Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13441 Mensagem por LeandroGCard » Qua Jun 08, 2016 10:03 am

P44 escreveu:DSME launches South Korea's first FFX-II frigate

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E vejam só:

A Coréia do Sul, que tem seus poderosos destróiers KD-XII e III, achou necessário desenvolver um navio da classe da CV-3... .


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13442 Mensagem por FCarvalho » Qua Jun 08, 2016 12:18 pm

Esse navio navio sul-coreano aí é o que deveria ser a evolução natural do projeto Inhaúma/Barroso hoje em dia, caso não estivéssemos no Brasil, óbvio.

Fico aqui imaginando que se fôssemos outro país, hoje estaríamos projetando e recebendo este tipo de navio, e substituído as Niterói já no começo dos anos 2000.

Se as 16 corvetas projetadas tivessem sido efetivamente construídas em diferentes blocks ao longo dos anos 80's e início do 90's, teríamos uma frota nacional e bem equilibrada, tanto do ponto de vista operacional como financeiro.

A Barroso teria sido um block II ou III, a CV-3 atual teria sido um block III ou IV e estes navios aí em cima seriam uma segunda classe de fragatas que substituiriam todos os navios mais antigos.

Hoje teríamos a mesma frota de 16 navios formados pelas undes atualizadas da Barroso de 20 anos atrás, CV-3 blokc I e II e os navios acimal. Nada mal para uma marinha que tem como principal responsabilidade lidar com a ignorância nacional em relação ao banho de mar de sua população.

abs.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13443 Mensagem por FCarvalho » Qua Jun 08, 2016 12:21 pm

Lord Nauta escreveu:A MB precisa de um programa de salvação em ralação a Esquadra para que mantenha uma capacidade crível de dissuasão no TOM do Atlântico Sul, o que inclui a o seu emprego como instrumento de diplomacia na costa africana. além de poder efetivamente exercer o controle das AJB. Somente para que isto aconteça são necessários alguns bilhões de USD, que não inclui metas de obtenção, operação e manutenção de NAe's e SNA's.
Sds
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Nauta, o país inteiro anda precisado de ser salvo... de si mesmo. De novo. :roll:

abs.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13444 Mensagem por alex » Qua Jun 08, 2016 1:21 pm

sobre a classe coreana:
According to specifications provided by DSME, the platform features an overall length of 122 m and an overall beam of 14 m. The ship has a standard displacement of 2,800 tonnes and a full load displacement of 3,600 tonnes. Powered by one Rolls-Royce MT30 turbine engine and four diesel generators in a combined diesel-electric or gas configuration, the ship can attain a maximum speed of 30 kt.

A tonelagem e a mesma da classe Niteroi, bem diferente do puxadinho de 2700 full load previsto na CV3 terá turbina ( a nossa não terá) e acomodará um Seahawk enquanto a nossa terá um Lynx.
Fora o armamento que eles fabricam pelo menos mísseis. não, não tem nada a ver com o nosso puxadinho.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13445 Mensagem por Luís Henrique » Qua Jun 08, 2016 3:11 pm

alex escreveu:sobre a classe coreana:
According to specifications provided by DSME, the platform features an overall length of 122 m and an overall beam of 14 m. The ship has a standard displacement of 2,800 tonnes and a full load displacement of 3,600 tonnes. Powered by one Rolls-Royce MT30 turbine engine and four diesel generators in a combined diesel-electric or gas configuration, the ship can attain a maximum speed of 30 kt.

A tonelagem e a mesma da classe Niteroi, bem diferente do puxadinho de 2700 full load previsto na CV3 terá turbina ( a nossa não terá) e acomodará um Seahawk enquanto a nossa terá um Lynx.
Fora o armamento que eles fabricam pelo menos mísseis. não, não tem nada a ver com o nosso puxadinho.
Colega, convenhamos que esta pequena diferença de tamanho e tonelagem é o MENOR dos nossos problemas.

Se o Brasil fosse um país sério e investisse igual esses países fazem, a CV-03 seria um sucesso e daqui alguns anos estaríamos RECEBENDO várias unidades e ao mesmo tempo, PROJETANDO E DESENVOLVENDO a CV-04 ou uma Fragata.




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13446 Mensagem por alex » Qua Jun 08, 2016 3:33 pm

Discordo,para a Coreia é mais uma classe para complementar sua esquadra , equilibrando custos e aumentando sua força frente a dois paises da sua região: China e Coreia do norte. O nossso projeto, qualquer que seja será o navio principal da frota e ele devera ser o melhor possivel e tamanho é um dos fatores fundamentais.




Editado pela última vez por alex em Qua Jun 08, 2016 6:39 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13447 Mensagem por Lord Nauta » Qua Jun 08, 2016 4:20 pm

LeandroGCard escreveu:
P44 escreveu:DSME launches South Korea's first FFX-II frigate

Imagem
E vejam só:

A Coréia do Sul, que tem seus poderosos destróiers KD-XII e III, achou necessário desenvolver um navio da classe da CV-3... .


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Os japoneses, russos, chineses também possuem projetos de navios de 3.000 ton que complementam e se somam aos seus DDG's de 7.000 ton. Acredito que em face das dificuldades orçamentarias dos próximos anos a MB deva focar em renovar sua força de superfície (não mais que seis navios) com navios equivalentes as Niterói. Acredito que deveria se buscar um projeto já pronto e aprovado e abandonar as CV 03, que podem ter um custo maior do que navios que já estão em operação. A lista de alternativas e razoável sejam de origem europeia ou asiática.


Sds


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13448 Mensagem por LeandroGCard » Qua Jun 08, 2016 5:04 pm

Lord Nauta escreveu:Os japoneses, russos, chineses também possuem projetos de navios de 3.000 ton que complementam e se somam aos seus DDG's de 7.000 ton. Acredito que em face das dificuldades orçamentarias dos próximos anos a MB deva focar em renovar sua força de superfície (não mais que seis navios) com navios equivalentes as Niterói. Acredito que deveria se buscar um projeto já pronto e aprovado e abandonar as CV 03, que podem ter um custo maior do que navios que já estão em operação. A lista de alternativas e razoável sejam de origem europeia ou asiática.

Sds

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Ou seja, a ideia seria mais uma vez devido ao descaso nos períodos anteriores, sair correndo para cobrir as baixas de uma esquadra que está obsolescendo em massa, buscando algum projeto estrangeiro para fabricar em grande quantidade (falar em seis navios novos no Brasil de hoje é uma quantidade ENORME).

E mais uma vez desprezando a pouca capacidade que ainda temos de desenvolver conceitos, doutrinas e projetos locais para apenas soldar chapas seguindo os desenhos de alguém lá de fora, matando a própria base de criação de uma BID na área naval em nosso país. E daqui a 25 ou 30 anos estaríamos novamente exatamente na mesma posição em que estamos agora. Mais uma vez.

Entendo a preocupação que leva a esta opinião, mas não posso deixar de discordar frontalmente.


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13449 Mensagem por alex » Qua Jun 08, 2016 6:37 pm

Projeto externo ja testado na faixa de 3500 a 4000 ton + financiamento externo ( com as multas contratuais, para não fugirmos da raia) + nacionalização de equipamentos possiveis (armamentos, softwares, sensores de fabricação nacional) + 2 navios construidos fora do pais e 4 aqui (igual Niteroi) = SOLUCÃO
E mesmo assim rezemos pelo cronograma.
O resto é sonho ou delirio, escolham.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13450 Mensagem por JL » Qua Jun 08, 2016 9:00 pm

Eu acho engraçado isso:

O Brasil é um país onde existem problemas de ordem econômica e tecnológica para desenvolver uma corveta, que é em teoria o mais simples navio de guerra de superfície capaz de empreender missões oceânicas, sendo também menor em porte, custo etc. Do que fragatas e contratorpedeiros, somente superando em sofisticação e recursos as lanchas lança mísseis e os navios de patrulha oceânicos.
Este mesmo país tem condições de levar adiante o projeto de um submarino nuclear, que pode ser considerado por ser vez o meio naval de maior sofisticação tecnológica da atualidade e também um meio de custo altíssimo.
É uma nação bipolar.




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13451 Mensagem por Lord Nauta » Qui Jun 09, 2016 4:39 am

alex escreveu:Projeto externo ja testado na faixa de 3500 a 4000 ton + financiamento externo ( com as multas contratuais, para não fugirmos da raia) + nacionalização de equipamentos possiveis (armamentos, softwares, sensores de fabricação nacional) + 2 navios construidos fora do pais e 4 aqui (igual Niteroi) = SOLUCÃO
E mesmo assim rezemos pelo cronograma.
O resto é sonho ou delirio, escolham.

Em função da urgência acredito que e a melhor alternativa. Em paralelo seria desenvolvido o projeto do NaPaOc do CPN, com base no casco da Barroso, com a construção dos cinco exemplares previstos no PROSUPER. A construção dos navios escolta de projeto internacional com a produção de unidades no país, a exemplo do PROSUB, somada ao projeto dos NaPaOc, que receberia a expertise adquirida com o joint venture com o estaleiro estrangeiro, permitiria na próxima etapa o projeto qualificado de uma fragata BR.

Em relação ao SNA sem os franceses o processo de projeto deste navio levaria varias décadas a frente. Também e bom lembrar que o mesmo ainda esta muito longe de ser uma unidade operativa da MB.

Sds


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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13452 Mensagem por FCarvalho » Qui Jun 09, 2016 4:51 pm

Se levarmos em conta que nunca teremos recursos suficientes e nem regulares para a manutenção de uma esquadra que realmente mereça este nome, e que não temos inimigos declarados e conflitos previsíveis nas próximas décadas, sou de opinião que devemos investir o que se tem e pode:

1. Projeto CV-3, com o máximo de insumos nacionais; se vai encomendar 4 undes? ótimo. Combina com o este e com os próximos governos que isto seja feito de forma a encomendar-se 1 navio por ano. Diluição de custos no longo prazo, regularidade de investimento, manutenção da P&D nacional e, principal, qualificação e manutenção de mão de obra nacional. Não vamos a nenhuma guerra amanhã ou depois. Temos tempo.

2. Projeto NaPaOc BR, com o máximo de insumos nacionais; precisa de quantas undes? 12? Ótimo. Combina com este e os próximos governos a encomenda 2 ou 3 navio por ano até completar os 12 planejados. Diluição de custos no longo prazo, regularidade de investimento, manutenção da P&D nacional e, principal, qualificação e manutenção de mão de obra nacional. Precisamos urgentemente deste tipo de navio para as AJB. São mais baratos de comprar e manter, e principalmente, manteriam a industria trabalhando.

obs: eu entendo que ainda cabe uma classe intermediária entre os NaPa 500 e os NaPaOc BR, algo na faixa das 800 a 1200 tons. A Engepron tinha algo em conjunto com uma empresa francesa dona do projeto dos NaPa 500.

3 Projeto NaPaCo BR 200/500, com o máximo de insumos nacionais; quantos precisas? Combina com os próximos governos a encomenda 4 a 8 navio por ano até completar o necessário. Diluição de custos no longo prazo, regularidade de investimento, manutenção da P&D nacional e, principal, qualificação e manutenção de mão de obra nacional. Atividade principal nas AJB. São mais baratos de comprar, manter e, principalmente, fazem a industria trabalhar.

obs. entendo que temos uma necessidade gigantesca de lanchas, botes e hovercrafts, de diversos tipos, tonelagem e emprego. No entanto, os projetos nesta seara são escassos, para não dizer raros no Brasil. Contudo, existem empresas aqui plenamente capazes de projetar e desenvolver estes ativos sem maiores problemas. O problema parece ser a MB e seus conceitos, ou prioridades.

4. Projeto Navios de Apoio (geral), com o máximo de insumos nacionais. Existe uma miríade de tipos e necessidades tanto na frota naval como nas fluviais. Ao mesmo tempo existe uma capacidade latente interna na industria que, por não ter previsibilidade e regularidade de encomendas por parte da MB e da industria local. não consegue desenvolver-se. Novamente, a mesma coisa, diluição de custos no longo prazo, regularidade de investimento, manutenção da P&D nacional e, principal, qualificação e manutenção de mão de obra nacional. Navios voltados para ação tanto nas AJB quanto externamente.

5. O PROSUB, indiferente a orçamentos e governos, deve ser mantido a todo custo.

6. Aviação naval, revisar e realizar na integra os projetos UHI(30 undes) e UHL(108 undes), acrescidos de um programa de aquisição de uma aeronave leve, para emprego geral/policia naval e esclarecimento marítimo, e outra média, para transporte, vigilância marítima e SAR naval. Uma encomenda conjunta pelas ffaa's do modelo leve, e do C-235/295 seria uma solução interessante.

Como se pode ver, estas soluções podem ser engendradas em sua maioria com a participação da industria naval e da BID nacional, com custos diluídos no longo prazo e sem compromisso com grandes investimentos em blocos de compras como vinha tentando fazer até agora.

Não vamos a nenhuma guerra em prazo previsível e não temos inimigos declarados ou identificáveis. Então, se nos dispusermos a fazer isso nos próximos 10/15 anos, já seria algo muito muito bom, a fim de chegar aos anos 2030 não com uma esquadra poderosa, como chegou-se a vislumbrar, mas com a capacidade suficiente, necessária, possível e adequada à nossa realidade.

E se até lá alguma coisa nos acontecer, talvez, e digo talvez, não sejamos pegos de calça curta. Ou com a bunda exposta na janela para qualquer um passar a mão nela.

abs.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13453 Mensagem por Duka » Sex Jun 10, 2016 2:06 pm

LeandroGCard escreveu:
Lord Nauta escreveu:Os japoneses, russos, chineses também possuem projetos de navios de 3.000 ton que complementam e se somam aos seus DDG's de 7.000 ton. Acredito que em face das dificuldades orçamentarias dos próximos anos a MB deva focar em renovar sua força de superfície (não mais que seis navios) com navios equivalentes as Niterói. Acredito que deveria se buscar um projeto já pronto e aprovado e abandonar as CV 03, que podem ter um custo maior do que navios que já estão em operação. A lista de alternativas e razoável sejam de origem europeia ou asiática.

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Ou seja, a ideia seria mais uma vez devido ao descaso nos períodos anteriores, sair correndo para cobrir as baixas de uma esquadra que está obsolescendo em massa, buscando algum projeto estrangeiro para fabricar em grande quantidade (falar em seis navios novos no Brasil de hoje é uma quantidade ENORME).

E mais uma vez desprezando a pouca capacidade que ainda temos de desenvolver conceitos, doutrinas e projetos locais para apenas soldar chapas seguindo os desenhos de alguém lá de fora, matando a própria base de criação de uma BID na área naval em nosso país. E daqui a 25 ou 30 anos estaríamos novamente exatamente na mesma posição em que estamos agora. Mais uma vez.

Entendo a preocupação que leva a esta opinião, mas não posso deixar de discordar frontalmente.


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Concordo com o Leandro.
Sendo realista e pragmático, não existe melhor uso para nossas Forças Armadas do que provedoras de desenvolvimento tecnológico para o país...
As chances de entrarmos em um conflito num futuro previsível (30 a 40 anos) é praticamente 0, e se, caso eu esteja errado temos 2 "problemas":
- se for contra uma superpotência, não existe a menor possibilidade de sucesso, mesmo que possuíssemos as FFAA dos maiores sonhos dos entusiastas (só nos restaria, ao final, uma "guerra de resistência);
- se for contra qualquer de nossos vizinhos (todos tão mulambos quanto nós) o que já temos hoje já é mais que suficiente.




Abraços
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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13454 Mensagem por alex » Sáb Jun 11, 2016 9:12 am

Na pratica sera impossivel a substituicao dos escoltas na proporcao de 1 por 1, a esquadra diminuira de tamanho, e fato. A questao sera quais tipos deverao ser iniciados, na minha opiniao dois tipos : 1 fragata e 1 NaPaOC.




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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#13455 Mensagem por Lord Nauta » Sáb Jun 11, 2016 8:10 pm

ESPECIAL CV03: MB dará início, mês que vem, à escolha do estaleiro que construirá a ‘Tamandaré’; plano é aprontar a V-35 em março de 2023


Por Roberto Lopes
As quatro corvetas da nova classe Tamandaré já têm seus nomes – em homenagem a vultos da história naval brasileira – e prazos de construção. Os nomes, claro, são definitivos; os prazos, não. E a Marinha sabe bem disso.
Tanto que elaborou o que chama de “cronograma tentativa”. Por ele:
– a Tamandaré (V-35) começa a ser fabricada em abril de 2018 e fica pronta em março de 2023;
– a Jerônimo de Albuquerque (V-36) terá sua construção iniciada em abril de 2019, e encerrada em setembro de 2023;
– a Cunha Moreira (V-37) começa a ser fabricada em janeiro de 2020 e ficará pronta em junho de 2024; e
– a Mariz e Barros (V-38) terá o início de sua produção em julho de 2020, para ser entregue à Esquadra até o fim de dezembro de 2024.
O ápice dos trabalhos nessa nova série de embarcações acontecerá no período de julho de 2020 a julho de 2023, quando todas as quatro estarão em diferentes estágios de fabricação.
Etapas – Em meio à borrasca das restrições orçamentárias, que tem o dom de desorganizar os melhores planejamentos, o programa CV03 insiste em avançar – lentamente em alguns momentos, mas sem se deixar dominar pela paralisia que já se observa em outras iniciativas de reaparelhamento naval (como a da construção de novos patrulheiros para a Região Amazônica).
O estudo preliminar do navio ficou pronto em dezembro passado. A entrega do Relatório Final preparado pelo Centro de Projetos de Navios da Marinha e pela empresa de projetos VARD foi entregue às autoridades da Diretoria de Engenharia Naval (DEN) e da Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM) em fevereiro deste ano. Em maio a DEN remeteu à Controladoria Geral da União o esboço do processo administrativo licitatório que pensa utilizar na escolha do estaleiro estrangeiro a ser incumbido da construção das corvetas.
Ainda este mês o projeto da Tamandaré deve estar sendo submetido aos ensaios de comportamento no mar e manobrabilidade. Trata-se da última etapa referente aos ensaios de casco e cavitação.
As simulações em tanque de prova e em túnel de cavitação evidenciaram que o desenho da corveta atendeu aos requisitos de velocidade e de raio de ação.
Cada navio tipo CV03 deve custar cerca de 450 milhões de dólares.
E os planos para esses barcos são ambiciosos.
Comparações – Apesar de manter os mesmos 103,4 m de comprimento da corveta Barroso (V-34), os navios tipo CV03 (também conhecidos como “classe Barroso modificada”) deslocarão 2.790 toneladas a plena carga – serão, portanto, quase 19% mais pesados que a V-34, produzida no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro ao longo de 15 difíceis e longuíssimos anos…
A 18 de maio último, durante o Seminário Naval França-Brasil, realizado na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) – com a presença do Comandante da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira –, o capitão-de-mar-e-guerra (EN) José Luiz Rangel da Silva mostrou por meio de tabelas que a classe Tamandaré estará bem mais próxima das fragatas leves paquistanesas Zulfiqar (Sword, em inglês) – de 3.194 toneladas (e construção inspirada em projeto chinês) –, e das novíssimas corvetas indianas de design furtivo tipo Kamorta – de 3.150 toneladas –, do que de uma simples corveta para o patrulhamento do litoral.
Assim, a CV03 terá uma boca máxima de 12,09 m – 6% maior que os 11,4 m da Barroso –, o que lhe garantirá razoável estabilidade e, em consequência disso, maior conforto para a tripulação, especialmente nas travessias em alto-mar.
Os planos definidos pelo Centro de Projetos de Navios da Marinha garantem que a Tamandaré poderá suportar bem o estado do mar 7 (na escala Douglas), com ondas de 6 a 9 metros de altura.
O navio poderá alcançar velocidades de até 25 nós, e levará provisões para que seu pessoal de 136 militares (116 tripulantes mais 20 de equipe especial) seja capaz de suportar missões de até 28 dias. Seu volume da aguada (reserva de água potável a bordo), foi igualmente revisto para cima (em relação ao da Barroso): passou a ser de 104 toneladas.
Fraquezas – As especificações da CV03 prevêem, no capítulo do armamento, a grande inovação dos lançadores verticais de mísseis na proa, entre a superestrutura e o canhão de 76 mm, mas há pontos fracos nessa capacidade de fogo.
A defesa antiaérea no teto do hangar (à ré, portanto) está confiada a uma peça comum para munição de 40 mm, quando o mais indicado seria uma arma de alta velocidade do tipo CIWS, apta a criar no ar, a curta distância, uma barreira de projetis.
Dependendo dos recursos que estiverem disponíveis à época da construção, as metralhadoras de 12,6 mm poderão não ser equipamentos de controle remoto (hoje praticamente obrigatórios nos modernos navios militares), e sim de operação manual.
A Marinha não aceita a tese do armamento subdimensionado, mas, na exposição feita na FIRJAN, admitiu a existência de “Dificuldades na execução do projeto:
– Impossibilidade de alteração das dimensões principais do navio;
– Integração entre os diversos sistemas, ex: MSS x Bote x TLS; MSA x Canhão 76mm;
– Atendimento às normas de Sociedade Classificadora com a otimização do casco da CV Barroso x Requisitos de performance da plataforma; e
– Número reduzido de engenheiros com experiência”.




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