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Enviado: Sáb Jun 30, 2007 8:54 am
por PRick
Boa notícia.

Força Nacional de Segurança fica no Rio depois do Pan, anuncia secretário
29/06 - 20:47 - Redação com Agência Brasil



A Força Nacional de Segurança permanecerá no Rio de Janeiro depois dos Jogos Pan-americanos. O anúncio foi feito pelo secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa. "O Rio de Janeiro não será abandonado quando o Pan sair de cena", garantiu. O secretário informou, no entanto, que o número de policiais da força, que chegará a 6 mil durante o Pan, vai diminuir gradativamente após os jogos.


UNICEF critica operação da polícia no Complexo do Alemão
Cabral diz que operações contra o tráfico vão continuar no Rio
Escolas do Alemão estão abertas, mas sem alunos
Jornal de Debates: a polícia abusa no combate ao crime? Participe!


"A inteligência vai determinar o tamanho da próxima operação e qual a necessidade [de efetivo], e nós vamos racionalizando, de acordo com a demanda, porque os estados, quando cedem efetivos, estão onerando sua segurança local", explicou.

Corrêa destacou que com o legado deixado para a cidade na área de segurança pública, a necessidade do apoio de policiais da força nacional vai diminuir. Segundo ele, o Centro de Comando e Controle, o Centro de Inteligência e os novos aparelhos de segurança que ficarão na cidade vão racionalizar a gestão do efetivo da polícia.

Cerco continua

A Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro confirmou que a polícia vai manter a operação no Complexo do Alemão por tempo indeterminado. O cerco ao conjunto de favelas deve continuar durante o Pan, mas não serão divulgadas as incursões de policiais ao local.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recebeu denúncias de que pelo menos 11 mortos durante a megaoperação de quarta-feira não tinham ligações com o tráfico. Na manhã desta sexta-feira, o governador do Rio, Sérgio Cabral, elogiou a ação da polícia e garantiu que a operação vai continuar.

"Ação é só o começo"

O trabalho de cerco e levantamentos de inteligência feito no Complexo do Alemão poderá servir de modelo para que a cúpula da Segurança do Rio combata outros núcleos de violência na cidade. Segundo Beltrame, a atuação no Alemão é só o começo.

"A polícia não tem condições de fazer intervenções em todos os morros do Rio todos os dias. Definimos que começaríamos pelo Alemão porque os índices de criminalidade dessa região são muito grandes. Também faremos operações em outras favelas, mas é a Inteligência que vai definir a data e local dessas ações", afirmou.

A ocupação policial no conjunto de favelas do Alemão, que começou há quase dois meses, já causou pelo menos 48 mortes.


Enviado: Sáb Jun 30, 2007 10:01 am
por henriquejr
Alexandre Beraldi escreveu:
Carlos Mathias escreveu:Beraldi, esse cara aí não é operador de MAG amigo, 690 munições é dose, né? E pode-se levar um pequeno e jeitosinho PARA-FAL.

690 cartuchos foi cruel...


henriquejr escreveu:Com certeza um exagero uma vez que as linhas de suprimento estão sempre muito próximas e são constantes, ao contrario de uma campanha em território inimigo numa guerra convencional. Isso faz com que seja desnecessario o guerreiro levar essa quantidade toda de munição, bastando apenas os carregadores que ja estão no colete. Como sabemos a imprensa é expecialista em aumentar fatos, não duvido que esta informação seja mais um exageiro de uma imprensa desinformada!


Os colegas do CORE costumam subir com uma "mochilinha" com 10 a 12 carregadores, uma meia dúzia de granadas de luz e som ou pimenta, mais uma dúzia ou duas de "caixinhas bege" (a caixa de munição da CBC com 40 cartuchos de 5,56x45mm)... Eu só não saio com mais carregadores de fuzil (tenho 9) porque não tenho de quem comprar...

Quando você entra numa quebrada assim, conforme você avança, seu grupo vai diminuindo a cada bifurcação, a cada esquina, a cada construção que você toma... Daqui a pouco é você e mais um ou dois colegas no alto de uma laje tendo que segurar meia dúzia de trafica até o apoio conseguir achar você naqueles labirintos, ou você acha que é fácil???

Se você não "sentar o prego" sem parar na posição dos caras, eles vão se chegando e te cercando, aí se te colocam no meio de um "L" com um cara atirando de cada lado, já era... Munição para operação policial desta natureza não é só para fazer tiro ao alvo em vagabundo, se você não segurar a posição e restringir o movimento dos malas, você fica cercado e fud...do em dois minutos... E a polícia não tem MAG, morteiro de 60mm, Carl Gustav, etc... para segurar os caras enquanto manobramos no terreno, é só no fuzil mesmo !!! Então 500/600 cartuchos é o mínimo para você fazer uma operação desta natureza, neste local, com esta geografia e com este tipo de oposição... Não é tiro ao alvo no estande, nem ficar segurando entrada de favela como a FNSP... Se entrar o bicho pega, e se não ficar esperto, vai pro moedor de carne...

E não pense que tem batalhão logístico para te apoiar, com caminhãozinho trazendo munição, água, comidinha e cobertor para você tirar soneca no intervalo do tiro-teio... Ou então que um colega vai subir até lá em cima para te levar munição... Não vai... E se for, ele vai acabar gastando a munição no caminho até conseguir achar você, pois não tem nem como você explicar pelo rádio/telefone/Nextel onde você está...


Caro amigo Beraldi, pelo jeito que voce falou passa a idéia de que sou do EB, que so conheço doutrina militar e o que se passa dentro dos quarteis. Na verdade eu conheço sim essa parte pois passei algum tempo da minha vida na FAB(BINFA), foi la que nasceu dentro de mim o amor pela operacionalidade e foi isso que me motivou sair da FAB e ir para a Polícia Militar, hoj além de ser policial militar sou estudante de direito e anseio entrar na PF(quem sabe um dia não seremos companheiros de trabalho?!), pois bem, indo direto ao assunto, acho que tenho o minimo de experiencia em operações dentro de favelas e morros para dizer que a equipe de infiltração sempre terá(ou pelo menos deveria ter) apoio logistico com viaturas recheadas de equipamentos paradas em locais estratégicos para remuniciamento. Além do fato de uma operação dessas não chega a durar mais que 6 horas, tendo outra equipe preparada para rendição da primeira equipe. Lógico que estou me baseando nas minhas experiencias com o teatro de operações da minha região, que apesar de ser a mais critica do RN nem de longe pode ser comparada a situação do RJ. Para resumir, o que eu quero dizer é que 600 munições é um exageiro sim, já que não se trata de uma operação em que o sujeito vai ter que passar varios dias longe das linhas de suprimento, prova disso é que o equipamento padrão do BOPE/RJ para essas operações é de 5 carregadores de fuzil e 4 carregadores de pistola, além de granadas de diversos tipos. Essa informação quem me passou foi um Capitão do próprio BOPE/RJ que recentemente veio aqui no RN fazer umas palestras sobre Entradas Táticas. Na minha opnião o guerreiro da Civil em questão é um tremendo "mugangueiro", gosta de se equipar. Eu não falo isso em tom de deboche, uma vez que eu tambem me considero um! Afinal é melhor ta preparado para tudo do que ser pego de surpresa ou perder a vida por falta de alguma coisa, mas esse cuidado não pode afetar a mobilidade do combatente, tem que haver um equilibrio entre Necessidade X Mobilidade.

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 10:50 am
por ZeRo4
Henrique,

Procure se informar primeiro meu caro, é claro que numa operação Padrão e dependendo do número de homens, o Bope pode entrar numa favela com 5 carregadores de fuzil... mas duvido que eles entrariam no complexo do alemão com apenas 5 carregadores, é simplesmente suicídio...

Também não conheço a localidade em que vc trabalha, mas qualquer coisa ai em RN é brincadeira de criança perto de qualquer "favelinha" no RJ, imagina perto do conglomerado de favelas que é o complexo do alemão.

Quando se participa desse tipo de operação, tudo pode acontecer pq o poder de fogo dos traficantes é enorme, pra te dar uma "noção" a três meses atrás, numa outra operação semelhante a polícia apreendeu 2 metralhadoras, e 15.000 balas de fuzil/pistola, isso mesmo 15.000 balas!

Numa operação como essa é fácil ficar encurralado na favela, nessa operação mesmo que oficialmente terminou 16:30, nesse horário ainda havia duas equipes encurraladas DENTRO da favela, mesmo com a morte de 19 bandidos e a apreensão de todo este equipamento.

Um cálculo básico... 5 carregadores de Fuzil = 150 tiros, a operação durou em média 6 horas, o que daria cerca de 25 tiros por hora a cada policial com 5 carregadores (estou excluindo a pistola...), você quer que eu poste aqui vídeos ou audios de operações em favelas pra você ver em quanto tempo cada policial em média da 25 tiros??? E olha que não são operações dessa magnitude e nem em áreas onde a bandidagem está fortemente armada como no Alemão ou na Maré...

Ainda é POUCO, filho!

Beraldi,

Meu caro, não adianta tentar explicar, só quem conhece a realidade das favelas cariocas sabe que 600 balas não é um exagero não... Querer comprar qualquer coisa em RN com algo no RJ chega a soar até como piada, somente nos últimos 3 meses a Polícia apreendeu 7, isso mesmo 7 metralhadoras, fora os Fuzis.

Essas pessoas não tem noção do que é um Complexo de favelas, o tamanho e nem a geografia desses lugares... me arrisco a dizer que além desses carregadores no colete, com certeza havia um amigo por perto com uma mochila recheada de munição.

Abraços!

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 11:27 am
por Pablo Maica
Olha se eu fosse policial e estivesse envolvido numa operação dessas... não botava o pé na entrada da favela com menos 25 carregadores (de fuzil) mais uns 12 de pistola... (e mesmo assim ia tentar não disperdiçar munição) sabe-se lah o que vai contecer... se tu não vai ficar encurralado com mais 2 ou 3 companhairos tendo que segurar 8 ou 10 vagabundos... sem linha de logistica e na casa do inimigo que tem seus estoques de munição ao alcance... esse tipo de operação tem hora pra começa mas não tem hora pra acaba... se a coisa tiver quente um carregador de 30 tiros vai todo em 10 segundos... imagina passar 8, 10 ou 12 horas num ritmo desses?



Um abraço e t+ :D

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 1:20 pm
por scyther
Pablo Maica escreveu:Olha se eu fosse policial e estivesse envolvido numa operação dessas... não botava o pé na entrada da favela com menos 25 carregadores (de fuzil) mais uns 12 de pistola...


Bom também investir no supino, peitoral, bicicleta, corrida, suplemento alimentar. Ae já é peso demais. Se for usar colete 3A, mochila com outras coisas necessárias, vai pesar muito. Isso para combater inimigos de bermuda e tênis, que vão se deslocar em grande velocidade entre as vielas. E se for se lançar ao chão por causa de granada então...

Afinal é melhor ta preparado para tudo do que ser pego de surpresa ou perder a vida por falta de alguma coisa, mas esse cuidado não pode afetar a mobilidade do combatente, tem que haver um equilibrio entre Necessidade X Mobilidade.


25 carregadores é muito peso. Melhor levar uns 10 carregados e mais munição em caixas na mochila.
Por que não colocam alguém pesadão de munição já carregada indo próximo (não junto) das equipes "ponta de lança"? Coloca o sujeito com uma mochila lotada, e ficando mais recuado ele não vai sofrer pela falta de mobilidade (devidamente acompanhado é claro).

Minha humilde opinião sobre os fatos, ok? NO [033]
:lol:

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 1:28 pm
por ZeRo4
scyther escreveu:25 carregadores é muito peso. Melhor levar uns 10 carregados e mais munição em caixas na mochila.
Por que não colocam alguém pesadão de munição já carregada indo próximo (não junto) das equipes "ponta de lança"? Coloca o sujeito com uma mochila lotada, e ficando mais recuado ele não vai sofrer pela falta de mobilidade (devidamente acompanhado é claro).

Minha humilde opinião sobre os fatos, ok? NO [033]
:lol:


Mas é assim que funciona mesmo...

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 1:30 pm
por PRick
scyther escreveu:
Pablo Maica escreveu:Olha se eu fosse policial e estivesse envolvido numa operação dessas... não botava o pé na entrada da favela com menos 25 carregadores (de fuzil) mais uns 12 de pistola...


Bom também investir no supino, peitoral, bicicleta, corrida, suplemento alimentar. Ae já é peso demais. Se for usar colete 3A, mochila com outras coisas necessárias, vai pesar muito. Isso para combater inimigos de bermuda e tênis, que vão se deslocar em grande velocidade entre as vielas. E se for se lançar ao chão por causa de granada então...

Afinal é melhor ta preparado para tudo do que ser pego de surpresa ou perder a vida por falta de alguma coisa, mas esse cuidado não pode afetar a mobilidade do combatente, tem que haver um equilibrio entre Necessidade X Mobilidade.


25 carregadores é muito peso. Melhor levar uns 10 carregados e mais munição em caixas na mochila.
Por que não colocam alguém pesadão de munição já carregada indo próximo (não junto) das equipes "ponta de lança"? Coloca o sujeito com uma mochila lotada, e ficando mais recuado ele não vai sofrer pela falta de mobilidade (devidamente acompanhado é claro).

Minha humilde opinião sobre os fatos, ok? NO [033]
:lol:


Concordo,

Existem vários indícios de falta de equipe nesta operação, parece que cada polícial age como se os outros não existissem. O próprio incentivo de comprar material por conta própria, não sou contra este tipo de compra, mas mesmo assim, deve-se consultar os outros colegas e fazer compras padronizadas. Na hora do confronto a padronização do material e das ações é importante.

Também se vê uma nítida preferência em usar a força, disparar balas para todo o lado. Um bom atirador é aquele que não disperdiça munição, e só atira quando tem um alvo, ou justificativa para fazê-lo.

Acho que a próxima operação precisa ser melhor que esta.

[ ]´s

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 1:35 pm
por Kratos
Pelo visto as polícias estão precisando de algumas M249 pra prestar apoio.

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 1:51 pm
por PQD
Bolovo escreveu:Mais uma do Rambo.

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E claro, "Meu sonho é ir para o Iraque!"

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AEUIAEIHAE

Esse maluco é doido total. Ainda bem que a PCERJ tem esse cara! :D


esse estilo eu conheco bem, tenho mais de uma duzia de colegas que fariam esse "trabalho" de graca por motivos varios ou incompreeciveis para muitos e que nao comentarei aqui, e ainda sem nenhum "FLASH", sao pessoas necessarias que nao ligam de partir pro sacrificio...

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 2:13 pm
por Dieneces
henriquejr escreveu:
Alexandre Beraldi escreveu:
Carlos Mathias escreveu:Beraldi, esse cara aí não é operador de MAG amigo, 690 munições é dose, né? E pode-se levar um pequeno e jeitosinho PARA-FAL.

690 cartuchos foi cruel...


henriquejr escreveu:Com certeza um exagero uma vez que as linhas de suprimento estão sempre muito próximas e são constantes, ao contrario de uma campanha em território inimigo numa guerra convencional. Isso faz com que seja desnecessario o guerreiro levar essa quantidade toda de munição, bastando apenas os carregadores que ja estão no colete. Como sabemos a imprensa é expecialista em aumentar fatos, não duvido que esta informação seja mais um exageiro de uma imprensa desinformada!


Os colegas do CORE costumam subir com uma "mochilinha" com 10 a 12 carregadores, uma meia dúzia de granadas de luz e som ou pimenta, mais uma dúzia ou duas de "caixinhas bege" (a caixa de munição da CBC com 40 cartuchos de 5,56x45mm)... Eu só não saio com mais carregadores de fuzil (tenho 9) porque não tenho de quem comprar...

Quando você entra numa quebrada assim, conforme você avança, seu grupo vai diminuindo a cada bifurcação, a cada esquina, a cada construção que você toma... Daqui a pouco é você e mais um ou dois colegas no alto de uma laje tendo que segurar meia dúzia de trafica até o apoio conseguir achar você naqueles labirintos, ou você acha que é fácil???

Se você não "sentar o prego" sem parar na posição dos caras, eles vão se chegando e te cercando, aí se te colocam no meio de um "L" com um cara atirando de cada lado, já era... Munição para operação policial desta natureza não é só para fazer tiro ao alvo em vagabundo, se você não segurar a posição e restringir o movimento dos malas, você fica cercado e fud...do em dois minutos... E a polícia não tem MAG, morteiro de 60mm, Carl Gustav, etc... para segurar os caras enquanto manobramos no terreno, é só no fuzil mesmo !!! Então 500/600 cartuchos é o mínimo para você fazer uma operação desta natureza, neste local, com esta geografia e com este tipo de oposição... Não é tiro ao alvo no estande, nem ficar segurando entrada de favela como a FNSP... Se entrar o bicho pega, e se não ficar esperto, vai pro moedor de carne...

E não pense que tem batalhão logístico para te apoiar, com caminhãozinho trazendo munição, água, comidinha e cobertor para você tirar soneca no intervalo do tiro-teio... Ou então que um colega vai subir até lá em cima para te levar munição... Não vai... E se for, ele vai acabar gastando a munição no caminho até conseguir achar você, pois não tem nem como você explicar pelo rádio/telefone/Nextel onde você está...


Caro amigo Beraldi, pelo jeito que voce falou passa a idéia de que sou do EB, que so conheço doutrina militar e o que se passa dentro dos quarteis. Na verdade eu conheço sim essa parte pois passei algum tempo da minha vida na FAB(BINFA), foi la que nasceu dentro de mim o amor pela operacionalidade e foi isso que me motivou sair da FAB e ir para a Polícia Militar, hoj além de ser policial militar sou estudante de direito e anseio entrar na PF(quem sabe um dia não seremos companheiros de trabalho?!), pois bem, indo direto ao assunto, acho que tenho o minimo de experiencia em operações dentro de favelas e morros para dizer que a equipe de infiltração sempre terá(ou pelo menos deveria ter) apoio logistico com viaturas recheadas de equipamentos paradas em locais estratégicos para remuniciamento. Além do fato de uma operação dessas não chega a durar mais que 6 horas, tendo outra equipe preparada para rendição da primeira equipe. Lógico que estou me baseando nas minhas experiencias com o teatro de operações da minha região, que apesar de ser a mais critica do RN nem de longe pode ser comparada a situação do RJ. Para resumir, o que eu quero dizer é que 600 munições é um exageiro sim, já que não se trata de uma operação em que o sujeito vai ter que passar varios dias longe das linhas de suprimento, prova disso é que o equipamento padrão do BOPE/RJ para essas operações é de 5 carregadores de fuzil e 4 carregadores de pistola, além de granadas de diversos tipos. Essa informação quem me passou foi um Capitão do próprio BOPE/RJ que recentemente veio aqui no RN fazer umas palestras sobre Entradas Táticas. Na minha opnião o guerreiro da Civil em questão é um tremendo "mugangueiro", gosta de se equipar. Eu não falo isso em tom de deboche, uma vez que eu tambem me considero um! Afinal é melhor ta preparado para tudo do que ser pego de surpresa ou perder a vida por falta de alguma coisa, mas esse cuidado não pode afetar a mobilidade do combatente, tem que haver um equilibrio entre Necessidade X Mobilidade.
Ressalte-se que o policial em questão é integrante de uma equipe de elite que atua na vanguarda das operações levadas a cabo nos morros , contra os traficantes . Não se pode compará-lo com o "grosso da tropa" , equipamento e muito menos atitude não serão iguais ao restante dos policiais . Se vê que o cara é um guerreiro nato. Não é serviço pra qualquer um .

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 3:57 pm
por A.K. for T-7
henriquejr escreveu:
Alexandre Beraldi escreveu:
Carlos Mathias escreveu:Beraldi, esse cara aí não é operador de MAG amigo, 690 munições é dose, né? E pode-se levar um pequeno e jeitosinho PARA-FAL.

690 cartuchos foi cruel...


henriquejr escreveu:Com certeza um exagero uma vez que as linhas de suprimento estão sempre muito próximas e são constantes, ao contrario de uma campanha em território inimigo numa guerra convencional. Isso faz com que seja desnecessario o guerreiro levar essa quantidade toda de munição, bastando apenas os carregadores que ja estão no colete. Como sabemos a imprensa é expecialista em aumentar fatos, não duvido que esta informação seja mais um exageiro de uma imprensa desinformada!


Os colegas do CORE costumam subir com uma "mochilinha" com 10 a 12 carregadores, uma meia dúzia de granadas de luz e som ou pimenta, mais uma dúzia ou duas de "caixinhas bege" (a caixa de munição da CBC com 40 cartuchos de 5,56x45mm)... Eu só não saio com mais carregadores de fuzil (tenho 9) porque não tenho de quem comprar...

Quando você entra numa quebrada assim, conforme você avança, seu grupo vai diminuindo a cada bifurcação, a cada esquina, a cada construção que você toma... Daqui a pouco é você e mais um ou dois colegas no alto de uma laje tendo que segurar meia dúzia de trafica até o apoio conseguir achar você naqueles labirintos, ou você acha que é fácil???

Se você não "sentar o prego" sem parar na posição dos caras, eles vão se chegando e te cercando, aí se te colocam no meio de um "L" com um cara atirando de cada lado, já era... Munição para operação policial desta natureza não é só para fazer tiro ao alvo em vagabundo, se você não segurar a posição e restringir o movimento dos malas, você fica cercado e fud...do em dois minutos... E a polícia não tem MAG, morteiro de 60mm, Carl Gustav, etc... para segurar os caras enquanto manobramos no terreno, é só no fuzil mesmo !!! Então 500/600 cartuchos é o mínimo para você fazer uma operação desta natureza, neste local, com esta geografia e com este tipo de oposição... Não é tiro ao alvo no estande, nem ficar segurando entrada de favela como a FNSP... Se entrar o bicho pega, e se não ficar esperto, vai pro moedor de carne...

E não pense que tem batalhão logístico para te apoiar, com caminhãozinho trazendo munição, água, comidinha e cobertor para você tirar soneca no intervalo do tiro-teio... Ou então que um colega vai subir até lá em cima para te levar munição... Não vai... E se for, ele vai acabar gastando a munição no caminho até conseguir achar você, pois não tem nem como você explicar pelo rádio/telefone/Nextel onde você está...


Caro amigo Beraldi, pelo jeito que voce falou passa a idéia de que sou do EB, que so conheço doutrina militar e o que se passa dentro dos quarteis. Na verdade eu conheço sim essa parte pois passei algum tempo da minha vida na FAB(BINFA), foi la que nasceu dentro de mim o amor pela operacionalidade e foi isso que me motivou sair da FAB e ir para a Polícia Militar, hoj além de ser policial militar sou estudante de direito e anseio entrar na PF(quem sabe um dia não seremos companheiros de trabalho?!), pois bem, indo direto ao assunto, acho que tenho o minimo de experiencia em operações dentro de favelas e morros para dizer que a equipe de infiltração sempre terá(ou pelo menos deveria ter) apoio logistico com viaturas recheadas de equipamentos paradas em locais estratégicos para remuniciamento. Além do fato de uma operação dessas não chega a durar mais que 6 horas, tendo outra equipe preparada para rendição da primeira equipe. Lógico que estou me baseando nas minhas experiencias com o teatro de operações da minha região, que apesar de ser a mais critica do RN nem de longe pode ser comparada a situação do RJ. Para resumir, o que eu quero dizer é que 600 munições é um exageiro sim, já que não se trata de uma operação em que o sujeito vai ter que passar varios dias longe das linhas de suprimento, prova disso é que o equipamento padrão do BOPE/RJ para essas operações é de 5 carregadores de fuzil e 4 carregadores de pistola, além de granadas de diversos tipos. Essa informação quem me passou foi um Capitão do próprio BOPE/RJ que recentemente veio aqui no RN fazer umas palestras sobre Entradas Táticas. Na minha opnião o guerreiro da Civil em questão é um tremendo "mugangueiro", gosta de se equipar. Eu não falo isso em tom de deboche, uma vez que eu tambem me considero um! Afinal é melhor ta preparado para tudo do que ser pego de surpresa ou perder a vida por falta de alguma coisa, mas esse cuidado não pode afetar a mobilidade do combatente, tem que haver um equilibrio entre Necessidade X Mobilidade.


Cara, vai ser ótimo ter você como colega, afinal o maior problema da PF é o efetivo.

Agora deixe eu te explicar umas coisas. A primeira é: quando vier para a PF, esqueça dos conceitos da PM, pois aqui eles não se aplicam: escalas organizadas, rendição, serviço com hora para acabar, apoio, rádio, etc. NON ECXISTE !!! Quem te fala é um cara que foi Oficial da PM de SP de 1995 a 2001, atuando exclusivamente na área operacional. O mais comum aqui na PF é o pessoal da Inteligência falar: "é só um cara na casa tal, ou na fazenda tal, pega uma equipe e busca lá ele para nós, não demora mais que meia hora porque já está tudo esquematizado, olha só o plano..." Aí você vai, e uma operação que era para durar 30 a 40 minutos, dura 3 a 4 dias, por conta dos desdobramentos... E não, não tem apoio, pelo simples fato de não ter efetivo, é você e seus parceiros, e só. Para se ter uma idéia, trabalhei um tempo em um Núcleo de Repressão de Entorpecentes (NRE) na fronteira que tinha um efetivo previsto de 26 policiais, quando éramos na realidade apenas 4.... e se vira negão...

O que eu quero te dizer, é que todo este planejamento que você citou, com pontos de apoio, tempo de operação, rendição, etc. simplesmente não se aplica no caso de operações da PF e, por analogia, em operações de ocupação de grandes áreas como a aqui em comento... Não pense que eu não conheço a sua realidade do RN. Como PF você faz de tudo e em todo lugar. Só para você ter uma idéia, uma operação aí no morro da Mãe Luíza, em Natal, que estou certo que você conhece... Enquanto a PM daí normalmente vai subir com "N" viaturas e "N" policiais, etc., etc. - aí uma grande diferença, porque neste ponto crítico de Natal, pois mesmo sendo um morro, você consegue acessar quase 90% dele de viatura - não foi nem uma nem duas vezes que eu e uns colegas subimos para buscar umas figuras, numa equipe de 5 ou 6 policiais apenas...

O que eu escrevi é o que se aplica para uma realidade bem diferente do que a que você vive. Eu sei porque eu senti o choque e a diferença quando comecei trabalhar na PF. Você vai sentir isto em breve também, tenho certeza.

Quanto ao que o Cap. Busnello do BOPE disse por aí (assumi que foi ele, porque normalmente ele que dá estas instruções), tenha certeza de que as coisas são ditas com certa adaptação para a realidade local, de modo a motivar e tornar possível uma aplicação dos conceitos dentro da realidade de sua Instituição, caso contrário normalmente cria-se um bloqueio e uma antipatia que impedem a absorção dos conhecimentos passados, o que é humano e natural, pois tem gente que pensa "aqui não dá, não temos estes materiais", ou " o cara está se achando o Rambo", etc...

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 4:16 pm
por A.K. for T-7
PRick escreveu:
scyther escreveu:
Pablo Maica escreveu:Olha se eu fosse policial e estivesse envolvido numa operação dessas... não botava o pé na entrada da favela com menos 25 carregadores (de fuzil) mais uns 12 de pistola...


Bom também investir no supino, peitoral, bicicleta, corrida, suplemento alimentar. Ae já é peso demais. Se for usar colete 3A, mochila com outras coisas necessárias, vai pesar muito. Isso para combater inimigos de bermuda e tênis, que vão se deslocar em grande velocidade entre as vielas. E se for se lançar ao chão por causa de granada então...

Afinal é melhor ta preparado para tudo do que ser pego de surpresa ou perder a vida por falta de alguma coisa, mas esse cuidado não pode afetar a mobilidade do combatente, tem que haver um equilibrio entre Necessidade X Mobilidade.


25 carregadores é muito peso. Melhor levar uns 10 carregados e mais munição em caixas na mochila.
Por que não colocam alguém pesadão de munição já carregada indo próximo (não junto) das equipes "ponta de lança"? Coloca o sujeito com uma mochila lotada, e ficando mais recuado ele não vai sofrer pela falta de mobilidade (devidamente acompanhado é claro).

Minha humilde opinião sobre os fatos, ok? NO [033]
:lol:


Concordo,

Existem vários indícios de falta de equipe nesta operação, parece que cada polícial age como se os outros não existissem. O próprio incentivo de comprar material por conta própria, não sou contra este tipo de compra, mas mesmo assim, deve-se consultar os outros colegas e fazer compras padronizadas. Na hora do confronto a padronização do material e das ações é importante.

Também se vê uma nítida preferência em usar a força, disparar balas para todo o lado. Um bom atirador é aquele que não disperdiça munição, e só atira quando tem um alvo, ou justificativa para fazê-lo.
Acho que a próxima operação precisa ser melhor que esta.

[ ]´s


PRick,

Na parte que destaquei, você está parecendo o pessoal do Viva Rio :lol: :lol: :lol:

Mas é sério, este conceito de vou atirar só no alvo é muito comum nas pessoas que não vivenciam esta situação de fato e não conhecem como se faz para manter uma posição, evitar um cerco, dar cobertura para avanço, etc. Não que eu esteja cobrando este tipo de conhecimento de você, de forma alguma, mesmo porque, pelo que sei, você não é policial. Agora este tipo de procedimento é o que o policial preparado para este tipo de ação tem que fazer.

"Bom atirador" como você disse, tem no Estande de Tiro, na Olimpíada, etc. "Bom Combatente" é um conceito muito mais amplo, e que engloba também o conceito de bom atirador, só que o Bom Combatente sabe a técnica e a tática para atuar nestes cenários, sem arriscar a vida de inocentes e de seus companheiros.

É óbvio que você não vai ensinar para um novo soldado da PM de um batalhão não-especializado ou para um policial civil recém-incorporado a fazer saturação na posição dos malas, para deixá-los de cabeça abaixada e parados enquanto outra equipe faz o cerco, mesmo porque o recruta iria disparar a esmo e sem o critério necessário, gerando as famosas "balas perdidas" e vitimando inocentes. Mas uma equipe devidamente preparada é capaz de fazer isso, de forma que até evita as balas perdidas, pois ao segurar os malas de cabeça baixa, eles não podem ficar pescoçando e atirando a esmo na direção de onde vem subindo a polícia - que, coincidentemente é da direção da rua e do resto da cidade...

Bom resumindo e finalizando: não vou ficar aqui expondo técnicas e táticas para justificar a necessidade do policial da equipe precursora levar um grande volume de munição numa ação de assalto inicial a uma posição mantida pelo tráfico em área de favela e com intenção de manter posterior ocupação, mas tenha certeza que ninguém leva mais do que o necessário aconselhado pela PRUDÊNCIA e EXPERIÊNCIA, características típicas dos policiais escalados para este tipo de ação tão especializada.

PS: quanto a falta de equipe ou padronização, é o que acontece quando você junta efetivos de toda a cidade, e às vezes de todo o Estado, geografica e funcionalmente bem separados e distintos em seus conceitos, técnicas, experiências e até, porque não, distintos em suas amizades...

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 4:46 pm
por PRick
Alexandre Beraldi escreveu:
PRick escreveu:
scyther escreveu:
Pablo Maica escreveu:Olha se eu fosse policial e estivesse envolvido numa operação dessas... não botava o pé na entrada da favela com menos 25 carregadores (de fuzil) mais uns 12 de pistola...


Bom também investir no supino, peitoral, bicicleta, corrida, suplemento alimentar. Ae já é peso demais. Se for usar colete 3A, mochila com outras coisas necessárias, vai pesar muito. Isso para combater inimigos de bermuda e tênis, que vão se deslocar em grande velocidade entre as vielas. E se for se lançar ao chão por causa de granada então...

Afinal é melhor ta preparado para tudo do que ser pego de surpresa ou perder a vida por falta de alguma coisa, mas esse cuidado não pode afetar a mobilidade do combatente, tem que haver um equilibrio entre Necessidade X Mobilidade.


25 carregadores é muito peso. Melhor levar uns 10 carregados e mais munição em caixas na mochila.
Por que não colocam alguém pesadão de munição já carregada indo próximo (não junto) das equipes "ponta de lança"? Coloca o sujeito com uma mochila lotada, e ficando mais recuado ele não vai sofrer pela falta de mobilidade (devidamente acompanhado é claro).

Minha humilde opinião sobre os fatos, ok? NO [033]
:lol:


Concordo,

Existem vários indícios de falta de equipe nesta operação, parece que cada polícial age como se os outros não existissem. O próprio incentivo de comprar material por conta própria, não sou contra este tipo de compra, mas mesmo assim, deve-se consultar os outros colegas e fazer compras padronizadas. Na hora do confronto a padronização do material e das ações é importante.

Também se vê uma nítida preferência em usar a força, disparar balas para todo o lado. Um bom atirador é aquele que não disperdiça munição, e só atira quando tem um alvo, ou justificativa para fazê-lo.
Acho que a próxima operação precisa ser melhor que esta.

[ ]´s


PRick,

Na parte que destaquei, você está parecendo o pessoal do Viva Rio :lol: :lol: :lol:

Mas é sério, este conceito de vou atirar só no alvo é muito comum nas pessoas que não vivenciam esta situação de fato e não conhecem como se faz para manter uma posição, evitar um cerco, dar cobertura para avanço, etc. Não que eu esteja cobrando este tipo de conhecimento de você, de forma alguma, mesmo porque, pelo que sei, você não é policial. Agora este tipo de procedimento é o que o policial preparado para este tipo de ação tem que fazer.

"Bom atirador" como você disse, tem no Estande de Tiro, na Olimpíada, etc. "Bom Combatente" é um conceito muito mais amplo, e que engloba também o conceito de bom atirador, só que o Bom Combatente sabe a técnica e a tática para atuar nestes cenários, sem arriscar a vida de inocentes e de seus companheiros.

É óbvio que você não vai ensinar para um novo soldado da PM de um batalhão não-especializado ou para um policial civil recém-incorporado a fazer saturação na posição dos malas, para deixá-los de cabeça abaixada e parados enquanto outra equipe faz o cerco, mesmo porque o recruta iria disparar a esmo e sem o critério necessário, gerando as famosas "balas perdidas" e vitimando inocentes. Mas uma equipe devidamente preparada é capaz de fazer isso, de forma que até evita as balas perdidas, pois ao segurar os malas de cabeça baixa, eles não podem ficar pescoçando e atirando a esmo na direção de onde vem subindo a polícia - que, coincidentemente é da direção da rua e do resto da cidade...

Bom resumindo e finalizando: não vou ficar aqui expondo técnicas e táticas para justificar a necessidade do policial da equipe precursora levar um grande volume de munição numa ação de assalto inicial a uma posição mantida pelo tráfico em área de favela e com intenção de manter posterior ocupação, mas tenha certeza que ninguém leva mais do que o necessário aconselhado pela PRUDÊNCIA e EXPERIÊNCIA, características típicas dos policiais escalados para este tipo de ação tão especializada.

PS: quanto a falta de equipe ou padronização, é o que acontece quando você junta efetivos de toda a cidade, e às vezes de todo o Estado, geografica e funcionalmente bem separados e distintos em seus conceitos, técnicas, experiências e até, porque não, distintos em suas amizades...


Não se trata de ser a favor ou contra, mas ao contrário do que muitos pensam, trata-se de uma operação policial, vale dizer as leis tem que ser cumpridas, e um policial, não é um militar, parece que alguns se esquecem deste pequeno detalhe. Fazer fogo de saturação não se aplica aqui, porque isto vai resultar em mortes de inocentes, que são a maioria na favela. Por sinal, segundo o secretário de segurança, a operação foi suspensa pq não poderia ser mais garantido a segurança da população em face ao confronto. Um policial não deve responder ao fogo de modo instintivo, somente, se sua vida estiver em perigo, ou seja, legitima defesa.

Como falei, existe uma clara tendência ao uso da força, do grosso calibre, do poder de fogo, etc.. Me pergunto se este tipo de escalada é boa para os policiais? O que vemos é a morte sistemática de policiais, cada vez mais frequentes. :wink:

O fato de operações desse tipo serem realizadas, elas devem ser na menor escala possível, principalmente, no uso da força. Talvez por isso algumas reações estão sendo notadas. Acho que não custa nada economizar munição e cadáveres, para depois não ter que suspender este tipo de operação por ordem judicial. Porque são eles as autoridades. :roll:

O brasileiro adora criticar o outro que não cumpre a lei, políticos safados, etc.. Mas da mesma forma acham que algumas outras leis não devem ser cumpridas, ou que alguns podem ficar acima da lei. É certo que existe um limite da legalidade, e a atuação policial muitas vezes esbarra neste limite, porém, não vamos fazer disso uma rotina.

O pior que pode acontecer é este tipo de operação perder a credibilidade. Vamos usá-la bem, para podermos usá-la sempre. Isto inclui treinamento em conjunto e padronização de equipamentos, só seria benéfico para os participantes da operação. Como falei a operação parece ter sido bem sucedida, mas pode ser melhorada, inclusive com menos imprensa. :lol:

[ ]´s

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 5:44 pm
por A.K. for T-7
PRick,

Não vou tentar mais explicar certas coisas aqui, pois se você partir de um conceito que busca trazer para o mesmo plano todo o tipo de policial e todo o tipo de ação policial, nunca chegaremos a um pleno entendimento do que acontece.

É como se eu, que não entendo muito de Marinha, ficasse falando que "navio da marinha de guerra" é tudo igual, TODOS devem ter canhões e mísseis porque TODOS são navios da marinha de guerra, e se um navio de guerra não tem canhões e mísseis ele não é um navio da marinha de guerra... Não é o caso, não é mesmo? Acho que deu para tentar traçar um paralelo...

Para terminar: fogo de saturação é uma expressão que usei para tentar explicar a ação de fazer fogo numa posição em que os marginais estão utilizando para disparar contra as forças de segurança, numa velocidade, sequência e quantidade que mantenham-nos impossibilitados de retornar o fogo, impedindo que disparem (eles) sem critério algum, arriscando a vida de inocentes. Como você disse, o policial só deve disparar se sua vida estiver em perigo... mas não, ele também dispara (e muito mais) para defender outras pessoas, colegas e cidadãos comuns, e é aqui que isto se enquadra: é a chamada legítima defesa de terceiros. E no caso, para defender os policiais que se expoem nas vielas enquanto sobem o morro e tomam posições, e para defender os cidadãos que estão atrás dos policiais e na linha de tiro dos marginais (no asfalto), este conceito se aplica perfeitamente.

O policial que faz esta operação não é o brucutu que prega a imprensa do Rio (aliás, grande responsável, com sua generalização inconsequente, pela desmoralização e desmotivação da polícia do Rio, que só fortaleceu o tráfico ao restringir a capacidade de ação da polícia por medo de consequências políticas eleitoreiras advindas de uma atuação mais firme), ou o policial médio que você vê fazendo a patrulha de seu bairro. Falar que ele é despreparado e vai vitimar inocentes neste tipo de ação é como falar para o Almirante que ele não pode comandar o São Paulo, pois senão ele vai encalhar o navio num banco de areia...

As leis, para serem cumpridas, em certos casos, como neste em tela, precisam ser impostas à força, pois ali é o núcleo de um estado paralelo que não aceita e que combate estas leis. Ou como vamos fazer? Se você tiver alguma sugestão, estou todo ouvidos... só não me venha com política social e educação, etc, porque isto é para médio e longo prazo, sendo que o tráfico está dominando a região e oprimindo (agora sim a maioria da ...) população local. No mais, não há implantação de educação e de políticas sociais se os agentes de estado, encarregados destas tarefas, não podem e não tem segurança para entrar no local e lá permanecer, realizando suas atribuições.

O uso da "força e do grosso calibre" é uma consequência e reação natural, e PROPORCIONAL, à forma que os marginais recebem os agentes do estado encarregado de aplicar as leis. Ou como uma equipe policial pode fazer para deter um grupo de marginais armados de fuzis FAL, G3 e de uma metralhadora média tipo MAG, Browning ou similar, com amplo estoque de munição e granadas, que insistem em atirar de forma devastadora e irracional ao menor sinal de aproximação da polícia? Como faz para prende-los, homiziados que estão nas construções fortificadas no alto da favela? Mais uma vez estou aberto a sugestões...

A morte de policiais é uma consequência do enfrentamento do estado legalmente constituído com este estado paralelo que tenta não perder suas fontes de poder. A escalada acontece quando o ponto de mudança, o clímax está próximo. Quem cede primeiro, cede em definitivo. Devemos então, nós policiais, nos acovardar e, por medo de morrer, deixar de cumprir nossa missão constitucional de defender a sociedade e manter a ordem pública? Deve ser feito um novo "PACTO SILENCIOSO DE NÃO AGRESSÃO", tipo finja que não estou aqui e continue com sua vidinha medíocre, que aí, só de vez em quando, eu vou na sua área para roubar playboyzada e matar os tiozinho que não se ligam em quem é o dono da área... agora se você vier me encher eu desço para o asfalto direto e aí vocês vão ver o cerol... Ah, e nesse meio tempo, nem pense em vir "na minha área" , "no meu território" se não o bicho pega... Fique por aí no seu asfalto burguês da zona sul e nos ature !!! É isso que o Rio quer de volta??? Tenho certeza que não !!!

Ninguém quer torrar munição e fabricar cadáveres, mas isso não vai deixar de ser feito se for necessário para acabar com este poder paralelo e impor a lei de toda a sociedade naquele "território ocupado", onde um pequeno grupo de assassinos desajustados submete aos seus desígnios uma população inocente, sendo muitas vezes estes marginais acobertados por uma burguesia cheiradora, intelectualizada e baseada em paradigmas de sociedade européia, que idealiza o marginal excluído da sociedade como um ser que só faz o que faz para chamar a atenção para sua situação social....

Quando a polícia sobe o morro e enfrenta a marginalidade, o faz para cumprir a lei, não sobe com o desígnio e o livre propósito de desrespeitá-la, como você disse. Apesar da imprensa aí dizer o contrário, policial não é bandido e não vai para a ação predisposto a fazer o mal, matar, atirar, e toda a sorte de m... que estou cansado de ouvir. VOCÊ VAI PORQUE É O SEU TRABALHO, PORQUE É O QUE VOCÊ FAZ PARA BUSCAR UMA MELHORA PARA A SOCIEDADE TÃO FUD...DA QUE SÓ TOMA NA CABEÇA E É FEITA DE OTÁRIA DIARIAMENTE PELOS NOSSOS GOVERNANTES. VOCÊ VAI PARA QUE A SOCIEDADE VEJA QUE VOCÊ ESTÁ ARRISCANDO SUA VIDA E FAZENDO A SUA PARTE NA BUSCA POR UM MUNDO MELHOR PARA TODOS. VOCÊ ESPERA QUE A SUA CORAGEM E ABNEGAÇÃO INSPIREM OS OUTROS A TAMBÉM FAZEREM A MESMA COISA, AGIREM DE FATO EM PROL DE UMA SOCIEDAEDE MELHOR, E NÃO FICAREM SENTADOS INTELECTUIALIZANDO SOBRE UMA REALIDADE VIOLENTA, CRUEL E ILÓGICA QUE TEM QUE SER ESTIRPADA DO NOSSO MEIO...

Bom, já exaltei... paro por aqui. Vivas para os que, mesmo incompreendidos, tem coragem de lutar.

Enviado: Sáb Jun 30, 2007 6:07 pm
por Dieneces
O que vem a ser arma de grosso calibre (!!??), em se tratando de uso civil-policial , termo muito em uso pela imprensa , por populares e mesmo por policiais , Beraldi ?p.s. Válido o desabafo , Beraldi , nesta explanação do post acima eu te acompanho.