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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Mar 01, 2011 2:21 pm
por marcelo l.
Luiz Bastos escreveu:Ouvi entrevista da ministra ao PHA no Conversa Afiada e pelo que se falou não vai ter corte nenhum. Ainda aumentaram a verba em 1 bilhão. Agora quem tem mais credibilidade ? A FSP ou a ministra?
A pergunta deveria ser refeita para quem tem mais credibilidade a ministra ontem ou hoje?

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Mar 01, 2011 3:00 pm
por LEO
Hum... o Bolsa Família deve ter reajuste (http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2 ... 21-bi.jhtm).

Reajuste pra cima, lógico...

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Ter Mar 01, 2011 10:16 pm
por Pedro Gilberto
A questão do MCMV é que o corte se deu no orçamento PLANEJADO de 2011 aprovado no congresso, mas em relação ao orçamento EXECUTADO de 2010 há aumento da verba para o programa. A reportagem abaixo dá mais detalhers.

http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... verno.html

[]´s

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Mar 02, 2011 9:20 am
por marcelo l.
http://maovisivel.blogspot.com/

Por quem os juros sobem

Hoje o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve se decidir por mais uma rodada de elevação da taxa de juros básica da economia. Não tenho dúvida que, até entre os meus 18 leitores, há mais de uma alma se perguntando por que, afinal de contas, se a taxa de juros no Brasil já é tão alta, seria necessário elevá-la ainda mais.

A resposta simples é porque a inflação, não apenas a corrente, mas, principalmente, a esperada, se encontra acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%). De fato, a inflação nos últimos 12 meses se encontra ao redor de 6%, enquanto o consenso de mercado e as projeções do próprio BC sugerem que a inflação em 2011 e 2012 deve superar a meta, caso a Selic não suba.

Mas a resposta simples é insuficiente. Uma mente mais inquisitiva poderia perguntar se uma taxa de juros mais elevada é mesmo um tratamento eficaz contra a aceleração da alta dos preços. Por exemplo, se a inflação resulta de preços de alimentos, por conta da elevação dos preços mundiais de commodities agrícolas, como se ouve aqui e acolá, que bem poderia fazer um aumento da taxa de juros?

A verdade, contudo, é que a inflação decorre de fenômenos bem mais amplos que os preços de alimentos. O núcleo de inflação (que retira os preços de alimentos, assim como tarifas públicas) indica que os preços estariam aumentando a um ritmo de 6,5% ao ano. Destaco adicionalmente que o IPCA medido de 16 de janeiro a 15 de fevereiro revela que mais de 73% dos itens não-alimentícios sofreram aumento no período contra 69% em janeiro, revelando que o processo inflacionário se encontra bastante difundido.

E, antes que alguém alegue que se trata de problema sazonal, noto que esta medida de difusão é a mais alta para o mês desde 2003, merecendo a duvidosa honra de ser a segunda maior para fevereiro desde o estabelecimento formal do regime de metas para a inflação.

Isto dito, se as causas da aceleração inflacionária vão além do comportamento do preço de alimentos, quais são elas? Ainda que setores menos comprometidos com a estabilidade de preços insistam em “problemas estruturais” ou “conflitos distributivos” (que, misteriosamente, se exacerbam apenas quando a economia cresce em ritmo forte), a verdade é que a inflação varia essencialmente em linha com o grau de pressão sobre a capacidade produtiva da sociedade. Quando o mercado de trabalho aperta, o nível de utilização de capacidade na indústria sobe e os (muitos) gargalos da infra-estrutura (como os recentes “apagões”) pipocam mais que o David Beckham, os custos unitários se elevam e as condições de demanda permitem seu repasse generalizado.

Sob estas circunstâncias, não há alternativa para conter o processo inflacionário que não passe pela redução da pressão sobre a capacidade produtiva e, goste-se ou não da conclusão, isto requer que o crescimento fique, por algum tempo, abaixo do potencial. Isto poderia ter sido evitado se o combate à inflação tivesse sido iniciado mais cedo, promovendo a convergência do crescimento para seu potencial (o chamado “pouso suave”) ainda em 2010, mas este leite já se encontra devidamente derramado.

É bom que se diga, também, que esta desaceleração poderia se dar preservando o consumo e o investimento privados, desde que o governo tomasse para si o fardo de reduzir seu dispêndio. Obviamente, quando o responsável pelo caixa afirma que “os gastos públicos não têm impacto inflacionário no Brasil”, fica claro que esta não é a prioridade, ainda mais depois de um “corte” de despesas que, na verdade, implica seu aumento com relação ao observado em 2010.

Assim, leitor, quando perguntar por quem os juros sobem, saiba que eles não sobem por ti, mas por quem desperdiçou (e, parece, desperdiçará) todas as oportunidades de lidar com o problema antes que isso se tornasse necessário.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Mar 02, 2011 9:35 pm
por faterra
Recebi isto pelo e-mail. Ainda não sei quando foi divulgado, mas, a julgar pela jornalista, Salete Lemos, é coisa séria e grave. Pior, posso estar enganado, mas, não vi nenhuma outra emissora, nenhum telejornal, divulgar isto. Se alguém viu por outros meios, e/ou, já tiver postado no DB, me desculpem postar novamente.
Recebi, em meu e-mail, um vídeo da Salete Lemos onde ela nos dá esta bomba. Infelizmente, não soube como postar o vídeo e, por isso, transcrevi-o abaixo:
Parece brincadeira!
Os bancos! Não bastassem as absurdas tarifas cobradas a todos e quaisquer mínimos serviços, agora se sentem à vontade, também, para o enriquecimento ilícito! Não dá para acreditar!
Só o Bradesco, que vale mais de R$ 100 bilhões, que no primeiro trimestre deste ano, lucrou - eu disse... lucrou - R$ 1,700 bilhões, teve a coragem de lesar milhares de clientes com o argumento de que ... "Ce viu! Não houve tempo para pesquisas de dados!" - 20 anos.
A Caixa Econômica Federal, pior hein! Disse que "não tenho funcionários" ! É inacreditável!
O governo - há! O governo! I O governo soltou a pior. Segundo o ministro Mantega, o governo estuda reconhecer esta dívida. Reconhecer o quê? Assumir o quê? O roubo dos bancos? Que sonegaram extratos e que embolsaram R$ 1, 900 trilhões. Isto praticamente é todo o pib brasileiro, total de riquezas geradas pela economia brasileira, economia que trabalha. A nós que pagamos bilhões em impostos e mais alguns outros bilhões em tarifas bancárias, resta aguardar agora a decisão da justiça.
Hoje a Defensoria Pública da União entrou como ação civil pública na 15ª Vara Federal de São Paulo, para que todos os poupadores prejudicados com o plano, sejam automaticamente recompesados sem a necessidade de entrar com ações individuais. É o mínimo que a justiça brasileira, se é que ela existe, pode fazer.

E mais o seguinte comentário:
TRATA-SE DA APRESENTADORA SALETE LEMOS, REPORTER CORAJOSA.
SABEM O QUE ACONTECEU COM ELA APÓS ESTE JORNAL?
PASMEM.... FOI D-E-M-I-T-I-D-A. ISTO MESMO FOI... DEMITIDA DA CULTURA, CANAL 2.
COMENTÁRIO: Será que a C N T, canal 9 do RIO, vai ceder tb à pressão do BRADESCO?
VAMOS REPASSAR PARA O MAIOR NÚMERO DE PESSOAS POSSÍVEIS.
NÃO PODEMOS FICAR DE BRAÇOS CRUZADOS QUANDO ALGUÉM RESOLVE FALAR A VERDADE PARA POPULAÇÃO.
Será que os outros canais (TODOS), vão ficar calados?













Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Mar 02, 2011 10:53 pm
por joaoGui
por que reajustar o bolsa esmola pra cima em tempos de pressão inflacionária?

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qua Mar 02, 2011 11:07 pm
por LeandroGCard
marcelo l. escreveu:http://maovisivel.blogspot.com/

Por quem os juros sobem

Hoje o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve se decidir por mais uma rodada de elevação da taxa de juros básica da economia. Não tenho dúvida que, até entre os meus 18 leitores, há mais de uma alma se perguntando por que, afinal de contas, se a taxa de juros no Brasil já é tão alta, seria necessário elevá-la ainda mais.

A resposta simples é porque a inflação, não apenas a corrente, mas, principalmente, a esperada, se encontra acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%). De fato, a inflação nos últimos 12 meses se encontra ao redor de 6%, enquanto o consenso de mercado e as projeções do próprio BC sugerem que a inflação em 2011 e 2012 deve superar a meta, caso a Selic não suba.

Mas a resposta simples é insuficiente. Uma mente mais inquisitiva poderia perguntar se uma taxa de juros mais elevada é mesmo um tratamento eficaz contra a aceleração da alta dos preços. Por exemplo, se a inflação resulta de preços de alimentos, por conta da elevação dos preços mundiais de commodities agrícolas, como se ouve aqui e acolá, que bem poderia fazer um aumento da taxa de juros?

A verdade, contudo, é que a inflação decorre de fenômenos bem mais amplos que os preços de alimentos. O núcleo de inflação (que retira os preços de alimentos, assim como tarifas públicas) indica que os preços estariam aumentando a um ritmo de 6,5% ao ano. Destaco adicionalmente que o IPCA medido de 16 de janeiro a 15 de fevereiro revela que mais de 73% dos itens não-alimentícios sofreram aumento no período contra 69% em janeiro, revelando que o processo inflacionário se encontra bastante difundido.

E, antes que alguém alegue que se trata de problema sazonal, noto que esta medida de difusão é a mais alta para o mês desde 2003, merecendo a duvidosa honra de ser a segunda maior para fevereiro desde o estabelecimento formal do regime de metas para a inflação.

Isto dito, se as causas da aceleração inflacionária vão além do comportamento do preço de alimentos, quais são elas? Ainda que setores menos comprometidos com a estabilidade de preços insistam em “problemas estruturais” ou “conflitos distributivos” (que, misteriosamente, se exacerbam apenas quando a economia cresce em ritmo forte), a verdade é que a inflação varia essencialmente em linha com o grau de pressão sobre a capacidade produtiva da sociedade. Quando o mercado de trabalho aperta, o nível de utilização de capacidade na indústria sobe e os (muitos) gargalos da infra-estrutura (como os recentes “apagões”) pipocam mais que o David Beckham, os custos unitários se elevam e as condições de demanda permitem seu repasse generalizado.

Sob estas circunstâncias, não há alternativa para conter o processo inflacionário que não passe pela redução da pressão sobre a capacidade produtiva e, goste-se ou não da conclusão, isto requer que o crescimento fique, por algum tempo, abaixo do potencial. Isto poderia ter sido evitado se o combate à inflação tivesse sido iniciado mais cedo, promovendo a convergência do crescimento para seu potencial (o chamado “pouso suave”) ainda em 2010, mas este leite já se encontra devidamente derramado.

É bom que se diga, também, que esta desaceleração poderia se dar preservando o consumo e o investimento privados, desde que o governo tomasse para si o fardo de reduzir seu dispêndio. Obviamente, quando o responsável pelo caixa afirma que “os gastos públicos não têm impacto inflacionário no Brasil”, fica claro que esta não é a prioridade, ainda mais depois de um “corte” de despesas que, na verdade, implica seu aumento com relação ao observado em 2010.

Assim, leitor, quando perguntar por quem os juros sobem, saiba que eles não sobem por ti, mas por quem desperdiçou (e, parece, desperdiçará) todas as oportunidades de lidar com o problema antes que isso se tornasse necessário.
A grande falha na argumentação acima é supor que o aumento dos juros básicos tem um impacto maior no aumento do consumo do que na produção, o que absolutamente não é verdade. Antes de fazer o consumidor parar de comprar comida, eletrodomésticos, automóveis, etc... ,o aumento dos juros básicos faz com que as empresas adiem seus investimentos reduzindo a capacidade de produção futura e aumentando a discrepância entre consumo e produção ao longo do tempo, ao invés de diminuí-la. Isto sem falar da redução da capacidade de investimento do próprio governo na infra-estrutura do país, hoje um dos principais entraves ao aumento da produção.

Apenas em sociedades com capacidade de poupança individual muito maior que a brasileira e acostumadas com juros tipicamente mais baixos é que o impacto do aumento das taxas básicas impacta o consumo de forma mais forte, pois desloca a decisão dos consumidores da compra para a poupança, em busca de um maior rendimento visando o consumo futuro. E assim mesmo se os ciclos de aumento são historicamente curtos, deixando claro que vale a pena guardar para comprar mais depois, pois não será necessário esperar muito. É uma estratégia que só pode ser usada no curto prazo.

No caso do Brasil os juros altos só fazem efeito em prazo mais largo, ao provocar uma restrição muito forte da economia (mesmo que as taxas de crescimento sejam ainda positivas em termos de desempenho podem ser consideradas, pois temos um crescimento vegetativo alto e uma enorme defasagem social a compensar), reduzindo os empregos e os salários, principalmente da classe média. Só aí a inflação começa a ceder. Mas neste ponto a capacidade de produção também já está seriamente afetada, o que tanto impede uma queda maior da inflação como tende a facilitar seu retorno ao primeiro sinal de retomada do crescimento. Devido à escolha desta estratégia de combate à inflação este é um fenômeno recorrente em nosso país já faz mais de vinte anos, sofrendo pouca influência de qualquer fator externo.

É uma estratégia que não funciona no médio e longo prazos a menos que sem imponham sacrifícios muito pesados à sociedade. Tanto que nenhum outro país no planeta a utiliza do mesmo jeito e por tanto tempo quanto o Brasil. Mas os analista nacionais parecem acreditar firmemente que o mundo inteiro está errado, e só o Brasil esta certo... .


Leandro G. Card

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Mar 03, 2011 8:50 am
por marcelo l.
LeandroGCard escreveu:
marcelo l. escreveu:http://maovisivel.blogspot.com/

Por quem os juros sobem

Hoje o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve se decidir por mais uma rodada de elevação da taxa de juros básica da economia. Não tenho dúvida que, até entre os meus 18 leitores, há mais de uma alma se perguntando por que, afinal de contas, se a taxa de juros no Brasil já é tão alta, seria necessário elevá-la ainda mais.

A resposta simples é porque a inflação, não apenas a corrente, mas, principalmente, a esperada, se encontra acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%). De fato, a inflação nos últimos 12 meses se encontra ao redor de 6%, enquanto o consenso de mercado e as projeções do próprio BC sugerem que a inflação em 2011 e 2012 deve superar a meta, caso a Selic não suba.

Mas a resposta simples é insuficiente. Uma mente mais inquisitiva poderia perguntar se uma taxa de juros mais elevada é mesmo um tratamento eficaz contra a aceleração da alta dos preços. Por exemplo, se a inflação resulta de preços de alimentos, por conta da elevação dos preços mundiais de commodities agrícolas, como se ouve aqui e acolá, que bem poderia fazer um aumento da taxa de juros?

A verdade, contudo, é que a inflação decorre de fenômenos bem mais amplos que os preços de alimentos. O núcleo de inflação (que retira os preços de alimentos, assim como tarifas públicas) indica que os preços estariam aumentando a um ritmo de 6,5% ao ano. Destaco adicionalmente que o IPCA medido de 16 de janeiro a 15 de fevereiro revela que mais de 73% dos itens não-alimentícios sofreram aumento no período contra 69% em janeiro, revelando que o processo inflacionário se encontra bastante difundido.

E, antes que alguém alegue que se trata de problema sazonal, noto que esta medida de difusão é a mais alta para o mês desde 2003, merecendo a duvidosa honra de ser a segunda maior para fevereiro desde o estabelecimento formal do regime de metas para a inflação.

Isto dito, se as causas da aceleração inflacionária vão além do comportamento do preço de alimentos, quais são elas? Ainda que setores menos comprometidos com a estabilidade de preços insistam em “problemas estruturais” ou “conflitos distributivos” (que, misteriosamente, se exacerbam apenas quando a economia cresce em ritmo forte), a verdade é que a inflação varia essencialmente em linha com o grau de pressão sobre a capacidade produtiva da sociedade. Quando o mercado de trabalho aperta, o nível de utilização de capacidade na indústria sobe e os (muitos) gargalos da infra-estrutura (como os recentes “apagões”) pipocam mais que o David Beckham, os custos unitários se elevam e as condições de demanda permitem seu repasse generalizado.

Sob estas circunstâncias, não há alternativa para conter o processo inflacionário que não passe pela redução da pressão sobre a capacidade produtiva e, goste-se ou não da conclusão, isto requer que o crescimento fique, por algum tempo, abaixo do potencial. Isto poderia ter sido evitado se o combate à inflação tivesse sido iniciado mais cedo, promovendo a convergência do crescimento para seu potencial (o chamado “pouso suave”) ainda em 2010, mas este leite já se encontra devidamente derramado.

É bom que se diga, também, que esta desaceleração poderia se dar preservando o consumo e o investimento privados, desde que o governo tomasse para si o fardo de reduzir seu dispêndio. Obviamente, quando o responsável pelo caixa afirma que “os gastos públicos não têm impacto inflacionário no Brasil”, fica claro que esta não é a prioridade, ainda mais depois de um “corte” de despesas que, na verdade, implica seu aumento com relação ao observado em 2010.

Assim, leitor, quando perguntar por quem os juros sobem, saiba que eles não sobem por ti, mas por quem desperdiçou (e, parece, desperdiçará) todas as oportunidades de lidar com o problema antes que isso se tornasse necessário.
A grande falha na argumentação acima é supor que o aumento dos juros básicos tem um impacto maior no aumento do consumo do que na produção, o que absolutamente não é verdade. Antes de fazer o consumidor parar de comprar comida, eletrodomésticos, automóveis, etc... ,o aumento dos juros básicos faz com que as empresas adiem seus investimentos reduzindo a capacidade de produção futura e aumentando a discrepância entre consumo e produção ao longo do tempo, ao invés de diminuí-la. Isto sem falar da redução da capacidade de investimento do próprio governo na infra-estrutura do país, hoje um dos principais entraves ao aumento da produção.

Apenas em sociedades com capacidade de poupança individual muito maior que a brasileira e acostumadas com juros tipicamente mais baixos é que o impacto do aumento das taxas básicas impacta o consumo de forma mais forte, pois desloca a decisão dos consumidores da compra para a poupança, em busca de um maior rendimento visando o consumo futuro. E assim mesmo se os ciclos de aumento são historicamente curtos, deixando claro que vale a pena guardar para comprar mais depois, pois não será necessário esperar muito. É uma estratégia que só pode ser usada no curto prazo.

No caso do Brasil os juros altos só fazem efeito em prazo mais largo, ao provocar uma restrição muito forte da economia (mesmo que as taxas de crescimento sejam ainda positivas em termos de desempenho podem ser consideradas, pois temos um crescimento vegetativo alto e uma enorme defasagem social a compensar), reduzindo os empregos e os salários, principalmente da classe média. Só aí a inflação começa a ceder. Mas neste ponto a capacidade de produção também já está seriamente afetada, o que tanto impede uma queda maior da inflação como tende a facilitar seu retorno ao primeiro sinal de retomada do crescimento. Devido à escolha desta estratégia de combate à inflação este é um fenômeno recorrente em nosso país já faz mais de vinte anos, sofrendo pouca influência de qualquer fator externo.

É uma estratégia que não funciona no médio e longo prazos a menos que sem imponham sacrifícios muito pesados à sociedade. Tanto que nenhum outro país no planeta a utiliza do mesmo jeito e por tanto tempo quanto o Brasil. Mas os analista nacionais parecem acreditar firmemente que o mundo inteiro está errado, e só o Brasil esta certo... .


Leandro G. Card
Eu concordo com você Leandro que a exposição a juros altos só piora as coisas e seja um dos problemas estruturais brasileiros.

Abs.

Edit: R$ 7,5 bilhões vão ser gastos a mais pela alta de 0,5 ponto na taxa básica de juro do país, caso eu não esteja enganhado, ou seja, todo o ajuste fiscal do governo (foi 13,5 bi) vai ser consumido nessa reunião e na próxima...dose.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Mar 03, 2011 2:18 pm
por Algus
Alta do PIB faz Brasil superar França e Reino Unido, diz Mantega
.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010 coloca o Brasil entre os cinco países que mais cresceram no período, ficando atrás da China, da Índia, da Argentina e da Turquia. “Se considerarmos o PIB a preços de paridade e poder de compra, em conta ainda não oficial, a ser feita pelo FMI [Fundo Monetário Internacional] ou pelo Banco Mundial, atingimos um PIB de R$ 3,6 trilhões, o que nos coloca em sétimo lugar, superando a França e o Reino Unido”, disse.

No ano, o PIB teve expansão de 7,5%, na comparação com 2009, informou nesta quinta-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “[O crescimento] de 7,5% é muito, mas é um momento excepcional por causa da crise, mas já estamos agora num patamar de 5% a 5,5%”, acrescentou Mantega
O crescimento anual, segundo o IBGE, deve-se à baixa base de comparação no ano anterior, quando o PIB registrou queda de 0,6%, influenciado pelos efeitos da crise financeira internacional.

O IBGE destacou que a formação bruta capital fixo cresceu 21,8%; o consumo famílias, 7%; e o do governo, 3,3%. De acordo com o instituto, o PIB da indústria teve expansão de 10,1%, e o setor foi o ramo da economia que mais cresceu no ano passado.

Já sobre o crescimento de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre, na comparação com o terceiro trimestre, indica que a economia não está superaquecida, segundo Mantega. “No quarto trimestre crescemos 0,7%, com uma despesa pública negativa em 0,3%. Isso indica que economia não está superaquecida e que a poupança de 2011 crescerá mais que a de 2010”, destacou o ministro.

O Produto Interno Bruto representa o total de riquezas produzidas no país e é usado para dimensionar o tamanho da economia nacional. Para calcular o PIB, o IBGE utiliza os resultados de pesquisas do próprio instituto ao longo do ano, em áreas como agricultura, indústria, construção civil e transporte.

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Fonte: http://www.abril.com.br/noticias/econom ... 0848.shtml

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Mar 03, 2011 2:24 pm
por Algus
Renda por brasileiro ultrapassa R$19 mil em 2010 pela 1º vez

Valor calculado pelo IBGE corresponde a cerca de um salário mensal de R$ 1.400

O crescimento da renda per capita do brasileiro - resultado da divisão entre as riquezas produzidas por um país (o que é chamado de PIB – Produto Interno Bruto) e sua população – praticamente dobrou nas últimas duas décadas, em média, saltando de 1,1% ao ano na década de 90 para 2,4% ao ano entre os anos 2001 e 2010, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (03) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

Esse crescimento alcançou um pico no ano de 2010, quando a renda por brasileiro ficou em US$ 10.237 (cerca de R$ 19.016), quando comparado a 2009 (R$ 16.634).

Esta é a primeira vez na história que o país conseguiu superar a barreira dos R$ 19 mil anuais, valor que corresponde a cerca de um salário mensal de R$ 1.400. Importante mencionar que a instituição considerou para o cálculo o câmbio do ano passado.

Com mais dinheiro no bolso, o brasileiro também pode consumir mais. O consumo das famílias brasileiras cresceu 7% em 2010 na comparação com o ano anterior. Quando analisado os dados comparados com o quarto trimestre, observa-se alta pelo 29º trimestre consecutivo, o que certamente impulsionou o crescimento do PIB.

De acordo com o coordenador de contas nacionais do IBGE, Roberto Olindo, a tendência é que o consumo das famílias continue aumentando e alcance o 30º crescimento consecutivo no término deste trimestre (janeiro a março).

- Será certamente mais um trimestre de crescimento e vai ser balzaquiano.

Vale destacar, segundo Olindo, que o consumo inclui tanto os bens naiconais quanto os internacionais já que com o câmbio barato, forte impulso da economia, aumento da massa salarial e crédito fácil para a população, o brasileiro se sentiu mais a vontade para adquirir dívidas de longo prazo, trocar os eletrodoméstico e principalmente, comprar mais alimentos (muitos destes antes considerados supérfluos quando a renda é muito baixa, como bolachas, chocolates e outros doces).

No acumulado no ano de 2010, em relação ao mesmo período de 2009, o PIB cresceu 7,5%, resultado do crescimento de 6,7% e de 12,5% nos impostos. Nessa comparação, a agropecuária (6,5%), a indústria (10,1%) e os serviços (5,4%) cresceram. Assim, segundo as informações das Contas Nacionais Trimestrais, em 2010, o PIB em valores correntes alcançou R$ 3,675 trilhões, o mais valor da história.

O valor do PIB coincide com o estimado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega e as estimativas divulgadas pelo Banco Central durante todo o ano. Nesta semana, durante entrevista concedida a um programa de televisão, a presidente Dilma Rousseff também afirmou que o Brasil teria crescimento de 7,5% em 2010.

Fonte: http://noticias.r7.com/economia/noticia ... 10303.html

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Mar 03, 2011 8:17 pm
por faterra
Devo ter postado com "tinta" invisível! :shock:
Ninguém viu e/ou vai comentar nada da roubalheira dos bancos? Nem para dizer que é mentira, intriga da oposição, alguma maldade feita por algum desafeto que tenha ódio mortal deles? É "fake", foi postado no tópico errado, enfim, ninguém vai comentar nadica de nada? :shock:
Se for verdade, todos nós estamos sendo lesados pelos bancos. Será que estamos tão escaldados que o assunto não passa de uma agüinha morna?

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Mar 04, 2011 9:41 am
por marcelo l.
faterra escreveu:Devo ter postado com "tinta" invisível! :shock:
Ninguém viu e/ou vai comentar nada da roubalheira dos bancos? Nem para dizer que é mentira, intriga da oposição, alguma maldade feita por algum desafeto que tenha ódio mortal deles? É "fake", foi postado no tópico errado, enfim, ninguém vai comentar nadica de nada? :shock:
Se for verdade, todos nós estamos sendo lesados pelos bancos. Será que estamos tão escaldados que o assunto não passa de uma agüinha morna?
Acho que o problema estão nas regras do Banco Central que deixaram os bancos fazer todo tipo de expediente para fortalecer o sistema, se quisesse o governo teria impedido, para quem duvida é só ver que semana passada o Alexandre Schwartsman (Santander) bateu boca o presidente da Petrobrás, essa semana saiu a notícia que ele foi demitido...coincidência pode ser que sim ou não.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Mar 04, 2011 1:36 pm
por Algus
Tanto Lula quanto FHC são amigos dos bancos. Ambos tiveram suas campanhas financiadas por eles. A primeira gestão do Lula eu não sei se teve financiamento, mas na reeleição teve, do Itaú. A da Dilma não foi diferente.

Acho que já disseram aqui uma vez: Quando um político é muito amigo dos banqueiros nós devemos ficar atentos. Porque o interesse dos bancos quase nunca é o mesmo interesse dos trabalhadores.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Mar 04, 2011 10:03 pm
por faterra
Se for verdadeiro, isto é muito sério! É caso de polícia federal e ministério público. Roubo, enriquecimento ilícito, se não cairem também na ora tão comum formação de quadrilha e o escambau! O que me deixou mais besta, foi que não vi nenhum órgão da imprensa soltando nem uma notinha pé de página a respeito. Isto é cumplicidade pela omissão dolosa (a imprensa sabe do caso e fica quieto para não sofrer represálias dos bancos, perder suas gordas contas publicitárias - que se dane o povo) e, se algum de seus jornalistas falarem alguma coisa, são demitidos sumariamente.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Mar 04, 2011 10:51 pm
por Marechal-do-ar
joaoGui escreveu:por que reajustar o bolsa esmola pra cima em tempos de pressão inflacionária?
Quem critica a Dilma/Lula vai dizer que é para ganhar votos.

Quem é a favor vai dizer que é porque juros mais altos causam desemprego e que mesmo assim essas pessoas precisam viver.

Pessoalmente tenho dúvidas se a segunda frase é em defesa a Dilma...