nveras escreveu:
Não precisa explicar. Mas, vamos lá. Ela alegou no ano passado que a cláusula que obrigava a petrobrás a comprar a outra metade da usina lhe foi escondida no relatório analisado na época da compra em que ela era presidente do conselho. Acontece que nesta época, a petrobrás já havia PERDIDO a açao judicial nos usa. Ou seja, a açao judicial começou bem antes e aí ela teria tomado conhecimento da cláusula de qualquer maneira e nada fez. Conclusão lógica, ela já sabia.
Mãe do céu...quanta ignorância...é exatamente o que eu pensava...bem vamos lá...então...em primeiro lugar, não foi escondido nada no relatório, esse tipo de cláusula é usual nesse tipo de contrato, chama-se
put option. Se a Dilma e conselho de administração não sabiam da cláusula, também não é nem um bicho de 7 cabeças, trata-se de uma formalidade contratual e um risco inerente ao negócio.
Quando a refinaria de Passadena, ela foi comprada (50%) em 2006, a Petrobras vivia um momento diferente,
o pré-sal ainda não tinha sido descoberto e o mercado vivia uma perspectiva de baixa. Seu planejamento estratégico versava uma expansão de negócios no exterior, através de compra e participação de ativos. Exatamente o caso de Passadena. A oportunidade de comprar uma refinaria em
Houston,
maior hub de processamento de petróleo do ocidente, ponto estratégico para a entrada no maior mercado do mundo, não é um fato nada desprezível. Vale lembrar que a compra foi
aprovada por ampla maioria no conselho, com base nos dados fornecidos pela área técnica da Petrobras.
A Petrobras e a Astra tinham planos de dar uma reformada na refinaria, pois estava em um estado precário devido a condição financeira dos donos anteriores, mas perfeitamente operável dentro de um plano de processamento de óleo leve, para a qual estava já configurada. Isso exigiria um investimento razoável e seria vantajoso para ambas as partes
na situação de 2006. Acontece que com a descoberta de novos poços, incluindo o pré-sal a partir de 2007, a Petrobras se viu inundada de reservas de óleo mais pesado e de características diferentes dos óleos tradicionalmente processados em Pasadena. Para a Petrobras então, se tornaria mais vantajoso ter uma refinaria nos EUA que recebesse óleo brasileiro (mais pesado), processasse e distribuísse derivados naquele mercado, através da privilegiada logística proporcionada pelo canal, terminais e os oleodutos que desembocam em Houston.
Porém, a sócia (Astra Oil) não partilhava do mesmo entusiasmo, pois isso exigiria um investimento maior do que o previsto para
reconfigurar a refinaria, o que gerou o litígio. Não havendo acordo, a Astra acionou a justiça e fez valer o
Put Option, sendo a Petrobras obrigada a arcar com os custos processuais além, evidentemente, do valor estipulado para os outros 50% da refinaria,
inclusive os estoques de petróleo.
Isso não teria sido um dos negócios de maior sucesso já feitos pela Petrobras, mas perfeitamente aceitável dentro das margens de risco do setor. Vale lembrar que a Shell,
acabou de enterrar US$ 7 bilhões no Ártico, após reconhecer, em setembro, que seu projeto de exploração no continente não é economicamente viável (imagina se isso acontece na Petrobras, a confusão que não ia ser). A Petrobras, diante dos desafios que estava enfrentando aqui no Brasil, para viabilizar o Pré-Sal e aumentar sua produção e refino, deixou Passadena meio de lado, inclusive teve intenção de se desfazer da Refinaria, mas o mercado mundial de refino em baixa, não proporcionou nenhuma oferta que cobrisse pelo menos parte do investimento.
Mas o mundo da voltas...com a explosão (literalmente) do danoso e controverso fraturamento hidráulico nos EUA, o mercado local voltou a ser inundado por óleo leve barato e abundante a partir de 2012 (snme), não sabemos até quando vai durar essa enganação do fraking, mas a Petrobras não tem nada com isso, e o fato é que Passadena é hoje
um dos mais lucrativos ativos da área de refino da compania, processando, em média, 100 mil barris/dia de óleo leve que é escoado pela privilegiada estrutura logística de Houston.
Quanto a propina no negócio, isso é molecagem de funcionários subalternos, esse tipo de subterfúgio, infelizmente é praxe a muito tempo, não só no Brasil e nem também só nas estatais, é o famoso 10%. Independente do negócio que tivesse sido feito...se a Dilma mandasse comprar 100 mil toneladas de papel higiênico, alguém ia dar um jeito de levar uma beira.