alex escreveu:Lord, com o dolar em alta e falta de dinheiro dificilmente veremos navios de segunda mão.
Falar de navios de 6000 toneladas é como comer mortadela e arrotar peru, muito alem da presente e futura realidade. Para mim a MB esta a delirar com este projeto. Muito mais coerente vejo a marinha da Colombia que colocou como meta uma fragata de 4.000 toneladas para sua Marinha. Seria um projeto coerente para nos também.
Prezado Colega,
O horizonte que vejo e o da próxima década. Em cinco anos as referencias que temos em relação ao U$S hoje não podem ser consideradas prospectivamente, até porque a tendência e que os agentes econômicos do pais reajam e superem as dificuldades existentes no momento independente do GF de plantão, o que já aconteceu em crises passadas. Mesmo hoje o PIB do Brasil continua entre os maiores do planeta. A maior dificuldade que deve ser enfrentada e a da governabilidade. Infelizmente existe um ‘’jogo corporativo’’ de procurar blindar elementos que integram ou integraram o governo e roubaram descaradamente a nação.
O sentimento que tenho e que os que estão no poder hoje querem se manter no poder no mesmo por tempo indeterminado. Entretanto nossa democracia esta consolidada, inclusive com a contribuição de muitos que hoje estão sub-judice, e alternância no poder e que aprofunda o regime democrático. Cabe a população através das eleições aperfeiçoar as instituições politicas e separar o joio do trigo.
Em relação a MB não se trata de ‘’comer feijão e arrotar caviar’’ quanto ao planejamento de possuir navios de 6.000 ton. O maior impacto nos custos da construção de um navio de guerra são os sistemas de armas e os sensores. Um navio de 4.500 ton, por exemplo, pode ter um custo semelhante ao um de maior tonelagem em função dos sistemas mencionados. Entretanto um navio de maior tonelagem possui reserva de espaço para ampliar sistemas instalados inicialmente ou receber novos.
A US Navy quando lançou o programa dos DDG classe Spruance foi muito criticada porque inicialmente estes navios foram sub-armados de forma a atender o orçamento que havia sido liberado pelo Congresso para obtenção da classe. No decorrer do tempo os navios foram recebendo novos sistemas de armas e sensores sem grandes dificuldades técnicas já que possuíam reserva suficiente de tamanho para atender estas demandas de ampliação da capacidade bélica da classe. Recentemente temos o exemplo das fragatas da classe Frijtof Nansen que em uma tentativa de minimização de custos do projeto teve uma redução nos sistemas AAW instalados, o que também gerou muitas criticas pelos especialistas em defesa daquele país nórdico.
Quanto ao projeto das CV 03 e fundamental o desenvolvimento do mesmo para que um dia ocorra a instalação de um complexo naval militar perene no país. Somente com a continuação deste projeto e que poderá haver no futuro condições para que de forma independente o Brasil projete e construa seus navios de escolta. A classe Tamandaré mantem viva uma saga de sacrifico, dedicação e esforço na busca pela grandeza realizada por homens de bem que buscaram o melhor para o Brasil. Esta saga tem inicio, entre outros, com a construção na década de 1860 de navios monitores no Arsenal da Corte, passa pela construção do cruzador Tamandaré no final do século XIX, das corvetas classe Carioca e dos CT’s Greenhalgh, Marcilio Dias e Mariz e Barros durante a II Guerra Mundial, pela classe Amazonas na década de 1950/60, pelas União e Independência e pelo Brasil no AMRJ e mais recentemente pelas classe Tupi e Inhaúma e a Barroso. Uma saga heroica frente a sempre presente mediocridade dos Governos de plantão e de um povo que vive com as costas voltadas para o mar.
Sds
Lord Nauta