FCarvalho escreveu:Luis, tirando a US Navy, que sempre tem navios disponíveis a todo momento, em virtude da própria forma de operar deles, na Europa não há chance para meios semi-novos com pouca idade. Japão e China não são opções para nós. Índia nem pensa. Rússia menos ainda. Então só sobra a US Navy mesmo. A velha e boa coleira de sempre.
Entretanto, neste momento, como expliquei acima, não há no horizonte de curto prazo - 5 anos - alternativas viáveis que possam ser utilizadas, tendo em vista o momento macro-econômico do país. Diria até que seria irresponsável da parte do governo querer gastar bilhões de dólares agora apenas para satisfazer o ego de alguns almirantes com mania de grandeza.
Seria ridículo, na verdade. E um chute nas partes baixas de todos os outros órgãos do poder público que estão passando o pão que o diabo amaçou para tentar garantir um mínimo de equilíbrio nas contas públicas depois das cagadas que foram feitas a revelia de qualquer bom senso. E tudo por causa de uma disputa medíocre de um projeto de eternização no poder mais que estapafúrdio; entremente, o Estado brasileiro como um todo está pagando a conta dessa irresponsabilidade, arrogância e a inapentência de uns poucos.
Eu também quero e desejo que nossa MB seja a melhor possível para nós. Mas isso não significa, e não pode significar, que outras demandas muito mais importantes sejam deixadas de lado ou postas em segundo lugar em favor da manutenção de um poder naval que até hoje só tivemos no papel, jamais na realidade. E isto não é de hoje.
A melhor chance da MB conseguir sair do buraco em que foi largada, ou em que se meteu, no curto, médio e no longo prazo, é priorizar projetos que tragam objetiva e diretamente dividendos à BID, à produção de renda, emprego e tecnologia nacional. E elas tem vários. No caso da esquadra a CV-3 é apenas um deles. A entrevista do DAN é muito clara no que concerne este aspecto. A questão é priorizar.
Acredito que já passou do tempo da MB tentar dar "saltos quânticos" de tempos em tempos para tentar tirar o atraso em que ela, e as demais ffaa's brasileiras, sempre se encontram. Está na hora de colocar a mão na consciência e entender que em um país com metade da população analfabeta e a outra metade alienada e indiferente, não se pode ter, ou querer ser algo que as grandes potências só conseguiram depois de duas guerras mundiais e mais de meio século de guerra fria e ameaças de extermínio mútuo.
Acho que vale a pena pensar nisso antes de querer se meter a Dom Quixote dos mares.
abs.
Entendo o seu ponto de vista.
Também acredito que será quase impossível uma aquisição de meios no curto prazo.
Mas também precisamos pensar para que serve uma Marinha.
Não se trata apenas de ego do almirantado. Essa é uma visão muito simplista.
Se você fosse o Comandante da Marinha do Brasil, quais seriam os seus objetivos?
Diria, que qualquer um com responsabilidade pensaria em como transformar a Marinha do Brasil em uma Marinha de verdade, com poder de fogo de verdade.
Uma marinha que seja capaz de evitar um conflito devido ao seu poder de dissuasão e que se o conflito acontecer, tenha condições de VENCER.
Alguns colegas comentam sobre uma possível oferta de destroyers Arleigh Burke Flight 2A por cerca de U$ 1 bi, com todos os armamentos dos navios INCLUSOS e em condições de financiamento extremamente vantajosas (a perder de vista).
Oras, se uma oferta dessa realmente existe, o almirantado deve sim realizar estudos e analisar, pois pode sim ser uma ótima opção para a MB.
Já sabemos que o PROSUPER está morto.
Sabemos que a CV-03 são a prioridade, mas sabemos que as corvetas, SE TUDO DER CERTO, chegarão entre 2023 e 2025.
Como ficamos até lá?
As Niteroi e as Type 22 não aguentam mais.
Vamos supor que as fragatas aguentem até 2023 - 2025, ai como será a nossa MB?
Substituiremos 9 Fragatas por 4 Corvetas?
A MB será uma Marinha com 8 ou 9 Corvetas e 0 fragatas?
O orçamento das forças armadas gira em torno de R$ 80 bi ANUAIS.
Uma aquisição de U$ 1 bi A PERDER DE VISTA não é algo tão impactante para a economia brasileira.
Concordo que a prioridade tem que ser com equipamentos nacionais.
Mas por enquanto temos que manter um MIX entre equipamentos nacionais e estrangeiros, em virtude da nossa capacidade atual de projetar e construir equipamentos no estado-da-arte.
Uma MB com corvetas modernas, construídas no Brasil e com alto índice de nacionalização + destroyers semi-novos MUITO capazes é um MIX muito interessante a meu ver.