Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Sex Fev 12, 2010 10:40 am
Seria um artigo de 'geoeconomia", mas...
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Espanha deve ser o coração da crise
Liana Verdini
A crise grega pode não ter o potencial de arrastar para a insolvência os demais Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, que em inglês se chama Spain). Pelo menos é o que avalia o economista americano Paul Krugman, professor de economia e assuntos internacionais na Universidade Princeton, para quem a economia grega é muito pequena, bem como a portuguesa e a irlandesa. “Em termos econômicos, o coração da crise é a Espanha, que é muito maior”, escreveu o em seu blog no The New York Times. E continuou: “Se a Itália for pega, isso muda”.
O professor de Princeton frisou que o problema espanhol não é consequência de irresponsabilidade fiscal. A crise espanhola é resultado de “choques de assimetrias” causados pela união monetária sem integração fiscal e do mercado de trabalho. Depois de 2000, o preço dos imóveis na Espanha disparou, provocado pelos expressivos investimentos alemães. O boom inflou também os salários e produziu o aumento da demanda por bens e serviços espanhóis, que se traduziu em uma inflação mais alta na Espanha do que na Alemanha e na França, por exemplo.
“Quando a bolha estourou, deixou a Espanha com uma demanda doméstica reduzida e crescentemente menos competitiva na área do euro devido aos altos preços e aos custos trabalhistas. Se a Espanha tivesse sua própria moeda, ela teria se valorizado durante o boom imobiliário e se depreciado na crise”, explicou Krugman. Quando a crise estourou, a Espanha apresentava superavit em seu orçamento, situação que rapidamente se inverteu devido à queda na receita e ao aumento das despesas para limitar o crescimento do desemprego.
Portugal
Com problemas fiscais severos e já citado como um dos próximos a enfrentar uma crise, Portugal anunciou esta semana um ajuste em seu orçamento. Na peça entregue à Assembleia da República na quarta-feira, o primeiro-ministro, José Sócrates, propôs as linhas do Programa de Estabilidade e Crescimento, a ser apresentado à União Europeia. Nele estão as medidas para “equilibrar as contas públicas, alcançando um deficit inferior a 3% do PIB até 2013”, disse ele. O orçamento de 2010, segundo o primeiro-ministro, deve “promover o crescimento, o investimento e o emprego, e retomar rapidamente o caminho de equilíbrio das contas públicas”.
Sócrates afirmou que o investimento público será mantido nas áreas com maior capacidade de ajudar na recuperação econômica, no emprego e na modernização da economia: parque escolar, rede hospitalar, construção de barragens, creches e lares e infraestruturas de transportes e comunicações. Além disso, “os apoios ao emprego continuam a ser essenciais, quer no estímulo à contratação, quer na defesa do emprego em setores mais expostos à crise internacional, quer na melhoria do acesso à proteção social dos desempregados”, concluiu.
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Espanha deve ser o coração da crise
Liana Verdini
A crise grega pode não ter o potencial de arrastar para a insolvência os demais Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, que em inglês se chama Spain). Pelo menos é o que avalia o economista americano Paul Krugman, professor de economia e assuntos internacionais na Universidade Princeton, para quem a economia grega é muito pequena, bem como a portuguesa e a irlandesa. “Em termos econômicos, o coração da crise é a Espanha, que é muito maior”, escreveu o em seu blog no The New York Times. E continuou: “Se a Itália for pega, isso muda”.
O professor de Princeton frisou que o problema espanhol não é consequência de irresponsabilidade fiscal. A crise espanhola é resultado de “choques de assimetrias” causados pela união monetária sem integração fiscal e do mercado de trabalho. Depois de 2000, o preço dos imóveis na Espanha disparou, provocado pelos expressivos investimentos alemães. O boom inflou também os salários e produziu o aumento da demanda por bens e serviços espanhóis, que se traduziu em uma inflação mais alta na Espanha do que na Alemanha e na França, por exemplo.
“Quando a bolha estourou, deixou a Espanha com uma demanda doméstica reduzida e crescentemente menos competitiva na área do euro devido aos altos preços e aos custos trabalhistas. Se a Espanha tivesse sua própria moeda, ela teria se valorizado durante o boom imobiliário e se depreciado na crise”, explicou Krugman. Quando a crise estourou, a Espanha apresentava superavit em seu orçamento, situação que rapidamente se inverteu devido à queda na receita e ao aumento das despesas para limitar o crescimento do desemprego.
Portugal
Com problemas fiscais severos e já citado como um dos próximos a enfrentar uma crise, Portugal anunciou esta semana um ajuste em seu orçamento. Na peça entregue à Assembleia da República na quarta-feira, o primeiro-ministro, José Sócrates, propôs as linhas do Programa de Estabilidade e Crescimento, a ser apresentado à União Europeia. Nele estão as medidas para “equilibrar as contas públicas, alcançando um deficit inferior a 3% do PIB até 2013”, disse ele. O orçamento de 2010, segundo o primeiro-ministro, deve “promover o crescimento, o investimento e o emprego, e retomar rapidamente o caminho de equilíbrio das contas públicas”.
Sócrates afirmou que o investimento público será mantido nas áreas com maior capacidade de ajudar na recuperação econômica, no emprego e na modernização da economia: parque escolar, rede hospitalar, construção de barragens, creches e lares e infraestruturas de transportes e comunicações. Além disso, “os apoios ao emprego continuam a ser essenciais, quer no estímulo à contratação, quer na defesa do emprego em setores mais expostos à crise internacional, quer na melhoria do acesso à proteção social dos desempregados”, concluiu.