Eu julgo que o post do JNSA dá razão ao que tinha escrito antes, e não é nada contra o JNSA, cujos textos leio com atenção para formar também eu as minhas ideias.
De vez em quando também gosto de discutir as "wish-lists" e sonhar um bocado, mas isso não nos leva a lado algum. A política de defesa é algo que deve ser pensado a longo prazo - demora a implementar, demora a re-estruturar, deve adequar-se a ameças relativamente longínquas e custa muito dinheiro. Tudo isso justifica o cuidado que se deve ter na abordagem destas questões, em vez de entrar levianamente em modas... Quer ver quanto tempo dura a moda de que os carros de combate estão mortos, de que a infantaria precisa é de veículos de rodas, de que tudo tem que ser pensado para o combate urbano e manutenção de paz, ou na versão naval, de que a projecção de forças é tudo e os submarinos são uma relíquia da guerra fria.
Atribiu-se ao poeta Bocage, o dito de que ele nunca comprava nada, de roupa, porque estava sempre à espera de que no ano seguinte surgisse uma nova moda
No entanto, o que o JNSA escreveu, dá razão ao que eu tinha afirmado anteriormente.
Pensar, reflectir, pensar de novo, equacionar, estabelecer prioridades e voltar a pensar.
Finalmente uma pausa para reflexão, e de novo voltar a pensar.
E por fim estudar e reflectir.
Entretanto, os outros, pobres, ricos e remediados vão dotando as suas FA's de acordo com o que consideram as suas necessidades de uma maneira realista.
Por isso os outros têm um Exército a 3 dimensões, enquanto nós, que somos os mais espertos e inteligentes, continuamos a estudar e reflectir há mais de 10 anos.
Eu leio o que os colegas escrevem e pergunto-me.
Serão os EUA, Japão ou Espanha completamente metecaptos para não terem descoberto as virtualidades de uns
Linx para a Marinha e utilizarem os SH-60?
Serão esse países completamente e absurdamente estúpidos por terem mais que um LPD, para além de navios de apoio, ao passo que a nossa Marinha julga que apenas e só um LPD a entrar ao serviço daqui a 10/12 anos é o suficiente?
Serão os outros países estúpidos, gastadores e burros, porque não lêm que se escreve nos nossos fóruns, porque se o fizessem teria 1/5 das forças que têm?
Porque não se dão ao trabalho de lerem as conjecturas filosóficas e existencialistas, em que somos peritos?
Serãos os outros países burros, estúpidos, por ao contrário do nós, não terem desmantelado a sua capacidade de construção e projecção de armamento para mercado interno e exportação, ou por terem Forças Aéreas com mais caças e aviões de ataque, e não verem a verdade suprema, escrita nas estrelas e determinada de modo divino, seguindo o exemplo profético poruguês que considera 28 F-16 com 16 anos mais do que os suficientes para as necessidades?
Como eu não tenho o dom da verdade, coisa de que os almirantes e generais têm ao terem observado a Sarsa Ardente, prefiro ler, observar o que se passa à volta, e depois tirar as minhas conclusões.
E a minha conclusão, poventura errada é que actualmente as nossa FA's não têm nem qualidade nem quantidade.
E se se pretende dotar as FA's com alguma qualidade, muito relativa, a quntidade desce muito.
Nunca defendi que se comprassem LHA's americanos para a MP.
Mas sim, draga minas.
Sim!
Nunca defendi que se acabasse com a arma submarina.
Mas que se comprassem 3 ou nenhum.
Sim!
E também um Ro-Ro para complementar o futuro LPD.
Porque acho que uma única unidade é pouco, independentemente da taxa de utilização.
Defendo que os
Puma's da FAP deveria ficar em Portugal e servirem o país em vez de servirem outros países eventualemente interessados.
E defendo que a FAP não tem nada,
mas mesmo nada que definir o que é melhor para ela.
A existência de 40 F-16 ou de 28 não serve para os interesses da FAP, mas para os intersses do Estado e do País.
E portanto não é a FAP que tem que definir o que é melhor para ela.
É o País!
Quanto a taxas de utilização de equipamentos, eu compreendo que o
Falcon da FAP tenham uma taxa de utilização bem mais elevada que a dos C-130H ou mesmo de um futuro LPD.
É que para transporte VIP, ainda que o motivo seja ver um jogo de bola, disfarçado por uma escala técnica em Bruxelas para assistir a uma conferência sobre pesca ao anzol, há sempre necessidade.
Talvez isso explique o porquê da FAP ter 4
Falcon , 12 EH-101, e 6 C-130H
Uma bela taxa.
Quanto ao que o JNSA pede que se argumente, é só ler o que eu tenho escrito e encontrará as argumentações que sustentam o que penso das nossas FA's e mais importante, da capacidade de Defesa da Nação e do Estado.
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Quanto ao FdP do Sócrates, tudo não passa da constactação de ele ter quebrado o contrato eleitoral que fez com os portugueses que lhe deram uma maioria aboluta para governar.
Governar de maneira populista e demagógica, pegando em meia dúzia de alvos fáceis, atirando-os para o circo, e para que a populaça o apoie:
Os funcionários públicos, os juízes, os professores.
Sócrates, ao contrário de Cavaco nos anos 90 e de Barroso em 2001, sempre se afirmou como socialista e a população votou nele e no PS pensando que seria diferente, pela esquerda, relativamente ao governo de Barroso/Santana.
Não só não o foi, como até aprofundou medidas de economia liberal e socialmente de agrado da direita capitalista.
Ou não acham estranho que os apoios deste governo partam do patronato e dos analistas económicos?
Ele mentiu e enganou, foi lobo com pele de cordeiro, e por isso não passa, para mim, de um grande FdP.
Politicamente falando.