A Questão Indigena
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Re: A Questão Indigena
Veja
Assunto: Brasil
Título: 1c Reserva de insensatez
Data: 28/04/2008
Crédito: Leonardo Coutinho
Brasil
Como o governo conflagrou Roraima ao demarcar uma
área exagerada para a reserva Raposa Serra do Sol
Leonardo Coutinho, de Normandia
O processo de demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, é o mais antigo e conturbado da história do Brasil. Os primeiros documentos oficiais que recomendam a sua criação remontam a 1917. Ficaram esquecidos por sessenta anos, até que a Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciasse os trâmites de reconhecimento da área. Em 1977, a entidade concluiu que a terra destinada a 194 aldeias dos troncos caribe e aruaque deveria abranger 3 500 quilômetros quadrados. A demarcação empacou e brancos se instalaram nas fronteiras dessa área. Em 2005, a reserva foi finalmente demarcada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – com um território de 17 000 quilômetros quadrados, quase cinco vezes mais do que o previsto inicialmente. Resultado: ela engoliu os brancos que estavam instalados nas bordas do perímetro original. Em sua extensão, há fazendas de arroz que respondem por 6% do PIB de Roraima e abastecem também o Amazonas e o Pará. A reserva abarcou ainda os cânions do Rio Cotingo, apropriados para a construção de uma hidrelétrica considerada essencial pelo governo do estado, e uma região de fazendas ocupada por brancos desde o século XIX.
A princípio, Roraima reagiu à demarcação da reserva com a decretação de luto oficial de sete dias. Depois, como era de esperar, o pau começou a comer. Os arrozeiros passaram a fechar estradas e acessos à Raposa Serra do Sol. E multiplicaram-se os casos de ameaça, agressão e depredação de patrimônio envolvendo índios e brancos. O índio macuxi Dionito José de Souza, que dirige o Conselho Indígena de Roraima, denunciou à polícia que, desde 2005, foram incendiados o seu centro comunitário e malocas de três aldeias. No mês passado, a Polícia Federal foi convocada para retirar os brancos da reserva. Os arrozeiros passaram, então, a usar táticas terroristas. Estacionaram um carro-bomba diante de prédios usados pelos policiais, fizeram barricadas de fogo e se armaram com coquetéis molotov. À frente dos protestos estava o rizicultor Paulo Quartiero, prefeito de Pacaraima, cidade que fica na divisa da reserva. Gaúcho, Quartiero chegou a Roraima em 1976. Montou um patrimônio avaliado em 53 milhões de reais, boa parte dele anexada pela Raposa Serra do Sol. Quartiero não mede esforços para defender o que é seu. Há vinte dias, sua secretária, Erotéia Mota, uma espécie de musa dos arrozeiros, pintou a bandeira nacional no rosto, atou um cinturão de explosivos ao corpo e ameaçou detoná-lo se os policiais invadissem as fazendas de arroz. Na semana passada, ela foi presa por manter em casa munição de uso restrito das Forças Armadas. "Temos um exército de bons brasileiros para evitar que os índios declarem independência e transformem isso aqui em um Kosovo", diz o prefeito Quartiero.
Roraima está conflagrada porque o governo cometeu um evidente exagero na demarcação das reservas indígenas do estado. Há trinta anos, o então território era ocupado majoritariamente por índios, que viviam em harmonia com os brancos. A boa convivência foi interrompida quando as demarcações começaram a se estender sobre partes expressivas de Roraima. Hoje, as 32 reservas indígenas que lá foram estabelecidas cobrem 46% do território do estado. Sozinha, Raposa Serra do Sol responde por 7,5% da área do estado. É uma superfície equivalente a doze cidades de São Paulo, mas lá moram apenas 19 000 índios. Ao delimitarem uma reserva desse tamanho, os antropólogos da Funai pressupunham que os índios continuariam vivendo como nômades, da caça e da pesca, a exemplo de seus ancestrais. Mas eles estão totalmente integrados às cidades do entorno. Moram em casas, fazem compras em supermercados e falam português. Muitos esqueceram ou nem sequer aprenderam a língua nativa. Seus filhos freqüentam escolas públicas. Parte deles trabalha em fazendas de brancos, enquanto outros plantam grãos e criam gado por conta própria. Cerca de 6% do rebanho de Roraima pertence aos índios, que abastecem os açougues locais. "O fato de sermos índios não nos impede de ser produtivos", afirma Dionito de Souza. E, como no mundo dos brancos, quem não tem renda própria ganha bolsa-família.
A Funai também desconsiderou direitos adquiridos pelos brancos. Aos 85 anos, o agricultor Joaquim de Melo espera a ordem de despejo da Polícia Federal, que mantém na área 500 homens para desocupar a reserva. Melo tem documentos oficiais que mostram que seu avô adquiriu o título definitivo de sua terra em 1886. Ele guarda comprovações de pagamento de impostos desde então. Ainda assim, é considerado invasor, será expulso e receberá uma indenização de 200 000 reais pela sua fazenda de 2 000 hectares. "Não sei o que vou fazer, porque minha vida está no fim e não tenho tempo para recomeçar em outro lugar", diz. Melo provavelmente terá o mesmo destino de Mário Jorge Corrêa, de 55 anos, que já foi despejado. Corrêa recebeu 122 000 reais de indenização, menos do que gastou para cercar a sua antiga propriedade. Hoje, ele mora com a família ao lado de um acampamento do MST, numa barraca de lona em área cedida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Corrêa foi obrigado a sair de sua fazenda, que acabou sendo ocupada por outros brancos, com a permissão dos índios e da Funai. O sobrado da propriedade foi convertido em missão religiosa e é habitado por freiras do Conselho Indígena de Roraima.
Barricada de fogo ateada pelos arrozeiros: estado em pé de guerra
O problema ultrapassou os limites de Roraima, para ganhar uma dimensão nacional. O Exército, habituado a recrutar soldados em aldeias indígenas da região, agora combate a criação de reservas como a Raposa Serra do Sol – que, para completar, ainda avança sobre áreas de fronteira. O comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Pereira, irá ao Congresso para explicar mais uma vez por que a extensão da Raposa Serra do Sol ameaça a paz e a segurança daquele pedaço do Brasil. É mais uma oportunidade para o governo corrigir esse equívoco. Um imenso equívoco.
Assunto: Brasil
Título: 1c Reserva de insensatez
Data: 28/04/2008
Crédito: Leonardo Coutinho
Brasil
Como o governo conflagrou Roraima ao demarcar uma
área exagerada para a reserva Raposa Serra do Sol
Leonardo Coutinho, de Normandia
O processo de demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, é o mais antigo e conturbado da história do Brasil. Os primeiros documentos oficiais que recomendam a sua criação remontam a 1917. Ficaram esquecidos por sessenta anos, até que a Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciasse os trâmites de reconhecimento da área. Em 1977, a entidade concluiu que a terra destinada a 194 aldeias dos troncos caribe e aruaque deveria abranger 3 500 quilômetros quadrados. A demarcação empacou e brancos se instalaram nas fronteiras dessa área. Em 2005, a reserva foi finalmente demarcada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – com um território de 17 000 quilômetros quadrados, quase cinco vezes mais do que o previsto inicialmente. Resultado: ela engoliu os brancos que estavam instalados nas bordas do perímetro original. Em sua extensão, há fazendas de arroz que respondem por 6% do PIB de Roraima e abastecem também o Amazonas e o Pará. A reserva abarcou ainda os cânions do Rio Cotingo, apropriados para a construção de uma hidrelétrica considerada essencial pelo governo do estado, e uma região de fazendas ocupada por brancos desde o século XIX.
A princípio, Roraima reagiu à demarcação da reserva com a decretação de luto oficial de sete dias. Depois, como era de esperar, o pau começou a comer. Os arrozeiros passaram a fechar estradas e acessos à Raposa Serra do Sol. E multiplicaram-se os casos de ameaça, agressão e depredação de patrimônio envolvendo índios e brancos. O índio macuxi Dionito José de Souza, que dirige o Conselho Indígena de Roraima, denunciou à polícia que, desde 2005, foram incendiados o seu centro comunitário e malocas de três aldeias. No mês passado, a Polícia Federal foi convocada para retirar os brancos da reserva. Os arrozeiros passaram, então, a usar táticas terroristas. Estacionaram um carro-bomba diante de prédios usados pelos policiais, fizeram barricadas de fogo e se armaram com coquetéis molotov. À frente dos protestos estava o rizicultor Paulo Quartiero, prefeito de Pacaraima, cidade que fica na divisa da reserva. Gaúcho, Quartiero chegou a Roraima em 1976. Montou um patrimônio avaliado em 53 milhões de reais, boa parte dele anexada pela Raposa Serra do Sol. Quartiero não mede esforços para defender o que é seu. Há vinte dias, sua secretária, Erotéia Mota, uma espécie de musa dos arrozeiros, pintou a bandeira nacional no rosto, atou um cinturão de explosivos ao corpo e ameaçou detoná-lo se os policiais invadissem as fazendas de arroz. Na semana passada, ela foi presa por manter em casa munição de uso restrito das Forças Armadas. "Temos um exército de bons brasileiros para evitar que os índios declarem independência e transformem isso aqui em um Kosovo", diz o prefeito Quartiero.
Roraima está conflagrada porque o governo cometeu um evidente exagero na demarcação das reservas indígenas do estado. Há trinta anos, o então território era ocupado majoritariamente por índios, que viviam em harmonia com os brancos. A boa convivência foi interrompida quando as demarcações começaram a se estender sobre partes expressivas de Roraima. Hoje, as 32 reservas indígenas que lá foram estabelecidas cobrem 46% do território do estado. Sozinha, Raposa Serra do Sol responde por 7,5% da área do estado. É uma superfície equivalente a doze cidades de São Paulo, mas lá moram apenas 19 000 índios. Ao delimitarem uma reserva desse tamanho, os antropólogos da Funai pressupunham que os índios continuariam vivendo como nômades, da caça e da pesca, a exemplo de seus ancestrais. Mas eles estão totalmente integrados às cidades do entorno. Moram em casas, fazem compras em supermercados e falam português. Muitos esqueceram ou nem sequer aprenderam a língua nativa. Seus filhos freqüentam escolas públicas. Parte deles trabalha em fazendas de brancos, enquanto outros plantam grãos e criam gado por conta própria. Cerca de 6% do rebanho de Roraima pertence aos índios, que abastecem os açougues locais. "O fato de sermos índios não nos impede de ser produtivos", afirma Dionito de Souza. E, como no mundo dos brancos, quem não tem renda própria ganha bolsa-família.
A Funai também desconsiderou direitos adquiridos pelos brancos. Aos 85 anos, o agricultor Joaquim de Melo espera a ordem de despejo da Polícia Federal, que mantém na área 500 homens para desocupar a reserva. Melo tem documentos oficiais que mostram que seu avô adquiriu o título definitivo de sua terra em 1886. Ele guarda comprovações de pagamento de impostos desde então. Ainda assim, é considerado invasor, será expulso e receberá uma indenização de 200 000 reais pela sua fazenda de 2 000 hectares. "Não sei o que vou fazer, porque minha vida está no fim e não tenho tempo para recomeçar em outro lugar", diz. Melo provavelmente terá o mesmo destino de Mário Jorge Corrêa, de 55 anos, que já foi despejado. Corrêa recebeu 122 000 reais de indenização, menos do que gastou para cercar a sua antiga propriedade. Hoje, ele mora com a família ao lado de um acampamento do MST, numa barraca de lona em área cedida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Corrêa foi obrigado a sair de sua fazenda, que acabou sendo ocupada por outros brancos, com a permissão dos índios e da Funai. O sobrado da propriedade foi convertido em missão religiosa e é habitado por freiras do Conselho Indígena de Roraima.
Barricada de fogo ateada pelos arrozeiros: estado em pé de guerra
O problema ultrapassou os limites de Roraima, para ganhar uma dimensão nacional. O Exército, habituado a recrutar soldados em aldeias indígenas da região, agora combate a criação de reservas como a Raposa Serra do Sol – que, para completar, ainda avança sobre áreas de fronteira. O comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Pereira, irá ao Congresso para explicar mais uma vez por que a extensão da Raposa Serra do Sol ameaça a paz e a segurança daquele pedaço do Brasil. É mais uma oportunidade para o governo corrigir esse equívoco. Um imenso equívoco.
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Re: A Questão Indigena
Surto antiindígena
Boris Fausto e Carlos Fausto
Na última semana, certos órgãos de imprensa, ideólogos conservadores e setores militares sofreram um verdadeiro surto antiindígena, diante da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, que se arrasta há três anos, desde sua homologação. Curiosamente, seis (isso mesmo, seis!) arrozeiros que ocuparam terras públicas, reconhecidas como indígenas, nas três últimas décadas, tornaram-se, de um dia para o outro, vítimas de um suposto conluio, reunindo ONGs internacionais e setores do governo. Do baú se retiraram inúmeros fantasmas - “ameaça à soberania nacional”, “guerra étnica”, “internacionalização”, “risco ao desenvolvimento”. E a responsabilidade por essas ameaças passou a ser, para citar o título de um editorial do jornal O Globo, a “sandice indígena”. Mas a sandice é exatamente de quem? O que se esconde por trás dessas imagens de uma ameaça (pele) vermelha?
Trata-se, é claro, de uma campanha bem orquestrada, conectando uma situação regional ao espaço público nacional e às principais instituições da República. Mas quais são os fatos? A Polícia Federal foi chamada a fazer a desintrusão de uma área indígena quando já encerrado o procedimento homologatório. Alguns poucos produtores de arroz se armaram, com o apoio político local, para resistir, queimando pontes e ameaçando usar táticas terroristas. Esses produtores não possuem títulos legítimos sobre as terras que ocupam. Contudo, acatando ação proposta pelo governo de Roraima, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a operação da Polícia Federal, adiando-a até o julgamento do mérito da questão, em meio às críticas furiosas contra os direitos indígenas.
Por que falar em direitos? Porque os povos falantes de línguas das famílias karib e arawak que lá habitam são descendentes de populações que chegaram à região há, possivelmente, 3 mil anos. A partir do século 17, esses povos se viram colocados na intersecção do colonialismo português e holandês. Objeto de disputa entre as nações européias, sofreram ataques militares, foram escravizados, aldeados e catequizados, mas resistiram, numa fronteira que só seria definida em 1904, quando cessou um contencioso territorial entre o Brasil e a Inglaterra.
A Constituição de 1988 reconhece aos indígenas o direito a essas terras e a regulamentação complementar define o processo administrativo para tal reconhecimento. Isso não significa que os índios passem a ser proprietários da área: eles têm a posse, mas não o domínio, que pertence à União. Esse fato, aliás, foi bem ressaltado pelo então procurador da República, Gilmar Ferreira Mendes, no âmbito da Ação Cível Originária nº 362 (Estado de Mato Grosso versus União Federal e Funai), em 1987.
Se as terras indígenas são parte dos bens da União, cabe ao poder central protegê-las. O Exército ou a Polícia Federal podem (e devem) lá entrar para garantir a segurança da fronteira, combater atividades criminosas, enfrentar emergências sanitárias, etc. Note-se que, no caso de Roraima, foram os arrozeiros, e não os índios, que impediram a entrada da Polícia Federal. Por que, então, seriam as terras indígenas, e não as grandes propriedades privadas, que ameaçariam nossas fronteiras? E se os proprietários fossem grupos ou corporações estrangeiras, haveria ameaça maior, como certamente diriam os nacionalistas?
É triste constatar que se faça tanto alarde em torno de 1,7 milhão de hectares habitados por 18 mil índios, com ocupação ininterrupta por milhares de anos, e poucos se escandalizem com a apropriação ilegal de áreas imensas, às vezes maiores do que essa, por um só proprietário. Boa parte dos títulos de terra na Amazônia possui cadeias dominais duvidosas, gerando situações de superposição e de violência. Enquanto o Estado brasileiro não regularizar esta situação, o desenvolvimento econômico na região tende a ser um rótulo enganoso para a depredação ambiental, a reprodução da miséria e a usurpação do patrimônio público.
O que está em jogo nessa polêmica não é apenas a Raposa Serra do Sol. É um princípio constitucional que assegura a integridade física e cultural dos índios. Transformar as áreas indígenas em “ilhas” é uma velha idéia (e um velho sonho) conservadora. O saudoso ministro do STF Victor Nunes Leal, ao tratar de questão similar, já alertava para os perigos, asseverando: “Aqui não se trata do direito de propriedade comum. (...) Não está em jogo (...) um conceito de posse, nem de domínio, no sentido civilista dos vocábulos; trata-se do hábitat de um povo. (...) Se (a área) foi reduzida por lei posterior, se o Estado a diminuiu de dez mil hectares, amanhã a reduziria em outros dez, depois, mais dez, e poderia acabar confinando os índios a um pequeno trato, até o terreiro da aldeia (...)” (Recurso Extraordinário nº 44.585, Rel. Min. Victor Nunes Leal, Referências da Súmula do STF, v. 25, pp. 360-61). Para evitar esse risco, a Constituição de 1988 reconheceu aos índios o direito originário sobre suas terras.
A defesa da diversidade étnica, cultural e lingüística no Brasil não põe em risco a integralidade do território nacional nem promove uma guerra étnica ou a criação de uma suposta “nação indígena”. O que nossa Constituição garante é o direito à diversidade, vendo nisso um elemento positivo para a construção de uma Nação mais rica e mais generosa. Felizmente, já se vai o tempo em que todos devíamos ser assimilados a um só modelo. Pena que alguns continuem a flertar com uma visão de ordem-unida. Façamos votos para que o STF tome a decisão acertada e não provoque um retrocesso em nosso país.
Boris Fausto, historiador, é presidente do conselho acadêmico do Gacint (USP) e autor, entre outros, de História do Brasil (Edusp)
Carlos Fausto, antropólogo, é professor do Museu Nacional (UFRJ) e autor, entre outros, de Inimigos Fiéis: História, Guerra e Xamanismo na Amazônia (Edusp)
Fonte: Jornal o Estado de São Paulo, obtido em: http://www.exercito.gov.br/Resenha/homepage.htm, acesso em: 28/04/2008
Boris Fausto e Carlos Fausto
Na última semana, certos órgãos de imprensa, ideólogos conservadores e setores militares sofreram um verdadeiro surto antiindígena, diante da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, que se arrasta há três anos, desde sua homologação. Curiosamente, seis (isso mesmo, seis!) arrozeiros que ocuparam terras públicas, reconhecidas como indígenas, nas três últimas décadas, tornaram-se, de um dia para o outro, vítimas de um suposto conluio, reunindo ONGs internacionais e setores do governo. Do baú se retiraram inúmeros fantasmas - “ameaça à soberania nacional”, “guerra étnica”, “internacionalização”, “risco ao desenvolvimento”. E a responsabilidade por essas ameaças passou a ser, para citar o título de um editorial do jornal O Globo, a “sandice indígena”. Mas a sandice é exatamente de quem? O que se esconde por trás dessas imagens de uma ameaça (pele) vermelha?
Trata-se, é claro, de uma campanha bem orquestrada, conectando uma situação regional ao espaço público nacional e às principais instituições da República. Mas quais são os fatos? A Polícia Federal foi chamada a fazer a desintrusão de uma área indígena quando já encerrado o procedimento homologatório. Alguns poucos produtores de arroz se armaram, com o apoio político local, para resistir, queimando pontes e ameaçando usar táticas terroristas. Esses produtores não possuem títulos legítimos sobre as terras que ocupam. Contudo, acatando ação proposta pelo governo de Roraima, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a operação da Polícia Federal, adiando-a até o julgamento do mérito da questão, em meio às críticas furiosas contra os direitos indígenas.
Por que falar em direitos? Porque os povos falantes de línguas das famílias karib e arawak que lá habitam são descendentes de populações que chegaram à região há, possivelmente, 3 mil anos. A partir do século 17, esses povos se viram colocados na intersecção do colonialismo português e holandês. Objeto de disputa entre as nações européias, sofreram ataques militares, foram escravizados, aldeados e catequizados, mas resistiram, numa fronteira que só seria definida em 1904, quando cessou um contencioso territorial entre o Brasil e a Inglaterra.
A Constituição de 1988 reconhece aos indígenas o direito a essas terras e a regulamentação complementar define o processo administrativo para tal reconhecimento. Isso não significa que os índios passem a ser proprietários da área: eles têm a posse, mas não o domínio, que pertence à União. Esse fato, aliás, foi bem ressaltado pelo então procurador da República, Gilmar Ferreira Mendes, no âmbito da Ação Cível Originária nº 362 (Estado de Mato Grosso versus União Federal e Funai), em 1987.
Se as terras indígenas são parte dos bens da União, cabe ao poder central protegê-las. O Exército ou a Polícia Federal podem (e devem) lá entrar para garantir a segurança da fronteira, combater atividades criminosas, enfrentar emergências sanitárias, etc. Note-se que, no caso de Roraima, foram os arrozeiros, e não os índios, que impediram a entrada da Polícia Federal. Por que, então, seriam as terras indígenas, e não as grandes propriedades privadas, que ameaçariam nossas fronteiras? E se os proprietários fossem grupos ou corporações estrangeiras, haveria ameaça maior, como certamente diriam os nacionalistas?
É triste constatar que se faça tanto alarde em torno de 1,7 milhão de hectares habitados por 18 mil índios, com ocupação ininterrupta por milhares de anos, e poucos se escandalizem com a apropriação ilegal de áreas imensas, às vezes maiores do que essa, por um só proprietário. Boa parte dos títulos de terra na Amazônia possui cadeias dominais duvidosas, gerando situações de superposição e de violência. Enquanto o Estado brasileiro não regularizar esta situação, o desenvolvimento econômico na região tende a ser um rótulo enganoso para a depredação ambiental, a reprodução da miséria e a usurpação do patrimônio público.
O que está em jogo nessa polêmica não é apenas a Raposa Serra do Sol. É um princípio constitucional que assegura a integridade física e cultural dos índios. Transformar as áreas indígenas em “ilhas” é uma velha idéia (e um velho sonho) conservadora. O saudoso ministro do STF Victor Nunes Leal, ao tratar de questão similar, já alertava para os perigos, asseverando: “Aqui não se trata do direito de propriedade comum. (...) Não está em jogo (...) um conceito de posse, nem de domínio, no sentido civilista dos vocábulos; trata-se do hábitat de um povo. (...) Se (a área) foi reduzida por lei posterior, se o Estado a diminuiu de dez mil hectares, amanhã a reduziria em outros dez, depois, mais dez, e poderia acabar confinando os índios a um pequeno trato, até o terreiro da aldeia (...)” (Recurso Extraordinário nº 44.585, Rel. Min. Victor Nunes Leal, Referências da Súmula do STF, v. 25, pp. 360-61). Para evitar esse risco, a Constituição de 1988 reconheceu aos índios o direito originário sobre suas terras.
A defesa da diversidade étnica, cultural e lingüística no Brasil não põe em risco a integralidade do território nacional nem promove uma guerra étnica ou a criação de uma suposta “nação indígena”. O que nossa Constituição garante é o direito à diversidade, vendo nisso um elemento positivo para a construção de uma Nação mais rica e mais generosa. Felizmente, já se vai o tempo em que todos devíamos ser assimilados a um só modelo. Pena que alguns continuem a flertar com uma visão de ordem-unida. Façamos votos para que o STF tome a decisão acertada e não provoque um retrocesso em nosso país.
Boris Fausto, historiador, é presidente do conselho acadêmico do Gacint (USP) e autor, entre outros, de História do Brasil (Edusp)
Carlos Fausto, antropólogo, é professor do Museu Nacional (UFRJ) e autor, entre outros, de Inimigos Fiéis: História, Guerra e Xamanismo na Amazônia (Edusp)
Fonte: Jornal o Estado de São Paulo, obtido em: http://www.exercito.gov.br/Resenha/homepage.htm, acesso em: 28/04/2008
Deve, pois, um príncipe não ter outro objetivo nem outro pensamento, nem tomar qualquer outra coisa por fazer, senão a guerra e a sua organização e disciplina, pois que é essa a única arte que compete a quem comanda. (Machiavelli)
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Re: A Questão Indigena
Por trás das palavras...
Vale chama atenção por 'crescimento tórrido', diz 'Wall Street Journal'
Presidente da Vale é famoso por seu 'olhar penetrante', diz jornal
A companhia mineradora Vale S.A. está chamando a atenção do mundo pelo seu “ritmo de crescimento tórrido”, segundo extensa reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal americano Wall Street Journal.
“Enquanto a gigante da mineração baseada no Rio abre seu caminho para a dianteira do palco de negócios globais, mais e mais pessoas fora do Brasil estão descobrindo”, afirma a reportagem, que “a Vale é hoje a maior produtora mundial de minério de ferro, matéria-prima chave do aço.”
Segundo a reportagem, “companhias de mercados emergentes como a Vale vêm escalando a lista das maiores e mais bem sucedidas empresas do mundo nos últimos anos”.
“A Vale está crescendo em um ritmo tórrido. No ano passado, ela contratou 9.281 novos funcionários no Brasil, elevando seu número total de funcionários em todo o mundo para 124.013. Ela extraiu minério de ferro suficiente para encher 50 mil piscinas olímpicas e gerou receitas de US$ 39,7 bilhões – quase 10 vezes mais do que em 2001.”
O jornal atribui o sucesso, entre outras coisas, à demanda da China por matérias primas e outras commodities - que teria provocado aumento no preço do minério de ferro - e a estratégia da Vale de ter comprado outras mineradoras pequenas no Brasil quando o preço ainda era baixo, colocando-a numa boa posição para aproveitar este aumento.
“Os preços do minério de ferro da Vale subiram em percentuais de dois dígitos em quatro dos últimos cinco anos, e o aumento de preço deste ano de 65% deve acrescentar até US$ 12 bilhões às receitas anuais.”
O Wall Street Journal explica o histórico da Vale – de empresa estatal à gigante bem sucedida – citando a administração de Roger Agnelli, iniciada em 2000, que determinou uma visão clara para os planos futuros da empresa.
O jornal afirma que Agnelli é famoso por seus “abraços de urso e olhar penetrante”, mas cita relatos de funcionários e ex-funcionários que o descrevem como “durão”.
A reportagem ainda fala do trabalho de Agnelli junto às agências de classificação de risco, que obteve grau de investimento para a Vale em 2005 e 2006, fazendo com que a empresa conseguisse arrecadar fundos junto a investidores estrangeiros e pudesse competir em pé de igualdade no mercado internacional.
Presidente da Vale é famoso por seu 'olhar penetrante', diz jornal
A companhia mineradora Vale S.A. está chamando a atenção do mundo pelo seu “ritmo de crescimento tórrido”, segundo extensa reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal americano Wall Street Journal.
“Enquanto a gigante da mineração baseada no Rio abre seu caminho para a dianteira do palco de negócios globais, mais e mais pessoas fora do Brasil estão descobrindo”, afirma a reportagem, que “a Vale é hoje a maior produtora mundial de minério de ferro, matéria-prima chave do aço.”
Segundo a reportagem, “companhias de mercados emergentes como a Vale vêm escalando a lista das maiores e mais bem sucedidas empresas do mundo nos últimos anos”.
“A Vale está crescendo em um ritmo tórrido. No ano passado, ela contratou 9.281 novos funcionários no Brasil, elevando seu número total de funcionários em todo o mundo para 124.013. Ela extraiu minério de ferro suficiente para encher 50 mil piscinas olímpicas e gerou receitas de US$ 39,7 bilhões – quase 10 vezes mais do que em 2001.”
O jornal atribui o sucesso, entre outras coisas, à demanda da China por matérias primas e outras commodities - que teria provocado aumento no preço do minério de ferro - e a estratégia da Vale de ter comprado outras mineradoras pequenas no Brasil quando o preço ainda era baixo, colocando-a numa boa posição para aproveitar este aumento.
“Os preços do minério de ferro da Vale subiram em percentuais de dois dígitos em quatro dos últimos cinco anos, e o aumento de preço deste ano de 65% deve acrescentar até US$ 12 bilhões às receitas anuais.”
O Wall Street Journal explica o histórico da Vale – de empresa estatal à gigante bem sucedida – citando a administração de Roger Agnelli, iniciada em 2000, que determinou uma visão clara para os planos futuros da empresa.
O jornal afirma que Agnelli é famoso por seus “abraços de urso e olhar penetrante”, mas cita relatos de funcionários e ex-funcionários que o descrevem como “durão”.
A reportagem ainda fala do trabalho de Agnelli junto às agências de classificação de risco, que obteve grau de investimento para a Vale em 2005 e 2006, fazendo com que a empresa conseguisse arrecadar fundos junto a investidores estrangeiros e pudesse competir em pé de igualdade no mercado internacional.
Vale chama atenção por 'crescimento tórrido', diz 'Wall Street Journal'
Presidente da Vale é famoso por seu 'olhar penetrante', diz jornal
A companhia mineradora Vale S.A. está chamando a atenção do mundo pelo seu “ritmo de crescimento tórrido”, segundo extensa reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal americano Wall Street Journal.
“Enquanto a gigante da mineração baseada no Rio abre seu caminho para a dianteira do palco de negócios globais, mais e mais pessoas fora do Brasil estão descobrindo”, afirma a reportagem, que “a Vale é hoje a maior produtora mundial de minério de ferro, matéria-prima chave do aço.”
Segundo a reportagem, “companhias de mercados emergentes como a Vale vêm escalando a lista das maiores e mais bem sucedidas empresas do mundo nos últimos anos”.
“A Vale está crescendo em um ritmo tórrido. No ano passado, ela contratou 9.281 novos funcionários no Brasil, elevando seu número total de funcionários em todo o mundo para 124.013. Ela extraiu minério de ferro suficiente para encher 50 mil piscinas olímpicas e gerou receitas de US$ 39,7 bilhões – quase 10 vezes mais do que em 2001.”
O jornal atribui o sucesso, entre outras coisas, à demanda da China por matérias primas e outras commodities - que teria provocado aumento no preço do minério de ferro - e a estratégia da Vale de ter comprado outras mineradoras pequenas no Brasil quando o preço ainda era baixo, colocando-a numa boa posição para aproveitar este aumento.
“Os preços do minério de ferro da Vale subiram em percentuais de dois dígitos em quatro dos últimos cinco anos, e o aumento de preço deste ano de 65% deve acrescentar até US$ 12 bilhões às receitas anuais.”
O Wall Street Journal explica o histórico da Vale – de empresa estatal à gigante bem sucedida – citando a administração de Roger Agnelli, iniciada em 2000, que determinou uma visão clara para os planos futuros da empresa.
O jornal afirma que Agnelli é famoso por seus “abraços de urso e olhar penetrante”, mas cita relatos de funcionários e ex-funcionários que o descrevem como “durão”.
A reportagem ainda fala do trabalho de Agnelli junto às agências de classificação de risco, que obteve grau de investimento para a Vale em 2005 e 2006, fazendo com que a empresa conseguisse arrecadar fundos junto a investidores estrangeiros e pudesse competir em pé de igualdade no mercado internacional.
Presidente da Vale é famoso por seu 'olhar penetrante', diz jornal
A companhia mineradora Vale S.A. está chamando a atenção do mundo pelo seu “ritmo de crescimento tórrido”, segundo extensa reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal americano Wall Street Journal.
“Enquanto a gigante da mineração baseada no Rio abre seu caminho para a dianteira do palco de negócios globais, mais e mais pessoas fora do Brasil estão descobrindo”, afirma a reportagem, que “a Vale é hoje a maior produtora mundial de minério de ferro, matéria-prima chave do aço.”
Segundo a reportagem, “companhias de mercados emergentes como a Vale vêm escalando a lista das maiores e mais bem sucedidas empresas do mundo nos últimos anos”.
“A Vale está crescendo em um ritmo tórrido. No ano passado, ela contratou 9.281 novos funcionários no Brasil, elevando seu número total de funcionários em todo o mundo para 124.013. Ela extraiu minério de ferro suficiente para encher 50 mil piscinas olímpicas e gerou receitas de US$ 39,7 bilhões – quase 10 vezes mais do que em 2001.”
O jornal atribui o sucesso, entre outras coisas, à demanda da China por matérias primas e outras commodities - que teria provocado aumento no preço do minério de ferro - e a estratégia da Vale de ter comprado outras mineradoras pequenas no Brasil quando o preço ainda era baixo, colocando-a numa boa posição para aproveitar este aumento.
“Os preços do minério de ferro da Vale subiram em percentuais de dois dígitos em quatro dos últimos cinco anos, e o aumento de preço deste ano de 65% deve acrescentar até US$ 12 bilhões às receitas anuais.”
O Wall Street Journal explica o histórico da Vale – de empresa estatal à gigante bem sucedida – citando a administração de Roger Agnelli, iniciada em 2000, que determinou uma visão clara para os planos futuros da empresa.
O jornal afirma que Agnelli é famoso por seus “abraços de urso e olhar penetrante”, mas cita relatos de funcionários e ex-funcionários que o descrevem como “durão”.
A reportagem ainda fala do trabalho de Agnelli junto às agências de classificação de risco, que obteve grau de investimento para a Vale em 2005 e 2006, fazendo com que a empresa conseguisse arrecadar fundos junto a investidores estrangeiros e pudesse competir em pé de igualdade no mercado internacional.
Deve, pois, um príncipe não ter outro objetivo nem outro pensamento, nem tomar qualquer outra coisa por fazer, senão a guerra e a sua organização e disciplina, pois que é essa a única arte que compete a quem comanda. (Machiavelli)
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Re: A Questão Indigena
Alarmismo
MÉRCIO P. GOMES
Por mais inverossímil que pareça, o STF poderá levar a nação brasileira a um retrocesso sem precedentes na história do indigenismo nacional. As declarações proferidas por alguns ministros antecipam uma grave mudança na terra indígena Raposa Serra do Sol, desmembrando-a em "ilhas" para acomodar sete arrozeiros que nela penetraram ilegalmente alguns anos atrás. A justificativa para tal ato seria o perigo à integridade territorial brasileira pela existência de terras indígenas nas nossas fronteiras e pela presença ostensiva de ONGs na Amazônia.
Do lado militar, o chefe do Comando Militar da Amazônia prossegue em franca campanha de atemorização nacional pela presença de terras indígenas em fronteiras, de estrangeiros na Amazônia e da possibilidade de entrarmos em guerra contra algum inimigo fronteiriço ou internacional.
O alarme reverbera na opinião pública. Ninguém parece se lembrar do papel dos índios na História brasileira, especialmente na inclusão de Roraima ao território nacional. Esquecem-se os militares de um de seus maiores patronos, o Marechal Rondon, que escreveu, em 1910, que os índios "são nações autônomas, com as quais o Brasil deve ter relações de amizade".
Quem era Rondon? Um venda-pátria, ou um dos maiores patriotas que a nação já teve? Para Rondon os povos indígenas são parte essencial da nação brasileira. Chama-os de nações no mesmo sentido que o Canadá chama seus povos indígenas de first nations, isto é, primeiras nações. Será que o Canadá põe em perigo sua soberania ao chamar seus povos indígenas de nações?
Nunca na História brasileira o nosso território sofreu perda para outro país, muito menos por causa dos índios. Ao contrário, foi pela aliança de alguns povos indígenas com os portugueses que partes substantivas do nosso território passaram a pertencer ao que hoje é o território nacional.
Todos que almejam ver um Brasil digno e respeitado têm que começar respeitando os povos indígenas, os primeiros brasileiros. O STF não pode voltar atrás na homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, não só pelo ato já realizado, mas pelo que a homologação representa como ato jurídico que oficializa o reconhecimento do Estado e da nação sobre as terras indígenas. Nos últimos cem anos, 600 segmentos do território nacional foram reconhecidos como terras indígenas e todas elas pertencem integral e constitucionalmente à União brasileira.
MÉRCIO P. GOMES é antropólogo e foi presidente da Funai.
Fonte: Jornal o Globo, obtido em: http://www.exercito.gov.br/Resenha/homepage.htm, acesso em 28/04/2008
MÉRCIO P. GOMES
Por mais inverossímil que pareça, o STF poderá levar a nação brasileira a um retrocesso sem precedentes na história do indigenismo nacional. As declarações proferidas por alguns ministros antecipam uma grave mudança na terra indígena Raposa Serra do Sol, desmembrando-a em "ilhas" para acomodar sete arrozeiros que nela penetraram ilegalmente alguns anos atrás. A justificativa para tal ato seria o perigo à integridade territorial brasileira pela existência de terras indígenas nas nossas fronteiras e pela presença ostensiva de ONGs na Amazônia.
Do lado militar, o chefe do Comando Militar da Amazônia prossegue em franca campanha de atemorização nacional pela presença de terras indígenas em fronteiras, de estrangeiros na Amazônia e da possibilidade de entrarmos em guerra contra algum inimigo fronteiriço ou internacional.
O alarme reverbera na opinião pública. Ninguém parece se lembrar do papel dos índios na História brasileira, especialmente na inclusão de Roraima ao território nacional. Esquecem-se os militares de um de seus maiores patronos, o Marechal Rondon, que escreveu, em 1910, que os índios "são nações autônomas, com as quais o Brasil deve ter relações de amizade".
Quem era Rondon? Um venda-pátria, ou um dos maiores patriotas que a nação já teve? Para Rondon os povos indígenas são parte essencial da nação brasileira. Chama-os de nações no mesmo sentido que o Canadá chama seus povos indígenas de first nations, isto é, primeiras nações. Será que o Canadá põe em perigo sua soberania ao chamar seus povos indígenas de nações?
Nunca na História brasileira o nosso território sofreu perda para outro país, muito menos por causa dos índios. Ao contrário, foi pela aliança de alguns povos indígenas com os portugueses que partes substantivas do nosso território passaram a pertencer ao que hoje é o território nacional.
Todos que almejam ver um Brasil digno e respeitado têm que começar respeitando os povos indígenas, os primeiros brasileiros. O STF não pode voltar atrás na homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, não só pelo ato já realizado, mas pelo que a homologação representa como ato jurídico que oficializa o reconhecimento do Estado e da nação sobre as terras indígenas. Nos últimos cem anos, 600 segmentos do território nacional foram reconhecidos como terras indígenas e todas elas pertencem integral e constitucionalmente à União brasileira.
MÉRCIO P. GOMES é antropólogo e foi presidente da Funai.
Fonte: Jornal o Globo, obtido em: http://www.exercito.gov.br/Resenha/homepage.htm, acesso em 28/04/2008
Deve, pois, um príncipe não ter outro objetivo nem outro pensamento, nem tomar qualquer outra coisa por fazer, senão a guerra e a sua organização e disciplina, pois que é essa a única arte que compete a quem comanda. (Machiavelli)
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Re: A Questão Indigena
Extamente! Se querem moleza que vão comer mingau na casa da vovó. Pelo bom salário que esses policias federais ganham tem que ir até para o inferno prender o capeta se for o caso. E justifico, pois os caras ganham de salário inicial o mesmo que um professor universitário com doutorado e tudo. Entendo que seja correto pagá-los bem, mas também têm que mostrar serviço, até por que o povão que paga a conta em grande parte vive em condições muito piores do que as de um acampamento na floresta.
Concordo em partes. Ta certo que não é moleza mesmo a selva, e que eles ganham um dinheirão para este trabalho, mas se o governo não ajudar, aí fica difícil né...
Eles afirmam que os sprays de pimenta estão vencidos, e o que o governo fez em relação a isso? ou o governo quer que eles cheguem lá metendo bala pra todo lado!!!
"Ombro a ombro marcharemos, para conquistarmos nosso ideal. (Cançao EsPCEx)"
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Re: A Questão Indigena
Então vai. Continuem com discursos ideologicos. Tratem do assunto como se fosse uma partida de futebol entre a esquerda e a direita.lobo_guara escreveu:
[/b] Felizmente, já se vai o tempo em que todos devíamos ser assimilados a um só modelo. Pena que alguns continuem a flertar com uma visão de ordem-unida. Façamos votos para que o STF tome a decisão acertada e não provoque um retrocesso em nosso país.
Demarquem a reserva, impeçam a entrada das FAs. Enfia bastante dinheiro nas ONGs e abra o caminho para igrejas meterem as mãos no ouro da região.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: A Questão Indigena
O problema é esse. Os indios estão tendo lugar demais. É terra demais para pouco indio. Beneficios demais para pouca gente.
Se todo brasileiro tivesse metade dos direitos dos indios iria faltar espaço.
Concordo com o Guerra, os índios querem coisa que não merecem! Hoje no Brasil deve ter uns 300 mil índios, mas eles estão fazendo tempestade em copo d'água. Mas creio que deve haver algo além por trás de tudo isso. Não sei não hein... mas os americanos disponibilizam bastante dinheiro para índios brasileiros, e com isso fazem a cabeça deles. Tem um lugar na amazônia, que depois de tal hora ninguém mais passa, a não ser que seja americano... isso é um absurdo, não podemos entrar em nossas terras! Só aqui mesmo...
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Re: A Questão Indigena
lobo_guara escreveu: Nos últimos cem anos, 600 segmentos do território nacional foram reconhecidos como terras indígenas e todas elas pertencem integral e constitucionalmente à União brasileira.
O indio brasileiro quando não é um mendigo, ou vive as custas do estado, esta vivendo da exploração de terras da união.
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Re: A Questão Indigena
MaRkYnHu escreveu:O problema é esse. Os indios estão tendo lugar demais. É terra demais para pouco indio. Beneficios demais para pouca gente.
Se todo brasileiro tivesse metade dos direitos dos indios iria faltar espaço.
Concordo com o Guerra, os índios querem coisa que não merecem! Hoje no Brasil deve ter uns 300 mil índios, mas eles estão fazendo tempestade em copo d'água. Mas creio que deve haver algo além por trás de tudo isso. Não sei não hein... mas os americanos disponibilizam bastante dinheiro para índios brasileiros, e com isso fazem a cabeça deles. Tem um lugar na amazônia, que depois de tal hora ninguém mais passa, a não ser que seja americano... isso é um absurdo, não podemos entrar em nossas terras! Só aqui mesmo...
O que tá em jogo é muito ouro.
Boa Vista era uma cidade onde corria dinheiro igual agua. Eu não conheci a cidade nessa epoca. Mas dizem que tinha gente que ganhava a vida varrendo o chão nos locais onde os garimpeiros e reuniam para vender ouro.
Quando o Collor fechou o garimpo naquela região a cidade entrou em colapso. Muitos desses garimpeiros foram para o quartel. Quando saia algum boato que o governo tinha liberado o garimpo o quartel virava um alvoço, porque tinha soldado qque ficava dois ou 3 dias sem ir para o quartel esperando a confirmação do boato para voltar para o garimpo.
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Re: A Questão Indigena
Sempre achei esse marechal Rondon, um tanto ou quanto estranho para um militar.
Imaginem só, como devia ser tranqüilizador para um oficial ou soldado sob as ordens dele, a famosa frase: "Morrer se preciso for, matar nunca".
Então, os "índios são nações autonômas"? E o Brasil devia manter "relações de amizade (talvez, diplomáticas) com eles". Mas que coisinha tão romanticuzinha...
Ainda bem que Rondon jamais chegou perto de assumir qualquer função de chefia de estado-maior e orientação estratégica desse país. Ficou só com seus telégrafos e explorações do interior, coisa pela qual o Brasil deve ser grato à sua memória.
Imaginem só, como devia ser tranqüilizador para um oficial ou soldado sob as ordens dele, a famosa frase: "Morrer se preciso for, matar nunca".
Comparem isso com o dito do general Patton: "não vamos morrer pela pátria. Vamos fazer o otário do lado de lá, morrer pela dele".- General! GENERAAAAL! Estamos sendo massacrados! Que vamos fazer? QUE VAMOS FAZER? ARRGHHHHHH!!!
- Como não matamos, nunca, vocês vão morrer, é claro. Menos eu. Acabei de lembrar que sou bororo, sou "assim ó" com o cacique deles...
Então, os "índios são nações autonômas"? E o Brasil devia manter "relações de amizade (talvez, diplomáticas) com eles". Mas que coisinha tão romanticuzinha...
Ainda bem que Rondon jamais chegou perto de assumir qualquer função de chefia de estado-maior e orientação estratégica desse país. Ficou só com seus telégrafos e explorações do interior, coisa pela qual o Brasil deve ser grato à sua memória.
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Re: A Questão Indigena
Enquanto isso um bossal comparou o General Heleno com o Gen.Custer,que ficou conhecido por massacrar índios.....
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Re: A Questão Indigena
Leonardo Attuch
Índio quer cassino
attuch@istoe.com.br
Há uma diferença entre norteamericanos e brasileiros. Eles vão direto ao ponto. Nós preferimos caminhos tortuosos. Em 1988, enquanto o Brasil promulgou a sua “Constituição cidadã”, que reconheceu os direitos dos povos indígenas e deu origem à política de demarcações de terras, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o Indian Gaming Regulatory Act. Essa lei impulsionou um dos negócios mais lucrativos do mundo: os cassinos indígenas. Já existem 294 deles operando em 28 Estados americanos, gerando uma receita anual de US$ 26 bilhões, 670 mil empregos e US$ 11,1 bilhões em impostos. São tão poderosos que os cassinos dos filmes de Hollywood chefiados por baixinhos da máfia italiana, do tipo Danny de Vito, já são minoria. Hoje, quem comanda o bacará e a roleta são caciques de tribos como Mohawk, Mohegan e Haak´u.
No Brasil, onde o jogo é atividade ilícita, uma proposta desse tipo seria considerada ultrajante. Mas o que ocorre com os descendentes dos nossos primeiros habitantes? Damos a eles quantidades imensas de terra – mais que um Portugal no caso das reservas de Roraima – e fingimos acreditar que as tribos continuarão vivendo como em 1500, caçando, pescando, tomando ayhuasca e fazendo a dança da chuva. Não é o que acontece. Em Rondônia, os cintas-largas dominam o garimpo de diamantes – e matam a pedradas quem ousa invadir a reserva. Os suruís negociam grandes quantidades de madeira amazônica, e as autoridades fazem vista grossa. No fundo, nossas tribos também têm seus cassinos. Apenas não são contabilizados.
Em vez de ceder terras às tribos, os americanos lhes deram cassinos, que já rendem US$ 26 bilhões
Num livro clássico sobre a colonização brasileira, o historiador Jean-Marc Montaigne conta que os franceses compreenderam rapidamente a natureza dos povos indígenas. Enquanto os portugueses tentavam forçá-los ao trabalho, os comerciantes da Normandia negociavam. Trocavam toras de pau-brasil por espelhos, facões e anzóis. Eles se tornaram tão próximos das tribos que chegaram até a editar dicionários normando-tupi-guaranis e a encenar peças de combate para a monarquia francesa, com índios brasileiros atuando em pleno rio Sena.
Bom, mas e a preservação da cultura indígena? Nos Estados Unidos, tribos que operam cassinos dão contrapartidas. Investem em museus, parques nacionais e financiam a educação dos índios. Muitos deles têm entrado em grandes universidades. Além disso, a renda média das famílias indígenas já é de US$ 33 mil. Aqui, nossos curumins não têm escolha. Estão condenados a caçar capivaras ou a operar, por baixo dos panos, algum esquema ilegal, com a conivência de homens brancos da Funai e do Ibama. Faz sentido. Afinal, o Brasil é o país da hipocrisia.
Índio quer cassino
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Há uma diferença entre norteamericanos e brasileiros. Eles vão direto ao ponto. Nós preferimos caminhos tortuosos. Em 1988, enquanto o Brasil promulgou a sua “Constituição cidadã”, que reconheceu os direitos dos povos indígenas e deu origem à política de demarcações de terras, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o Indian Gaming Regulatory Act. Essa lei impulsionou um dos negócios mais lucrativos do mundo: os cassinos indígenas. Já existem 294 deles operando em 28 Estados americanos, gerando uma receita anual de US$ 26 bilhões, 670 mil empregos e US$ 11,1 bilhões em impostos. São tão poderosos que os cassinos dos filmes de Hollywood chefiados por baixinhos da máfia italiana, do tipo Danny de Vito, já são minoria. Hoje, quem comanda o bacará e a roleta são caciques de tribos como Mohawk, Mohegan e Haak´u.
No Brasil, onde o jogo é atividade ilícita, uma proposta desse tipo seria considerada ultrajante. Mas o que ocorre com os descendentes dos nossos primeiros habitantes? Damos a eles quantidades imensas de terra – mais que um Portugal no caso das reservas de Roraima – e fingimos acreditar que as tribos continuarão vivendo como em 1500, caçando, pescando, tomando ayhuasca e fazendo a dança da chuva. Não é o que acontece. Em Rondônia, os cintas-largas dominam o garimpo de diamantes – e matam a pedradas quem ousa invadir a reserva. Os suruís negociam grandes quantidades de madeira amazônica, e as autoridades fazem vista grossa. No fundo, nossas tribos também têm seus cassinos. Apenas não são contabilizados.
Em vez de ceder terras às tribos, os americanos lhes deram cassinos, que já rendem US$ 26 bilhões
Num livro clássico sobre a colonização brasileira, o historiador Jean-Marc Montaigne conta que os franceses compreenderam rapidamente a natureza dos povos indígenas. Enquanto os portugueses tentavam forçá-los ao trabalho, os comerciantes da Normandia negociavam. Trocavam toras de pau-brasil por espelhos, facões e anzóis. Eles se tornaram tão próximos das tribos que chegaram até a editar dicionários normando-tupi-guaranis e a encenar peças de combate para a monarquia francesa, com índios brasileiros atuando em pleno rio Sena.
Bom, mas e a preservação da cultura indígena? Nos Estados Unidos, tribos que operam cassinos dão contrapartidas. Investem em museus, parques nacionais e financiam a educação dos índios. Muitos deles têm entrado em grandes universidades. Além disso, a renda média das famílias indígenas já é de US$ 33 mil. Aqui, nossos curumins não têm escolha. Estão condenados a caçar capivaras ou a operar, por baixo dos panos, algum esquema ilegal, com a conivência de homens brancos da Funai e do Ibama. Faz sentido. Afinal, o Brasil é o país da hipocrisia.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
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Re: A Questão Indigena
Ousadia: Venezuela pressiona STF
A arrogância do governo da Venezuela extrapola limites: a cônsul-geral de Hugo Chávez no Brasil, Grisette Corvo, divulga na internet "manifesto" ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, em defesa da demarcação das terras indígenas em Roraima. A cônsul ainda tem a petulância de criticar militares brasileiros, como o general Augusto Heleno, que contestam reservas contínuas como a Raposa Serra do Sol.
No lugar errado
Além de interferir em questão interna brasileira, a cônsul venezuelana desconhece que as terras já foram homologadas.
Fonte: http://www.claudiohumberto.com.br/
A arrogância do governo da Venezuela extrapola limites: a cônsul-geral de Hugo Chávez no Brasil, Grisette Corvo, divulga na internet "manifesto" ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, em defesa da demarcação das terras indígenas em Roraima. A cônsul ainda tem a petulância de criticar militares brasileiros, como o general Augusto Heleno, que contestam reservas contínuas como a Raposa Serra do Sol.
No lugar errado
Além de interferir em questão interna brasileira, a cônsul venezuelana desconhece que as terras já foram homologadas.
Fonte: http://www.claudiohumberto.com.br/
Re: A Questão Indigena
O Presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, tem de dar uma réplica à altura da petulância proferida por essa vagabunda bolivariana.
O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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Re: A Questão Indigena
No meu ponto de vista, no Brasil não há nem deve haver índios E Brasileiros: apenas BRASILEIROS, alguns deles de origem indígena. A quem interessa essa exótica divisão, que pode MESMO gerar uma balcanização na Amazônia? Só para variar, estou com o EB e não abro!!!
CHUMBO em quem quiser amputar um único centímetro quadrado da Pátria!!!
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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