Hermes escreveu:Olá Clermont, dê uma olhada nessa reportagem. Ela inclusive corrobora a tese do Wingate de que teríamos uma projeção maior caso tivéssemos aceito, mas eu, particularmente não acho que seriamos chamados para o CS ou que lucraríamos permanecendo na Europa.
Sobre o Brasil no CS, tal idéia foi vetada pela Grã-Bretanha, sejam quais forem os motivos. Eu já li que foi atendendo a um pedido do governo do Canadá.
Sobre a reportagem da tese do McCann pode ser que as coisas tenham sido assim. Mas, William Waack, em seu livro "As Duas Faces da Glória" escreveu o seguinte:
"Na mesma época, solicitado a mencionar que unidades (...) poderiam ser retiradas do seu teatro de operações e enviadas para a previsível ocupação da Áustria, seu QG [o do marechal britânico Alexander, comandante-supremo das Forças Aliadas no Mediterrâneo] vetou a FEB e a 92ª Divisão americana [formada por negros]. (...) Os supremos comandantes aliados achavam, contudo, que ambas não eram adequadas para fins de ocupação na Áustria.
Pois bem. Duas versões diferentes para o mesmo fato. Qual será a autêntica?
Sei lá. Mas, eu chamo a atenção para um detalhe. A versão de Waack é tirada de arquivos secretos militares. Ou seja, na época, ordens que só deveriam ser vistas pelos altos-chefes militares. Emitidas durante a vigência da guerra, quando outras necessidades, tipo, massagear o ego de dirigentes políticos e militares de um distante país latino-americano, deveriam submeter-se às necessidades bélicas. E, o principal de tudo: sem que fossem conhecidas por nenhum brasileiro.
Quanto a segunda versão, de que o general Mark Clark, desejava os brasileiros na Áustria, "por que os conhecia", pelo menos para mim, já tem muito o cheiro de demagogia política, para consolidar a futura vinculação do Brasil com os Estados Unidos. Seria bom lembrar que o general Mark Clark, que nunca foi considerado um grande líder combatente, era um dos mais políticos dos generais dos Estados Unidos. Uma vez, foi enviado à bordo de um submarino para negociar a rendição dos franceses de Vichy, na África do Norte.
Realmente, qual a mais confiável opinião a respeito de um funcionário? Aquela do chefe, quando faz um elogio em público, num encontro de final de ano na empresa? Ou aquela no relatório reservado de desempenho, quando o chefe recomenda a não-promoção do referido funcionário?
Eu acho que não devemos nos empolgar muito com textos laudatórios como o do general Octavio Costa. O fato, nu e cru, é de que a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária não fez, absolutamente nada, que a singularizasse, em comparação com centenas de divisões que lutaram pelo lado dos Aliados Ocidentais na Segunda Guerra Mundial. E, sendo realista: a divisão brasileira não foi melhor do que várias divisões coloniais de árabes e africanos negros que lutaram nos exércitos da França e da Grã-Bretanha. Numa análise no final da guerra, os generais alemães chegaram a dizer que as divisões de mouros marroquinos e argelinos eram comparáveis às melhores divisões totalmente européias.