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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Seg Nov 30, 2009 4:10 pm
por soultrain
Regulação
Os 30 grupos financeiros que não podem falhar

Pedro Duarte

30/11/09 12:40
Os 30 grupos financeiros que não podem falhar

Os reguladores mundiais criaram uma lista com as 30 principais instituições financeiras que vão ser alvo de monitorização internacional, devido ao risco que colocam para o sistema, pela sua dimensão.

A lista, divulgada na edição de hoje do jornal 'Financial Times', inclui 24 bancos e seis seguradoras, da Europa, América do Norte e Japão. Nenhuma instituição portuguesa está incluída.

A mesma fonte precisa que a lista foi criada pelas autoridades como parte de um esforço para impedir que uma destas empresas possa ameaçar a sobrevivência do sistema financeiro, caso entrasse em falência. O motivo é simples: são demasiado grandes e com presença em actividades de elevada sensibilidade, pela grande concessão de crédito ou pelo modelo de organização complexo, em termos das actividades que praticam.

A presença de uma instituição nesta lista não quer dizer que aquela esteja com problemas. Significa, isso sim, que se sofressem problemas graves haveria o risco de contágio sistémico, o que justifica o seu acompanhamento mais próximo.

Como parte do processo, nota o Financial Times, os grupos da lista terão também que criar "testamentos", nos quais deverão documentar como é que cada instituição poderá ser dissolvida em caso de uma nova crise financeira.

Sob o escrutínio das autoridades vão estar os bancos norte-americanos Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan e Morgan Stanley, o canadiano Royal Bank of Canada e os britânicos Barclays, HSBC, Royal Bank of Scotland e Standard Chartered.

No resto da Europa, as entidades reguladoras vão inspeccionar os bancos suíços UBS e Credit Suisse, os franceses BNP Paribas e Societe Generale e os espanhóis BBVA e Santander. Na Itália, foco para o Banca Itesa e o UniCredit, enquanto na Alemanha a atenção vai para o Deutsche Bank e na Holanda para o ING.

No Japão, os bancos que maiores riscos colocam são o Mitsubishi UFJ, o Mizhuo, o Nomura e o Sumitomo Mitsui.

Entre as seguradoras, são alvo das atenções dos reguladores a Aegon, a Allianz, a Aviva, a Axa, a Swiss Re e a Zurich

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Dez 01, 2009 8:08 am
por P44
Dubai World anuncia reestruturação das suas empresas
Grupo público tem uma dívida de 26 mil milhões de dólares

O conglomerado público Dubai World anunciou a reestruturação de algumas das suas empresas, entre elas a gigante imobiliária Nakheel, depois de uma segunda-feira negra nos mercados dos Emirados Árabes Unidos devido às dificuldades financeiras daquele grupo.

O Dubai World, proprietário das autoridades do emirado em plena expansão, que não beneficia de garantias governamentais, afirmou, em comunicado citado pela Lusa que «os processo de reestruturação vão afectar unicamente a Nakheel World e a Limiteless World».

Este processo «vai compreender várias fases, entre elas a avaliação de opções, entre elas e venda de bens», explicou a empresa, em comunicado.

Ao mesmo tempo, esta empresa pública de investimentos já anunciou que está em conversações «construtivas» com os bancos para renegociar a sua dívida de 26 mil milhões de dólares.

http://diario.iol.pt/economia/portugal- ... -4058.html

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Dez 01, 2009 12:51 pm
por GustavoB
Desanda mais uma fraude neoliberal

O paraíso na Terra, a nova Xanadu, um lugar dos sonhos, o mel correndo nas ruas - todos os clichês são nada para definir o que foi Dubai. Foi - pretérito perfeito do verbo ser.

Um país pequeno (83 mil quilômetros quadrados), com pouca gente (4,7 milhões de pessoas) e com algum petróleo, Dubai parecia fadado a ser mais uma das ditaduras árabes em que uma minoria usufrui dos petrodólares e a massa da população vive na miséria das tendas. Esse script, porém, não valeu.

Os Emirados não apenas atingiram um elevado padrão de vida como também conseguiram algo raro para um país árabe. Sua economia reduziu a dependência do petróleo. Hoje, Dubai depende em apenas 15% da renda do petróleo. As faraônicas construções não são palácios reais, mas hotéis e sedes de bancos.

Mais do que tijolos e concreto, Dubai conseguiu firmar-se como um centro financeiro regional, ao oferecer um ambiente favorável aos negócios e uma sociedade islâmica aberta. Por isso a forte repercussão da notícia que circulou nesta madrugada, segundo a Reuters, de que a holding Dubai World estava tentando postergar o pagamento dos 59 bilhões de dólares em dívidas.

Com cerca de 80 bilhões de dólares em ativos, a Dubai World é o veículo de investimentos do governo do emirado que permite aos investidores internacionais participar, por exemplo, da construção de hotéis, resorts e marinas às margens do Golfo Pérsico. Julgava-se que as reservas em moeda forte de Dubai tornavam sua economia tão sólida quanto seus hotéis.

A rigor, Dubai se sustentou até o momento porque resulta da combinação de dois fatores favoráveis ao capitalismo de cassino: 1) licença ilimitada para depositar qualquer moeda ou valor nos bancos locais, sem ter que explicar a origem do recurso; 2) sossego absoluto para milionários de qualquer parte do mundo, não importando a origem - legal, criminosa ou mista - da fortuna de seus hóspedes.

Admira que essa fraude monumental tenha durado quase trinta anos.

Redator: Cristóvão Feil - Data: 27.11.09

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Dez 01, 2009 1:31 pm
por P44
GustavoB escreveu:Desanda mais uma fraude neoliberal
isso foi a semana passada, hoje já ninguém se lembra
EUA
Dubai e China entusiasmam Wall Street

Pedro Duarte
01/12/09 14:41
enviar noticia
Os investidores norte-americanos estão contentes por ver a produção industrial da China registar um forte crescimento.



Petróleo segue nos 78 dólares com estabilização no Dubai 07:48

Dubai revela que dívida problemática é inferior ao temido 11:37

Alívio do Dubai impulsiona bolsas 12:23

Ouro já vale 1.200 dólares 12:47

Nova Iorque está em alta, já que a produção industrial chinesa cresceu ao ritmo mais rápido dos últimos cinco anos, ao mesmo tempo que o Dubai acalmou os mercados sobre as suas dívidas.

O índice industrial Dow Jones subia 1,02%, o índice tecnológico Nasdaq crescia 1,13% e o S&P 500 progredia 1,02%.

Em destaque está a produtora de ouro Barrick Gold Corp., que disparava 5,13% para 44,88 dólares, depois dos preços do ouro terem batido novos recordes na cada dos 1.200 dólares por onça.

Já a produtora de alumínio Alcoa valorizava-se em 1,92% para 12,76 dólares, devido à subida dos preços dos metais, criada pelo anúncio por parte da China de que a sua produção industrial aumentou em Novembro ao ritmo mais elevado dos últimos cinco anos.

A subida dos preços do petróleo está por seu turno a dar energia aos títulos da Exxon Mobil, que crescia 1,32% para 76,06 dólares.

O sector financeiro também está em foco, depois do Dubai ter anunciado que apenas metade da dívida da holding estatal Dubai World tem problemas, o que reduziu as preocupações relativamente ao dinheiro que os bancos têm em risco neste emirado.

Assim, o Bank of America progredia 1,26% para 16,05 dólares, enquanto o Wells Fargo avançava 0,46% para 28,17 dólares.

Ainda a ajudar ao sentimento estão os dados que indicam que as vendas comparáveis das retalhistas subiram 3,1% em termos homólogos na semana passada, a décima segunda semana consecutiva de ganhos, que mostra que os consumidores norte-americanos estão cada vez a gastar mais, apesar de mais de sete milhões de empregos terem sido perdidos desde o início da recessão.
http://economico.sapo.pt/noticias/dubai ... 75752.html

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Dez 01, 2009 11:05 pm
por soultrain
Queda do dólar atira ouro para novo recorde histórico
O ouro atingiu um novo máximo histórico. Superou, pela primeira vez, a fasquia dos 1.200 dólares por onça, no mercado norte-americano. A queda do dólar está a impulsionar o metal precioso.
Paulo Moutinho
paulomoutinho@negocios.pt

O ouro atingiu um novo máximo histórico. Superou, pela primeira vez, a fasquia dos 1.200 dólares por onça, no mercado norte-americano. A queda do dólar está a impulsionar o metal precioso.

A divisa dos EUA está, novamente, a perder valor. Perde 0,5% contra o euro, que hoje negoceia nos 1,5080 dólares, tornando assim mais atractivo o investimento em ouro, numa altura em que os investidores voltam a procurar refúgio.

“Os investidores estão a comprar ouro devido à inflação, no longo prazo” e também para em resultado da depreciação da moeda dos EUA, para quem procura “investimento de médio prazo”, afirmou James Moore, da TheBullionDesk.com, à Bloomberg.

O metal precioso superou a fasquia dos 1.200 dólares, segundo a agência noticiosa. Em Nova Iorque, seguia a valorizar 1,09% para 1.194 dólares, no mercado de futuros. O ouro para entrega imediata cotava nos 1.194,62 dólares a onça.

O ouro tem vindo a atingir novos máximos históricos sucessivos, e hoje fixa mais um. No acumulado do ano soma já 35%, superando o desempenho do índice bolsista MSCI World, e encaminhando-se para o maior ganho anual desde 1979.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Dez 03, 2009 1:18 pm
por P44
Trichet
BCE começa a retirar condições excepcionais de empréstimos aos bancos
Jean-Claude Trichet delineou hoje uma estratégia muito gradual de retirar as condições excepcionais nos empréstimos que empresta aos bancos. A principal alteração é a extinção dos dois empréstimos de longo prazo de 12 e 6 meses.
Rui Peres Jorge
rpjorge@negocios.pt

Jean-Claude Trichet delineou hoje uma estratégia muito gradual de retirar as condições excepcionais nos empréstimos que empresta aos bancos. A principal alteração é a extinção dos dois empréstimos de longo prazo de 12 e 6 meses.

O empréstimo a 12 meses que ocorrerá a 16 de Dezembro, será o último, continuará a não ter limite para o montante de empréstimo, mas a taxa de juro será não a taxa fixa central (que hoje ficou nos 1%), mas antes à taxa média das ofertas mais baixas colocadas pelos bancos. O BCE anunciou ainda que a operação de cedência de liquidez a seis meses marcada para 31 de Março será a última.

O presidente do banco central salientou, contudo, que será mantida a inexistência de limite aos montantes emprestados nos leilões semanais regulares pelo menos até 13 de Abril. Estas medidas representam uma retirada gradual dos estímulos que o Trichet explicou pelos riscos que nascem da excesso de liquidez, nomeadamente a criação de bolhas, mas vincou que “a liquidez continuará extremamente abundante nos meses que vêm”.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jan 13, 2010 3:08 pm
por P44

Bank CEOs: We underestimated 2008 financial crisis
Wall Street executives say they underestimated 2008 financial crisis, made poor decisions

ap


By Daniel Wagner and Jim Kuhnhenn, Associated Press Writers , On Wednesday January 13, 2010, 11:20 am

WASHINGTON (AP) -- Wall Street executives said Wednesday they underestimated the severity of the 2008 financial crisis and apologized for risky behavior and poor decisions. They also defended their bonus and compensation practices to a skeptical commission investigating what caused the collapse.

Americans are furious and "have a right to be" about the hefty bonuses banks paid out after getting billions of dollars in federal help, the commission's chairman told chief executives of four major banks, all survivors of the deepest and longest recession since the Depression.

As the hearings opened before the Financial Crisis Inquiry Commission, chairman Phil Angelides pledged "a full and fair inquiry into what brought our financial system to its knees."

The panel began its yearlong inquiry amid rising public fury over bailouts and bankers' pay.

"We understand the anger felt by many citizens," said Brian Moynihan, chief executive and president of Bank of America. "We are grateful for the taxpayer assistance we have received."

With Bank of America having repaid its bailout money, he said "the vast majority of our employees played no role in the economic crisis" and do not deserve to be penalized with lower compensation. Moynihan said compensation levels will be higher next year than they were in 2008 -- but not at levels before the financial meltdown.

Jamie Dimon, chief executive of JPMorgan Chase & Co., said most of his employees took "significant cuts in compensation" in 2008. He said his company would continue to pay people in a "responsible and disciplined manner" to attract and retain top talent.

Still, Dimon said, "We did make mistakes and there were things we could have done better."

John Mack, chairman of Morgan Stanley, said the crisis was "a powerful wake-up call for this firm." He said he didn't take a bonus in 2009 and that his bank has overhauled its compensation practices to discourage "excessive risk-taking."

Angelides, a former Democratic treasurer of California, questioned Goldman Sachs' Lloyd Blankfein about packaging soured assets into bond-like securities and selling them to investors -- even as Goldman Sachs was "shorting" the same securities, or making bets they would fail. These included risky mortgages that were extended to borrowers with poor credit records and helped cause the home-loan bust.

"It sounds like selling a car with faulty brakes and then buying an insurance policy on that car," Angelides said.

Responded Blankfein: "I do think the behavior is improper. We regret the consequence that people have lost money in it."

Like the other witnesses, Blankfein acknowledged lapses in judgment in some practices leading up to the crisis.

"Whatever we did, it didn't work out well," he said. "We were going to bed every night with more risk than any responsible manager would want to have."

The commission's vice chairman, former Rep. Bill Thomas, R-Calif., said the inquiry would try "to get to the bottom of what happened and explain it in a way that the American people can understand."

Thomas, a former chairman of the tax-writing House Ways and Means Committee, said one important question is, "If you knew then what you do now, what would you have done differently?"

Dimon said a crucial blunder was "how we just missed that housing prices don't go up forever." Added Mack: "We did eat our cooking and we choked on it."

Commissioner Heather Murren, a retired Merrill Lynch director, raised questions about banks that insisted on being paid in full by failed insurer American International Group Inc. on financial contracts that went bad.

She asked Blankfein why Goldman Sachs didn't offer to take less than 100 percent in payments from AIG, given the severity of the financial crisis and knowledge of the taxpayers' stake. "It didn't come up in any conversation that I can recall," Blankfein said.

The bipartisan, 10-member commission was handed the job of writing the official narrative of what went wrong before the financial system nearly collapsed in the fall of 2008.

The commission is modeled on the panel that examined the causes of the attacks of Sept. 11, 2001. But the prototype could be the Pecora Commission, the Senate committee that investigated Wall Street abuses in 1933-34. It was named after Ferdinand Pecora, the committee's chief lawyer.

Congress has instructed the current commission to explore 22 issues, from the effect of monetary policy on terms of credit to bank compensation structures.

Financial Crisis Inquiry Commission: http://www.fcic.gov
http://finance.yahoo.com/news/Bank-CEOs ... /print?x=0

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jan 13, 2010 9:10 pm
por Túlio
Nem esquentem, é só perguntar pro BOURNE e ele diz direitinho como todo mundo (falo dos Pais e Donos do Planeta Terra) vai sair dando risada dessa gelada aí e começar logo outra Farra dos Trilhões... 8-]

Aliás, quem parar pra pensar sobre isso bola na hora uma TEORIA DE CONSPIRAÇÃO...

(((Devia ter perguntado aqui e me dariam idéias muito melhores do que as minhas para a Fênix... :twisted: )))

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Jan 13, 2010 11:15 pm
por Bourne
O que tenho a ver com isso? :shock:

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jan 14, 2010 8:42 am
por P44
Bourne, tu é que és especialista em deitar gasolina para a fogueira, com tuas teorias, deve ser por isso 8-]

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jan 14, 2010 1:46 pm
por Bourne
P44 escreveu:Bourne, tu é que és especialista em deitar gasolina para a fogueira, com tuas teorias, deve ser por isso 8-]
A coisa também está dentro de você :shock:

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jan 14, 2010 1:54 pm
por PRick
LeandroGCard escreveu:Já agora duas vezes você menciona a escolha americana pela concentração da indústria nos setores de tecnologia intensiva de uma forma que faz parecer que você considera isto uma estratégia de competitividade.

Isto é um engano, primeiro porque não é uma estratégia industrial americana, mas uma consequência da estratégia econômica/comercial que eles adotaram desde que as considerações financeiras tornaram–se dominantes na definição das políticas daquele país. Os americanos não escolheram como decisão consciente abandonar suas indústrias tecnologicamente menos intensivas, elas simplesmente não conseguiram sobreviver dadas as condições criadas pela política de integração econômica e abertura comercial que seus governos defenderam e praticaram desde o final da década de 70. Eles não descobriram que seria “mais lucrativo” transferir tecnologias e conhecimentos para os países asiáticos, aqueles é que se recusaram a adquirir apenas produtos acabados, forçando a transferência da tecnologia sob pena da perda de mercados.

Do ponto de vista puramente econômico pode-se realmente demonstrar que esta política de transferir o desenvolvimento e produção de bens e conteúdo tecnológico baixo e médio para outros países e se concentrar apenas nos bens de alta tecnologia é uma estratégia de sucesso. Basta contabilizar em termos financeiros a produtividade das empresas e mesmo dos trabalhadores que produzem bens com maior e menor conteúdo tecnológico (e consequentemente maior valor agregado) e as vantagens ficam claras. Se um determinado número de funcionários trabalha uma certa quantidade de horas para produzir um caça de quinta geração que será vendido por 180 milhões, e um número idêntico de pessoas em outro país trabalha a mesma quantidade de horas para produzir uma quantidade de brinquedos, eletrodomésticos e rádios de pilha que serão vendidos por um valor total de 18 milhões de dólares, o primeiro grupo tem uma produtividade 10 vezes maior, e é lógico imaginar que o caminho que seu país está seguindo é mesmo o melhor. Mas este raciocínio ignora dois pontos que são fundamentais: A escala de produção e o ambiente tecnológico de base.

A escala de produção é um fator conhecido nas análises econômicas, e não preciso me estender muito sobre o assunto. Basta lembrar que se todos os trabalhadores americanos pudessem produzir apenas F-22’s e F-35’s para o resto da vida esta seria realmente uma solução maravilhosa, mas é óbvio que isto não funcionaria. Em primeiro lugar porque não haveria mercado para absorver esta produção, na prática a maior parte da economia do planeta é movimentada pela demanda de produtos de valor agregado baixo e médio, e o capital total que sobra para movimentar este mercado altamente produtivo de alta tecnologia é relativamente pequeno. E em segundo lugar porque produção de bens de alto conteúdo tecnológico tem baixa taxa de geração de empregos (por definição agrega pouca mão de obra) e a menos que se permita que uma parcela cada vez maior da população caia no sub-emprego ou na miséria, a produção de bens que agregam maior quantidade de mão de obra não pode ser simplesmente abandonada (novamente, a menos que a demanda de produtos altamente tecnológicos suprisse a demanda por vagas de trabalho, o que não acontece). Claro que os liberais diriam “que se danem os desempregados, são apenas um sub-produto do maravilhoso trabalho do deus livre-mercado”, mas uma sociedade que agir assim na prática não vai durar muito tempo para se vangloriar dos milagres do seu “deus”.

Já o outro fator é mais técnico e geralmente não é levado em consideração nas análises econômicas. O que acontece é que o desenvolvimento tecnológico, a própria base da indústria de alto valor agregado, é sustentado pela inovação, e a inovação não pode ser eficientemente contratada ou gerida. A alta taxa de inovação requerida para se manter a competitividade de uma indústria de alta tecnologia provém de uma enorme massa-crítica de pessoas trabalhando para resolver problemas pontuais de engenharia do dia-à-dia, não necessariamente ligados ao desenvolvimento e fabricação dos produos do mais alto nível tecnologico. Um exemplo não absolutamente real mas bem didático talvez ajude a esclarecer este ponto:

A uma certa altura surgiram problemas como restrições normativas quanto ao uso de resinas de colagem em brinquedos, devido aos riscos de contaminação, ou a necessidade de fixar peças de iscas artificiais de plástico (anteriormente eram feitas de madeira) sem usar resinas que deixassem cheiro residual, para não espantar os peixes. Estes e outros problemas correlatos, todos nas indústrias de baixa-média tecnologia, levaram ao desenvolvimento de sistemas de solda de peças plásticas por ultra-som. Uma década depois estes aparelhos de soldagem por ultra-som tornaram possível montar peças de resinas transparentes ao radar, moldando componentes de geometria complexa impossíveis de serem produzidos de outro modo. Tais componentes eram importantes na produção das estruturas de caças furtivos de quinta geração. Se a tecnologia da solda por ultra-som não tivesse surgido, impulsionada pelas necessidades de simples indústrias de brinquedos e iscas artificiais, os custos e prazos do desenvolvimento e fabricação de caças de última geração seriam ainda maiores do que já o foram.

E em cada produto de tecnologia avançada são centenas, milhares ou mesmo dezenas de milhares de itens que passam pelo mesmo processo, tecnologias existentes e desenvolvidas para atender ao mercado enorme e altamente variado de produtos de consumo de baixo/médio conteúdo tecnológico são fundamentais para viabilizar os produtos de alto conteúdo tecnológico, e se não estiverem já disponíveis só serão desenvolvidas a custos altíssimos e em prazos extremamente longos, afetando todo o projeto. Este fenômeno já ocorre, a demora e o aumento dos custos de desenvolvimento das últimas gerações de sistemas militares americanos já sofre este efeito, e não é por outra razão que mesmo produtos de altíssima tecnologia, como motores de foguetes espaciais, em alguns casos hoje têm que ser adquiridos pelos americanos em outros países (Rússia).

Esta “estratégia” de concentração na indústria de alta tecnologia não é uma escolha consciente dos EUA, e é recente demais para se dizer que foi bem sucedida. Pelo que se observa os problemas já estão se avolumando (e isso muito antes da crise), e só o futuro dirá se foi mesmo uma grande sacada para manter am nível de competitividade diferenciado ou um suicídio tecnológico involuntário feito pela maior economia do planeta, em função de seu enfoque excessivamente financeiro/comercial.


Leandro G. Card

Em resumo, a perda de eficiência produtiva é o verdadeiro problema disfarçado por essa conjuntura. Podemos dizer que os EUA esqueceram o que seja capitalismo, perderam a vitalidade que o sistema capitalista precisa para se desenvolver, por isso, o Livro Adam Smith em Pequim, hoje os EUA deixaram de ser a meca do capitalismo.

A liderança do desenvolvimento mudou de mãos, e mesmo a hegemonia propulsora do crescimento mundial, não é mais os EUA que ditam os rumos do crescimento Global, e no futuro isso será menos verdade ainda.

[]´s

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jan 14, 2010 2:01 pm
por P44
14 Jan 2010 - UPDATE 1-POLL-Analysts give 20% chance Greece will need bailout

UPDATE 1-POLL-Analysts give 20% chance Greece will need bailout

(Repeats to additional subscribers)

(Adds details of latest Greek fiscal plan, Trichet comment)

* Median 20 pct chance Greece will seek financial assistance

* 16 of 27 analysts see Greece rated below A by end-10

* Spain, Portugal, Ireland seen most vulnerable after Greece

By Jonathan Cable

LONDON, Jan 14 (Reuters) - Analysts see a one in five chance that Greece will seek a financial bailout and say Ireland, Spain and Portugal are the economies most likely to suffer a similar setback in investor confidence, a Reuters poll found.

Greece fell into its first recession in 16 years in 2009 and is set to become the euro zone's most indebted member this year, with debt estimated at more than 120 percent of gross domestic product (GDP), despite plans to cut expenditure and hike taxes.

The country launched an ambitious three-year plan on Thursday to slash its budget deficit with defence and hospital spending curbs and pay freezes, designed to boost its credibility, but markets continued to punish Athens. [ID:nLDE60D1N]

"Greece has a problem of credibility in terms of implementation of the plans. We have a history of very ambitious plans not implemented," said BNP Paribas analyst Luigi Speranza.

The plan to shrink the soaring budget deficit to 2.8 percent of GDP in 2012 did little to convince markets of Greece's ability to resolve a fiscal crisis that has prompted some economists to question its euro zone membership.

But ECB President Jean-Claude Trichet on Thursday dismissed the idea that Greece would leave the euro zone as 'absurd'.

The 16-nation bloc's economy returned to growth in the third quarter of last year, having shrunk for the previous five consecutive quarters in the worst downturn since the Second World War, but some of the member states which had prospered most from membership are still languishing in recession.

Greek Finance Minister George Papaconstantinou said last week during a visit by European Union and European Central Bank officials that there was no prospect of the country needing a bailout.

But analysts were less convinced.

Asked in the Jan. 11-14 poll to assess the probability of Greece seeking a bailout this year, the median response from around 30 analysts was 20 percent, with the same likelihood that it would be necessary at some point in the next five years.

"It is very difficult for them to reach a consolidation in their balance on their own and I think they will need assistance because otherwise spreads (borrowing costs) will remain high and the deficit will then get even higher," said Uwe Duerkop at Landesbank Berlin.

RATINGS REVIEWS

Greece's fiscal woes have prompted downgrades from ratings agencies and raised the costs of Greek borrowing, with spreads between Greek and German bonds hitting an 8-month high in December.

Greek assets took a beating late last year after ratings agencies cut the country's debt rating, spooking investors who feared Greece would be unable to borrow in the bond market and might force the EU into a costly bailout, denting confidence in the value of the euro .

Greece is currently rated BBB+ by both Standard & Poor's and Fitch Ratings, and 16 of 27 analysts said Moody's Ratings Service would also downgrade its rating from A2 to a below-A rating by the end of the year.

The cost of insuring Greece's sovereign debt against default rose to a new record high after the stability plan was announced, as analysts said the fiscal targets looked ambitious and more details were needed.

Portugal, Spain and Ireland were voted the most likely amongst the 16-nation bloc to suffer a similar setback in investor confidence this year.

"Spain and Portugal are most vulnerable due to their fiscal outlook. For Ireland the outlook is also not particularly good but it is not as bad," said Giuseppe Maraffino at UniCredit MIB.

Ratings agencies have already put the three countries on a warning that any failure to curb their growing debts would result in a downgrade to their debt ratings.

Spain's budget deficit has risen sharply and the country is lagging the recovery that has begun elsewhere in Europe as its once booming tourism and construction industries flounder.

S&P warned Spain last month it risks a downgrade if the government does not act to curb the deficit, but Ireland has won some praise from the ratings agencies for beginning to address spending with three austerity budgets over the last 14 months.

Portugal meanwhile looks set to push ahead with spending despite pressure from the International Monetary Fund to cut outgoings and Moody's said on Monday it might downgrade the country's credit rating if it did not take credible measures to control its deficit.

(For money market and bond yield data from the poll )

(For related story see [US/INT])

(Polling by Bangalore Polling Unit; Editing by Ruth Pitchford)

..........

o sr. sócrates com as suas ideias megalómanas de TGVs e quetales está a preparar-nos um rico funeral!

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jan 14, 2010 2:10 pm
por Bourne
Imagem

Para o euro :lol:

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Jan 14, 2010 2:11 pm
por P44
Bourne escreveu:Imagem

Para o euro :lol:

é mais fácil expulsar alguns países do Euro