GEOPOLÍTICA

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kurgan
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Re: GEOPOLÍTICA

#1411 Mensagem por kurgan » Ter Fev 23, 2010 11:43 am

Anton escreveu:Ex-generais são presos por planejar golpe de Estado na Turquia

http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 4446,0.htm

ANCARA - A Polícia da Turquia deteve ex-chefes da Marinha e da Força Aérea e um ex-vice das Forças Armadas junto de vários outros comandantes suspeitos de planejar um golpe de Estado contra o governo islâmico no país, informou nesta segunda-feira, 22, o canal de televisão local NTV.

Os ex-chefes detidos são os antigo comandantes Ibrahim Firtina (Força Aérea), Ozden Ornek (Marinha) e Ergin Saygun (Primeiro Exército). Esses nomes já apareciam nas folhas de acusação de planos de golpe de Estado relacionados com a investigação sobre a Ergenekon, uma rede de ideologia ultranacionalista que pretendia semear o caos na Turquia com atentados e assassinatos políticos para, assim, justificar uma intervenção militar.

As detenções estão ligadas à investigação de um plano de golpe de Estado que teria sido preparado em 2003 (Balyoz). O plano golpista previa atentados contra duas mesquitas em Istambul, a derrubada de um avião militar turco no Mar Egeu para forçar um enfrentamento com a Grécia e a prisão intelectuais críticos ao Exército.

O chefe do Estado-Maior, o general Ilker Basbug, cancelou a visita que faria ao Egito em virtude das novas detenções, informou o canal CNN na Turquia. O ministro do Interior, Besir Atalay, disse que está acompanhando os fatos. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan realiza uma visita em Madri. "Não demos chances àqueles que tentaram colocar a Turquia fora do caminho da lei, da democracia e da soberania nacional", disse o premiê na capital espanhola sobre as notícias das detenções.

A prisão dos altos comandantes sugerem que os promotores tinham evidências dos planos dos ex-militares conseguidas por meio de documentos vazados e grampos telefônicos. Até agora, mais de 400 pessoas foram acusadas por participar do grupo, incluindo soldados, acadêmicos, jornalistas e políticos. Os militares, porém são acusados de instigar um golpe. O processo ainda está em curso e, por isso, ninguém foi condenado.

Os militares da Turquia derrubaram quatro governos desde 1960, o que faz muitos especialistas consideraram que são as Forças Armadas que mandam no país desde que Mustafa Kemal Ataturk reergueu a nação depois da queda do império turco-otomano.

Sob pressão da União Europeia, bloco no qual deseja ingressar, porém, Erdogan reduziu o poder dos militares e reforçou as instituições democráticas. No domingo, o premiê anunciou novos planos para reformar o Judiciário e a Constituição, ambos legados do golpe militar de 1980, e disse que poderia levar o caso para referendo.

Não se fazem mais golpes como antigamente... :twisted:




nveras
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Re: GEOPOLÍTICA

#1412 Mensagem por nveras » Ter Fev 23, 2010 12:03 pm

“Los musulmanes dividen el mundo en dar-el-islam y dar-el-harb; tierra
de paz y tierra de guerra” ----Samuel Huntington (El Choque de
Civilizaciones)


Credo. Essa expressão falada me português soa muito mal. Credo. :shock:




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Re: GEOPOLÍTICA

#1413 Mensagem por Marino » Ter Fev 23, 2010 12:50 pm

nveras escreveu:“Los musulmanes dividen el mundo en dar-el-islam y dar-el-harb; tierra
de paz y tierra de guerra” ----Samuel Huntington (El Choque de
Civilizaciones)


Credo. Essa expressão falada me português soa muito mal. Credo. :shock:
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"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: GEOPOLÍTICA

#1414 Mensagem por Oziris » Ter Fev 23, 2010 12:54 pm

:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

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Re: GEOPOLÍTICA

#1415 Mensagem por Rock n Roll » Ter Fev 23, 2010 2:41 pm

Marino escreveu:
nveras escreveu:“Los musulmanes dividen el mundo en dar-el-islam y dar-el-harb; tierra
de paz y tierra de guerra” ----Samuel Huntington (El Choque de
Civilizaciones)


Credo. Essa expressão falada me português soa muito mal. Credo. :shock:
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Depois não querem que contemos piadas dos "brimos" [018]
By the way Marino. Farei hoje ou amanhã a resenha sobre o que consegui reunir sobre o Iêmen por fontes diversas.
O que apurei não é bom para a navegação na região.
Sds.
[005]




Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
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Re: GEOPOLÍTICA

#1416 Mensagem por kurgan » Ter Fev 23, 2010 2:46 pm

23/02/2010 - 13h48
Robert Gates diz que desmilitarização da Europa impede segurança

Washington, 23 fev (EFE).- A desmilitarização da Europa passou de uma "bênção" no século passado a "um impedimento para a conquista da segurança real e paz duradoura" neste século, afirmou hoje o chefe do Pentágono, Robert Gates.

Gates falou hoje na Universidade de Defesa Nacional, no Fort McNair de Washington, diante de funcionários civis e oficiais militares dos 28 países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A conferência é parte do processo de formulação de um novo conceito estratégico para a aliança formada faz há 61 anos, e que revisou seu enfoque pela última vez em 1999.

Ontem a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, lembrou aos participantes que uma década atrás a Otan ponderava se as forças militares da aliança participariam de missões fora de sua área geográfica.

"Hoje os navios de guerra da Otan combatem a pirataria nas águas da África", disse Clinton.

"A missão de instrução da Otan deu capacitação a mais de 14 mil iraquianos, optamos por trabalhar juntos para enfrentar a ameaça de mísseis no Oriente Médio e nos últimos dois meses os aliados dos EUA acordaram aumentar em quase 10 mil soldados a sua contribuição à missão no Afeganistão", acrescentou.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... ranca.jhtm




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Re: GEOPOLÍTICA

#1417 Mensagem por Oziris » Ter Fev 23, 2010 3:26 pm

A política externa do governo Lula

Rubens Barbosa

vinheta-clipping-forteO documento A Política Internacional do PT, examinado no congresso do Partido dos Trabalhadores na semana passada, é uma versão mais branda e polida do trabalho A Política Externa do Governo Lula, de autoria do secretário internacional do PT, Valter Pomar. A análise de Pomar mostra a influência do PT na política externa do governo Lula, tornando evidentes as motivações ideológicas e partidárias da ação do Itamaraty nos últimos sete anos.

Pareceu-me adequado, em lugar de uma análise crítica, reproduzir literalmente algumas das principais afirmativas incluídas no trabalho, deixando ao leitor a tarefa de tirar suas próprias conclusões.

A grande novidade nas decisões sobre relações internacionais do congresso do PT foi a sugestão de criar um Conselho Nacional de Política Externa, com participação social – sindicatos, ONGs, movimentos sociais (MST).

“Na política externa, as diferenças entre o governo Lula e FHC sempre foram muito visíveis. A política externa antecipou o movimento progressista do governo Lula, estando desde o início sob a hegemonia de concepções fortemente críticas ao neoliberalismo e à hegemonia dos EUA. Contribuiu também a militância internacionalista do PT e do Presidente Lula, expressa na criação de uma assessoria especial dirigida por Marco Aurélio Garcia.”

“Objetivamente, a política externa do Presidente Lula faz o Brasil competir com os EUA (sic). Comparada com outras potências, trata-se de uma competição de baixa intensidade, até porque a doutrina oficial do Brasil é de convivência pacífica e respeitosa (cooperação franca e divergência serena com os EUA).”

“Inclusive por se dar no entorno imediato da potência, a competição com o Brasil possui imensa importância geopolítica e tem potencial para, no médio prazo, constituir-se em uma ameaça aos EUA (sic). Isso é confirmado (…) pela manutenção pela Administração Obama da política de acordos bilaterais e de exibição de força bruta (IV Frota, bases na Colômbia, golpe em Honduras e reafirmação do bloqueio contra Cuba). É nesse marco que vem se travando o debate sobre a renovação do equipamento das FFAA brasileiras (sic), o submarino de propulsão nuclear e a compra de jatos de combate junto à indústria francesa.”

“O Governo Lula é não apenas parte integrante, mas também forte protagonista da onda de vitórias eleitorais progressistas e de esquerda ocorrida na América Latina entre 1998 e 2009.”

“Governo Lula adotou a integração regional como seu principal objetivo de política externa e busca acelerar a institucionalização da integração regional, reduzir a ingerência externa, as desigualdade e assimetrias. Foi com este espírito, de convergência de políticas de desenvolvimento, bem como de ampla integração cultural e política, que o governo Lula trabalhou para manter o Mercosul e cooperar com os outros acordos sub-regionais.”

“Embora toda política progressista e de esquerda deva necessariamente envolver um componente de solidariedade e identidade ideológica, a dimensão principal da integração, na atual etapa histórica latino-americana, é a dos acordos institucionais entre Estados, acordos que não devem se limitar aos aspectos comerciais. Este é o pano de fundo da CASA, agora chamada de UNASUL.”

“Com esses objetivos, o governo Lula tem implementado duas diretrizes:

a) politicamente, opera com base no eixo Argentina-Brasil-Venezuela. Sem desconhecer as distintas estratégias das forças progressistas e de esquerda atuantes em cada um desses países, é da cooperação entre eles que depende o sucesso do projeto de integração (foi apenas durante o governo Lula que a Venezuela passou a ser reconhecida com um dos principais protagonistas do processo de integração).

b) estruturalmente, busca implementar uma política de integração de largo espectro, envolvendo projetos de infraestrutura, comerciais, de coordenação macroeconômica, de políticas culturais, segurança e defesa, bem como a redução de assimetrias.”

“As negociações com a Bolívia (gás), o Paraguai (Itaipu), a disposição permanente de negociar com a Argentina e com a Venezuela, entre outros, devem ser vistas como integrantes de uma política mais ampla, que já foi chamada, inadequadamente, pois remete ao projeto hegemônico norte-americano, de Plano Marshall para a América do Sul.”

“O crescente protagonismo global do Brasil deve ser combinado com a reafirmação e a ampliação de seu compromisso com a integração regional, seja porque o protagonismo está fortemente vinculado aos sucessos latino e sul-americano, seja porque as características geopolíticas do país e de sua política externa conferem ao Brasil posição insubstituível no processo de integração regional.”

“Frente a desafios gigantescos, a política externa implementada pelo governo Lula é uma política de Estado. Mas parcela da classe dominante brasileira rejeita os fundamentos desta política, conferindo reduzida importância à integração regional, desejando menor protagonismo multilateral e preferindo maior subordinação aos interesses dos EUA.” Apesar de nesse sentido ainda não ser uma política de Estado (sic), a política externa do governo Lula tampouco é uma política de partido.

“Isso significa que, no curto prazo, a continuidade da atual política externa dependerá do resultado das eleições presidenciais. Mudará a correlação de forças regional, resultando no adiamento dos processos de integração e na interrupção do reformismo democrático-popular.”

“A rigor, a atual política externa do Brasil corresponde aos interesses estratégicos de uma potência periférica, interesses que nos marcos do governo Lula e de um futuro governo Dilma comportam uma dupla dimensão: por um lado, empresarial e capitalista e, por outro, democrático-popular.”

Rubens Barbosa foi embaixador do Brasil em Londres e em Washington

FONTE: O Estado de São Paulo

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Re: GEOPOLÍTICA

#1418 Mensagem por P44 » Ter Fev 23, 2010 5:46 pm

Brazil Ignores United States To Become One of World's Young Leaders
23.02.2010 Source: Pravda.Ru URL: http://english.pravda.ru/world/americas/112320-brazil-0

(não consigo fazer copy-paste do texto, dá sempre erro)




Triste sina ter nascido português 👎
PRick

Re: GEOPOLÍTICA

#1419 Mensagem por PRick » Ter Fev 23, 2010 6:31 pm

Parte final do artigo citado acima, já traduzido. Interessante como análises são bem mais lúcidas e claras que as que existem em nossa mídia.
.......................

Graças aos esforços de seu líder, o Brasil é agora um dos jogadores mais importantes na política mundial. Lula não teve de recorrer a declarações agressivas para alcançar esse status. Ao contrário de Chávez, ele não tem sido criticado duramente contra os E.U.. No entanto, ele foi capaz de conduzir sua política completamente independente de Washington e merecem o respeito de todo o mundo. Ele fez isso apesar da falta de boa educação e o fato de que ele vai por seu apelido.

Vadim Trukhachev Vadim Trukhachev
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Re: GEOPOLÍTICA

#1420 Mensagem por Penguin » Ter Fev 23, 2010 10:01 pm

22/02/2010
América Latina, retórica e EUA

Do presidente do México, Felipe Calderón, ao inaugurar ontem a cúpula chamada de Unidade da América Latina e do Caribe, que reúne os 33 países das Américas, excetuados os dois mais ricos (Estados Unidos e Canadá):

"Não podemos permanecer desunidos, não podemos abordar o futuro com êxito com base em nossas diferenças; agora nos toca unir-nos, sem demérito daquilo em que somos diferentes (...), unir-nos sobre a base de nossas coincidências que são muito maiores do do que nossas divergências".

Do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao fechar a primeira cúpula do gênero, realizada no fim de 2008 em Salvador, Bahia:

"Todos nós, do menor ao maior país, estamos compreendendo que, quanto mais nos juntarmos, mais chances teremos de participação nas políticas globais, mais chances de participação na riqueza global e mais chances de evitar que a crise, nascida nos países riscos, atinja muito fortemente os países que não criaram a crise".

Os dois discursos servem para pontuar o fato de que a América Latina-Caribe continua sendo o subcontinente da retórica copiosa, das mil tentativas de integração e da pouca união. Nada de novo, aliás: em seu discurso, Calderón lembrou que a integração "é a vocação natural de nossos povos e aspiração natural desde a própria origem de nossas nações independentes". Para fazer as contas: este ano, começa a comemoração dos 200 anos da independência das antigas colônias espanholas nas Américas.

Ou seja, não é apenas de uma cúpula para outra, com pouco mais de um ano de intervalo, mas há 200 anos que os dirigentes latino-americanos tocam a mesma canção, mas não vão nunca a lugar algum, a não ser a uma nova cúpula.

É uma pena, porque Lula tem razão --além de ser uma obviedade-- ao dizer que "quanto mais nos juntarmos, mais chances teremos de participação nas políticas globais".

É até compreensível que haja dificuldades em avançar na integração, dada a heterogeneidade dos 33 países participantes da cúpula ontem inaugurada, que vão do miserável Haiti ao emergente Brasil. Mas não é a heterogeneidade, no momento, o obstáculo maior: a grande dificuldade está em definir que papel os 33 pretendem para os Estados Unidos, se o de inimigo (como querem os bolivarianos, liderados pela Venezuela) ou de parceiro que respeite e não subjugue a região, como prefere o Brasil, entre outros.

Não dá, por fatalidade geográfica, pretender que os Estados Unidos (e o Canadá) não fazem parte das Américas. Não dá, por fatalidade geopolítica e econômica, pretender que os Estados Unidos não exercem tremenda influência no subcontinente. Logo, é preciso, antes de mais nada, definir os termos em que se pretende exercitar a unidade latino-americana e caribenha: contra os Estados Unidos ou ao lado dele.


Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Assina coluna às quintas e domingos na página 2 da Folha e, aos sábados, no caderno Mundo. É autor, entre outras obras, de "Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo e "O Que é Jornalismo".




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Re: GEOPOLÍTICA

#1421 Mensagem por WalterGaudério » Ter Fev 23, 2010 10:37 pm

kurgan escreveu:
Anton escreveu:Ex-generais são presos por planejar golpe de Estado na Turquia

http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 4446,0.htm

ANCARA - A Polícia da Turquia deteve ex-chefes da Marinha e da Força Aérea e um ex-vice das Forças Armadas junto de vários outros comandantes suspeitos de planejar um golpe de Estado contra o governo islâmico no país, informou nesta segunda-feira, 22, o canal de televisão local NTV.

Os ex-chefes detidos são os antigo comandantes Ibrahim Firtina (Força Aérea), Ozden Ornek (Marinha) e Ergin Saygun (Primeiro Exército). Esses nomes já apareciam nas folhas de acusação de planos de golpe de Estado relacionados com a investigação sobre a Ergenekon, uma rede de ideologia ultranacionalista que pretendia semear o caos na Turquia com atentados e assassinatos políticos para, assim, justificar uma intervenção militar.

As detenções estão ligadas à investigação de um plano de golpe de Estado que teria sido preparado em 2003 (Balyoz). O plano golpista previa atentados contra duas mesquitas em Istambul, a derrubada de um avião militar turco no Mar Egeu para forçar um enfrentamento com a Grécia e a prisão intelectuais críticos ao Exército.

O chefe do Estado-Maior, o general Ilker Basbug, cancelou a visita que faria ao Egito em virtude das novas detenções, informou o canal CNN na Turquia. O ministro do Interior, Besir Atalay, disse que está acompanhando os fatos. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan realiza uma visita em Madri. "Não demos chances àqueles que tentaram colocar a Turquia fora do caminho da lei, da democracia e da soberania nacional", disse o premiê na capital espanhola sobre as notícias das detenções.

A prisão dos altos comandantes sugerem que os promotores tinham evidências dos planos dos ex-militares conseguidas por meio de documentos vazados e grampos telefônicos. Até agora, mais de 400 pessoas foram acusadas por participar do grupo, incluindo soldados, acadêmicos, jornalistas e políticos. Os militares, porém são acusados de instigar um golpe. O processo ainda está em curso e, por isso, ninguém foi condenado.

Os militares da Turquia derrubaram quatro governos desde 1960, o que faz muitos especialistas consideraram que são as Forças Armadas que mandam no país desde que Mustafa Kemal Ataturk reergueu a nação depois da queda do império turco-otomano.

Sob pressão da União Europeia, bloco no qual deseja ingressar, porém, Erdogan reduziu o poder dos militares e reforçou as instituições democráticas. No domingo, o premiê anunciou novos planos para reformar o Judiciário e a Constituição, ambos legados do golpe militar de 1980, e disse que poderia levar o caso para referendo.

Não se fazem mais golpes como antigamente... :twisted:
:? :? :? :? :? :shock: :shock: :shock: :shock: :shock: :shock:
Esses 3 generais turcos aí são os verdadeiros cavaleiros do apocalipse... :shock: :shock: :shock: :shock:

Até derrubar aviões do próprio país... :shock: :shock: :?

Coisa de louco.

SE isso tudo tivesse acontecido seria o Armaggedon europeu. [005]




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: GEOPOLÍTICA

#1422 Mensagem por Penguin » Qua Fev 24, 2010 11:06 am

NOTIMP, 24/02

Consultoria: orçamento da política espacial do País é o menor dos BRICs

TECNOLOGIA

Estudo da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados alerta para a fragilidade institucional e orçamentária da atual Política Espacial Brasileira.Para 2010, o orçamento previsto na proposta orçamentária é de R$ 353 milhões, contra R$ 415 milhões em 2009. Segundo o diretor da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganen, para fazer frente a todos os desafios, seria necessário o dobro dos recursos atuais.

Os outros países que têm o mesmo patamar de desenvolvimento do Brasil (Rússia, Índia e China, os BRICs) destinam muito mais recursos públicos aos seus programas. A China investe mais de 1 bilhão de dólares (cerca de R$ 1,8 bilhão) e planeja voos tripulados à lua até 2020. A Índia tem orçamento superior a 800 milhões de dólares ao ano, e a agência espacial russa conta com orçamento da ordem de 2 bilhões de dólares.

Atrasos - Entre as consequências, segundo analisa o estudo, está a postergação das metas estabelecidas pelo programa espacial brasileiro. Alguns exemplos, apenas para mencionar os principais projetos, são: atraso no lançamento do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês (CBERS-3), inicialmente previsto para 2009 e adiado para 2011; e atraso no lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS 1), cujo lançamento do quarto protótipo estava previsto para 2007 - e agora está marcado o teste para 2011.

A Agência Espacial Brasileira planeja lançar três satélites geoestacionários até 2013, para comunicação de dados, sendo o primeiro deles conhecido como SGB, Satélite Geoestacionário Brasileiro. Caso esses artefatos não sejam colocados em órbita, prossegue o estudo, o Brasil poderá perder posições orbitais definidas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Telecomunicações - Em todo o mundo, a necessidade crescente de telecomunicações e a evolução tecnológica no setor, como a implantação da TV Digital, estão transformando o setor de satélites numa indústria multibilionária. Segundo dados de 2008 da Space Foundation, a atividade espacial mundial, incluindo bens e serviços, indivíduos, corporações e governos, movimentou 257 bilhões de dólares, dos quais 35% em serviços satelitais comerciais; 32% em infraestrutura comercial; 26% só do orçamento espacial do governo dos Estados Unidos; 6% dos outros governos; e somente 1% com lançadores e indústria de suporte.

Os Estados Unidos detêm 41% do mercado global de satélites, deixando 59% para o restante do mundo, sendo de 1,9% a participação do mercado brasileiro.




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Re: GEOPOLÍTICA

#1423 Mensagem por marcelo l. » Qua Fev 24, 2010 11:18 am

Alguém encontrou algum detalhe do acordo Brasil/México, afinal depois de mais de 20 anos de desconfiança dos dois lados, finalmente chegamos a um entendimento.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: GEOPOLÍTICA

#1424 Mensagem por Marino » Qua Fev 24, 2010 11:28 am

Brasil: vocação natural e vontade de potência
José Luís Fiori
Costuma-se falar de uma "vocação natural" dos países e dos povos, que estaria determinada pela sua geografia, pela sua história e pelos seus interesses econômicos. Mas ao mesmo tempo, sempre existiram países ou povos, que se atribuem um "destino manifesto" com o direito de ultrapassar os seus limites geográficos e históricos, e projetar o seu poder para além das suas fronteiras, com o objetivo de converter, civilizar ou governar os demais povos do mundo. Entretanto, quando se estuda a história mundial, o que se descobre é que nunca existiram povos com vocações inapeláveis, nem países com destinos revelados. Descobre-se também que todos os países que projetaram seu poder para fora de si mesmos, e conseguiram se transformar em "grandes potências", foram em algum momento periféricos e insignificantes, dentro do sistema mundial. E se constata, além disso, que em todos esses casos de sucesso, existiu um momento em que havia uma distância muito grande entre a capacidade imediata que o país dispunha e a sua vontade ou decisão política de mudar o seu lugar dentro da hierarquia internacional. Uma distância objetiva, que foi superada sem voluntarismos extemporâneos, por uma estratégia de poder competente que soube avaliar em cada momento o potencial expansivo do país, do ponto de vista político, econômico e militar. Donde se deva deduzir que existe uma "vontade de potência" mais universal do que se imagina, e que de fato o que ocorre é que a própria natureza competitiva e hierárquica do sistema impede que todos tenham o mesmo sucesso, criando a impressão equivocada de que só alguns possuem o destino superior de supervisionar o resto do mundo.
Por imposição geográfica, histórica e constitucional, a prioridade da política externa brasileira sempre foi a América do Sul. Mas hoje é impossível o Brasil sustentar os seus objetivos e compromissos sul-americanos, sem pensar e atuar simultaneamente em escala global. Partindo do suposto que acabou o tempo dos "pequenos países" conquistadores ( como Portugal ou Inglaterra, por exemplo), e que o futuro do sistema mundial dependerá, daqui para frente, de um "jogo de poder" entre os grandes "países continentais", como é o caso pioneiro dos EUA, e agora será também, o caso da China, da Rússia, da Índia e do Brasil, excluída a União Europeia enquanto não for um estado único. Nesse jogo, os EUA já ocupam o epicentro e lideram a expansão do sistema mundial, mas os outros quatro países possuem por si só, cerca de um quarto do território, e quase um terço da população mundial. E todos os quatro estão disputando hegemonias regionais, e já projetam - em alguma medida - seu poder econômico ou diplomático para fora de suas regiões.
Pois bem, o que se deve esperar, na próxima década, é que a Rússia se concentre na reconquista do seu antigo território e de sua zona de influência imediata; que a expansão global da China se mantenha no campo econômico e diplomático; e que a Índia siga envolvida com a construção de barreiras e alianças que protejam suas fronteiras, ao norte, onde se sente ameaçada pelo Paquistão e pelo Afeganistão, e ao sul, onde se sente ameaçada pelo novo poder naval da própria China. Desse ponto de vista, comparado com esses três "países continentais", o Brasil tem menor importância econômica do que a China e muito menor poder militar do que a Rússia e Índia.
Mas ao mesmo tempo, o Brasil é o único desses países que está situado numa região onde não enfrenta disputas territoriais com seus vizinhos, e por isso, é o país com maior potencial de expansão pacífica, dentro da sua própria região. Além disso, é o único que contou - até aqui - com uma dupla vantagem em relação aos outros três, do ponto de vista de sua presença fora do seu próprio continente: em primeiro lugar, o Brasil usufruiu da condição de "potência desarmada", porque está situado na zona de proteção militar incondicional dos Estados Unidos; e, em segundo lugar, o Brasil usufruiu da condição de "candidato-herdeiro" à potência, porque é o único que pertence inteiramente à "matriz civilizatória" dos Estados Unidos.
Por isso, aliás, a expansão da influência brasileira tem seguido até aqui, a trilha que já foi percorrida pelos Estados Unidos, e pelos seus antepassados europeus. Mas, além disso, é fundamental destacar que o Brasil contou nesse período recente com a liderança política de um presidente que transcendeu seu país, e projetou mundialmente sua imagem e sua influência carismática. Como passou em outro momento, e numa outra clave, com a liderança mundial de Nelson Mandela, que foi muito além do poder real, e da influência internacional, da África do Sul. Nesse sentido, o que primeiro se deve calcular com relação ao futuro brasileiro é que o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representará, inevitavelmente, uma perda no cenário internacional, como aconteceu também com a saída de Nelson Mandela. Com a diferença que o Brasil já está objetivamente muito à frente da África do Sul.
Assim mesmo, para seguir adiante pelo caminho que já foi traçado, o Brasil terá que fazer pelo menos duas opções fundamentais e de longo prazo. Em primeiro lugar, terá que decidir se aceita ou não a condição de "aliado estratégico" dos Estados Unidos, da Grã Bretanha e da França, com direito de acesso à tecnologia de ponta, mas mantendo-se na zona de influência, e decisão militar, dos Estados Unidos. Caso contrário, o Brasil terá que decidir se quer ou não construir uma capacidade autônoma de sustentar suas posições internacionais, com seu próprio poder militar.
Em seguida, o Brasil terá que definir a sua visão ou utopia, e o seu projeto de transformação do sistema mundial, sem negar sua "matriz originária" europeia, mas sem contar com nenhum "mandato" ou "destino", revelado por Deus ou quem quer que seja, para converter, civilizar ou conquistar os povos mais fracos do sistema. De qualquer forma, uma coisa é certa: o Brasil já se mobilizou internamente e estabeleceu nexos, dependências e expectativas internacionais muito extensas, num jogo de poder que não admite recuos. A esta altura, qualquer retrocesso terá um custo muito alto para a história brasileira.
José Luís Fiori é professor titular do Instituto de Economia da UFRJ e autor do livro "O Poder Global e a Nova Geopolítica das Nações" (Editora Boitempo, 2007). Escreve mensalmente às quartas-feiras.




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Re: GEOPOLÍTICA

#1425 Mensagem por Penguin » Qua Fev 24, 2010 11:34 am

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Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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