3. Os Engenheiros Blindados Alemães Capturam Duas Pontes (junho de 1941)
Enquanto a 6º Divisão Panzer eram assim retardados, a 8º Divisão Panzer, que também pertencia ao Grupo de Exércitos Norte, atuava como ponta de lança do ataque alemão mais ao sul, tomando os russos completamente de surpresa. Esta divisão progrediu velozmente para nordeste, em virtude da esporádica e cada vez menor resistência inimiga, deixando unidades russas para trás e nos flanco para serem, posteriormente destruídas pela infantaria alemã. Na noite de 24 de junho, a divisão atingiu Smelyne, uma vila entre a fronteira entre a lituânia e Letônia, 20 Km a sudoeste de Dvinsk. Seu avanço fora realizado por uma exelente estrada e através de terreno suave e limpo.
Mais tarde, ainda nessa noite, o comandante da divisão fez estudo da situação. Seu objetivo era a cidade de Dvinsk situada na margem norte do Dvina. Entretanto, para capturar a cidade, a divisão teria de capturar duas pontes sobre aquele rio que, nessa área , tinha aproximadamente 250 metros de largura. Enquanto a ponte rodoviária era necessária para o avanço da divisão, a outra, uma ponte ferroviária situada a 1,5 Km a jusante, seria utilizada como uma alternativa, no caso dos russos destruírem a ponte rodoviária. O reconhecimento aéreo alemão indicou que os russos pretendiam defender Dvinsk e que as duas pontes sobre o Dvina havim sido preparadas para destruíção. Essa destruíção, entretanto, atrasaria o avanço da divisão e prejudicaria, dessa forma, o calendário do Grupo de Exércitos. Consequentemente, as duas pontes teria de ser conquistadas mediante uma incursão de surpresa antes que os russos conseguissem destruílas.
O comandante da Divisão decidiu agir sem demora; mandou que o comandante da vanguarada divisionária e o tenente Schneider, comandante da 3º companhia do 59º batalhão de Engenharia Blindado, se apresentassem imediatamente em seu PC. Após a chegada dos dois oficiais, expôs brevemente a situação geral e deu as seguintes ordens verbais:
"Um pelotão da 3º Companhia, dividido em quatro destacamentos de assalto, lançara um ataque de surpresa contra as duas ponte de Dvinsk. Os destacamentos partirão a 1:30 hora do dia 25 de junho e se dirigirão para ponte em quatro caminhões russos capturados pela divisão hoje pela manhã. Os russos devem acreditar que os caminhões são amigos, de modo que os destacamentos de assalto possam chegar a distância de assalto das pontes, os destacamentos deverão cortar todos os cabos que se dirijam para as mesmas de ambas as margens, a fim de evitar que o inimigo consiga detonar elétricamente ambas as cargas de demolição; cortar todos os estopins das cargas e defender a ponte dos contataques russos.
O grosso da 3º companhia também partirá a 1:30 hora, mas avançará um pouco mais devagar de modo chegar às pontes cerca de 15 minutos depois dos destacamentos de assalto, os quais substituíra. A 3º companhia será seguida pela vanguarda divisonária que atingirá a ponte rodoviária as 03:05 horas. Como esta ponte deverá estar firmemente em poder dos alemães a essa hora, a vanguarda, constituída por um batlhão de infantaria blindado e um batlhão de carros, atravessára o rio penetrando em Dvinsk e atuando como ponta de lança da divisão no avanço para nordeste.
Senhores, tenho tenho confiança em sua capacidade para executar a missão com sucesso e desejo aos senhores sorte. Se não há perguntas, isto é tudo."
Os preparativos para missão iminente foram feitos com rapidez. Scheneider organizou o 4º pelotão de sua companhia em quatro destacamentos de assalto, cada um constituído por dez homens equipados com metralhadoras e submetralhadoras, granadas de mão e cortadores de arame.
O grosso da 3º companhia deveria deslocar na seguinte ordem: 1º e 2º pelotões, cada um equipado com 5 carros especiais de engenharia. Esses carros eram do tipo Mark II, armados com um canhão de 20mm e uma metralhadora, cada um. Em sua parte de trás, fora montado um dispositivo especial para colocação de cargas de demolição e para remoçao de obstáculos. Os sete meias laragatas do 4º Pelotão, equipados com uma estrutura para lançamento de rojões, deveriam acompanhar os dois primeiros pelotões. Durante o deslocamento, essas viaturas seriam oupadas apenas por seus motoristas, pois os demais homesn do 4º Pelotão deveriam constituir os destacamentos de assalto.
O 5º Pelotão composto de engenheiros de combate equipados com carga de demolição, deveria seguir em caminhões.
O 3º Pelotão da companhia encontrava-se engajado em construção de ponte, em outra parte, e assim sendo não poderia ser empregado na operação.
A 3º Companhia deslocou de seu bivaque, próximo de Smelyne á 01:30. Os caminhões, com faróis acesos, transportando os destacamentos de assalto deslocou velozmente, a C PH, sobre a estrada pamiventada, na direção nordeste com destino a Dvinsk. Os carros de combate e as viaturas de meia largata da companhia seguiram os caminhões a uma velocidade mais moderada. Inicialmente tudo ocorreu de acordo com o plano. Os destacamentos de assalto não encontraram quaisquer elementos russos e prosseguiram em direção às ponte sem diminuir velocidade.
Ao atingir Varpas, a três quilômetros do rio, os três primeiros caminhões viraram para leste e prosseguiram em direção da ponte rodoviária, enquanto o quarto caminhão dirigiu diretamente para ponte ferroviária. Os caminhões passaram por vários infantes russos que, evidentemente, concluíram tratar de caminhões amigos e nada fizeram.
a.
A luta pela ponte rodoviária. Após virar para leste, em Varpas, os três caminhões continuaram a toda velocidade e atingiram Griva, na margem sul do Dvina, às 02:15 horas. As orlas sudoeste dessa cidade estavam ocupadas por uma retarguada russa de cerca de 50 homens que deixou os caminhões passarem. Apenas uma pequena distância separava os destacamentos de assalto da ponte, e os homens tornaranse tensos. Ao se aproximarem da ponte, sentinelas russas bloquearam a estrada e fizeram sinal ao primeiro caminhão para parar. O comandante do destacamento teve a imprensão que a sorte terminara. Como não era mais possível dissimular, somente uma rápida ação poderia dar resultado. O motorista do primeiro caminhão encostou par junto das sentinelas russas , como se fosse parar; então, no último momento pisou no acelarador e o caminhão saltou para frente com ruído e lançou através da ponte, seguido pelo segundo caminhão. Alguns dos russos que se encontrava à sua frente, conseguira livrarse do caminhão, saltando para fora do caminho; outros, menos afortunados, foram atropelados. Todos que se encontravam em condições de fazêlo, correram em socorro dos camradas feridos. Na confusão, pouca atenção foi dada ao terceiro caminhão que havia parado no acesso para ponte . A um dado sinal, seus ocupantes repentinamente saltaram sobre os confusos russos com facas e baionetas, matando todos. Em seguida, quatro dos homens correram para ponte e cortarm todo os fios que puderam encontrar. O primeiro caminhão, nesse ínterim, havia conseguido atravessar aponte sem ser atacado; o segundo, no entanto, que parava ligeiramente no meio da ponte para desembarcar uma equipe de cortadores de fios, recebeu tiros de armas portáteis da margem norte e rapidamente deslocousse para estremidade da ponte, onde se reuniu ao primeiro.n A equipe de cortadores de fio apenas havia terminado seu trabalho quando as metrallhadoras e canhões AC abriram fogo da margem norte do Dvina, aferrando-os ao solo. Os dois destacamentos que atingiram a extremidade norte da ponte também receberam tiros e sofreram suas primeiras baixas. Às 02:30 horas, os russos lançaram um forte contrataque numa tentativa de expulsar os dois destacamentos da extremidade norte da ponte. No combate aproximado que se seguiu, ambos os lados sofreram elevadas perdas. Dez minutos depois dos caminhões terem atravessado a ponte, a força de retarguada russa, que se encontrava em Griva, chegou e atacou o destacamento da extremidade sul. Entretanto, não obstante sua superioridade numérica, os russos não conseguiram desalojar os três destacamentos da ponte, embora tivessem evitado que os engenheiros alemães fizessem uma sistemática inspenção da ponte em busca de cargas de demolição. Muito embora os alemães tivessem cortado todos os cabos da ponte, impossibilitando os russos de detonarem as cargas elétricamente, sempre havia o perigo de conseguirem fazer detonar mediante o uso de estopins, caso conseguisse atingir a ponte.
Às 02:40 horas, perecisamente qundo os destacamentos começavam a sentir falta de munição e de gramadas de mão, foram os mesmo substituídos pelo grosso da companhia. Durante os 20 minutos de luta, os três destacamenteos de assalto, que somavam 30 homens inicialmente, sofreram elevadas perdas; Um oficial, um sargento e três soldados foram mortos e quatro homens feridos.
Com a chegada do grosso da companhia, os carros de combate do 1º e 2º pelotões entrarm em posição na margem sul do rio e começaram a atirar sobre as tropas russas em Dvinsk. Dez minutos depois, os meis lagartas do 4º pelotão juntaram-se aqueles carros e disparam seus foguetes sobre a cidade. Em pouco tempo, grandes incêndios lavraram as cidades.
Após uma breve luta, os remanescentes da retaguada russa na margem sul renderansse. Uma forte força russa, que havia se reunido ao norte da ponte para um contrataque, foi colhida pelo fogo de barragem alemão e dispersa, antes que pudessem iniciar o ataque.
Às 02:55 horas, ao chegara vanguarda da divisão, a 3º Companhia cumpriu sua missão de connquistar a ponte rodoviária intacta. Às 03:05 horas, a vanguarda divisionária começou a atravessar a ponte e avançar sobre Dvinsk, contra feroz resistência russa.
Restava uma última coisa a ser feita pela 3º Companhia: a remoção das cargas de demolição da ponte. Uma inspenção rápida mostrou que os russos haviam preparado a demolição de cada um dos três vão da ponte, mas não revelou a existência de cargas nas pilastras de sustentação.
Enquanto um grupo se preparava para fazer a remoção das cargas , um dos homes notou subtamente nas proximeidades um pouco de fumaça e descobriu que um russo havia rastejado até a ponte, evidentemente sem ser percebido, e acendido um dos cordéis detonadores. De um salto, o engenheiro arrancou o cordél da carga de demolição quando faltavam apenas 10 segundo para mesma explodir. Quase ao mesmo tempo, ocorreu incidente semelhante ao próximo da extremidade norte da ponte e , aí, a explosão também foi evitada pouco antes de se efetivar.
Cumprida a missão da companhia na ponte rodoviária, o tenenete Scheneider pode volta sua atenção para ponte ferroviária, onde o ruído de combate era audível, indicando que o 4º Destacamento de assalto se encontrava em dificuldades. Scheneider enviou os 2º e 5º pelotões da 3º Companhia para essa ponte, pela estrada que corria paralela ao rio.
b.
A luta pela ponte ferroviária. Quando os três prImeiros destacamentos de assalto, que se dirigiam para ponte rodoviária, tomaram a posição leste ao atingir Varpas, pouco depois das 02:00 horas, o outro caminhão prosseguiu na direção norte pela estrada principal que conduzia diretamente á ponte ferroviária. Várias centenas de metros aquém da ponte, na interseção da estrada que corre paralela ao rio havia um velho forte pelo qual o caminhão teria que passar. Ao virar a direita para tomar a a estrada do rio, o caminhão recebeu fogos de armas portáteis partidos daquele forte e, numa questão de segundos , incendiou, sendo apressadamente abandonado. O destacamento tentou, então, progredir a pé combatendo, em direção à ponte, distante cerca de 500 metros. Entretanto, os homens foram logo aferrados pelo fogo russo mas, não obstante, continuaram rastejando, lenta e laboriosamente, em direção à ponte. No momento em que o destacamento havia chegado bstante próximo da ponte, de modo a poder assaltála, ouviu uma terrível explosão. Os russos sem dúvida, cientes das intenções alemãs, haviam feito detonar as cargas de demolição colocadas nos pilares de aço. Ao se dissipar a fumaça, ficou evidente que a demolição não havia sido eficaz; a ponte continuava intacta. As pranchas de madeira e os dormente haviam, no entanto, se incendiado e havia perigo de que o fogo fizesse explodir as cargas que, normalmente, são colocadas debaixo de certas vigas de treliças. Fazia-se necessário um ação rápida por parte do destacamento de assalto para extinguir o fogo e salvar a ponte.
Às 03:30 horas, os 2º e 5º pelotões da 3º Companhia chegaram à entrada leste do forte que estava bloqueada por um pesado portão de aço. Como o fogo na ponte ferroviária ainda não estava contido e não era possível a aproximação de equipamento para combatê-lo, enquanto os russos consservassem a ponte sob fogo, os dois pelotões receberam ordens para tomar o forte de assalto.
Os homens do 5º Pelotão, que haviam desembarcado e procuravam colocar a carga de demolição junto ao portão, atraíram fortes fogos de armas portáteis russas. Um estudo da situação indicou que seria desaconselhável a aproximação do portão sem a proteção de blindados. Em vista dissso, um dos carros de combate do 2º Pelotão recebeu ordem para recuar sobre o portão e colocar, com seu guindaste, junto ao mesmo, uma carga de 50 Kg de alto explosivo. Colocada a carga e removido o carro para uma distância segura, foi detonada a carga. Uma terrível explosão destruiu o portão e aturdiou os russos que se encontravam em sua vizinhança imediata. No entanto, quandos os carros alemães avançaram através da brecha, eles novamente abriram fogo. Sua proteção também foi obstada por uma segunda muralha cujo o portão, também de aço ficava voltado para o rio. Uma vez mais, um carro especial de engenharia trouxe uma outra carga de 50 Kg de AE que foi detonada com resultados da primeira. A essa altura, alguns russos se renderam; num total aproximado de 20 homens , continuou a resistir no PC, localizado numa construção bem no centro do forte. Enquanto os russos, no interior do forte, tentavam desesperadamente repelir o ataque alemão, o equipamento contra incêndio da 3º Companhia chegava à ponte ferroviária e extinguia rapidamente as chamas. Utilizando cargas alongadas e granadas de mão, o 5º Pelotão conseguiu finalmente expulsar os russos de seu último reduto no interior do forte. Às 04:00 horas, a luta pela posse do forte terminou; da companhia russa que defendia, foram mortos ou feridos 70 homens, enquanto 30 eram feitos prisioneiros.
Toda a operação fora realizada com grande rapidez, decorrendo somente meia hora desde o assalto inicial até a captura do forte. Ao serem interrogados, os russos feito prisioneiros no forte declaravam que haviam recebido ordens para resistir o máximo possível, mesmo que a ponte fosse demolida. Deveriam evitar que os alemães deslocassem equipamento de pontes pela estrada e retardar seu avanço o máximo que pudessem.
Com ambas as pontes firmemente em poder dos alemães, estava cumprida a missão da 3º Companhia. Na luta feroz que continuou até a noite, a 8º Divisão Panzer capturou Dvinsk e prosseguiu em seu avanço para nordeste, na direção de Leningrado.
O exemplo precedente ilustra a extenção dos resultados que podem ser conseguidos com emprego de blindados em situação em que a velocida é imperativa. A conquista das duas pontes de Dvinsk foi possível apenas porque os quatro caminhões russos capturados foram enviados a frente do grosso da 3º Companhia, tomando, dessa forma, os russos de surpresa e impedindo que destruissem as pontes antes que os alemães pudessem atingilas.
A escolha da 3º Companhia para esta missão justificava, pois seus carros de combate especiais e suas viaturas de meia lagarta possuíam potência de fogo suficiente para aferrar os russos ao norte da ponte rodoviária e, assim, preparar o caminho para vanguarda da divisão, sobre Dvinsk. Durante a luta pela posse do forte, os carros especiais mostraram mais uma vez seu estimável valor na destruição dos dois portões. Somente blindados poderia chegar bastante junto dos portões para colocar as cargas de demolição, em virtude do intenso fogo de armas portáteis russo.