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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 4:05 pm
por Sterrius
2 sub’s convencionais e o projeto de um casco para o nuclear


São 4 subs convencionais e 1 sub nulear montado e funcional. Não pagamos apenas pelo projeto de um casco.

Resto do texto!

Ninguem discute que é mais barato desenvolver e construir em casa uma tecnologia nova. O problema que eu trago é tempo.

Quantos anos levariamos pra treinar o pessoal? (Ja que hoje não temos suficiente)
Quantos anos levariamos pros sistemas?
Quantos anos construindo e testando prototipos?
Quantos anos finalmente criando as versões convencionais para dpois pensar em fazer os prototipos e versões nucleares.

Eu particurlamente não sei a resposta, mas posso dizer com certeza que menos de 11-12 anos não seria.

Ae vamos a segunda questão. O quao moderno e eficiente eles seriam ao sair? Ja que versões primarias de paises não especializados na tecnologia não costumam sair top de linha.

E ainda tem a terceira. APoio do Governo, da Marinha, do Orçamento e as condições geopoliticas da região. Enquanto o projeto não sai-se com um submarino pronto e funcional estaria a merce de mudanças drasticas como o reator nuclear que quase parou varias vezes.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 4:23 pm
por DELTA22
Sterrius escreveu:
2 sub’s convencionais e o projeto de um casco para o nuclear


São 4 subs convencionais e 1 sub nulear montado e funcional. Não pagamos apenas pelo projeto de um casco.

Resto do texto!

Ninguem discute que é mais barato desenvolver e construir em casa uma tecnologia nova. O problema que eu trago é tempo.

Quantos anos levariamos pra treinar o pessoal? (Ja que hoje não temos suficiente)
Quantos anos levariamos pros sistemas?
Quantos anos construindo e testando prototipos?
Quantos anos finalmente criando as versões convencionais para dpois pensar em fazer os prototipos e versões nucleares.

Eu particurlamente não sei a resposta, mas posso dizer com certeza que menos de 11-12 anos não seria.

Ae vamos a segunda questão. O quao moderno e eficiente eles seriam ao sair? Ja que versões primarias de paises não especializados na tecnologia não costumam sair top de linha.

E ainda tem a terceira. APoio do Governo, da Marinha, do Orçamento e as condições geopoliticas da região. Enquanto o projeto não sai-se com um submarino pronto e funcional estaria a merce de mudanças drasticas como o reator nuclear que quase parou varias vezes.
Sterrius, muito pertinentes suas perguntas. Compartilho dos mesmos questionamentos 100%!!!

E faria uma outra pergunta, nas verdade duas interdependentes:
-- Quanto tempo demoraria para ficar pronto o estaleiro/base para a construção dos subs e, sendo assim, quanto tempo depois ainda levaria para que o primeiro sub convencional fique pronto e por fim o nuclar??

É isso...
Um abraço.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 4:29 pm
por DELTA22
ESTE:
LeandroGCard escreveu:Caros amigos,

Devo confessar que os valores citados para o contrato com os franceses me incomodam, independentemente de qualquer questão comparativa com relação à proposta dos alemães.

6,7 bilhões de Euros é uma quantidade absurda de dinheiro, mesmo considerando a construção da nova base e do novo estaleiro. O valor divulgado em 2006 para contrato dos seis SSN’s Barracuda para a marinha francesa é de 7,9 E$ bilhões, o que dá aprox. 1,3 bilhões por barco. Por estes valores poderíamos então facilmente comprar logo 4 Barracudas prontos e ainda sobraria um bilhão e meio para a construção de uma nova base para eles.

Ou pelo preço divulgado dos Scorpènes da Índia (500 milhões de Euros cada, para construção local) poderíamos adquirir nada menos que 12 navios desta classe e sobrariam 700 milhões (de Euros!) para a base.

Por qualquer padrão que se compare, 2 sub’s convencionais e o projeto de um casco para o nuclear por 6,7 bilhões é muito caro. A justificativa é que a MB estaria adquirindo também tecnologia para no futuro projetar seus próprios sub’s, mas aí temos que considerar quanto custaria desenvolver esta tecnologia aqui mesmo em nosso país (quem se atreve a dizer que não teríamos competência para isso?). Se não colocássemos os sistemas de armas e sensores e construíssemos apenas os cascos e a propulsão, poderíamos montar submarinos experimentais por algo como 250 milhões de Euros a unidade, e mesmo que fossem necessários uns 4 protótipos para chegarmos a um casco realmente eficiente a partir do que absorvemos de tecnologia com o programa dos IKL-209, teríamos gasto 1 bilhão de Euros para termos uma tecnologia completamente nacional e mais adequada às nossas necessidades (por exemplo, usando aço produzido no Brasil). Se gastássemos mais 1 bilhão desenvolvendo os sistemas, e nossos sub’s ainda terminassem custando o dobro dos Scorpènes da Índia, ainda teríamos gasto 6 bilhões de Euros para 4 sub’s convencionais operacionais, e sobrariam 700 milhões para o casco do nuclear. Ainda estaríamos na vantagem com relação aos custos. Se o problema fosse tempo ainda poderíamos adquirir 2 Scorpènes de prateleira e construir só 2 de projeto próprio antes do nuclear, e ainda estaríamos economizando 500 milhões para 4 convencionais e o casco do nuclear.

Por qualquer parâmetro que eu avalie sempre acho o preço do contrato com a França caro demais, independentemente de qualquer mérito ou demérito que o programa tenha tecnicamente.


Leandro G. Card
E ESTE:
LeandroGCard escreveu:Então façamos as contas:

4 Scorpène por digamos 650 milhões cada (30% mais caros que os indianos) = 2,6
1 Casco do nuclear por 1,5 bilhões (preço atualizado de um Barracuda completo) = 1,5
1 estaleiro completo por 1 bilhão (os US$ 350 milhões x 3 e mais um pouco) = 1,0

Total = 5,1 Bilhões de Euros.

Sei lá, ainda acho 6,7 bilhões de Euros caro demais, independentemente de ser a proposta alemã melhor ou pior. Por este preço ainda acho que deveríamos tentar desenvolver a tecnologia sozinhos, e ainda dava para comprar os 4 Scorpènes de prateleira e ficar na vantagem.

Leandro G. Card
Os dois posts mais REALISTAS que vi até agora. Como sempre, parabens Leandro. Brilhantes e sensatos!

Concordo contigo e compartilhos das mesmas preocupações.

Abraço.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 4:47 pm
por PRick
LeandroGCard escreveu:
lobo_guara escreveu: LEandro não são apenas 2 subs convencionais são 4 subs convencionais, mais ocasco e demais sistemas para o sub nuclear com exceção da planta propulsora, no caso o reator nuclear. Além disso há também a nova base da força de submarinos e aí imagio que toda a estrutra de treinamento das tripulações com simuladores e outras coisas do gênero, além do estaleiro e aí para efeito de comparação em recente matéria publicada no blog do Poder Naval era noticiada a aquisição de dois super guindastes para o Estaleiro Atlântico Sul a um custo de 68 milhões de dólares, ainda nessa mesma matéria era anunciada a possibilidade de construção de um segundo estaleiro ao lado do estaleiro atlântico sul num investimento que poderia chegar a 350 milhões de dólares, portanto se considerarmos todo o "pacote" mais a transferência tecnológica os custos não são assim tão inadequados, alias se não estou enganado a proposta dos alemães também não era assim tão baratinha.
Então façamos as contas:

4 Scorpène por digamos 650 milhões cada (30% mais caros que os indianos) = 2,6
1 Casco do nuclear por 1,5 bilhões (preço atualizado de um Barracuda completo) = 1,5
1 estaleiro completo por 1 bilhão (os US$ 350 milhões x 3 e mais um pouco) = 1,0

Total = 5,1 Bilhões de Euros.

Sei lá, ainda acho 6,7 bilhões de Euros caro demais, independentemente de ser a proposta alemã melhor ou pior. Por este preço ainda acho que deveríamos tentar desenvolver a tecnologia sozinhos, e ainda dava para comprar os 4 Scorpènes de prateleira e ficar na vantagem.

Leandro G. Card
Você esqueceu da BASE nas suas contas. Além disso, o nosso SNA não será um Barracuda, será devirado dele, por conta do nosso reator nuclear, então temos o reprojeto e a qualificação do SNA novo. O estaleiro idem, terá padrão para a construção e reparo de navio nuclear, portanto, não pode se comparado com nenhuma outra instalação, pelo que me lembro existem uns 05 assim no mundo.

O mesmo vale para o resto, não se trata apenas de comprar os cascos, tem todo o treinamento de pessoal, todo o repasse para empresas nacionais as tecnologias, além disso, como a MB deixou claro isso inclui o armamento, ou seja, ajuda no desenvolvimento ou produção local do armamento.

Também não sabemos se o valor aqui falado é o do contrato, ou do total a ser pago, já incluídos os juros dos empréstimo, o que aumentaria ainda mais os custos.

Porém, a reportagem faz alusão clara ao contrato com os Alemães, que teria números mais salgados, ao contrário do que foi falado. Portanto, não existe salvação para aquela maravilha jornalística.

[]´s

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 4:57 pm
por Marino
Tanto a base, quanto o estaleiro, terão níveis de proteção nuclear.
Há outra coisa: conhecimento. Quanto custa isso?
Ano que vem seguem 30 engenheiros para a França. Quanto custa esta transferência de conhecimento, além das armas, sistemas, simuladores, etc?

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 5:01 pm
por DELTA22
Olá Prick,

Creio que onde o Leandro escreveu "estaleiro" pode-se ler "base" também, ou não seriam praticamente a mesma coisa no mesmo lugar com a construção sob coordenação da mesma empresa??

Se não sabemos qual o preço REAL do contrato frances, como você disse no parágrafo 3 do seu post, como afirmar que se sabe os valores REAIS proposto pelos alemães??
----------------------

Olá Marino,

mas então os franceses estão dispostos a formar "concorrentes" ao contrario dos alemães?? Como são bonzinhos os "galos", não?? Também com quase E$7 Bi no bolso, até eu... :wink:

[]'s a todos.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 5:08 pm
por Marino
Delta, o estaleiro é diferente da base naval.
O estaleiro, civil, fabricará os meios que serão entregues à MB, que os sediará em sua base naval, militar.
A questão da formação de concorrentes é fá cil de ser explicada: prefira um aliado a um concorrente, como são as indústrias francesas e alemães.
faça uma comparação entre a Embraer e a Bombardier, uma querendo destruir a outra.
O mesmo se passa entre a DCNS e a HDW quanto a submarinos.
O quanto rendeu de marketing o Brasil abandonar a linha alemã pela francesa?
O quanto influenciou outros países?
E no futuro, as indústrias serão mais complementares que concorrentes.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 5:21 pm
por DELTA22
Vai de AZUL, porque vermelho "num grado" muito não... :mrgreen:
Marino escreveu:Delta, o estaleiro é diferente da base naval.
O estaleiro, civil, fabricará os meios que serão entregues à MB, que os sediará em sua base naval, militar.
Ok, mas o construtor seria o mesma ou não? Se sim, podemos "juntar" os valores como se fosse um projeto unico, ou não?
A questão da formação de concorrentes é fá cil de ser explicada: prefira um aliado a um concorrente, como são as indústrias francesas e alemães.
faça uma comparação entre a Embraer e a Bombardier, uma querendo destruir a outra.
O mesmo se passa entre a DCNS e a HDW quanto a submarinos.Concorrecia entre fabricantes de um mesmo produto é normal, não foi bem isso que eu questionei, devo ter me expressado mal, mas enfim... Eu estava entendendo que os alemães se negavam a formar engenheiros e tecnicos brasileiros pois estaria formando "concorrentes" e por conseguencia os franceses aceitaram formar, portanto aceitam novos "concorrestes", ou entendi errado? Não vejo o "céu" com um, nem o "inferno" com outro, e vice-versa.
O quanto rendeu de marketing o Brasil abandonar a linha alemã pela francesa?
O quanto influenciou outros países?Para as duas questões anteriores: Até onde sei, nenhum. Os alemães continuam vendendo seus subs do mesmo jeito, assim como os franceses.
E no futuro, as indústrias serão mais complementares que concorrentes.Já pensei nisso. HDW+DCNS... seria interessante mesmo!
Obrigado pela resposta. Grande abraço.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 6:02 pm
por lobo_guara
LeandroGCard escreveu:
lobo_guara escreveu: LEandro não são apenas 2 subs convencionais são 4 subs convencionais, mais ocasco e demais sistemas para o sub nuclear com exceção da planta propulsora, no caso o reator nuclear. Além disso há também a nova base da força de submarinos e aí imagio que toda a estrutra de treinamento das tripulações com simuladores e outras coisas do gênero, além do estaleiro e aí para efeito de comparação em recente matéria publicada no blog do Poder Naval era noticiada a aquisição de dois super guindastes para o Estaleiro Atlântico Sul a um custo de 68 milhões de dólares, ainda nessa mesma matéria era anunciada a possibilidade de construção de um segundo estaleiro ao lado do estaleiro atlântico sul num investimento que poderia chegar a 350 milhões de dólares, portanto se considerarmos todo o "pacote" mais a transferência tecnológica os custos não são assim tão inadequados, alias se não estou enganado a proposta dos alemães também não era assim tão baratinha.
Então façamos as contas:

4 Scorpène por digamos 650 milhões cada (30% mais caros que os indianos) = 2,6
1 Casco do nuclear por 1,5 bilhões (preço atualizado de um Barracuda completo) = 1,5
1 estaleiro completo por 1 bilhão (os US$ 350 milhões x 3 e mais um pouco) = 1,0

Total = 5,1 Bilhões de Euros.

Sei lá, ainda acho 6,7 bilhões de Euros caro demais, independentemente de ser a proposta alemã melhor ou pior. Por este preço ainda acho que deveríamos tentar desenvolver a tecnologia sozinhos, e ainda dava para comprar os 4 Scorpènes de prateleira e ficar na vantagem.

Leandro G. Card
Leandro,
Tomei a liberdade de comentar a a tua conta, lá vai:
1º) os 30% sobre o preço dos índianos esta correto, talvez seja até maior pois aí entra o custode fabricá-los no Brasil o que implica em maiores salários, mais impostos, maiores custos indiretos (custos com medidas de proteção ambiental por exemplo - nossa legislação ambiental é infinitamente mais rigorosa do que a dos indianos por ex.)
2º) concordo com a comparação com o preço do Barracuda, acho que o sub nuc brasileiro deverá ter um custo maior quando estiver completo, mas considerando apenas a parte da França que se restringe ao casco e os demais sistemas (navegação, armas, etc. com a exceção da planta motriz) acho que os preços são compatíveis.
3º) O estaleiro por 1 bilhão acho que esta barato deve ficar pelo menos no mesmo preço do submarino nuclear mais uns 1,5 a 2 bilhões, primeiro pelo fato de partir do zero diferente do exemplo que usei que trata-se na verdade de uma duplicação, segundo por incluir aí toda o resto da infra-estrutura, incluindo as estradas de acesso e outros equipamentos acessórios (isso vai longe - imagina só a central de tratamento de efluentes industriais dessa planta industrial - só isso deve custar mais de 100 milhões)
4º) Você esqueceu da base de operações da FroSub que deve consumir mais uns ...chutando por baixo... 250 milhões , com toda a infra-estrutura de treinamento com simuladores e tudo mais...
5º) Além disso tem o custo da transferência tecnológica que você não contabilizou, digamos mais 1 bilhão!
6º) Por fim, imagino que deva existir algo nesse acordo que nós simples mortais jamais tomaremos conhecimento, algo que seja segredo de estado, afinal de contas estamos falando de um dos maiores contratos na área de defesa já realizado pelo Brasil, imagino que não seria de estranhar que algun dos nossos oficiais submarinistas possam embarcar num submarino nuclear francês para realizar um estágio por lá, ou mesmo e aí dúvido que não ocorra, uma ajudinha extra dos fanceses na hora de integrar o nosso reator no submarino e até algo mais... por fim acho que nessa parte esta o segredo desses valores e aí talvez sejá possível conlcuir que este preço tenha sido até uma pechincha.
um abraço

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 7:43 pm
por soultrain
:idea: 8-]

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 8:22 pm
por Penguin
Relembrando...


Ministério da Defesa
DEFESA@NET 23 Dezembro 2008
Itamaraty 23 Dezembro 2008



ACORDO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DA REPÚBLICA FRANCESA
NA ÁREA DE SUBMARINOS



O Governo da República Federativa do Brasil
(doravante denominado "Parte brasileira")
e
O Governo da República Francesa,
(doravante denominado "Parte francesa")

Considerando o Acordo de Segurança Relativo a Troca de Informação de Caráter Sigiloso, assinado em Brasília, em 2 de outubro de 1974, entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa;

Considerando o Protocolo de Intenções entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Francesa Referente à Cooperação na Área das Tecnologias Avançadas e de suas Aplicações, em particular as relativas à defesa, assinado em Paris, em 15 de julho de 2005;

Tendo presente o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Francesa Relativo à Cooperação no Domínio da Defesa e ao Estatuto de suas Forças, assinado em Paris, em 29 de janeiro de 2008;

Considerando o engajamento de seus países em uma parceria estratégica, incluindo o desenvolvimento da cooperação bilateral no domínio das tecnologias de defesa;

Considerando a decisão brasileira de se dotar de submarinos com propulsão nuclear e convencional;

Considerando a intenção de implementar essa cooperação bilateral com ênfase na área de submarinos;

Considerando as capacidades industriais desenvolvidas em cada um dos países e o interesse de fomentar parcerias entre as empresas públicas, mistas ou privadas dos dois países, principalmente por meio da criação de consórcios de direito privado ou de sociedades com fins específicos comuns, criadas para atingir os objetivos estratégicos acima; e

Considerando o Plano de Ação da Parceria Estratégica entre o Brasil e a França, assinado no Rio de Janeiro, em 23 de dezembro de 2008,

Acordam o seguinte:

Artigo 1
Objeto


O presente Acordo tem por objeto definir a forma de apoio e da cooperação estabelecida pelas Partes para facilitar a realização do programa brasileiro de desenvolvimento de suas forças submarinas.

De acordo com os princípios definidos no Artigo 2 a seguir, esta cooperação abrange:

1.1 os métodos, as tecnologias, as ferramentas, os equipamentos e a assistência técnica em todas as fases (concepções inicial e detalhada, desenvolvimento, construção e comissionamento) do projeto de submarinos convencionais do tipo SCORPENE (SBR), bem como de um submarino com armamento convencional (SNBR) destinado a receber um reator nuclear e seus sistemas associados, desenvolvidos pela Parte brasileira;

1.2 a assistência para a concepção (inicial e detalhada) e para a construção de um estaleiro de construção e manutenção desses submarinos e de uma base naval capaz de abrigá-los. A concepção (expressão dos requisitos e projeto básico), a construção e a manutenção das infraestruturas e dos equipamentos necessários às operações de construção e de manutenção da parte nuclear do submarino nuclear estão excluídas do âmbito do presente Acordo;

1.3 a transferência de conhecimento acadêmico relativa a submarinos, nas áreas da ciência e da tecnologia, por meio da formação dos estudantes, professores e instrutores, em instituições pertencentes ao Ministério da Defesa, em complemento às cooperações existentes em matéria de formação nos domínios conexos, pertinentes para a execução do presente Acordo. A formação das primeiras tripulações poderá ser objeto de um Ajuste específico.

Artigo 2
Princípios Básicos


2.1 Na execução do presente Acordo, as Partes respeitarão suas obrigações e compromissos internacionais, assim como suas leis e regulamentos em vigor.

2.2 A cooperação prevista realizar-se-á no contexto da aquisição de quatro submarinos SBR, com a transferência de tecnologia ampliada para todas as fases (concepção inicial e detalhada, desenvolvimento, construção e comissionamento) deste projeto de submarinos, e ao apoio francês, no longo prazo, para a concepção e construção da parte não-nuclear do submarino SNBR.

2.3 A Parte brasileira faz a escolha da tecnologia francesa para as plataformas, os sistemas de combate e as armas desses novos submarinos.

2.4 A Parte brasileira será a autoridade de concepção do submarino SNBR. A Parte brasileira receberá assistência da Parte francesa de acordo com as disposições do Artigo 1. Entretanto, a Parte brasileira não receberá assistência da Parte francesa para a concepção, a construção e a colocação em operação do reator nuclear embarcado, das instalações do compartimento do reator nuclear e dos equipamentos e instalações cuja função seja destinada principalmente ao funcionamento do reator ou à segurança nuclear.

Para os equipamentos e instalações que contribuam de forma acessória ao funcionamento do reator ou à segurança nuclear, o presente Acordo abrange as funcionalidades que não tenham ligação com o funcionamento do reator ou com a segurança nuclear.

A interpretação e as modalidades de aplicação prática destas disposições serão examinadas, conforme necessário, pelo Comitê de Cooperação instituído pelo Artigo 8, que remete às Partes, se necessário, para fins de ressarcimento, conforme disposto no Artigo 9.

2.5 A Parte brasileira se compromete a projetar e construir o reator nuclear conforme procedimentos de segurança nuclear reconhecidos internacionalmente.

Assim sendo, a Parte brasileira é a única responsável em relação a terceiros no tocante a todos os danos nucleares causados pelo submarino ou instalações nucleares associadas ao apoio terrestre, da concepção ao descomissionamento.


2.6 Com relação às disposições da alínea 5 deste Artigo, as Partes promoverão a formação de empresas comuns ou de consórcios de direito privado, compostos por empresas públicas, privadas ou mistas, brasileiras e francesas:

a) para a construção de submarinos SBR;

a) para permitir à Parte brasileira desenvolver e construir um submarino capaz de receber um reator nuclear e os sistemas associados, por ela desenvolvidos;

a) para permitir a realização de obras, inclusive os aspectos relacionados à concepção e à engenharia civil, para a construção do estaleiro naval, da base naval e das outras instalações necessárias ao projeto no Brasil.


Artigo 3
Condições Gerais de Transferência de Tecnologia


3.1 De conformidade com suas disposições legais e regulamentares, a Parte francesa se compromete a empregar todos os meios para:

a) prover a colaboração dos órgãos competentes do Ministério da Defesa;

a) autorizar a venda, pelas empresas francesas, dos equipamentos, materiais e prestações de serviços à Marinha Brasileira ou às empresas relacionadas na alínea 6 do Artigo 2.

3.2 Os objetivos gerais em matéria de nível tecnológico para o submarino SNBR são os mesmos dos submarinos SBR.

3.3 A Parte brasileira se compromete a não autorizar a reexportação, a revenda, o empréstimo, a doação ou a transmissão do conhecimento, da tecnologia e dos equipamentos fornecidos pela Parte francesa, no âmbito do presente projeto de cooperação, sob qualquer forma que seja, sem o acordo prévio do Governo francês e a utilizá-los somente para os fins definidos pelo presente Acordo.

Artigo 4
Modalidades de Cooperação


4.1 As modalidades de cooperação serão definidas e detalhadas em Ajustes específicos.

4.2 As diferentes ações, intercâmbios entre os serviços oficiais das Partes, acessos aos meios públicos e prestações de serviços ou de fornecimentos industriais serão igualmente objeto de Ajustes específicos ou de contratos comerciais, quando necessário.

4.3 O acesso aos centros de testes e de conhecimentos especializados do Ministério da Defesa da França, para as necessidades relacionadas aos projetos que são objeto do presente Acordo, será feito com base nas condições gerais técnicas, financeiras e de segurança em vigor para as Forças Armadas francesas.

Artigo 5
Comunicação e Proteção das Informações


5.1 As Partes manterão entendimentos a respeito da comunicação e da proteção das informações relativas à execução da presente cooperação.

5.2 Todas as informações sigilosas produzidas ou trocadas no âmbito da aplicação do presente Acordo serão utilizadas, arquivadas, processadas e protegidas em conformidade com as disposições do Acordo de Segurança Relativo à Troca de Informações de Caráter Sigiloso entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Francesa, assinado em 2 de outubro de 1974.

Artigo 6
Financiamento e Tributos


6.1 A Parte francesa colaborará na pesquisa e na elaboração de soluções de financiamento adaptadas às diferentes operações (principalmente as transferências de tecnologia, os serviços de engenharia, as infraestruturas e os equipamentos) previstas no escopo do presente Acordo.

6.2 As Partes considerarão favoravelmente a possibilidade de isenção total ou parcial de tributos diretos ou indiretos sobre bens e serviços importados ou produzidos no âmbito da execução de contratos decorrentes do presente Acordo.

Artigo 7
Ressarcimento dos Danos


7.1 Os danos ocorridos no contexto da aplicação do presente Acordo serão ressarcidos em conformidade com as disposições fixadas pelo Artigo 13 do Acordo Relativo à Cooperação no Domínio da Defesa e ao Estatuto de sua Forças, assinado em 29 de janeiro de 2008, a partir da sua data de entrada em vigor.

7.2 Até aquela data, ou em caso de término do Acordo de 29 de janeiro de 2008, as modalidades de ressarcimento dos danos serão as seguintes:

a) cada Parte renuncia a quaisquer pedidos de indenização pelos danos causados ao seu pessoal, aos seus materiais, ou a seus bens, no contexto da aplicação do presente Acordo, salvo em casos de falta grave ou intencional. Por falta grave, deve-se entender o erro grosseiro ou a negligência grave. Por falta intencional compreende-se a falta cometida com a intenção deliberada de seu autor de causar um dano. A determinação da existência de uma falta grave ou intencional é de competência das autoridades da Parte da qual depende o autor da falta;

a) cada Parte será responsável pelo pagamento dos pedidos de indenizações originárias de terceiros, resultantes de todos os atos ou de negligência da referida Parte ou de seu pessoal na realização das funções oficiais ligadas à implementação do presente Acordo. Em caso de responsabilidade conjunta das Partes, ou quando não for possível determinar
a responsabilidade própria a cada uma das Partes, o montante dasindenizações será repartido entre as mesmas, em partes idênticas. As Partesse auxiliarão mutualmente na pesquisa, no estabelecimento e na produção deprovas referentes aos pedidos de indenização.

Artigo 8
Comitê de Cooperação


Fica criado um Comitê de Cooperação Conjunto para a supervisão da execução do presente Acordo, desde a sua entrada em vigor, co-presidido pelos representantes designados pelas Partes. A composição, as atribuições, as regras de funcionamento e as modalidades de acesso aos trabalhos e documentos serão definidas com precisão em um Ajuste específico.
O Comitê se reunirá sempre que necessário, ao menos uma vez por ano, de forma alternada no Brasil e na França.

Artigo 9
Solução de Controvérsias


Qualquer controvérsia relativa à aplicação ou à interpretação do presente Acordo será resolvida por meio de negociação entre as Partes, pela via diplomática.

Artigo 10
Emendas


O presente Acordo pode ser emendado, a qualquer momento, por mútuo consentimento por escrito entre as Partes, pela via diplomática.

Artigo 11
Entrada em Vigor, Duração e Denúncia


11.1. Cada Parte deverá notificar a outra da conclusão dos procedimentos requeridos, de seu lado, com relação à entrada em vigor do presente Acordo, que passará a valer trinta dias após a data da segunda notificação.

11.2. A vigência do presente Acordo será de 3 (três) anos após o primeiro mergulho estático do primeiro submarino SNBR; essa vigência não poderá exceder o limite de 25 (vinte e cinco) anos. A eventual prorrogação deste Acordo poderá ser objeto de acordo entre as Partes, pela via diplomática. Qualquer das Partes poderá denunciar o presente Acordo, por
escrito, a qualquer momento. A denúncia deverá ser notificada por escrito com um aviso prévio de um ano, pela via diplomática.

11.3. Ao término do presente Acordo, ou em caso de sua denúncia, conforme o procedimento estabelecido no parágrafo 2 do presente Artigo, as disposições dos Artigos 2 alínea 5, 3, 5 e 7 continuarão a ser aplicadas aos bens e tecnologias transferidos em cumprimento ao presente Acordo.


Feito no Rio de Janeiro, em 23 de dezembro de 2008, em dois exemplares originais nas línguas portuguesa e francesa, sendo ambos os textos igualmente autênticos.
Defesa @ Net


http://www.defesanet.com.br/md1/br_fr_10.htm

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 8:26 pm
por GustavoB
mas então os franceses estão dispostos a formar "concorrentes", ao contrario dos alemães??
Se fosse fácil assim, os espanhois estariam rindo à toa com o seu S-80.
Marino: "Há outra coisa: conhecimento. Quanto custa isso"?
Direto ao ponto.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 10:02 pm
por cvn73
Marino escreveu:Tanto a base, quanto o estaleiro, terão níveis de proteção nuclear.
Há outra coisa: conhecimento. Quanto custa isso?
Ano que vem seguem 30 engenheiros para a França. Quanto custa esta transferência de conhecimento, além das armas, sistemas, simuladores, etc?

Esse é o ponto, se for como imagino, não está caro não.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 10:52 pm
por Carlos Lima
Conhecimento é ótimo [100] [009]

Eu só espero que não tenhamos o mesmo problema que tívemos com os outros subs aonde falta de investimentos fez com que parte desse conhecimento fosse embora...

Eu acho fantástico o acordo com a França na área de subs e o que vamos extrair dele...

O que sempre me preocupa é a "continuidade" porque infelizmente é aí que o bicho pega :(

[]s
CB_Lima

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 13, 2009 10:54 pm
por caixeiro
Resposta do NJ

Nelson Jobim justifica submarinos franceses por potencial nuclear
1 hora, 1 minuto atrás

Paris, 13 jul (EFE).- O ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, justificou hoje a opção da França para a compra de submarinos convencionais porque o contrato que está terminando de negociar prevê a possibilidade de construir a partir deles, no Brasil, submarinos de propulsão nuclear.
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Jobim, que se reuniu em Paris com o ministro da Defesa francês, Hervé Morin, ressaltou, em declarações à imprensa, que os quatro submarinos Scorpène franceses que o Brasil pretende adquirir comportam transferências tecnológicas e uma estrutura que depois permitirão aos brasileiros desenvolver propulsão nuclear.

Os franceses não transferem a tecnologia nuclear, mas a estrutura dos Scorpène permite integrá-la depois, disse Jobim, que insistiu nisso e em outros aspectos que diferenciam a oferta dos estaleiros estatais franceses DCNS da opção por submarinos alemães.

"É a diferença entre um carro e um Fórmula 1", disse o ministro, em sua argumentação.
Jobim, que disse que a negociação "avança sem problemas", não quis dar números do contrato dos submarinos, que poderia ser oficializado por ocasião da visita ao Brasil do presidente francês, Nicolas Sarkozy, em 7 de setembro.

Também disse que é uma questão que não está ainda fechada, na qual estão trabalhando técnicos dos dois países e que, mais do que um montante fixo, é um projeto em processo durante muitos anos que inclui transferência de tecnologia e também a construção dos submarinos no Brasil.

Jobim também abordou com Morin outro contrato que está sendo finalizado e que também deve ser assinado por Sarkozy e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro: a aquisição de 50 helicópteros de transporte de tropas Cougar EC-725 da Eurocopter, filial da EADS.

Neste caso também haveria transferência de tecnologia e os helicópteros seriam fabricados no Brasil pela filial local da Eurocopter, a Helibras, em sua unidade de Itajubá (MG), que produzia aparelhos civis.

A França também está interessada em vender ao Brasil seus caças Mirage, mas, neste caso, as autoridades brasileiras não decidiram ainda que avião escolherão, algo que dependerá das ofertas que serão feitas pelo fabricante francês Dassault, mas também pelos outros candidatos, americanos ou europeus.

O ministro brasileiro enfatizou hoje que o processo para a seleção chegará a uma fase importante durante a primeira quinzena de agosto.

Jobim, que permanece na França até a próxima sexta-feira, começou a visita de trabalho esta manhã com um encontro com o presidente da Air France, Pierre Henri Gourgeon, cuja companhia operava o avião que caiu em 1º de junho no Oceano Atlântico quando realizava o voo entre Rio de Janeiro e Paris.

A agenda de Jobim inclui sua presença amanhã ao tradicional desfile militar da Festa Nacional nos Champs-Elysées da capital, assim como reuniões com responsáveis do Exército e das grandes companhias de armamento. EFE