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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Sex Ago 06, 2010 2:18 pm
por marcelo l.
Por sinal, dá asco a política do Obama, enquanto enche o saco do Brasil...os aliados históricos do Vietnam recebem regalias...

http://www.guardian.co.uk/world/2010/au ... gotiations

US and Vietnam in controversial nuclear negotiations
Nuclear agreement would be without usual restrictions on enriching uranium imposed on other nations

The US is said to be negotiating a controversial agreement with Vietnam to provide nuclear fuel and technology without the usual constraints on enriching uranium to prevent proliferation.

The deal has been under discussion for several months following Hanoi's announcement of plans to build 14 nuclear power stations over the next 20 years, according to the Wall Street Journal.

Washington has required several other countries, most recently the United Arab Emirates and Jordan, to agree to source all their nuclear fuel on the international market and to renounce the right to enrich uranium as a requirement for assistance in developing nuclear power.

Vietnam signed an initial memorandum of understanding on nuclear power with the Bush administration in 2001. But the Obama administration has accelerated talks in recent months as Vietnam reaches agreements with other countries including Russia which has been contracted to begin building a light water reactor for $8bn in 2014.

The US and Vietnam signed a new memorandum of understanding in April over broad co-operation on nuclear power including access to "reliable sources of nuclear fuel". An agreement would allow US companies such as General Electric and Bechtel to sell nuclear reactors and other equipment to Vietnam.

But the talks have drawn criticism that Washington is setting a different standard for Vietnam than some other countries.

Henry Sokolski, director of the Nonproliferation Education Centre in Washington, said the US agreeing to allow Hanoi to produce its own nuclear fuel would undermine anti-proliferation efforts.

"After the US set such a good example with the UAE, the Vietnam deal not only sticks out, it could drive a stake through the heart of the general effort to rein in the spread of nuclear fuel-making," he told the Wall Street Journal.

However, Vietnam has said it is not interested in producing its own nuclear fuel because it would be diplomatically sensitive to do so.

Hanoi has also signed nuclear co-operation agreements with several other countries including China, France and India.

The state department did not respond to questions.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Dom Ago 08, 2010 11:40 am
por Marino
Do Plano Brasil
Incrível a posição americana em relação ao Paquistão e a Índia.
Quen te viu, quem te vê.
Hoje, a Índia goza dos benefícios de um acordo nuclear, que viola o TNP, e o Paquistão é aliado incondicional americano.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Dom Ago 08, 2010 11:43 am
por Marino

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Dom Ago 08, 2010 2:13 pm
por Francoorp
Marino escreveu:Do Plano Brasil
Incrível a posição americana em relação ao Paquistão e a Índia.
Quen te viu, quem te vê.
Hoje, a Índia goza dos benefícios de um acordo nuclear, que viola o TNP, e o Paquistão é aliado incondicional americano.
POW eu quase comecei a chorar relembrando a cena... mas so agora notei que o acordo não foi assinado na ONU, mas nos USA, veja as bandeirinhas de fundo... traidores devem ser enforcados, anotem o nome deles ai pra gente fechar as contas depois ! :twisted:

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Ago 09, 2010 9:22 am
por Marino
Levando o desarmamento a sério
Gareth Evans
As armas nucleares não são as mais desumanas já inventadas, mas são as únicas capazes de destruir toda a vida sobre este planeta da forma como a conhecemos.
As pessoas às vezes se esquecem de que o garoto que gritou lobo acabou sendo devorado. Verdade, ninguém foi morto por arma nuclear desde os ataques a Hiroshima e Nagasaki, há exatos 65 anos nesta semana. Além disso, com as tensões da Guerra Fria já muito distantes no tempo, é fácil para os formuladores de política e o público resistir aos fatalistas, ser complacente com a ameaça que essas armas representam e a encarar as tentativas de eliminá-las, ou de conter a sua disseminação, como bem-intencionadas, mas fúteis.
Mas a verdade é que tem sido a pura e simples sorte - não habilidade política, boa gestão profissional, ou algo inerentemente estável referente aos sistemas de armas nucleares do mundo - o que nos permitiu sobreviver por tanto tempo sem catástrofes. Com 23 mil artefatos nucleares (o equivalente a 150 mil Hiroshimas) ainda existentes, mais de 7 mil deles ativamente posicionados, e mais de 2 mil ainda num perigosamente elevado estado de alerta de lançamento preventivo, não podemos pressupor que nossa sorte se mantenha indefinidamente.
Sabemos agora - com as várias revelações sobre erro humano e falhas de sistemas tanto no lado americano como no russo durante a Guerra Fria e desde então, até os nossos dias - que mesmo os mais sofisticados comandos e sistemas de controle não são infalíveis. Então deveria ser óbvio que a manutenção do status quo é intolerável.
Há também o risco, por vezes exagerado, mas inquestionavelmente não desprezível, de atores terroristas não vinculados a Estados deitarem as suas mãos em armas nucleares ou materiais físseis insuficientemente protegidos e explodirem uma bomba num importante centro populacional. E existe a possibilidade desconcertante de novos protagonistas em energia nuclear civil insistirem em construir suas próprias plantas de enriquecimento de urânio ou de reprocessamento de plutônio, acertadamente descritas como "kits para iniciantes em bombas"
O presidente Barack Obama assumiu o cargo atento a todas essas ameaças e determinado, como nenhum outro presidente dos EUA - e quase nenhum outro líder mundial - a eliminá-las. Sua liderança inspirou esperanças de que mais de uma década de sonambulismo estivesse superada, e apresentou alguns ganhos modestos em relação aos 18 meses passados.
Esses ganhos incluem a conclusão do novo tratado Start entre EUA-Rússia, que reduzirá a quantidade de artefatos estratégicos em estado de prontidão. Mas a ratificação do tratado Start não está nem um pouco acelerada no Senado americano e o progresso em outros temas tem sido lento ou incerto: implantar o Tratado para a Proibição Completa dos Testes Nucleares; começar a negociar um novo tratado para proibir a produção de material físsil para armas nucleares; reforçar o regime de não-proliferação com medidas efetivas para detectar violações e impedir abandonos do tratado; chegar a um entendimento sobre gerenciamento internacional dos aspectos mais sensíveis do ciclo de combustíveis; e, acima de tudo, começar novas rodadas de conversas sobre desarmamento, envolvendo não só as duas superpotências nucleares, mas os oito países nuclearmente armados.
O controle de armas e o desarmamento são um negócio extenuante e modorrento que rende poucos benefícios imediatos. Agora que os temas domésticos e as ansiedades em torno da reeleição dominam a maior parte das agendas políticas, será extremamente fácil que o nível de comprometimento decline. Para evitar essa possibilidade, a manutenção da liderança a partir do topo - sobretudo, por parte de Obama e do presidente russo, Dmitri Medvedev - será indispensável. Há, no entanto, uma série de contribuições importantes que Estados e líderes menos poderosos, bem como organizações da sociedade civil, podem fazer.
A tarefa mais importante é que as pessoas com vozes que inspiram confiança aproveitem todas as oportunidades para diminuir a complacência. As mensagens devem ser implacáveis: as armas nucleares não são as mais desumanas já inventadas, mas são as únicas capazes de destruir a vida
sobre este planeta da forma como a conhecemos. O dióxido de carbono também pode nos matar, mas não tão velozmente como bombas.
A segunda tarefa mais importante é estabelecer uma agenda clara de desarmamento global - com objetivos e cronogramas confiáveis. Provavelmente agora será difícil demais fixar uma data limite confiável para chegar direto ao "zero global": restam ainda muitos problemas técnicos de verificação e fiscalização difíceis para serem analisados, assim como os óbvios, de natureza geopolítica e psicológica. Mas não é inconcebível fixar uma data como 2025 como uma meta para minimizar o arsenal nuclear do mundo para menos de 10% do seu tamanho atual, com um número muito pequeno de armas efetivamente mobilizadas, e para seu papel nas doutrinas militares de todos os Estados ser dramaticamente reduzido.
Tampouco é cedo demais para trabalhar em uma nova Convenção de Armas Nucleares que crie uma estrutura viável para negociações multilaterais, e para delinear um mecanismo independente de monitoramento de alto nível que possa detalhar referências claras para progresso, monitorar e criar pressão por mudança.
Todas essas são recomendações da Comissão Internacional para o Desarmamento e a Não-Proliferação Nuclear. No momento em que o mundo comemora o 65º aniversário do bombardeio de Hiroshima e Nagasaki, agora em agosto, precisamos reconhecer que a nossa sorte está acabando - e levá-las a sério.
Gareth Evans é ex-ministro das Relações Exteriores da Austrália e presidente emérito do International Crisis Group, é co-presidente da Comissão Internacional para o Desarmamento e a Não-Proliferação Nuclear e livre docente visitante na Universidade de Melbourne

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Ago 09, 2010 11:05 pm
por Carlos Mathias
Que dêem o exemplo máximo, eliminando as suas próprias armas nucleares como prova incontestável da boa vontade e empenho pela paz a segurança mundial.

:roll: :?

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Qua Ago 11, 2010 9:31 am
por Marino
Parceria nuclear entre Brasil e Argentina será avaliada em Buenos Aires no dia 23
Luiz Antônio Alves Correspondente da Agência Brasil na Argentina
Buenos Aires - Técnicos do Brasil e da Argentina vão se reunir no próximo dia 23 para uma nova rodada de avaliação do programa nuclear conjunto iniciado em 1980. O encontro, que terminará no dia 27, na capital argentina, foi convocado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner no último dia 3, após reunião bilateral ocorrida na cidade de San Juan, que também sediou a 39ª Cúpula do Mercosul.
A rodada de avaliação reunirá técnicos do Comitê Permanente de Política Nuclear (CPPN) e da Comissão Binacional de Energia Nuclear (Coben), órgãos coordenados pela Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc). Um dos assuntos que poderão ser discutidos no encontro de Buenos Aires é o desenho conjunto de um reator nuclear de pesquisas.
Durante entrevista coletiva em San Juan, no dia 2 de agosto, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que em questões nucleares o desenho de um reator, que envolve sofisticada engenharia, é um detalhe importante. Não está prevista a construção conjunta do reator. Depois de elaborado o desenho, com a participação de especialistas brasileiros e argentinos, cada país fabricará o seu.
O programa nuclear Brasil-Argentina foi iniciado em 1980, quando os dois países assinaram acordo de cooperação para o desenvolvimento e a aplicação de usos pacíficos da energia nuclear. Somente 11 anos depois, em 1991, a parceria entrou em nova fase com a criação da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares. No mesmo ano, o Brasil e a Argentina assinaram acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), garantindo a utilização pacífica de seu programa nuclear conjunto.
O ministro Celso Amorim reconhece que, desde então, o programa avançou pouco no que se refere às ações concretas. Na entrevista coletiva em San Juan, Amorim afirmou que, nos últimos anos, o Brasil e a Argentina mantiveram "certo zelo com relação às tecnologias desenvolvidas de um lado e de outro”. “No caso do Brasil, é mais em relação ao enriquecimento do urânio e, no caso da Argentina, esse zelo é com a tecnologia de reatores nucleares", disse. Segundo o chanceler, a possibilidade de os dois países desenharem em conjunto um reator nuclear significa um avanço importante na parceria nuclear.
Na reunião bilateral em San Juan, os presidentes Lula e Cristina Kirchner assinaram declaração conjunta reafirmando que o Brasil e a Argentina continuarão trabalhando na área nuclear em coordenação com os foros internacionais do setor, sempre alinhados no uso pacífico de materiais atômico.
Na declaração, os presidentes lembraram a importância de medidas concretas e urgentes que permitam a eliminação de arsenais atômicos. Lula e Cristina Kirchner destacaram ainda o compromisso permanente com o desarmamento e a não proliferação de armas nucleares, lembrando que todas as nações têm o direito ao uso e ao desenvolvimento da energia nuclear para fins exclusivamente pacíficos.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Ago 30, 2010 11:26 am
por Marino
Brasil e Argentina avançam no projeto de cooperação nuclear
Luiz Antônio Alves
Buenos Aires - Técnicos do Brasil e da Argentina avançaram hoje (27) na discussão sobre o
projeto conjunto de construção de um reator nuclear, no encerramento de uma série de reuniões em
Buenos Aires. Cada país construirá o seu reator para atender as suas necessidades, mas eles terão
praticamente as mesmas especificações técnicas.
Em entrevista na embaixada do Brasil na capital argentina, a subsecretária-geral de Assuntos
Políticos do Itamaraty, Vera Machado, disse que os técnicos dos dois países concluíram que a
viabilidade do projeto é grande. "A cooperação que estamos discutindo pode ser ampliada para vários
outros campos, de acordo com as oportunidades que as pesquisas vão oferecer quando os reatores
estiverem prontos. Do ponto de vista político, há o comprometimento pela continuidade na cooperação
nuclear."
O reator brasileiro, de responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), será
construído a um custo de R$ 150 milhões - já alocados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia – nas
imediações do Centro Experimental Aramar, em Iperó (SP), e deverá entrar em operação em 2016. O
centro de Aramar é responsável pelo desenvolvimento de pesquisas nucleares da Marinha do Brasil. O
local de construção do reator argentino ainda não foi definido.
De acordo com o presidente da Cnen, Odair Dias Gonçalves, os reatores permitirão a realização
de testes de materiais. "Para poder avançar, a indústria nuclear precisa testar materiais sob radiação
intensa e esse é um dos objetivos dos reatores. Com eles também poderão ser realizadas pesquisas
básicas e aplicadas". O projeto de construção dos reatores deverá ter continuidade em 2011.
Especialistas da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle (Abac), Comissão
Binacional de Energia Nuclear (Coben) e do Comitê Permanente de Política Nuclear (CPPN)
participaram das reuniões em Buenos Aires. O próximo encontro para debater o projeto conjunto
ocorrerá em outubro deste ano, no Rio de Janeiro.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Ago 30, 2010 5:06 pm
por varj
Devemos lembrar de que nossos irmão Argentinos durante muitos anos foram bem mais avançados do que nós no campo Nuclear.Acredito ser bem vinda esta iniciativa, além de fortalecer o cone sul.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Ago 30, 2010 5:13 pm
por DELTA22
varj escreveu:Devemos lembrar de que nossos irmão Argentinos durante muitos anos foram bem mais avançados do que nós no campo Nuclear.Acredito ser bem vinda esta iniciativa, além de fortalecer o cone sul.
Tempo verbal correto! :wink: 8-]

[]'s.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Ago 31, 2010 2:43 am
por Luiz Bastos
Eu já acho que foi uma jogada de inteligencia do governo brasileiro. Antes que os americanos laçassem mão dos argentinos para fazerem pressão no programa nuclear brasileiro, eles trataram de abraçar os hermanos não dando chances ao "Tio Sam" para armar o bote. Agora se quiserem bater vão ter que dar a cara pra apanhar também.
E ainda tem gente que pensa que no Itamaraty só tem retardado e maconheiro. :roll: :roll:

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Ago 31, 2010 7:08 am
por varj
DELTA22 escreveu:
varj escreveu:Devemos lembrar de que nossos irmão Argentinos durante muitos anos foram bem mais avançados do que nós no campo Nuclear.Acredito ser bem vinda esta iniciativa, além de fortalecer o cone sul.
Tempo verbal correto! :wink: 8-]

[]'s.

Foram mas demonstraram capacidade.Portanto dentro de limites muito bem estabelecidos, acredito ser positivo um trabalho em conjunto.Além de que tiraria o foco somente no Brasil.Portanto qualquer retaliação atingiria os dois maiores países do cone sul.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Ago 31, 2010 1:06 pm
por WalterGaudério
Luiz Bastos escreveu:Eu já acho que foi uma jogada de inteligencia do governo brasileiro. Antes que os americanos laçassem mão dos argentinos para fazerem pressão no programa nuclear brasileiro, eles trataram de abraçar os hermanos não dando chances ao "Tio Sam" para armar o bote. Agora se quiserem bater vão ter que dar a cara pra apanhar também.
E ainda tem gente que pensa que no Itamaraty só tem retardado e maconheiro. :roll: :roll:
Bem..., eu acho que tem uns caras doidões sim... :lol: , mas sem dúvida que se trata de uma jogada de mestre. O probelma é que a cada jogada desse quilate, existem umas 3 caras na porta..., aí não dá.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Ago 31, 2010 5:55 pm
por varj
Acredito nesta horas ser muito importante o apoio da população para seja divulgado pela mídia e daí ir fechando o círculo contra possíveis represálias.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Ago 31, 2010 6:17 pm
por Francoorp
Que o jogo foi bem feito pelo Itamaraty é inegável, mas creio que ainda temos muito o que jogar para evitar represálias... podem sempre dizer que estamos ameaçando o Uruguai ou o Suriname. :lol:

E a Imprensa PIG vai engolir tudo de novo, direitinho como deve ser. :evil: