PRONAE

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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#136 Mensagem por FCarvalho » Qui Set 10, 2020 7:58 pm

Javalindo66,

NCAM = porta-aviões de pequeno porte, ou provavelmente, um STOL.

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Re: PRONAE

#137 Mensagem por FCarvalho » Qui Set 10, 2020 11:30 pm

O recém anunciado Plano Estratégico da Marinha - 2040 propõe um NCAM como sendo um dos meios a serem adquiridos a fim de compor a modernização da esquadra.

O termo NCAM significa Navio de Controle de Área Marítima e tem o propósito, como o nome diz, de controlar uma área marítima, que a depender dos objetivos políticos e estratégicos designados pelo poder político e militar do país, pode variar em proporção e alcance.

No nosso caso, a END dispõe como sendo a área de interesse estratégico do Brasil o Atlântico Sul, abrangendo a costa ocidental africana, e por conseguinte, os acessos a este oceano. Podemos dizer que o objetivo neste sentido do NCAM é proporcionar à MB a capacidade de projetar poder sobre qualquer área contida dentro do nosso entorno estratégico, principalmente no que diz respeito a esse navio, que é o controle de área marítima.

Um NCAM via de regra será aquilo que o país entende ser o suficiente e/ou necessário à defesa de seus interesses no mar. O Brasil, com sua longa costa, e dependente de rotas marítimas que nos chegam e saem daqui por diversos portos e oceanos, tem de observar de que forma a MB deve exercer a sua capacidade de controlar a área marítima que lhes afeta. Atualmente não há nenhum projeto em andamento para a obtenção deste navio, mas a sua simples menção no planejamento estratégico da MB já dispõe sobre o reconhecimento de sua necessidade a fim de cooperar com a expressão do poder naval brasileiro.

Qual seriam as características deste navio? Hoje há poucas ou nenhuma indicações neste sentido. A MB desde a derrocada do PRONAe não falou mais sobre o assunto e a aposentadoria precoce do Nae São Paulo deixou uma lacuna que não se via há décadas na esquadra. Conquanto é preciso entender que na atual situação em que vivemos, pensar na aquisição de um NCAM pode parecer descabido ou no mínimo ofensivo. Sua importância contudo não foi descartada pelo almirantado ao inseri-lo no seu planejamento. Teremos então, durante esses próximos vinte anos que reunir a capacidade e as condições de projetar e construir um navio próprio ou fazê-lo por via da aquisição de projeto estrangeiro. Se construído aqui ou no exterior ainda saberemos. Importa também dizer que o tamanho e características do navio impõe-se como resultado da visão macro sobre o poder naval brasileiro e a defesa de seus interesses no Atlântico sul, dever este que não é de governos, mas de Estado. Algo que deve ser impositiva e repetidamente lembrado ao poder político, sob pena de deixarmos mais uma vez lograr a perda de capacidades que podem nos fazer falta no momento mais inoportuno e menos esperado.

A ver os próximos lances de mais essa novela brasileira.

abs




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Re: PRONAE

#138 Mensagem por FCarvalho » Qui Set 10, 2020 11:37 pm

CAPÍTULO 4

A IMPORTÂNCIA DE SE DISPOR DE NAVIOS-AERÓDROMOS

4.1 - INTRODUÇÃO

O Brasil possui relevantes recursos naturais na sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Adicionalmente, o País é dependente do transporte marítimo para o comércio exterior. Isso exige uma adequada capacidade de defesa dos interesses brasileiros no mar, desse modo, a Marinha do Brasil (MB) necessita dispor de instrumentos de vigilância, controle e proteção. Além disso, em qualquer situação, a Marinha deverá ser capaz de prover eficazmente a sua própria defesa, inclusive contra ameaças aéreas, para o que é indispensável dispor de aviação embarcada em um navio-aeródromo (NAe).

Em um país dependente do mar e vulnerável a agressões dele oriundas, como no caso brasileiro, o controle de áreas de interesse para as comunicações marítimas essenciais e para a defesa do território, bem como para a preservação do patrimônio e das atividades relacionadas à ZEE e à plataforma continental, merecem atenção constante e prioritária. A contribuição para a dissuasão propiciada pelo Poder Naval, desenvolvida desde o tempo de paz, é consequência natural da capacitação e credibilidade para realizar, com
efetividade, as demais tarefas básicas desse Poder. A negação do uso do mar ao inimigo e a projeção de poder sobre terra são as tarefas básicas cujas prioridades dependem da importância do mar para o inimigo, da vulnerabilidade ao ataque pelo mar e da situação estratégica.

4.2 - DESENVOLVIMENTO

Um Poder Naval bem aparelhado provê, no nível político, a capacidade de graduar a aplicação da força, no tempo e no local apropriados, e com a intensidade proporcional aos propósitos pretendidos. Além disso, representa eficaz elemento de dissuasão, pois poucos países são capazes de efetivamente operar em áreas distantes do seu litoral.

Para garantir a defesa da “Amazônia Azul”, faz-se necessária uma Força Naval capaz de operar em áreas oceânicas e próximas ao litoral. Assim, uma força naval nucleada em NAe possuirá as características de mobilidade, flexibilidade, versatilidade e capacidade de permanência, que a habilitarão a cumprir um amplo espectro de missões, desde as humanitárias e de paz até as típicas de manobra de crise ou de conflito armado. A obtenção de superioridade aérea é fundamental para o sucesso das operações anfíbias e das navais em área marítima. Quando essa necessidade surge em teatros de operações distantes, fora do raio de ação das aeronaves de asa fixa da Força Aérea, o papel do NAe torna-se evidente.

A Estratégia Nacional de Defesa (END) prevê que duas áreas do litoral merecem atenção especial, do ponto de vista da necessidade de controlar o acesso marítimo ao Brasil: a área em torno da foz do rio Amazonas e a faixa que vai de Santos a Vitória. Essa necessidade
está associada ao controle de área marítima (CAM) da faixa onde se localizam os principais campos nacionais produtores de petróleo, incluindo a área do Pré-sal.

O NAe, dotado de aviação embarcada, principalmente a de asa fixa, é empregado como núcleo das Forças Navais, constituindo-se no principal meio para a execução das Tarefas de Controlar Áreas Marítimas e de Projetar Poder Sobre Terra, na execução de diversas
Operações e Ações de Guerra Naval, dentre elas as de Ataque, Anfíbias e de Defesa Aeroespacial de uma Força Naval.

É dever da MB dissuadir a concentração de forças hostis nos limites das águas jurisdicionais brasileiras e, em caso de crise ou de conflito armado, impedir a aproximação de uma força naval adversária, que tenha a intenção de pressionar com sua presença, ou efetuar ataques provenientes do mar contra o território brasileiro, o mais longe possível das costas
brasileiras. Para isto, o NAe é um meio indispensável. No conceito tático de obtenção do controle do espaço aéreo, o NAe, em virtude de sua capacidade de embarcar ala aérea mais ampla e diversificada que qualquer outro meio que lhe sirva de sucedâneo para tarefas outras, é o meio adequado à obtenção da requerida superioridade aérea.

O NAe também explora a capacidade de projeção de poder por intermédio de ataques em profundidade com suas aeronaves e o desembarque, por meios aéreos, de uma Companhia de Fuzileiros Navais (CiaFuzNav), o que o torna um meio naval, nesse sentido, estratégico, por contribuir fortemente para a estratégia da dissuasão.

Esse navio pode participar de missões de paz e ações humanitárias, transporte de pessoal e de material em apoio às ações de Defesa Civil, na redução de danos ou na mitigação de sofrimentos decorrentes de desastres naturais ou antrópicos, além de ser adequado às
tarefas de Navio de Comando e Controle e Navio de Recolhimento e Tratamento de Baixas.

Contribui, ainda, com o esforço da Força Naval em ações de presença, ou para mostrar bandeira, em tempo de paz, em proveito da política externa brasileira, como importante e eficaz instrumento de dissuasão.

4.3 - POSICIONAMENTO DA MARINHA DO BRASIL

A relevância do Brasil no cenário mundial tende a recrudescer, devido a sua importância estratégica, reconhecida diplomacia e, principalmente, pelo seu crescimento econômico. No entanto, a contrapartida exigirá do País posicionamentos em relação às questões
internacionais, que poderão resultar em tensões no campo político, com consequências no militar.

Uma Força Naval, nucleada por um NAe, além de estar capacitada a controlar as áreas marítimas, negar o uso do mar, projetar poder sobre terra, contribui de modo eficaz para a dissuasão estratégica, reduzindo o grau de beligerância e dissipando crises.

O elevado esforço necessário para atender aos requisitos de adestramento, visando às ações aeronavais, inviabiliza o dispêndio de tempo e recursos para atividades não relacionadas à destinação principal. Desse modo, em face da disponibilidade, do adestramento específico e da aderência à missão principal da aviação embarcada, as aeronaves não devem compor o sistema de defesa aeroespacial brasileiro.

A Marinha considera fundamental a cooperação com a FAB, que detém maior experiência na formação e adestramento de pilotos, com sólida base doutrinária adaptável à Aviação Naval

https://www.marinha.mil.br/sites/defaul ... ma-322.pdf




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#139 Mensagem por Wolfgang » Sex Set 11, 2020 9:44 am

Insisto em estudos sérios sobre uma versão naval do Gripen em navios com ski jump. Acho que dá samba.




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#140 Mensagem por Túlio » Sex Set 11, 2020 10:34 am

Wolfgang escreveu: Sex Set 11, 2020 9:44 am Insisto em estudos sérios sobre uma versão naval do Gripen em navios com ski jump. Acho que dá samba.
Te decidas, sobre "isso", ou é ESTUDO ou é SÉRIO, as duas coisas num dá! :lol: :lol: :lol: :lol:




"Na guerra, o psicológico está para o físico como o número três está para o um."

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#141 Mensagem por Wolfgang » Sex Set 11, 2020 12:03 pm

Túlio escreveu: Sex Set 11, 2020 10:34 am
Wolfgang escreveu: Sex Set 11, 2020 9:44 am Insisto em estudos sérios sobre uma versão naval do Gripen em navios com ski jump. Acho que dá samba.
Te decidas, sobre "isso", ou é ESTUDO ou é SÉRIO, as duas coisas num dá! :lol: :lol: :lol: :lol:
Pows, claro que dá. Uma campanha que não seja só simulada. Manda fazer um protótipo. Ensaios em campo... etc. Mais barato que comprar um Nae grande e encher de caça maia caro. Rs




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#142 Mensagem por Túlio » Sex Set 11, 2020 12:42 pm

Wolfgang escreveu: Sex Set 11, 2020 12:03 pm
Pows, claro que dá. Uma campanha que não seja só simulada. Manda fazer um protótipo. Ensaios em campo... etc. Mais barato que comprar um Nae grande e encher de caça maia caro. Rs
Tá, cupincha, mas em pleno século XXI vamos fazer o que com um NAe e um punhado de caças que só serão feitos para ele, além de jogar dinheiro fora? Continha de padaria:

:arrow: NAe convencional (ou seja, deixamos de lado alguma variante do RENAP) de umas 50k tons - Por baixo, uns USD 5B, sem grupo aéreo e com defesas e sensores meia-boca (tipo Opalão) e sem incluir custos de desenvolvimento; se for botar tudo o que tem direito (e sem o Grupo Aéreo), dobra. Pior, um não adianta, precisa pelo menos TRÊS para sempre ter pelo menos um;

:arrow: Desenvolver e comprar uma dúzia e meia de Gripen N (ou pouco mais) - Pelo custo de desenvolvimento dos E/F sai uns USD 150M cada; com custos extras para "navalizar" (novo trem de pouso, reforços estruturais, aumento da resistência à corrosão marítima, experimentar e se for o caso substituir sensores para emprego embarcado, etc), vai saber. Eu chuto em uns USD 170M cada, no mínimo, fora armas, pods, etc. Pior, se forem 3 NAes, a MIRJ vai ter mais caças que a FAB;

:arrow: Por fim, precisa Escolta de verdade (mínimo USD 1B cada) e navios de apoio pra esse bicharedo todo, além de AEW&C embarcado (USD 200M mínimo cada).

O padeiro somou e deu:

1 - Só um NAe meia-boca com Grupo Aéreo e Escoltas, etc: USD 13B, e repito, o mais meia-boca possível;

2 - Só um NAe mas completaço e com todo o resto no mesmo nível: USD 21B+;

3 - Três NAes & quetales tipo os do item (1): USD 35B+ (economia de escala), para ter sempre pelo menos um;

4 - Três NAes & quetales tipo os do item (2): USD 80B+ (montes de armas e munições no estoque, montes de dias no mar, amplos contratos de manutenção 3U, máximo de nacionalização, etc).


Repito, isso ia servir para quê, cupincha véio guitarreiro? Onde vamos precisar tanto ir jogar tanta bomba e PGM no lombo de quem e por que razão? :lol: :lol: :lol: :lol:


PS: USD 80B são QUATRO ANOS de orçamento do MinDef inteiro, e isso se todos os quatro forem anos muito bons (e considerando ainda que todo o pessoal aceite passar esse tempo todo sem receber soldo por amor à camiseta [003] ), o que não é nada comum por aqui...




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Re: PRONAE

#143 Mensagem por Túlio » Sex Set 11, 2020 1:26 pm

Informo que tomei a liberdade de mover alguns posts do tópico NOTÍCIAS para este, onde estarão melhor localizados. Perdoem qualquer transtorno, a intenção foi buena.




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Re: PRONAE

#144 Mensagem por FIGHTERCOM » Sex Set 11, 2020 4:27 pm

Túlio escreveu: Qua Set 09, 2020 3:57 pm
Ianques, chinas, Russos, Indianos, Franceses e Ingleses têm NAes, e por quê? Porque precisam! São uma superpotência e duas aspirantes (China e Índia), além de três grandes potências, todas nucleares, todas com interesses globais e todas com a consequente necessidade de projetar poder bem longe de casa.

Fazemos parte do grupo? Precisamos fazer (por quê?) e estamos dispostos a pagar o preço (e não é SÓ em dinheiro) para isso?

Um NAe, ao contrário de um SSN/SSGN, não é nada discreto ou furtivo, logo, não tem como assestar golpes de surpresa, é uma loooonga viagem com um montão de Escoltas para evitar que o alvo mais valioso do oceano vá dormir com os peixes. Tudo isso para ir sacanear alguém lá do outro lado do planeta. Precisamos disso? Quem está ou imaginamos que vá estar nos prejudicando tanto mais adiante? Até o CFN eu acho superdimensionado, vamos desembarcar aonde tanta gente? E com que finalidade?

O que a aristocrática criançada véia da Corte ainda não entendeu (porque não quer, só pode) é que para nós a palavra-chave é DISSUASÃO, não AGRESSÃO. Nunca fomos para o outro lado do planeta dar porrada por causa de nossos interesses, até a nossa participação na 2GM foi na marra, o GF de então era claramente pró-nazista, POWS!!!

PS.: desconsiderei a Itália e Espanha, que têm uns barquinhos que, com boa vontade, se pode chamar de NAeL, porque lhes falta a capacidade nuclear (nem SSN têm) e razões para quererem atacar alguém tão longe de casa.
Totalmente de acordo!!!

Abraços,

Wesley




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#145 Mensagem por FIGHTERCOM » Sex Set 11, 2020 4:55 pm

Túlio escreveu: Sex Set 11, 2020 12:42 pm
Wolfgang escreveu: Sex Set 11, 2020 12:03 pm
Pows, claro que dá. Uma campanha que não seja só simulada. Manda fazer um protótipo. Ensaios em campo... etc. Mais barato que comprar um Nae grande e encher de caça maia caro. Rs
Tá, cupincha, mas em pleno século XXI vamos fazer o que com um NAe e um punhado de caças que só serão feitos para ele, além de jogar dinheiro fora? Continha de padaria:

:arrow: NAe convencional (ou seja, deixamos de lado alguma variante do RENAP) de umas 50k tons - Por baixo, uns USD 5B, sem grupo aéreo e com defesas e sensores meia-boca (tipo Opalão) e sem incluir custos de desenvolvimento; se for botar tudo o que tem direito (e sem o Grupo Aéreo), dobra. Pior, um não adianta, precisa pelo menos TRÊS para sempre ter pelo menos um;

:arrow: Desenvolver e comprar uma dúzia e meia de Gripen N (ou pouco mais) - Pelo custo de desenvolvimento dos E/F sai uns USD 150M cada; com custos extras para "navalizar" (novo trem de pouso, reforços estruturais, aumento da resistência à corrosão marítima, experimentar e se for o caso substituir sensores para emprego embarcado, etc), vai saber. Eu chuto em uns USD 170M cada, no mínimo, fora armas, pods, etc. Pior, se forem 3 NAes, a MIRJ vai ter mais caças que a FAB;

:arrow: Por fim, precisa Escolta de verdade (mínimo USD 1B cada) e navios de apoio pra esse bicharedo todo, além de AEW&C embarcado (USD 200M mínimo cada).

O padeiro somou e deu:

1 - Só um NAe meia-boca com Grupo Aéreo e Escoltas, etc: USD 13B, e repito, o mais meia-boca possível;

2 - Só um NAe mas completaço e com todo o resto no mesmo nível: USD 21B+;

3 - Três NAes & quetales tipo os do item (1): USD 35B+ (economia de escala), para ter sempre pelo menos um;

4 - Três NAes & quetales tipo os do item (2): USD 80B+ (montes de armas e munições no estoque, montes de dias no mar, amplos contratos de manutenção 3U, máximo de nacionalização, etc).


Repito, isso ia servir para quê, cupincha véio guitarreiro? Onde vamos precisar tanto ir jogar tanta bomba e PGM no lombo de quem e por que razão? :lol: :lol: :lol: :lol:


PS: USD 80B são QUATRO ANOS de orçamento do MinDef inteiro, e isso se todos os quatro forem anos muito bons (e considerando ainda que todo o pessoal aceite passar esse tempo todo sem receber soldo por amor à camiseta [003] ), o que não é nada comum por aqui...
Túlio,

Qual a sua opinião sobre um possível "BPE Juan Carlos" na MB?


Abraços,

Wesley




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#146 Mensagem por Túlio » Sex Set 11, 2020 5:11 pm

FIGHTERCOM escreveu: Sex Set 11, 2020 4:55 pm
Túlio,

Qual a sua opinião sobre um possível "BPE Juan Carlos" na MB?


Abraços,

Wesley
Tks, cupincha, achava que ninguém ia perguntar. Bueno, para mim um Cruzador ASW com helis (mínimo meia dúzia, além de uns drones) seria O BICHO, pois pra navio atacante a gente vai ter Gripen da FAB com RBS ou algo assim, a treta é detonar SSGK/SSGN antes de poderem atirar. Ia ser menor e mais barato que qualquer NCAM e causar mais estrago, porque ao invés de sair atacando, ia evitar a capacidade ofensiva de algum IN. Dia desses vi uma variante do MAKASSAR e quase tive um treco, era exatamente o que queria, capacidade máxima com helis e AAe LR.

E os helis têm capacidade ASuW, o que abriria possibilidade para desenvolvimento de uma versão DECENTE (aerolançada via helis) do (quase falecido) MANSUP.




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Re: PRONAE

#147 Mensagem por JavaLindo66 » Sex Set 11, 2020 5:47 pm

A versão que você menciona é essa, Túlio?

Imagem

Que eu lembre o Markassar tem duas versões: uma com o deck mais curto e outra com o deck mais longo. A de cima é essa última.




Editado pela última vez por JavaLindo66 em Sex Set 11, 2020 5:49 pm, em um total de 1 vez.
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Re: PRONAE

#148 Mensagem por FCarvalho » Sex Set 11, 2020 5:49 pm

Grupos Tarefa de Nae são compostos por navios de diversos tipos e tonelagens, com missões diferentes mas complementares. Via de regra geral, um GT precisa de 4 a 8 navios em torno do Nae, além de subs de escolta e os navios de apoio, no caso, pelo menos um Navio de Apoio Logístico Móvel como a MB está chamando agora.

A composição do grupo aéreo é variável e de acordo com a missão do GT, dependendo sobretudo do inimigo que se quer bater. Se a ameaça principal for submarina, helos ASW e os navios serão os principais atores. Se for aviação, caças e capacidade ISR e AEW serão privilegiadas. Se forem navios, um mix balanceado de helos, caças e aeronaves ISR/AEW é o indicado.

Para cada missão, existe uma montagem diferente e o mais próximo possível do ideal para se combater determinado oponente. O tamanho e a forma do NCAM ou NAe irá ser consequência, no nosso caso, menos de eventuais inimigos do que a proposição de capacidades que a MB deve dispor, como determinado na END.

No planejamento estratégico da marinha, que corrobora a END/PND, a ideia é que a MB seja capaz de defender a Amazônia Azul o mais longe possível da costa. Isto pode ser feito de acordo com os meios disponíveis e, também, com o quadro do TOM em questão, que é o Atlântico Sul. Nesse entorno o que está no papel é que a MB tem de ser capaz não apenas de defender a nossa ZEE como também ser capaz de ir muito além dela nesse papel em toda a extensão do AS. Isto significa essencialmente termos capacidade de atuar na costa ocidental da África, no caribe, e nos acessos ao AS, de forma a garantir o fluxo comercial de navios que entram e saem de ou para nossos portos. Senão, acabou.

Mas o Túlio perguntou em quem vamos jogar bombas ou atacar com um Nae? Depende. Se for ou forem potencias militares superiores as nossas forças militares, subnucs são o nosso maior ativo e a primeira linha de frente. Não é preciso comentar sobre sua capacidade de dissuasão, mesmo no caso de potencias militares. Os Nae e seus GT operariam em complemento, seja mostrando bandeira - controle de área marítima - seja no papel de ISR e C2 avançado no AS. Consciência situacional é um plus indispensável em guerra naval hoje e mais ainda no futuro. No caso de potencias médias, os Nae e seus GT dependendo do caso podem exercer o papel principal, com os GAE montados de acordo com as exigências do TOM em questão. Um Nae brasileiro e seu GT na costa ocidental africana é muito mais do que simplesmente um navio projetando poder ou mera demonstração de músculos. A presença naval brasileira nas bordas do AS é de suma importância não apenas para juntar capital político e militar, como, principalmente, dissuadir eventuais processos de questionamento da nossa soberania sobre o mar a nossa frente. Que é bem grande diga-se de passagem.

Ninguém no mundo respeita gente que fala grosso mas tem uma mão fraca. O Brasil não faz nem uma coisa e outra. Na verdade fala fino e tem as mãos sempre em abano. Nem na nossa região de interesse estratégico somos respeitados na íntegra por ninguém. No máximo somos tolerados.

O PRONAE previa apenas 2 Nae. Óbvio que isso não é condizente com o que precisamos. Há planos para uma segunda esquadra. Então, a lógica manda que sejam não 3, mas 4 NCAM. Aí eu pensei aqui com os meus botões: se não temos grana para um Nae, em nem para 4 NDM, mas podemos ter para 4 NCAM. E o que seria um NCAM brasileiro? Penso que talvez possa ser algo parecido com isso aqui:

https://www.globalsecurity.org/military/world/china/images/lha-2019-image01.jpghttps://www.globalsecurity.org/military/world/china/images/lha-2019-image02.jpg
https://www.globalsecurity.org/military/world/china/images/type-075b-image09.jpg

Para se pensar em um conceito de NCAM que não precisa ser necessária ou obrigatoriamente um porta-aviões tradicional.

abs




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Re: PRONAE

#149 Mensagem por FCarvalho » Ter Set 15, 2020 11:28 pm

JavaLindo66 escreveu: Sex Set 11, 2020 5:47 pm A versão que você menciona é essa, Túlio?
Imagem
Que eu lembre o Markassar tem duas versões: uma com o deck mais curto e outra com o deck mais longo. A de cima é essa última.
Navio muito bacana esse Makassar. É o que sempre estou repetindo aqui. A MB deveria parar de olhar apenas para Europa e USA como se estaleiro só houvessem os de lá.
Tem muitos projetos interessantes que poderiam se aproveitados em outros cantos do mundo, se nos dispuséssemos a olhar para o outro lado.
A classe Makassar poderia muito bem alinhar-se a compor a FFE e apoiar as forças anfíbias brasileiras. Apesar de não ser um colosso, este tipo de navio pode muito bem acolher uma ou mais unidades de apoio.
É lamentável que não tenhamos a simples e mais básica das capacidades que é conseguir embarcar a única brigada anfíbia que temos por completo. Pouco mais de 7 mil homens que caberiam em quiçá pouco mais de uma dezena de navios se bem balanceados em sua escolha.
Parece que o choque de realidade chegou atrasado à alta administração naval. Mas chegou.
Antes tarde do que nunca.

abs




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#150 Mensagem por FCarvalho » Ter Set 15, 2020 11:36 pm

Wolfgang escreveu: Sex Set 11, 2020 9:44 am Insisto em estudos sérios sobre uma versão naval do Gripen em navios com ski jump. Acho que dá samba.
Eu entendo que a versão naval do Gripen E/F está condicionada a dois fatores básicos e sobre os quais não temos controle.
Um, exportações. Não haverá versão naval apenas para a MB. E dois, o retorno da posse e uso de Nae pela MB, que por sua vez depende de fatores que fogem ao domínio do planejamento do almirantado. Ou seja, economia/disposição orçamentária e vontade política.

Me parece ser mais interessante que se pudesse pensar na proposta versão naval do J-31, se de fato um dia ela vier e existir. E até mesmo uma suposta versão STOL de caça de 5a G chinês, que vem sendo comentada nos últimos dois anos. Qualquer uma das duas poderiam nos servir bem.

Aliás, pensar nas opções chinesas e russas como alternativas viáveis e de menor impacto econômico ao próximo Nae seria de bom alvitre e inteligente. Depender unicamente de projetos europeus para isso não é aceitável e muito menos a única resposta para a questão.

Continuo sendo de opinião - até prova em contrário ou alternativa melhor - que o projeto do INS Vycrant pode ser uma escolha viável para nós. Se conseguirmos resolver todos os problemas atuais da marinha até 2040, claro.

abs




AVATAR INSERIDO PELA MODERAÇÃO

(pode ser substituído sem problemas)
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