Página 9 de 19

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Seg Ago 10, 2009 9:36 am
por Marino
Polêmica das bases volta a isolar EUA

Irritação de países expõe falhas da política de Obama para região

Ruth Costas, WASHINGTON



A polêmica em torno do acordo militar entre os Estados Unidos e a Colômbia acabou com a lua de mel da nova administração americana com os líderes da América Latina. Em Washington, na semana passada, algumas autoridades estavam surpresas com a reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se somou à campanha do presidente venezuelano Hugo Chávez contra o acordo e propôs levá-lo à reunião do Conselho de Defesa da União Sul-americana (Unasul).

"Às vezes nos parece que o Brasil vê o mundo apenas como um mercado", disse uma fonte ligada ao governo de Barack Obama, sob condição de anonimato, lembrando também as declarações feitas por Lula em apoio ao presidente Mahmoud Ahmadinejad após as eleições iranianas. "O Brasil está se consolidando como uma potência de importância regional e global, mas um grande poder implica numa grande responsabilidade", acrescentou a fonte.

Segundo alguns analistas, porém, a reação enérgica de líderes da região era previsível . "Ouve um erro de cálculo. As autoridades americanas subestimaram as preocupações da região - o que inclui os países moderados como o Brasil - com o aumento da presença militar dos EUA em seu território e pensaram apenas em seu objetivo imediato: encontrar um país que pudesse abrigar as operações da base de Manta, no Equador", diz Peter Hakim, do instituto de pesquisas Diálogo Interamericano, de Washington.

A Casa Branca também recebeu pedidos de explicação de alguns parlamentares preocupados com pelo menos dois pontos das negociações. Primeiro, por que não houve um esforço diplomático para informar os presidentes da região sobre os termos do acordo antes que as negociações viessem a público?



PRECIPITAÇÃO

O segundo questionamento é por que os EUA querem ampliar ainda mais as relações com a Colômbia, país com o qual já têm uma ampla cooperação na área militar e contra o qual parte da bancada democrata tem uma série de ressalvas por causa das denúncias de abusos de policiais e paramilitares? Até o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones, admitiu que os EUA se precipitaram. "Poderíamos ter feito um trabalho melhor", disse.

Uma das hipóteses para essa precipitação diz respeito à inexperiência em política externa da nova administração americana. "Obama não sabe lidar com a diversidade da fauna e da flora latino-americana", diz o historiador Eusebio Mujal Leon, da Universidade de Georgetown.

Outra hipótese aponta para a demora do Congresso americano em confirmar o nome do novo subsecretário dos EUA para a região, Arturo Valenzuela. Um senador republicano da Carolina do Sul bloqueou sua nomeação em retaliação ao fato de Obama ter apoiado o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. A impressão é que a política americana para a região ainda está à deriva.

"O problema poderia ter sido evitado se Valenzuela já estivesse exercendo seu cargo", diz Michael Shifter, especialista em América Latina. "Um caso sensível como esse deveria ter sido levado para os altos níveis da administração americana."

*Repórter viaja a convite do governo dos EUA

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Seg Ago 10, 2009 9:50 am
por Marino
Para evitar polêmica, Lula antecipa volta da Unasul [036] [036] [036]

Bases militares e condenação à mídia ditam pauta de cúpula hoje em Quito

Resolução contra postos militares e crítica à imprensa não deve sair da retórica; agenda de reunião de 11 presidentes é protocolar

ELIANE CANTANHÊDE

ENVIADA ESPECIAL A QUITO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva [050] [050] [050] decidiu passar ao largo das disputas e pressões em Quito, onde acontece hoje a cúpula da Unasul (União das Nações Sul Americanas) [036] [036] [036] .

Como o Brasil se arvora líder da região [036] [036] [036] e faz questão de manter canais abertos com todos os lados [036] [036] [036] , ele decidiu antecipar o retorno a Brasília. O cerimonial do Planalto [057] [057] [057] tinha duas opções para a volta: à noite, após o coquetel, ou no meio da tarde, após almoçar com os presidentes. Ele descartou ambas e embarcará às 14h (16h de Brasília), antes do almoço.

A agenda de hoje em Quito é 100% protocolar: a reunião dos 11 presidentes presentes (o único ausente será o colombiano, Álvaro Uribe) se limitará a poucos discursos e à assinatura de atos e de resoluções.

Depois, haverá a posse de Rafael Correa para mais um mandato como presidente do Equador-solenidade que terá presença do presidente de Honduras deposto, Manuel Zelaya.

Lula [050] [050] [050] sairá dali direto para a base aérea, sem nenhuma conversa política bilateral -tática [036] [036] [036] que, acreditam os brasileiros, o preservará [036] [036] [036] de compactuar com as prováveis condenações a Uribe em decorrência da negociação entre Colômbia e EUA, para expandir o uso de bases no país por militares americanos.

O primeiro presidente a desembarcar em Quito, Evo Morales, da Bolívia, já chegou como porta-voz de uma proposta que atinge diretamente a Colômbia: a inclusão de uma resolução vetando bases estrangeiras em qualquer país da região -proposta que é uma provocação direta a Uribe.

Foi um sinal de que a terceira cúpula da Unasul poderá ser usada como oportunidade para atacar a Colômbia, além de um outro alvo: a imprensa na região, que vem sendo perseguida por Hugo Chávez na Venezuela e criticada também por Correa.

Entretanto, tanto a resolução contra as base quanto a inclusão de uma condenação à imprensa estão longe do consenso entre os 12 países da Unasul e têm poucas chances de sair da retórica para o papel.

O próprio Chávez manteve sua política de morde-e-assopra e anteontem baixou o nível de tensão. Ele retirara o embaixador venezuelano de Bogotá em 28 de julho, como forma de protesto contra Uribe, mas mandou-o de volta dois dias antes da reunião da Unasul.

Além disso, se aprovada, a resolução proposta por Morales só teria efeito político e diplomático, porque, oficialmente, Uribe garante que as bases não serão transferidas aos EUA.

Para atingir objetivamente e inviabilizar o acordo EUA-Colômbia, a resolução, se aprovada, deveria não só vetar "bases estrangeiras", mas sim "o uso de bases militares da região por estrangeiros". Não há consenso quanto a nenhuma das formas.

O Brasil, por exemplo, não se opõe a um acordo entre os dois prevendo a presença de forças americanas e operações exclusivamente dentro da Colômbia. O que o Brasil questiona é se efetivamente as bases continuarão tendo controle colombiano e com uso exclusivo para ações internas no país. Também cobra maior "transparência" na abrangência do acordo Washington-Bogotá.

A estratégia de Lula foi adotada também por dois ministros brasileiros. O chanceler Celso Amorim [057] [057] [057] , personagem habitualmente de destaque nesse tipo de encontro [057] [057] [057] , enviou o segundo escalão para a reunião de chanceleres ontem.

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Seg Ago 10, 2009 9:51 am
por Marino
Bases incitam dúvidas legítimas, diz analista

FLÁVIA MARREIRO

DA REPORTAGEM LOCAL



A negociação para um acordo militar entre EUA e Colômbia levanta perguntas legítimas na região: se Bogotá vai bem na luta antidrogas, com base nos números de 2008 da ONU sobre o tema, e se as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) estão mais debilitadas do que nunca, por que é necessária a maior presença militar americana no país?

Quem formula é Markus Schultze-Kraft, diretor para a América Latina do "think tank" International Crisis Group (ICG), que tem os estudos mais amplos sobre o conflito colombiano e narcotráfico na região.

Em entrevista por telefone, de Bogotá, ele diz que é legítimo que Equador, Venezuela ou Brasil exijam clareza a respeito de um acordo que poderia -frisa o condicional- trazer vantagem estratégica para a Colômbia em termos de capacidade militar, monitoramento aéreo.

Em conjunto, a falta de transparência das negociações, a ausência de uma diplomacia efetiva na Colômbia -"que só tem política externa para os EUA"- e o uso provocativo que Venezuela e Equador fazem da política externa resultam no que Schultze-Kraft chama de ambiente de "profunda desconfiança". Um elemento dessa tensão e que pode contribuir para a instabilidade da região, diz, é que "Bogotá insiste no seu direito de perseguir as Farc onde quer que seja".

Schultze-Kraft afirma que as fronteiras com a Venezuela e o Equador são um pilar débil da estratégia contra as Farc, empurradas para as bordas pela ofensiva militar. No argumento de Bogotá e de Washington, Quito e Caracas se recusam a "fazer seu trabalho" na luta antidrogas e antiguerrilha, na premissa de que o conflito se internacionalizou. Ainda os acusam de ter elos com as Farc.

A despeito dos laços existirem ou não, o diretor pondera que há uma diferença "qualitativa" entre a situação da Colômbia e dos vizinhos. "Como o narcotráfico está muito ligado ao conflito colombiano, seria possível dizer que há internacionalização até certo ponto. Mas o que a Colômbia vive é um conflito militar. São as Forças Armadas em guerra contra um força armada irregular e ilegal, as Farc", o que requer diferentes estratégias e custos, e só um longo trabalho diplomático pode produzir cooperação efetiva.

Uma das preocupações de Venezuela e Equador com o acordo, segundo ele, é se verem mais expostos como países lenientes com o narcotráfico. E, nesse ponto, o diretor critica Caracas por dizer que é vítima de um problema colombiano.

Schultze-Kraft defende que uma coordenação latino-americana na luta antidrogas -sem prescindir dos EUA, mas com proeminência do Brasil, que tem recursos técnicos como o sistema Sivam, mas "que nunca se interessou" suficientemente pelo tema- ajudaria. Ele aposta que a Unasul, se consolidada, pode ser um mecanismo.

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Seg Ago 10, 2009 9:55 am
por Marino
Colombianos divergem sobre riscos para vizinhos

Analistas veem razões estratégicas para temor do Brasil, mas apontam contradições na política regional de Lula

Lourival SantAnna


Com sua vasta fronteira de 1.643 km com o Brasil, a Colômbia anunciou que cederá até sete bases para o uso de militares americanos. O nervosismo causado nos vizinhos levou o presidente Álvaro Uribe a um giro por seis países da região, na semana passada. Os especialistas colombianos divergem, no entanto, sobre se o acordo representa riscos para vizinhos como Brasil e Venezuela.

"Eu me coloco no lugar do Ministério da Defesa do Brasil e imagino que estejam examinando o tema da Amazônia, fundamental do ponto de vista estratégico", diz o coronel da reserva Carlos Alfonso Velásquez, professor de ciência política na Universidade de La Sabana, em Bogotá. "Claro que há razão para preocupar-se." Longe de ser um analista de esquerda, Velásquez observa que a inteligência militar americana se instalará "muito próximo dos recursos estratégicos" da Amazônia brasileira.

O coronel relaciona a sensibilidade brasileira com as periódicas propostas de "internacionalização" da Amazônia. "Imagine se no dia de amanhã os Estados Unidos dizem: ?A Amazônia é estratégica para todo o mundo, mas lamentavelmente temos mapas mostrando que estão plantando coca e derrubando florestas. Os países da região não cuidam suficientemente dela. Necessitamos que o mundo a proteja." Para Velásquez, "os EUA vêm para ajudar a Colômbia, mas também para projetar o seu poder militar sobre o continente sul-americano".

Já Alfredo Rangel, diretor da Fundação Segurança e Democracia, de Bogotá, não acredita que os vizinhos da Colômbia tenham por que preocupar-se. "O acordo inclui garantias de que os sobrevoos não afetarão terceiros países", argumenta ele. "As tripulações terão sempre a participação de militares colombianos e todos os resultados da coleta de informações serão entregues imediatamente ao governo colombiano." Rangel lembra que há dez anos os americanos atuam na base de Três Esquinas, no sul do país, como parte dos acordos do Plano Colômbia, e nunca houve problemas.

"A reação do presidente Lula causou estranheza", descreve o analista. "O Brasil nunca se pronunciou contra a presença americana na base de Manta ( Equador), contra esses dez anos de cooperação com a Colômbia, contra o apoio do governo venezuelano à guerrilha das Farc nem contra os acordos militares da Venezuela com a Rússia, a China e o Irã", enumera Rangel. "O Brasil firmou com a França acordo sobre submarinos de propulsão nuclear sem que os países da região pedissem explicações. É uma atitude assimétrica demais."

Em entrevista ao Estado, publicada ontem, o vice-ministro da Defesa da Colômbia, Sergio Jaramillo, garantiu que a soberania dos países vizinhos será respeitada, e que o controle sobre as bases continuará sendo colombiano.

Andrés Villamizar, pesquisador colombiano no centro de estudos Rand Corporation, da Califórnia, afirma que a presença dos aviões americanos terá efeito dissuasivo sobre a Venezuela, neutralizando os caças SU-30 que o país comprou da Rússia. "A Venezuela não poderia mais ameaçar a Colômbia com seus Sukhois, se na Colômbia houver caças F-15 e F-16 americanos", analisa Villamizar. "Os aviões americanos não vão atacar a Venezuela, mas terão impacto no equilíbrio geoestratégico."

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Seg Ago 10, 2009 2:10 pm
por Marino
Ricupero: bases mostram falta de poder do BrasilDiego Salmen


A experiência conquistada na realpolitik internacional corrobora a avaliação do diplomata Rubens Ricupero sobre a instalação de bases norte-americanas na Colômbia. E as consequências para o Brasil.

- Em termos públicos, o Brasil declara que não busca hegemonia, apenas colaboração. Ainda que buscasse, esse episódio mostra que nós não temos poder suficiente para levar os outros a escolher entre nós e os norte-americanos.

Rubens Ricupero é um veterano das relações internacionais. Secretário-Geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) entre 1995 e 2004, foi, no mesmo período, Subsecretário Geral da ONU. Também foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos, dentre inúmeros outros postos que manteve na hierarquia do Itamaraty.

Os presidentes sul-americanos estão reunidos em Quito, no Equador, para a Cúpula da Unasul (União das Nações Sul-Americanas). Além das bases norte-americanas, a deposição de Manuel Zelaya da presidência de Honduras e a gripe suína são outros dos temas discutidos.

A Terra Magazine, o ex-embaixador fala sobre o real poder da Unasul na geopolítica das Américas. E critica a falta de pragmatismo da diplomacia brasileira. "Quando o Brasil se coloca numa posição que faz os países escolherem entre nós ou os americanos, essa é uma atitude muito pouco realista", critica.

Desde as conversas preliminares à reunião da Unasul, os países alinhados à Venezuela, como Bolívia e Equador, vinham pressionando pela aplicação de sanções à Colômbia por conta do acordo militar com os Estados Unidos. Para Ricupero, uma tentativa que não terá maiores consequências.

- A Unasul é resultado da posição dos países, e agora eles estão divididos em relação a isso (as bases dos EUA). Alguns países como Chile, Paraguai e Uruguai já disseram que essa é uma matéria interna da soberania colombiana e, portanto, não ha razão para a Unasul se manifestar.

Confira a entrevista:

Terra Magazine - Que pressão a Unasul pode exercer de fato contra a instalação de bases dos EUA na Colômbia?
Rubens Ricupero - Não creio que possa exercer esse papel porque a Unasul é resultado da posição dos países, e agora eles estão divididos em relação a isso. Alguns países como Chile, Paraguai e Uruguai já disseram que essa é uma matéria interna da soberania colombiana e, portanto, não ha razão para a Unasul se manifestar.

Por que há essa divisão?
Quando a Unasul foi organizada, por iniciativa brasileira, ainda não havia nenhum caso concreto, e sempre que se criam entidades como essa, que buscam aumentar a convergência, a atitude normalmente é favorável. O problema é que sempre que há uma questão concreta como essa da Colômbia com a Venezuela, ou da Colômbia com o Equador, aí há sempre maneiras diferentes de apreciar a situação. E tem outro problema: o Brasil, ao tomar a iniciativa da Unasul e do Conselho de Defesa sul-americano, teve o propósito claro de ter duas organizações puramente latino americanas. Mas, na prática, isso ignora uma realidade: o país que tem mais poder nessa área são os Estados Unidos, e por isso muitos países vizinhos (ao Brasil) sentem-se atraídos a ter relações mais estreitas com os EUA, seja no comércio, como o Chile, seja na defesa, como a Colômbia.

O Brasil não tem contrapartidas a oferecer a esses países?
O Brasil não tem o que oferecer em alternativas, como os EUA têm. No comercio, o Brasil compra muito pouco desses países, tem um saldo comercial positivo com a maioria deles, ao contrario dos EUA. No campo militar, nem precisa pensar. Seria até ridículo imaginar que o Brasil poderia oferecer o que os EUA podem em termos militares. Quando o Brasil se coloca numa posição que faz os países escolherem entre nós ou os americanos, essa é uma atitude muito pouco realista, que vai sempre acabar na escolha pelos norte-americanos. Desse ponto de vista, a posição do presidente Lula e do Itamaraty é muito fora da realidade. Por isso esse episódio da Unasul é muito significativo: é uma criação brasileira, mas na hora em que houve um problema, não serviu de grande coisa.

A Colômbia não pode se isolar do restante da América Latina ao tentar deslegitimar a Unasul e se alinhar tão estreitamente aos Estados Unidos? Uribe não compareceu à reunião...
Não tanto, porque quando se fala em América Latina, tem que pensar o que isso quer dizer. O México, segundo maior país da América Latina, é um aliado muito forte dos EUA, assim como todos os países da América central e o Caribe. O Peru já assinou acordos comerciais com os EUA. Os países contrários (a uma aproximação com os EUA) são poucos. Equador, Venezuela, Bolívia, mais moderadamente o Brasil e a Argentina.

Como fica a Venezuela nesse contexto? Sai fortalecida?
Não, pelo contrário: é um país com poucos seguidores. No fundo, tem influência maior sobre a Bolívia e o Equador. O Brasil tem ficado equidistante. Mas eu acho que o Brasil tem que tomar cuidado em não exagerar. Nós teremos uma influência maior se tivermos posições mais dentro da realidade. O Brasil tem que perceber que estamos longe ainda de poder oferecer alternativa a esses países, numa escolha entre EUA e Brasil.

Acredita que as bases podem ser uma ameaça a outros países no longo prazo?
Ninguém gosta de interferências estrangeiras, mas a Colômbia tem problemas internos muito graves. Lula disse que a América Latina deveria resolver sozinha o problema do narcotráfico, mas ninguém se convence disso. Aqui, por exemplo, a polícia é fraquíssima. Imagina se o Brasil poderia ajudar a Colômbia nesse particular...

Ainda assim a base não representa uma ameaça, mesmo que psicológica, para os demais países da região?
Para a Venezuela pode ter um pouco desse sentido. Se bem que as forças armadas colombianas são muito mais poderosas que as da Venezuela, justamente por receber essa ajuda norte-americana há tanto tempo. Não há dúvida de que tem um pouco esse efeito. Agora, é uma coisa que cabe aos colombianos. Eles que têm esse problema interno, acho que não é uma matéria para nós nos metermos. Eu não vejo nada em que o Brasil seja afetado aí.

Em que medida a instalação das bases afeta a pretendida hegemonia do Brasil na América do Sul?
Em termos públicos, o Brasil declara que não busca hegemonia, apenas colaboração. Ainda que buscasse, esse episódio mostra que nós não temos poder suficiente para levar os outros a escolher entre nós e os norte-americanos. Isso deixa patente que o Brasil precisa ter uma posição um pouco mais realista.

A pressão da Unasul pode ter resultados concretos na restituição de Manuel Zelaya à presidência de Honduras?
Aí não porque a Unasul nem inclui a América central. E é um pouco aquilo: quem não é diplomata, tende a exagerar o papel do Brasil. Mas a presença do Brasil na América central é mínima, nós não temos influência quase nenhuma. Quem tem influencia lá é o Canadá, que ajuda muito os países da região, e o México.

Terra Magazine

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Seg Ago 10, 2009 3:06 pm
por Sterrius
Esses textos me levantam a um segundo problema.

O Brasil tem que aprender a comprar da america latina. Não adianta ter superavits absurdos, o Brasil não tem condições de ser "fornecedor unico e exclusivo" da america latina. Mas pode muito bem chegar perto do status de "comprador unico e exclusivo".

Enquanto o Brasil apenas for exportador ele não vai conseguir se sobressair na america latina.

Para realmente influenciar o pais vc tem que exportar e importar do mesmo. De preferencia de uma maneira que caso vc preci-se cortar relações o impacto seja pequeno na balança comercial. (E o brasil tem condições de fazer isso por ser muito maior que os vizinhos em quase todos os numeros).

OBS: Marino, esses topicos cheios de icones tem me feito evitar de ver certas noticias ou passar rapido por elas. No inicio era divertido mas fica atrapalhando e torna a leitura ineficiente. Creio que minha opinião não é a de todos mas vale o aviso que nem todos gostam 8-] !

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Seg Ago 10, 2009 4:55 pm
por Algus
Bom, não entendo muito do assunto, mas pra mim a resposta é essa:

É impossível que o Brasil seja potência regional com este tipo de política externa: Querendo ser amigo de todos, mesmo dos que são inimigos entre si.

Como diz um velho ditado: "Quem serve a dois deuses precisa mentir para um".

Com este tipo de atitude não é possível chegar a decisão alguma. Se o país mais poderoso (em todos os sentidos, mas não tão poderoso assim) da América do Sul não se manifesta de forma efetiva sobre os acontecimentos da região, é impossível ser reconhecido como líder.

Pra mim, o Brasil deveria adotar uma meta objetiva e se empenhar em atingí-la, mesmo que para isso tenha que dar a cara a tapa neste continente com tantas ideologias distintas.

Não que ele tenha que se tornar inimigo de qualquer nação aqui, longe disso, mas ele tem, sim, que mostrar uma opinião firme quanto aos acontecimentos. E depois tomar atitudes que condizem com ela.

Atualmente o nosso Governo não é nem capaz de dizer se as FARC são uma organização terrorista ou um movimento legitimo, por exemplo. Diz que não gosta deles, mas cria leis que impedem que patrulhemos as áreas de influência desta organização no Brasil.

Não assumimos uma opinião política firme em nada. Continuamos fingindo ter algum poder sobre o NE da América do Sul, sendo amigo de todos, quando desta forma mostramos que nem mesmo opinião possuímos a respeito. Isso não é comandar, é ficar em cima do muro, não iremos adiante com isso.

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Seg Ago 10, 2009 8:03 pm
por Sterrius
Sua linha de pensamento esta certo Algus, o proprio governo pensa assim. Mas o Brasil simplesmente não tem força economica, politica e militar pra isso ainda.

Como falado nos textos acima. Nos precisamos antes influeciar e atrelar o futuro dessas nações ao nosso futuro, mas ao mesmo tempo crescer de forma que o futuro deles não influencie o nosso. (Hipocrisia, eu sei.. mas é assim que os EUA cresceram.) .

Hoje so Bolivia, Uruguai e Paraguai são dependentes do Brasil. Pois mesmo com superavit na balança comercial boa parte do PIB destas nações depende do Brasil.

Agora todas as outras ainda tem um PIB altamente independente do nosso, logo seus cidadãos e o dia a dia deles não são afetados se o Brasil cresce ou para de crescer.

Fora isso tb temos pouca influencia politica mundial. È fato que temos mais objetivos em comum que eles com os EUA por exemplo. Mas ainda estamos longe de podermos defender estes paises como os EUA.

E tb não temos projeção de poder. Este caso é especifico pra colombia. Não temos como ajudar a colombia contra as farc, e enquanto isso nao for possivel ela vai pedir ajuda aos EUA.

Chavez se aproveita justamente desses vacuos. Ele influencia principalmente através do primeiro item injetando dinheiro nessas nações e as fazendo depender dele.

Basicamente o que quero dizer é....

Se so 3% da sua balança comercial depende do país X vc pouco liga o que ocorre por la.
Agora se 15% da balança depende do país X vc vai mandar seu melhor diplomata e ajudar no que puder pra poder manter estes 15% pelo menos estaveis e aquele país feliz com vc.

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Ter Ago 11, 2009 5:46 am
por P44
quais FARC quais carapuça, vcs acreditam mesmo que os EUA vão instalar SETE (7!!!!!!) bases na colombia por causa de 1/2 dúzia de tipos esfarrapados e á beira do colapso? Quer dizer, quando as FARc eram muito mais fortes, nem uma Base instalaram, e agora, de um ápice...Sete...

o objectivo para mim é mais do que claro, cercar o Brasil por Terra (Amazónia) e por mar (4ª frota), pode não ser para já mas para o futuro de certeza que é o objectivo, impedir o Brasil de se assumir como a potência regional da América do Sul e preparar o cenário para assaltar os recursos naturais Brasileiros...enquanto vcs ficam todos "eriçados" com o Chavez, vêm os Americanos, pé ante pé, instalar-se á vossa porta...quando derem por isso, se calhar vai ser tarde demais...

Imagem

ps- ah, e não se esqueçam de escolher o F-18 para FX-2 :mrgreen: , para os ajudar só mais um bocadinho... :twisted:

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Ter Ago 11, 2009 11:01 am
por brisa
P44 seu comuna.... :twisted:


Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Ter Ago 11, 2009 11:18 am
por P44
Uribe é Santo! :mrgreen:

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Ter Ago 11, 2009 11:24 am
por brisa
P44 escreveu:Uribe é Santo! :mrgreen:
O Uribe tem cara de frances da Provance.. :evil: :lol: :lol:

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Ter Ago 11, 2009 2:58 pm
por gaitero
Marino escreveu:Para evitar polêmica, Lula antecipa volta da Unasul [036] [036] [036]

Bases militares e condenação à mídia ditam pauta de cúpula hoje em Quito

Resolução contra postos militares e crítica à imprensa não deve sair da retórica; agenda de reunião de 11 presidentes é protocolar

ELIANE CANTANHÊDE

ENVIADA ESPECIAL A QUITO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva [050] [050] [050] decidiu passar ao largo das disputas e pressões em Quito, onde acontece hoje a cúpula da Unasul (União das Nações Sul Americanas) [036] [036] [036] .

Como o Brasil se arvora líder da região [036] [036] [036] e faz questão de manter canais abertos com todos os lados [036] [036] [036] , ele decidiu antecipar o retorno a Brasília. O cerimonial do Planalto [057] [057] [057] tinha duas opções para a volta: à noite, após o coquetel, ou no meio da tarde, após almoçar com os presidentes. Ele descartou ambas e embarcará às 14h (16h de Brasília), antes do almoço.

A agenda de hoje em Quito é 100% protocolar: a reunião dos 11 presidentes presentes (o único ausente será o colombiano, Álvaro Uribe) se limitará a poucos discursos e à assinatura de atos e de resoluções.

Depois, haverá a posse de Rafael Correa para mais um mandato como presidente do Equador-solenidade que terá presença do presidente de Honduras deposto, Manuel Zelaya.

Lula [050] [050] [050] sairá dali direto para a base aérea, sem nenhuma conversa política bilateral -tática [036] [036] [036] que, acreditam os brasileiros, o preservará [036] [036] [036] de compactuar com as prováveis condenações a Uribe em decorrência da negociação entre Colômbia e EUA, para expandir o uso de bases no país por militares americanos.

O primeiro presidente a desembarcar em Quito, Evo Morales, da Bolívia, já chegou como porta-voz de uma proposta que atinge diretamente a Colômbia: a inclusão de uma resolução vetando bases estrangeiras em qualquer país da região -proposta que é uma provocação direta a Uribe.

Foi um sinal de que a terceira cúpula da Unasul poderá ser usada como oportunidade para atacar a Colômbia, além de um outro alvo: a imprensa na região, que vem sendo perseguida por Hugo Chávez na Venezuela e criticada também por Correa.

Entretanto, tanto a resolução contra as base quanto a inclusão de uma condenação à imprensa estão longe do consenso entre os 12 países da Unasul e têm poucas chances de sair da retórica para o papel.

O próprio Chávez manteve sua política de morde-e-assopra e anteontem baixou o nível de tensão. Ele retirara o embaixador venezuelano de Bogotá em 28 de julho, como forma de protesto contra Uribe, mas mandou-o de volta dois dias antes da reunião da Unasul.

Além disso, se aprovada, a resolução proposta por Morales só teria efeito político e diplomático, porque, oficialmente, Uribe garante que as bases não serão transferidas aos EUA.

Para atingir objetivamente e inviabilizar o acordo EUA-Colômbia, a resolução, se aprovada, deveria não só vetar "bases estrangeiras", mas sim "o uso de bases militares da região por estrangeiros". Não há consenso quanto a nenhuma das formas.

O Brasil, por exemplo, não se opõe a um acordo entre os dois prevendo a presença de forças americanas e operações exclusivamente dentro da Colômbia. O que o Brasil questiona é se efetivamente as bases continuarão tendo controle colombiano e com uso exclusivo para ações internas no país. Também cobra maior "transparência" na abrangência do acordo Washington-Bogotá.

A estratégia de Lula foi adotada também por dois ministros brasileiros. O chanceler Celso Amorim [057] [057] [057] , personagem habitualmente de destaque nesse tipo de encontro [057] [057] [057] , enviou o segundo escalão para a reunião de chanceleres ontem.
Na verdade Lula retornou antes devido a piora do quadro clínico do nosso vicê presidente....

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Ter Ago 11, 2009 3:04 pm
por rodrigo
Na verdade Lula retornou antes devido a piora do quadro clínico do nosso vicê presidente....
Versões e versões...

Re: Estados Unidos busca nuevas bases en la región

Enviado: Ter Ago 11, 2009 3:06 pm
por Penguin