou é 80, ou se projetar ter uma força naval com não sei quantos sub nucleares e um Nae com Sea Gripen ou não se tem nada. Não vejo assim, um país do tamanho do Brasil e que irá ter quatro submarinos bem capazes em breve, precisa ter um mínimo de escoltas eficientes, um mínimo, mesmo que o resto da esquadra de superfície seja como você disse Leandro de força policial naval.

Agora quanto a projetar e desenvolver aqui estas corvetas, veja que a história recente demonstra que isto tem muitos problemas, mesmo em épocas melhores e agora estamos em uma bruta crise e o pessoal precisa por na cabeça que já fizemos uma opção que foi o programa de submarinos.

O resto vai ficar muito difícil. A Marinha vai mingar queiram ou não, se não vierem escoltas novas.

Mas aqui impera uma vaidade absurda que não somos capazes de reconhecer as impossibilidades e os que escrevem sobre isso logo recebem o rótulo de complexo de vira-lata, mas a dureza do negócio é que iremos deixar de sermos vira-latas quando parecemos com os de raça.
Você ainda não entendeu, talvez por não ter lido meus posts mais antigos.

Na prática NÃO FAZ A MENOR DIFERENÇA o que a MB tem ou deixa de ter em termos de plataformas, sejam subs, escoltas, porta-aviões ou naves interestelares. E muito menos ainda as quantidades de cada coisa. O Brasil não pode apontar nenhum inimigo no mundo e tem por tradição secular e princípio diplomático repudiar o uso da força para a resolução de problemas entre as nações e colocar a autodeterminação dos povos acima de qualquer outra consideração, então JAMAIS irá tomar a iniciativa de atacar ninguém ou mesmo usar a força militar para pressionar qualquer outra nação. E nosso território e população são grandes demais para que qualquer inimigo consiga de forma efetiva dominar nosso país por qualquer tempo razoável sem se meter em um conflito de baixa intensidade que se arrastaria por anos e anos sem definição, com um custo enorme para o agressor, muito acima de qualquer potencial retorno para ele. Então NÃO PRECISAMOS de forças armadas regulares como as nações mais ameaçadas ou menores, uma milícia nacional armada com equipamento leve e no máximo alguns sistemas anti-carro e AAe leves seria mais do que o suficiente para nós do ponto de vista estritamente militar (e nossos militares sabem perfeitamente disso).

Por outro lado, NENHUM país de porte maior do que uma simples cidade-estado consegue no mundo moderno se desenvolver sem uma economia baseada em inovação, E O MAIOR ALAVANCADOR DA INOVAÇÃO NA ECONOMIA É JUSTAMENTE O SETOR INDUSTRIAL. Mas isso apenas se ele privilegiar o desenvolvimento local de produtos, e não a simples fabricação de algo já existente lá fora (neste caso a inovação é feita e beneficia o país de origem do produto em questão, e não o fabricante). E para isso é necessário que existam empresas nacionais pujantes nas áreas de tecnologia e com expertise em projeto e gerenciamento técnicos, setores muito específicos que não se pode aprender em uma faculdade ou centro de pesquisa, mas apenas nas próprias indústrias de perfil inovador. É por isso que os países mais desenvolvidos e os que pretendem um dia chegar lá colocam sua prioridade nos desenvolvimentos locais de produtos industriais (inclusive militares) em lugar da simples produção sob licença de projetos importados.

Mas no caso do Brasil a maioria esmagadora da indústria de bens de consumo e capital (o setor onde a inovação é mais importante e difundida) instalada em nosso território é composta por empresas estrangeiras que não tem nenhum interesse em desenvolver nada inovador por aqui, muito pelo contrário. O Brasil já é há décadas um depositório de produtos ultrapassados vendidos por valores que as mesmas empresas nem sequer sonham em cobrar lá fora por seus produtos mais avançados. Um dos poucos setores industriais em que o nosso país ainda poderia tentar desenvolver alguma coisa seria justamente no militar, pois aí considerações de segurança dificultam que os estrangeiros tragam seus produtos mais avançados para produzir aqui e nosso governo pode a qualquer momento favorecer as empresas nacionais por questões estratégicas. Portanto o desenvolvimento e a produção local de equipamentos e sistema bélicos poderia ser uma espécie de “bastião” da tecnologia e expertise nacionais em termos de desenvolvimento de produtos inovadores, que poderia depois extrapolar para os demais setores industriais como já comentei em um post anterior.

Isso sim poderia trazer benefícios muito maiores ao país do que o momentâneo aumento na nossa capacidade de defesa com a aquisição de sistemas/plataformas de prateleira, ou de projetos estrangeiros para a simples fabricação local. Este é o ponto. Os efeitos potenciais disso sobre nossa economia poderiam ser imensos, infinitamente maiores que a simples posse e operação de qualquer equipamento militar estrangeiro, que na falta de inimigos no máximo serviriam para super-trunfo. Por isso quaisquer iniciativas de desenvolvimento local do que fosse possível em termos de equipamentos militares (e é claro que nem tudo é possível, mas muita coisa sim, e algumas já estão sendo feitas) deveria ter prioridade absoluta por parte de nossos governantes e na verdade de toda a nossa sociedade (mas claro que aí já é esperar demais) sobre a simples operacionalidade de forças armadas que não tem perspectivas concretas de serem empregadas para nada realmente útil no horizonte previsível.


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#14370 Mensagem por Lord Nauta » Sáb Jan 07, 2017 5:01 pm

LeandroGCard escreveu:
JL escreveu:Ou é 8 ou é 80, ou se projetar ter uma força naval com não sei quantos sub nucleares e um Nae com Sea Gripen ou não se tem nada. Não vejo assim, um país do tamanho do Brasil e que irá ter quatro submarinos bem capazes em breve, precisa ter um mínimo de escoltas eficientes, um mínimo, mesmo que o resto da esquadra de superfície seja como você disse Leandro de força policial naval.

Agora quanto a projetar e desenvolver aqui estas corvetas, veja que a história recente demonstra que isto tem muitos problemas, mesmo em épocas melhores e agora estamos em uma bruta crise e o pessoal precisa por na cabeça que já fizemos uma opção que foi o programa de submarinos.

O resto vai ficar muito difícil. A Marinha vai mingar queiram ou não, se não vierem escoltas novas.

Mas aqui impera uma vaidade absurda que não somos capazes de reconhecer as impossibilidades e os que escrevem sobre isso logo recebem o rótulo de complexo de vira-lata, mas a dureza do negócio é que iremos deixar de sermos vira-latas quando parecemos com os de raça.
Você ainda não entendeu, talvez por não ter lido meus posts mais antigos.

Na prática NÃO FAZ A MENOR DIFERENÇA o que a MB tem ou deixa de ter em termos de plataformas, sejam subs, escoltas, porta-aviões ou naves interestelares. E muito menos ainda as quantidades de cada coisa. O Brasil não pode apontar nenhum inimigo no mundo e tem por tradição secular e princípio diplomático repudiar o uso da força para a resolução de problemas entre as nações e colocar a autodeterminação dos povos acima de qualquer outra consideração, então JAMAIS irá tomar a iniciativa de atacar ninguém ou mesmo usar a força militar para pressionar qualquer outra nação. E nosso território e população são grandes demais para que qualquer inimigo consiga de forma efetiva dominar nosso país por qualquer tempo razoável sem se meter em um conflito de baixa intensidade que se arrastaria por anos e anos sem definição, com um custo enorme para o agressor, muito acima de qualquer potencial retorno para ele. Então NÃO PRECISAMOS de forças armadas regulares como as nações mais ameaçadas ou menores, uma milícia nacional armada com equipamento leve e no máximo alguns sistemas anti-carro e AAe leves seria mais do que o suficiente para nós do ponto de vista estritamente militar (e nossos militares sabem perfeitamente disso).

Por outro lado, NENHUM país de porte maior do que uma simples cidade-estado consegue no mundo moderno se desenvolver sem uma economia baseada em inovação, E O MAIOR ALAVANCADOR DA INOVAÇÃO NA ECONOMIA É JUSTAMENTE O SETOR INDUSTRIAL. Mas isso apenas se ele privilegiar o desenvolvimento local de produtos, e não a simples fabricação de algo já existente lá fora (neste caso a inovação é feita e beneficia o país de origem do produto em questão, e não o fabricante). E para isso é necessário que existam empresas nacionais pujantes nas áreas de tecnologia e com expertise em projeto e gerenciamento técnicos, setores muito específicos que não se pode aprender em uma faculdade ou centro de pesquisa, mas apenas nas próprias indústrias de perfil inovador. É por isso que os países mais desenvolvidos e os que pretendem um dia chegar lá colocam sua prioridade nos desenvolvimentos locais de produtos industriais (inclusive militares) em lugar da simples produção sob licença de projetos importados.

Mas no caso do Brasil a maioria esmagadora da indústria de bens de consumo e capital (o setor onde a inovação é mais importante e difundida) instalada em nosso território é composta por empresas estrangeiras que não tem nenhum interesse em desenvolver nada inovador por aqui, muito pelo contrário. O Brasil já é há décadas um depositório de produtos ultrapassados vendidos por valores que as mesmas empresas nem sequer sonham em cobrar lá fora por seus produtos mais avançados. Um dos poucos setores industriais em que o nosso país ainda poderia tentar desenvolver alguma coisa seria justamente no militar, pois aí considerações de segurança dificultam que os estrangeiros tragam seus produtos mais avançados para produzir aqui e nosso governo pode a qualquer momento favorecer as empresas nacionais por questões estratégicas. Portanto o desenvolvimento e a produção local de equipamentos e sistema bélicos poderia ser uma espécie de “bastião” da tecnologia e expertise nacionais em termos de desenvolvimento de produtos inovadores, que poderia depois extrapolar para os demais setores industriais como já comentei em um post anterior.

Isso sim poderia trazer benefícios muito maiores ao país do que o momentâneo aumento na nossa capacidade de defesa com a aquisição de sistemas/plataformas de prateleira, ou de projetos estrangeiros para a simples fabricação local. Este é o ponto. Os efeitos potenciais disso sobre nossa economia poderiam ser imensos, infinitamente maiores que a simples posse e operação de qualquer equipamento militar estrangeiro, que na falta de inimigos no máximo serviriam para super-trunfo. Por isso quaisquer iniciativas de desenvolvimento local do que fosse possível em termos de equipamentos militares (e é claro que nem tudo é possível, mas muita coisa sim, e algumas já estão sendo feitas) deveria ter prioridade absoluta por parte de nossos governantes e na verdade de toda a nossa sociedade (mas claro que aí já é esperar demais) sobre a simples operacionalidade de forças armadas que não tem perspectivas concretas de serem empregadas para nada realmente útil no horizonte previsível.


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BRAVO ZULU! PARABÉNS!

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Texto impecável e de magnífica lucidez. Acredito que o mesmo representa um ponto de inflexão em tudo que já foi escrito em nosso querido fórum. Fico a vontade e me sinto livre em função da profundidade e clareza do mesmo a não ter que expor nenhum pensamento mais complexo e filosófico a respeito da importância dos programas militares para o desenvolvimento tecnológico e econômico do país.


Sds


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