tem filme novo esse fim de semana
http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/not ... grass.html
http://video.globo.com/Videos/Player/En ... DE,00.html
15/04/2010 13h00 - Atualizado em 15/04/2010 13h26
'A Bagdá do filme não é um deserto qualquer', diz Paul Greengrass
Cineasta da série 'Bourne' volta a se unir com Matt Damon em 'Zona verde'.
Filme estreia sexta-feira (16) e revê busca dos EUA por armas no Iraque.
Depois do sucesso de "O mensageiro" e "Guerra ao terror" - vencedor do Oscar de melhor filme de 2009 -, o conflito no Oriente Médio volta com força às salas de cinema do Brasil nesta sexta-feira (16). (Veja trailer do filme ao lado)
Nova colaboração entre o cineasta Paul Greengrass e o ator Matt Damon, "Zona verde" trata da famigerada caça às armas de destruição em massa que deu origem à invasão americana no Iraque.
O thriller é inspirado no livro do jornalista Rajiv Chandrasekaran “A vida imperial na Cidade Esmeralda", um relato sobre os bastidores da área de segurança máxima que protege as instalações norte-americanas e embaixadas estrangeiras na região central de Bagdá e é conhecida como zona verde.
Galeria de fotos: veja imagens de 'Zona verde'
A história se passa em 2003, e segue Roy Miller (Matt Damon), um subtenente do Exército norte-americano e sua equipe de exploração móvel, designada para encontrar as supostas armas de destruição em massa. Após seguirem todas as pistas e nada encontrarem - como de fato ocorreu com os EUA -, o desconfiado Miller sai em busca da verdade.
É uma obra de ficção, mas com elementos do mundo real. É onde fato e ficção se encontram que as coisas interessantes acontecem", conta Greengrass em entrevista jornalistas da qual o G1 participou, em Nova York. "Acho que o filme tem uma mensagem humana: é a história de um homem buscando a verdade em um mundo corrupto.”
Leia a seguir trechos da entrevista.
Pergunta - O que mais te atraiu nesta história?
Paul Greengrass - Quando você faz um filme, procura uma maneira de contar uma história, e, para mim, isso começa com o personagem. Sempre me chamou atenção que toda a procura pelas armas de destruicao em massa tenha sido tão misteriosa, cheia de teorias de conspiração e mentiras. É o panorama ideal para um thriller. E quando me reuni com [o roteirista] Brian Helgeland sempre voltávamos ao mesmo ponto de discussão: um personagem que tem como missão encontrar essas armas. Quando ele chega la, descobre que nao tem nada. De uma certa maneira, nos todos seguimos esta historia, obviamente que nao fomos la, mas acompanhamos de perto e vimos quando nada foi encontrado. A diferenca com o personagem e que ele faz perguntas e nao aceita nao como resposta.
Pergunta - Como foi a pesquisa para fazer "Zona verde"?
Greengrass - Foi um processo intenso. Michael Bronner, que trabalhou no [programa jornalístico] “60 minutes” e comigo no filme “Voo United 93” se encarregou da pesquisa sobre as armas de destruição em massa, sobre a Equipe de Exploração Móvel (MET - Mobile Exploitation Teams), sobre a CIA, e sobre o que estava acontecendo no mundo da política na época. E através de Rajiv Chandrasekaran e seu livro, criamos a “Zona verde”. Uma das coisas de que mais me orgulho é que a Bagdá que está no filme não é um deserto qualquer, era a Bagda daquele momento. Em cada detalhe. Quem esteve lá, seja no aeroporto ou nos arcos da zona verde, vai reconhecer a exatidão com a qual o filme retrata esses lugares.
Pergunta - Quanto da história é real e quanto é ficcional?
Greengrass - Bem, é uma obra de ficção, mas com elementos do mundo real. É onde fato e ficção se encontram que as coisas interessantes acontecem. Tentei ser fiel ao mundo real. Tivemos um consultor, Richard “Monty” Gonzales, que foi membro da Equipe de Exploração Móvel, e várias de suas experiências estão no filme. O personagem Miller (Matt Damon) é baseado nestes caras. Aliás, sua equipe no filme é formada por soldados que efetivamente lutaram no Iraque.
Pergunta - Como foi trabalhar com esses soldados?
Greengrass - Foi fascinante. A presença dos soldados trouxe veracidade. Acredito que eles quiseram participar porque o filme não é um panfleto que vende alguma mensagem ou sermão. Estamos contando uma história que ocorreu em uma área perigosa do mundo. Acho que foi importante também para o Matt (Damon). o fato de ele estar rodeado por soldados de verdade fez com que pudesse se concentrar mais em ser um deles. Foi mágico vê-lo se transformando no líder desse grupo.
Pergunta - Como acha que o filme será recebido no mundo árabe? Acha que pode causar ressentimento contra o Ocidente?
Greengrass - Não. Discutimos o assunto com Khalid Abdalla (Freddy) e com Yigal Naor (General Al Rawi), e também com os outros atores, mas é só um filme. As pessoas que forem assitir vão interpretar a história da maneira que elas quiserem. O mais importante será se tiver valido, ou não, a ida ao cinema. Não sei como ele será recebido, mas é o filme que eu queria fazer e me orgulho muito dele. Acho que tem uma mensagem humana. É a história de um homem buscando a verdade em um mundo corrupto.
Pergunta - Você e Matt Damon têm trabalhado juntos já há algum tempo. Como evoluiu esse relacionamento?
Greengrass - A gente se deu bem desde o começo. O nosso primeiro encontro foi em um jantar em Praga. Eu estava ainda debatendo se iria dirigir ou não “A supremacia Bourne” e, obviamente, o fato de termos a mesma visão para o filme e de termos nos dado bem tão facilmente foi determinante na minha decisão de dirigi-lo. A gente tem o mesmo gosto para filmes, a mesma opinião sobre o que eles podem e devem ser e o mesmo senso de humor. Ter uma relação tão positiva com seus atores ajuda muito quando você faz filmes. E é assim que me sinto com Matt. É sem dúvida uma das melhores relações criativas que já tive na vida.