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estou com o cross, em uma guerra de movimento quem vai conseguir acertar alguém a 200 metros com miras de "ferro"? essa história dos fuzileiros não está bem contada.

dalton romao escreveu:estou com o cross, em uma guerra de movimento quem vai conseguir acertar alguém a 200 metros com miras de "ferro"? essa história dos fuzileiros não está bem contada.

Mas 200 - 300 metros, não eram as distâncias-padrão para os módulos de Tiro de Combate Básico (TCB) e Tiro de Combate Avançado (TCA), para as especialidades de fuzileiros de infantaria e cavalaria, pelo menos nas décadas de 1970-1980?

pessoal alguem poderia me informar as dimençoes do Ia2 adotado pelo EB.



Obrigado

Há uns 250 metros, é difícil ver o alvo com o sistema de mira padrão. Ainda mais se este for bem treinado e saiba manter um perfil baixo.

Na República Dominicana, em 1965, o contingente do Exército passou por um curso especial de tiro de combate, para sanar deficiências que existiam no adestramento nos quartéis do Brasil. Usando equipamento do Exército americano para a montagem da pista de tiro, a tropa brasileira (o antigo I/REsI, ou I Batalhão do Regimento-Escola de Infantaria) tinha alvos até a distância de 200 metros. E o resultado variava dependendo da posição do atirador (deitado, de pé, arma sem apoio, com apoio). O melhores resultados chegavam a oitenta porcento; já os piores não passavam de quinze porcento. E arma era o FAL, recém-introduzido, novinho em folha.

E somente com "miras de ferro".

um fuzil em 7.62 e com cano de mais de 50 cm, não é? olha o IA2 5.56 e compare. mesmo com o menor recuo é muito difícil sem ter nenhum visor pra auxiliar. isso em alvos estáticos, imagina o cara se movimentando? nessa distância é melhor deixar as MAGs cuidarem disso montadas nos seus tripés. atirar e acertar depois dos 50 metros já fica muito complicado na vida real sem nenhuma luneta ajudando e cheio de adrenalina no sangue.

dalton romao escreveu:um fuzil em 7.62 e com cano de mais de 50 cm, não é? olha o IA2 5.56 e compare.

Desse ponto de vista, tem razão. Mas, aí se trata de uma comparação entre dois fuzis de calibres diferentes, portanto, é outra história. O fato é que, usando miras de ferro, o soldado combatente brasileiro era - ou é - adestrado para acertar alvos a 200 metros - ou até mais -, usando o FAL com miras mecânicas.

Agora, se o Exército do século XXI, ao adotar um fuzil 5,56 mm com cano ultra-curto, resolveu abrir mão de tal capacitação, aí é uma decisão baseada nos prováveis cenários de combate visualisados para os próximos anos. Porém, segundo se apreende da mensagem de ABULDOG74, o Corpo de Fuzileiros Navais recusa-se a aceitar tal doutrina e continua adestrando seus navais para atirarem a 200 metros utilizando M16A2.

O problema de precisão do IA2 é só o seu tamanho de cano. Nada que uma boa aumentada no cano faça diferença.

Se o EB abandonou o cano de 18 polegadas em favor de um de 16 polegadas não vai ser agora que vão voltar atrás, né amiguinhos?

16 polegadas? Onde você viu isso? De onde tirou a informação que o EB não irá modificar o IA2 pouco depois de ser adotado?

Minhas informações são de um Coronel e nosso novo amigo Fuzileiro tem as mesmas informações, e você?

Alias, falei bobagem, o cano do IA2 tem 350mm, dá 14 polegadas, é menos até do que as 14,5 polegadas de um M4A1... acho que é muito curto, alias. Não dá pra extrair toda qualidade do 5,56mm com um cano dessa comprimento, mas enfim... duvido muito que o EB vá mudar o comprimento do cano do IA2 a essas horas do campeonato. Esse fuzil já está sendo entregue a várias unidades, como as 11ª e 12ª brigadas daqui de São Paulo. Eu tenho um irmão no EB, ano passado ele passou nessas unidades e me contou isso.

14 é curto, muito curto mesmo.

Tá ótimo 14 polegadas, para mais que 100 metros, o correto é usar uma DMR...

Alitson escreveu:Tá ótimo 14 polegadas, para mais que 100 metros, o correto é usar uma DMR...

Eu tenho a impressão que as distâncias estão encurtando demais. No tempo da Grande Guerra, já se considerava que o alcance da munição de fuzil era excessivo (alcance efetivo para tiro individual de uns 700 metros). Então, vieram as submetralhadoras, com alcance efetivo de uns 100 metros, o que foi considerado pouco. Então, na Segunda Guerra Mundial, foram criados, pelos alemães, os fuzis de assalto de calibre intermediário (que já eram estudados antes de 1914). Estes pretendiam oferecer precisão e capacidade de abate até uns 400 metros, portanto, mais do que a submetralhadora (com sua munição de pistola) e menos do que o fuzil de repetição (com sua munição de alta-potência).

Finda a Segunda Guerra Mundial, o bloco ocidental renegou a experiência alemã do calibre intermediário, e manteve-se fiel ao cartucho de alta-potência (o 7,62 NATO), enquanto o bloco oriental fez exatamente o oposto. Então, aí pelos finais da década de 1960, o bloco ocidental aderiu a um novo cartucho de calibre intermediário. Só que, de muito menor potência do que qualquer coisa que tivesse sido estudada pelos especialistas em munições, desde antes de 1914. Este veio a ser o calibre 5,56 mm. O alcance efetivo deste cartucho é declarado em manuais americanos como sendo de 500 metros, embora, na realidade, o soldado americano só tenha esperanças de incapacitar um inimigo até uns 200 metros.

Então, eu - do meu modo paisano de ver as coisas - acho uma temeridade essa escola de pensamento de que, uma centena de metros deva ser o limite máximo no qual um soldado de um pelotão de fuzileiros possa ser capaz de engajar e destruir um inimigo, além deste alcance, tal ação devendo competir à soldados especialistas (o atirador selecionado com seu fuzil 7,62; ou o metralhador com sua metralhadora leve 5,56 mm ou metralhadora média 7,62). Até porque os soldados especialistas são, somente, uma parte minoritária do poder de combate de frações de infantaria, além de serem os primeiros alvos para neutralização, na lista do inimigo. E os soldados volteadores, com seus fuzis 5,56 mm de cano ultra-curto, o que fazem? Alguns dizem que os combates se darão, apenas, em alcances aproximados. Isso é jogar com as possibilidades, o que acontecerá se, em determinado teatro de operaçoes predominarem áreas de engajamento além dos 200 metros? Somente o punhado de soldados especialistas é que assumirá a responsabilidade pela condução do combate de infantaria?

Ter uma capacitação significa que você pode ou não, fazer uso dela. Se você não tem uma capacitação poderá não precisar dela, porém, se um dia precisar, vai precisar imediatamente, e não terá tempo para criá-la (ou recriá-la).

Quero ver o pessoal que está cobrando cano de 16 e 18 polegadas ir no stand e acertar alguma coisa a 100 metros sem uso de magnifier.