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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Abr 28, 2020 5:32 pm
por Ckrauslo
cabeça de martelo escreveu: Ter Abr 28, 2020 12:56 pm
Ckrauslo escreveu: Ter Abr 28, 2020 11:51 am Sem contar que a exigência física e psicológica durante esses 7 meses da formação dos militares de OE em comparação ao dos paraquedistas deve seguir a mesma lógica do resto do mundo e estar em anos luz de diferença.
Concordo que do teu tempo para cá os TTP melhoraram bastante, até aqui no Brasil, algumas coisas melhoraram, mas outras ainda encontram muita resistência para serem aderidas.
Paraquedistas:









FOEsp:







...

Nada do que se vê aqui existia no meu tempo.
Cabeça, desculpa só tive tempo de analisar os vídeos agora.
Sim se percebe que há o uso de TTP's modernos pelos PARAS mas a distinção deles para os operadores de OE é bem clara.
Alguns dos Procedimentos a contato dos OE tem muito mais dinamismo e violência de ação, os movimentos deles com o armamento é muito mais rápido, desprovido de movimentos desnecessários e fluídos.
Você podia perceber alguns militares dos PARAS indo para a alavanca de manejo do SCAR no lugar de usar o retém do ferrolho.
Você percebe no delay em que eles tinham entre o terminar de uma ação para começar outra.
A munição acabava e ainda lá passavam um tempo a pensar no que fazer e como.
Sem contar a maneira como eles iam fazer a varredura traseira no fim do engajamento com alvos, mantinham o fuzil para cima.
Eu entendo você por ele para cima para evitar "pintar" um colega.
Mas imediatamente depois de ter o campo livre, deveria ter trazido o armamento para uma posição de pronto emprego.
Por que?
Por que a forma que treinamos, cria vícios e no combate real vai ser necessário um esforço maior para fazer isso.
Muitos instrutores reclamam por exemplo, de alunos em aula de combate velado, não darem um passo para o lado durante o saque, mesmo sabendo que é necessário, ou muito menos de fazerem o mesmo após confirmarem a eliminação da ameaça, terem feito a recarga e começarem a buscar a próxima possível ameaça.
Quando questionados o por que não fazem...Ah na hora do combate nós vamos fazer.
É mais difícil, pode ser que o façam, mas a memória muscular criada, vai atrair-los para esse vício criado durante o treinamento.
Abraço.

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Abr 28, 2020 5:43 pm
por FCarvalho
Eu sempre que vejo esses hummvees recapados por todo o Oriente Médio, principalmente no Iraque, fico pensando em todas as possibilidades da Avibras, no AV-VBL e no Guará 4 WS.

Mas se nem nós, imagina eles.

abs

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Abr 29, 2020 7:34 am
por cabeça de martelo
Ckrauslo escreveu: Ter Abr 28, 2020 5:32 pm Cabeça, desculpa só tive tempo de analisar os vídeos agora.
Sim se percebe que há o uso de TTP's modernos pelos PARAS mas a distinção deles para os operadores de OE é bem clara.
Alguns dos Procedimentos a contato dos OE tem muito mais dinamismo e violência de ação, os movimentos deles com o armamento é muito mais rápido, desprovido de movimentos desnecessários e fluídos.
Você podia perceber alguns militares dos PARAS indo para a alavanca de manejo do SCAR no lugar de usar o retém do ferrolho.
Você percebe no delay em que eles tinham entre o terminar de uma ação para começar outra.
A munição acabava e ainda lá passavam um tempo a pensar no que fazer e como.
Sem contar a maneira como eles iam fazer a varredura traseira no fim do engajamento com alvos, mantinham o fuzil para cima.
Eu entendo você por ele para cima para evitar "pintar" um colega.
Mas imediatamente depois de ter o campo livre, deveria ter trazido o armamento para uma posição de pronto emprego.
Por que?
Por que a forma que treinamos, cria vícios e no combate real vai ser necessário um esforço maior para fazer isso.
Muitos instrutores reclamam por exemplo, de alunos em aula de combate velado, não darem um passo para o lado durante o saque, mesmo sabendo que é necessário, ou muito menos de fazerem o mesmo após confirmarem a eliminação da ameaça, terem feito a recarga e começarem a buscar a próxima possível ameaça.
Quando questionados o por que não fazem...Ah na hora do combate nós vamos fazer.
É mais difícil, pode ser que o façam, mas a memória muscular criada, vai atrair-los para esse vício criado durante o treinamento.
Abraço.
O estado gasta cerca de 2000€ por recruta ao longo das 12 semanas do Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército. O estado gasta cerca de 3000€ no Curso de Combate (688 horas) do Curso Paraquedista (838 horas), 4900€ com o Curso de Comandos (901 horas), 8000€ com o Curso de Auxiliar de Precursor (1150 horas), e 9800€ com o Curso de Operações Especiais (970 horas).

Não é muito difícil perceber que um militar de OE tem uma formação muito mais apurada, ainda por cima sabendo que para um Ranger, o COE é apenas o começo.

Cursos:

Socorrismo para Forças Nacionais Destacadas;
Promoção a Cabo;
Técnicas de Socorrismo de Combate;
Paraquedismo Militar Módulo C;
Condução Militar Categoria C;
Operação Sistema P/525;
Patrulhas de Reconhecimento de Longo Raio de Ação;
Técnicas de Emergência Médica Profissões de Alto Risco;
SNIPER;
...

Dito isto a verdade é que os vídeos que eu coloquei da minha rapaziada tem um pequeno segredo... eles tinham acabado de receber tanto as SCAR, como as Minimi, como as Glock, como as Vamtac ST5. É tudo novo!

PS: o custo para formar um Fuzileiro da Marinha é de 6800€.

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Abr 29, 2020 12:25 pm
por Ckrauslo
Eu imaginava que tinham acabado de receber os armamentos, mas achei que seria ofensivo supor publicamente

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Abr 29, 2020 12:46 pm
por cabeça de martelo
Armamentos e as novas viaturas Vamtac ST5 com motor Cummins.

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Mai 05, 2020 12:09 pm
por Ckrauslo
Acabei de ver um vídeo comentando a tentativa frustrada de 3 ex integrantes do ODA de invadir a Venezuela e tacar o terror.
Cheguei a conclusão que alguns ex FE americanos são mongolóides e não dispõem de um bom conhecimento tático.
Os caras literalmente quiseram chegar de barco em uma praia e desembarcar com 57 outros ex militares (venezuelanos e colombianos) que eles treinaram, todos trajados em multicam e com equipamentos táticos, e acharam que ao fazer isso depois que o plano todo tinha sido descoberto a séculos, pelo maduro.
Já que quem havia planejado fora um ex general Venezuelano que se entregou a autoridades americanas, que teria abertamente comentado sobre seus planos.
Não dá nem pra comentar.
O grau de mal planejamento e burrice desses americanos.
Aquele momento que o ego dos títulos sobe a cabeça.
O o líder disso tudo, dono da Silver Corps, nem participou da ação.

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Mai 05, 2020 10:16 pm
por Viktor Reznov
Ckrauslo escreveu: Ter Mai 05, 2020 12:09 pm Acabei de ver um vídeo comentando a tentativa frustrada de 3 ex integrantes do ODA de invadir a Venezuela e tacar o terror.
Cheguei a conclusão que alguns ex FE americanos são mongolóides e não dispõem de um bom conhecimento tático.
Os caras literalmente quiseram chegar de barco em uma praia e desembarcar com 57 outros ex militares (venezuelanos e colombianos) que eles treinaram, todos trajados em multicam e com equipamentos táticos, e acharam que ao fazer isso depois que o plano todo tinha sido descoberto a séculos, pelo maduro.
Já que quem havia planejado fora um ex general Venezuelano que se entregou a autoridades americanas, que teria abertamente comentado sobre seus planos.
Não dá nem pra comentar.
O grau de mal planejamento e burrice desses americanos.
Aquele momento que o ego dos títulos sobe a cabeça.
O o líder disso tudo, dono da Silver Corps, nem participou da ação.
Pois é. Quase que literalmente um vale-a-pena-ver-de-novo do fiasco que foi o golpe militar nas Seychelles atentado pela Executive Outcomes e o Mike Hoare.

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Mai 06, 2020 7:29 am
por cabeça de martelo
Sayeret Rimon Unit (685)

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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qui Mai 07, 2020 12:54 pm
por cabeça de martelo

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Ter Mai 12, 2020 9:26 am
por cabeça de martelo
Portuguese Special Forces personnel brief Soldiers with the Cabo Verdean Armed Forces on tactical combat casualty care during Flintlock 20 in Mauritania Feb. 18, 2020. Flintlock is an annual, integrated military and law enforcement exercise that has strengthened key partner-nation forces throughout North and West Africa since 2005. Flintlock is U.S. Africa Command’s premier and largest annual Special Operations Forces exercise. (US Army photo by Sgt. Conner Douglas)
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Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Mai 13, 2020 10:16 am
por zela
Ckrauslo escreveu: Ter Abr 28, 2020 2:35 pm Vamos fazer alguns básicos.
  • Entrada dinâmica:
O método praticado no Brasil, tem umas vantagens mas ao mesmo tempo desvantagens.
Vantagem: Todos entram quase simultaneamente varrendo todos os ângulos nominais do comodo.
Desvantagem: É lento, mais restritivo, menos dinâmico e enquanto em situações normais pode ser vantajoso entrar cada um junto daquela forma tão compacta, em uma boa parte das situações, é um perigo, sendo que é muito mais fácil para simplesmente atirar em uma unica direção.
Tenho certeza que não é a unica modalidade de entrada tática praticada pelas forças convencionais no Brasil, mas é o tipo que você vê mais amplamente ensinado nos cursos de formação.
Esse tipo era muito comum durante os anos 80 e 90.
Hoje mundo a fora, e até aqui pelas nossas forças especiais já foi trocado pelo método mais dinâmico e acelerado, usado pelas forças especiais estrangeiras

O exemplo de entrada a qual me refiro começa aos 4 minutos e 25 segundos.
  • Varredura:
A forma que se fatia angulo (Ainda tem gente que faz assim no exterior) aqui, tem uns lados negativos muito perigosos.
Você dá um passinho para o lado, com a arma empunhada em mira, você sobe e baixa o fuzil conforme faz isso (Você cria pontos cegos)
A teoria por trás disso é que com a arma já empunhada em mira você reage mais rápido... O problema é que o ponto cego que você cria, pode fazer que você nem veja ao que reagir.
SEAL's e ODA, Rangers fazem a varredura com a arma empunhada em low ready, cano ligeiramente apontado para baixo para você olhar por cima da mira, mas ainda poder puxar o gatilho, permite um campo de visão limpo, militares de OE lá fora precisam passar em certos treinos de medição de padrões.
Tipo partindo de low ready 2 disparos no alvo em menos de 2 segundos.
  • Empunhadura da pistola:
Ainda estamos presos nos anos 90.
  • Forma como configuramos os equipamentos:
ainda existem muitos policiais e militares que se auto sabotam, usando o coldre no joelho (Dificulta o saque, tira a estabilidade do coldre fazendo com que ele balance mais, atrapalha o movimento, o balançar do coldre pode afetar o equilíbrio além de que, com os coldres de nylon pode ser que a trava abra e a arma caia "Já ouvi muitos relatos de arma caindo do coldre de muitos policiais no Brasil").
Policiais e militares usando o colete mais baixo do que deveriam usar, deixando de proteger o arco aórtico e os átrios, assim como o topo do pulmão.
Falta de equipamentos essenciais para operações policiais e militares:
Poucos são os militares que aprendem APH, enquanto lá fora em países como os EUA é algo que todo militar aprende, aqui no Brasil você tem que se venturar por conta própria para isso, além de comprar seu kit por conta própria (VTR's nos EUA e UK "Assim como países europeus e outros países do commonwealth" possuem kit's de APH)
Muitos policiais vão para operação com apenas 2 carregadores de fuzil (O da arma e um no colete)
  • O fato de que não reforçamos a importância do uso do capacete:
(Por mais que sejam marcados para proteger calibres de pistola, eles tem grande chances de DEFLETIR "Desviar e não parar" disparos a distâncias superiores a 200m)
  • Não falamos da importância da proteção auditiva, conheço muitos policiais que tem sérios problemas de audição.
A insistência em cliches dos anos 80 e 90 "Tipo preto"
Falta de distribuição de placas balísticas contra fuzis
Não temos enfase no treinamento de tiro de posições incomuns.

E se eu for falar mais, ia demorar muito e ia ficar muito extenso.
Abs.
Estou na segurança pública há 10 anos, e esse post foi quase um dossiê da situação.
Houve uma situação recente na fronteira com o Paraguai, onde um policial fez um disparo acidental com fuzil e acertou a perna do colega, longe de um hospital; foi salvo porque outro colega tinha um torniquete (ele comprou) e tinha conhecimento de APH. O médico que fez o atendimento disse que não fosse o torniquete, xablau pro policial.
A verdade é que poucos têm esse conhecimento. E nem falo sobre equipamentos, ou vc corre atrás por um bom ou fica com porcarias, como os coldres "saco-de-leite".
Afora os escassos treinamentos.

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Mai 13, 2020 9:13 pm
por Viktor Reznov
zela escreveu: Qua Mai 13, 2020 10:16 am
Ckrauslo escreveu: Ter Abr 28, 2020 2:35 pm Vamos fazer alguns básicos.
  • Entrada dinâmica:
O método praticado no Brasil, tem umas vantagens mas ao mesmo tempo desvantagens.
Vantagem: Todos entram quase simultaneamente varrendo todos os ângulos nominais do comodo.
Desvantagem: É lento, mais restritivo, menos dinâmico e enquanto em situações normais pode ser vantajoso entrar cada um junto daquela forma tão compacta, em uma boa parte das situações, é um perigo, sendo que é muito mais fácil para simplesmente atirar em uma unica direção.
Tenho certeza que não é a unica modalidade de entrada tática praticada pelas forças convencionais no Brasil, mas é o tipo que você vê mais amplamente ensinado nos cursos de formação.
Esse tipo era muito comum durante os anos 80 e 90.
Hoje mundo a fora, e até aqui pelas nossas forças especiais já foi trocado pelo método mais dinâmico e acelerado, usado pelas forças especiais estrangeiras

O exemplo de entrada a qual me refiro começa aos 4 minutos e 25 segundos.
  • Varredura:
A forma que se fatia angulo (Ainda tem gente que faz assim no exterior) aqui, tem uns lados negativos muito perigosos.
Você dá um passinho para o lado, com a arma empunhada em mira, você sobe e baixa o fuzil conforme faz isso (Você cria pontos cegos)
A teoria por trás disso é que com a arma já empunhada em mira você reage mais rápido... O problema é que o ponto cego que você cria, pode fazer que você nem veja ao que reagir.
SEAL's e ODA, Rangers fazem a varredura com a arma empunhada em low ready, cano ligeiramente apontado para baixo para você olhar por cima da mira, mas ainda poder puxar o gatilho, permite um campo de visão limpo, militares de OE lá fora precisam passar em certos treinos de medição de padrões.
Tipo partindo de low ready 2 disparos no alvo em menos de 2 segundos.
  • Empunhadura da pistola:
Ainda estamos presos nos anos 90.
  • Forma como configuramos os equipamentos:
ainda existem muitos policiais e militares que se auto sabotam, usando o coldre no joelho (Dificulta o saque, tira a estabilidade do coldre fazendo com que ele balance mais, atrapalha o movimento, o balançar do coldre pode afetar o equilíbrio além de que, com os coldres de nylon pode ser que a trava abra e a arma caia "Já ouvi muitos relatos de arma caindo do coldre de muitos policiais no Brasil").
Policiais e militares usando o colete mais baixo do que deveriam usar, deixando de proteger o arco aórtico e os átrios, assim como o topo do pulmão.
Falta de equipamentos essenciais para operações policiais e militares:
Poucos são os militares que aprendem APH, enquanto lá fora em países como os EUA é algo que todo militar aprende, aqui no Brasil você tem que se venturar por conta própria para isso, além de comprar seu kit por conta própria (VTR's nos EUA e UK "Assim como países europeus e outros países do commonwealth" possuem kit's de APH)
Muitos policiais vão para operação com apenas 2 carregadores de fuzil (O da arma e um no colete)
  • O fato de que não reforçamos a importância do uso do capacete:
(Por mais que sejam marcados para proteger calibres de pistola, eles tem grande chances de DEFLETIR "Desviar e não parar" disparos a distâncias superiores a 200m)
  • Não falamos da importância da proteção auditiva, conheço muitos policiais que tem sérios problemas de audição.
A insistência em cliches dos anos 80 e 90 "Tipo preto"
Falta de distribuição de placas balísticas contra fuzis
Não temos enfase no treinamento de tiro de posições incomuns.

E se eu for falar mais, ia demorar muito e ia ficar muito extenso.
Abs.
Estou na segurança pública há 10 anos, e esse post foi quase um dossiê da situação.
Houve uma situação recente na fronteira com o Paraguai, onde um policial fez um disparo acidental com fuzil e acertou a perna do colega, longe de um hospital; foi salvo porque outro colega tinha um torniquete (ele comprou) e tinha conhecimento de APH. O médico que fez o atendimento disse que não fosse o torniquete, xablau pro policial.
A verdade é que poucos têm esse conhecimento. E nem falo sobre equipamentos, ou vc corre atrás por um bom ou fica com porcarias, como os coldres "saco-de-leite".
Afora os escassos treinamentos.
Pegou no fêmur?

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Mai 13, 2020 9:57 pm
por Ckrauslo
zela escreveu: Qua Mai 13, 2020 10:16 am
Ckrauslo escreveu: Ter Abr 28, 2020 2:35 pm Vamos fazer alguns básicos.
  • Entrada dinâmica:
O método praticado no Brasil, tem umas vantagens mas ao mesmo tempo desvantagens.
Vantagem: Todos entram quase simultaneamente varrendo todos os ângulos nominais do comodo.
Desvantagem: É lento, mais restritivo, menos dinâmico e enquanto em situações normais pode ser vantajoso entrar cada um junto daquela forma tão compacta, em uma boa parte das situações, é um perigo, sendo que é muito mais fácil para simplesmente atirar em uma unica direção.
Tenho certeza que não é a unica modalidade de entrada tática praticada pelas forças convencionais no Brasil, mas é o tipo que você vê mais amplamente ensinado nos cursos de formação.
Esse tipo era muito comum durante os anos 80 e 90.
Hoje mundo a fora, e até aqui pelas nossas forças especiais já foi trocado pelo método mais dinâmico e acelerado, usado pelas forças especiais estrangeiras

O exemplo de entrada a qual me refiro começa aos 4 minutos e 25 segundos.
  • Varredura:
A forma que se fatia angulo (Ainda tem gente que faz assim no exterior) aqui, tem uns lados negativos muito perigosos.
Você dá um passinho para o lado, com a arma empunhada em mira, você sobe e baixa o fuzil conforme faz isso (Você cria pontos cegos)
A teoria por trás disso é que com a arma já empunhada em mira você reage mais rápido... O problema é que o ponto cego que você cria, pode fazer que você nem veja ao que reagir.
SEAL's e ODA, Rangers fazem a varredura com a arma empunhada em low ready, cano ligeiramente apontado para baixo para você olhar por cima da mira, mas ainda poder puxar o gatilho, permite um campo de visão limpo, militares de OE lá fora precisam passar em certos treinos de medição de padrões.
Tipo partindo de low ready 2 disparos no alvo em menos de 2 segundos.
  • Empunhadura da pistola:
Ainda estamos presos nos anos 90.
  • Forma como configuramos os equipamentos:
ainda existem muitos policiais e militares que se auto sabotam, usando o coldre no joelho (Dificulta o saque, tira a estabilidade do coldre fazendo com que ele balance mais, atrapalha o movimento, o balançar do coldre pode afetar o equilíbrio além de que, com os coldres de nylon pode ser que a trava abra e a arma caia "Já ouvi muitos relatos de arma caindo do coldre de muitos policiais no Brasil").
Policiais e militares usando o colete mais baixo do que deveriam usar, deixando de proteger o arco aórtico e os átrios, assim como o topo do pulmão.
Falta de equipamentos essenciais para operações policiais e militares:
Poucos são os militares que aprendem APH, enquanto lá fora em países como os EUA é algo que todo militar aprende, aqui no Brasil você tem que se venturar por conta própria para isso, além de comprar seu kit por conta própria (VTR's nos EUA e UK "Assim como países europeus e outros países do commonwealth" possuem kit's de APH)
Muitos policiais vão para operação com apenas 2 carregadores de fuzil (O da arma e um no colete)
  • O fato de que não reforçamos a importância do uso do capacete:
(Por mais que sejam marcados para proteger calibres de pistola, eles tem grande chances de DEFLETIR "Desviar e não parar" disparos a distâncias superiores a 200m)
  • Não falamos da importância da proteção auditiva, conheço muitos policiais que tem sérios problemas de audição.
A insistência em cliches dos anos 80 e 90 "Tipo preto"
Falta de distribuição de placas balísticas contra fuzis
Não temos enfase no treinamento de tiro de posições incomuns.

E se eu for falar mais, ia demorar muito e ia ficar muito extenso.
Abs.
Estou na segurança pública há 10 anos, e esse post foi quase um dossiê da situação.
Houve uma situação recente na fronteira com o Paraguai, onde um policial fez um disparo acidental com fuzil e acertou a perna do colega, longe de um hospital; foi salvo porque outro colega tinha um torniquete (ele comprou) e tinha conhecimento de APH. O médico que fez o atendimento disse que não fosse o torniquete, xablau pro policial.
A verdade é que poucos têm esse conhecimento. E nem falo sobre equipamentos, ou vc corre atrás por um bom ou fica com porcarias, como os coldres "saco-de-leite".
Afora os escassos treinamentos.
Fronteira com Parana ou mato grosso do sul?

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Mai 13, 2020 10:02 pm
por Ckrauslo
Se eu tivesse um pouco mais de condições, comprava uma câmera e iria comprar equipamentos de várias empresas no Brasil e fazer um guia do que comprar e do que esperar.
Para todos os Policiais e militares do Brasil.

Re: OPERAÇÕES ESPECIAIS

Enviado: Qua Mai 13, 2020 11:37 pm
por Túlio
Ckrauslo escreveu: Qua Mai 13, 2020 10:02 pm Se eu tivesse um pouco mais de condições, comprava uma câmera e iria comprar equipamentos de várias empresas no Brasil e fazer um guia do que comprar e do que esperar.
Para todos os Policiais e militares do Brasil.
Uma dúvida, cupincha: calibres e comprimentos de cano até pouco não permitidos hoje o são, sabes algo sobre permissão para compra de EPIs, tipo placas rígidas para coletes nível III e capacetes IIIA NIJ? Ralei procurando e necas... :?