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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Nov 10, 2009 2:39 am
por Enlil
Atualizado em 9 de novembro, 2009 - 06:43 (Brasília) 08:43 GMT

No Brasil, 64% querem maior controle do governo na economia

A pesquisa feita a pedido da BBC em 27 países e divulgada nesta segunda-feira revelou que 64% dos brasileiros entrevistados defendem mais controle do governo sobre as principais indústrias do país.


Não apenas isso: 87% dos entrevistados defenderam que o governo tenha um maior papel regulando os negócios no país, enquanto 89% defenderam que o Estado seja mais ativo promovendo a distribuição de riquezas.

A insatisfação dos brasileiros com o capitalismo de livre mercado chamou a atenção dos pesquisadores, que qualificaram de “impressionante” os resultados do país.

“Não é que as pessoas digam, sem pensar, ‘sim, queremos que o governo regulamente mais a atividade das empresas’. No Brasil existe um clamor particular em relação a isso”, disse Steven Kull, o diretor do Programa sobre Atitudes em Políticas Internacionais (Pipa, na sigla em inglês), com sede em Washington.

O percentual de brasileiros que disseram que o capitalismo “tem muitos problemas e precisamos de um novo sistema econômico” (35%) foi maior que a média mundial (23%).

Enquanto isso, apenas 8% dos brasileiros opinaram que o sistema “funciona bem e mais regulação o tornaria menos eficiente”, contra 11% na média mundial.

Para outros 43% dos entrevistados brasileiros, o livre mercado “tem alguns problemas, que podem ser resolvidos através de mais regulação ou controle”. A média mundial foi de 51%.

“É uma expressão de grande insatisfação com o sistema e uma falta de confiança de que possa ser corrigido”, disse Kull.

“Ao mesmo tempo, não devemos entender que 35% dos brasileiros querem algum tipo de socialismo, esta pergunta não foi incluída. Mas os brasileiros estão tão insatisfeitos com o capitalismo que estão interessados em procurar alternativas.”

A pesquisa ouviu 835 entrevistados entre os dias 2 e 4 de julho, nas ruas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Globalização

O levantamento é divulgado em um momento em que o país discute a questão da presença estatal na economia.

Definir para que caixa vai a receita levantada com a exploração de recursos naturais importantes, como o petróleo da camada pré-sal, divide opiniões entre os que defendem mais e menos presença do governo no setor econômico.

Steven Kull avaliou que esta discussão não é apenas brasileira, mas latino-americana. Para ele, o continente está “mais à esquerda” em relação a outras regiões do mundo.

A pesquisa reflete o “giro para a esquerda” que o continente experimentou no fim da década de 1990, quando o modelo de abertura de mercado que se seguiu à queda do muro de Berlim e à dissolução da antiga União Soviética dava sinais de esgotamento.

Começando com a eleição de líderes como Hugo Chávez, na Venezuela, em 1998, o continente viu outros presidentes de esquerda chegarem ao poder, como o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador).

Mas Kull disse não crer que o ceticismo dos brasileiros na pesquisa “seja necessariamente uma rejeição do processo de abertura dos anos 1990”.

“Vimos em pesquisas anteriores que os brasileiros não são os mais entusiasmados com a globalização”, disse.

“Eles ainda são bastante negativos em relação à globalização, e o que vemos aqui (nesta pesquisa) é mais o desejo de que o governo faça mais para mitigar os efeitos negativos dela, melhorar a distribuição de renda e colocar mais restrições à atividade das empresas.”

Mas ele ressalvou: “Lembre-se de que a resposta dominante aqui é que o capitalismo tem problemas, mas pode ser melhorado com reformas. A rejeição ao atual sistema econômico e à abertura econômica não é dominante, é que há um desejo maior de contrabalancear os efeitos disto”.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... l_rw.shtml

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Seg Nov 16, 2009 11:05 pm
por soultrain
O homem-bomba da Suíça
From Wikileaks
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May 8, 2009

By Leonardo Attuch (Istoe Dinheiro)[1]
"Pelo banco, passaram recursos de empresários, políticos e advogados do Brasil" - Rudolf Elmer, ex-diretor do Julius Baer
"Pelo banco, passaram recursos de empresários, políticos e advogados do Brasil" - Rudolf Elmer, ex-diretor do Julius Baer

Rudolf Elmer foi diretor nas Ilhas Cayman de um grande banco suíço. Arrependido, ele se oferece para colaborar com o governo brasileiro para ajudar a rastrear o dinheiro sujo

Vivendo num pequeno arquipélago do oceano Índico, nas Ilhas Maurício, o ex-banqueiro Rudolf Elmer se transformou no inimigo público número 1 da Suíça. Chamado de “traidor” do seu país, ele pretende implodir uma tradição de mais de 500 anos: o segredo bancário. Graças ao sigilo, a Suíça administra hoje mais de US$ 3 trilhões em contas secretas. Elmer foi auditor de um dos maiores bancos locais, o Julius Baer, que tem US$ 42 bilhões em ativos, e dirigiu a filial das Ilhas Cayman até 2002, quando foi demitido e iniciou uma longa guerra com o banco. Agora, ele pretende revelar o que sabe – e garante que seus segredos passam pelo Brasil. “Posso colaborar com governos de vários países num esforço para rastrear e repatriar recursos não declarados”, disse ele com exclusividade à DINHEIRO (leia à página seguinte). Elmer afirma que passaram pelo Julius Baer recursos de políticos, empresários e advogados brasileiros. Dos clientes notórios da América Latina, ele destaca a família do ex-presidente do México, Carlos Salinas.

Rudolf Elmer se transformou num homem-bomba porque, pela primeira vez, um banqueiro suíço vem a público revelar os meandros de uma atividade sempre cercada por sigilo e mistério. E suas denúncias ocorrem num momento de grande pressão sobre a Suíça. O UBS, maior banco do país, fez um acordo com a Justiça dos Estados Unidos e abriu as identidades de mais de 200 clientes. O Credit Suisse, segundo banco do país, informou, dias atrás, que fechará as contas de clientes dos Estados Unidos mantidos em filiais off-shore, como os paraísos fiscais das Ilhas Cayman. E, no Brasil, banqueiros suíços foram presos em três operações recentes da Polícia Federal: Kaspar I, Kaspar II e Castelo de Areia. “Estamos assistindo ao começo do fim dos paraísos fiscais”, diz Elmer.
Sede do Banco, em zurique, na Suíça: com US$ 42 bilhões em ativos, o Julius Baer administra grandes fortunas globais
Sede do Banco, em zurique, na Suíça: com US$ 42 bilhões em ativos, o Julius Baer administra grandes fortunas globais

Os papéis mantidos pelo ex-diretor do Julius Baer revelariam os nomes das empresas – ou trusts – que seriam mantidas por clientes de vários países do mundo no Julius Baer. Mas Martin Somogyi, porta-voz do banco, disse à DINHEIRO que são “documentos forjados”. Elmer, por sua vez, nega que tenha fabricado qualquer evidência. E diz que está pronto para colaborar com autoridades brasileiras. Suas denúncias já ajudaram o governo da Bélgica a investigar o banqueiro Philipp Stoclet, dono de uma das maiores fortunas do país. Além disso, Elmer diz ter cooperado com autoridades fiscais da Alemanha e dos Estados Unidos, onde foram identificados nomes de cotistas em paraísos fiscais do Carlyle, uma das maiores empresas de private equity do mundo. “O sistema financeiro suíço é parte de um esquema de corrupção sistêmica”, diz ele, que está prestes a concluir um livro sobre o tema, chamado Um paraíso para alguns não é paraíso para ninguém.

Muitos dos registros do Julius Baer apareceram em primeira mão no site americano Wikileaks, especializado em vazamentos de documentos confidenciais. Incomodados, os diretores do banco em Zurique entraram com uma ação judicial para tentar fechar o Wikileaks. Perderam e a decisão de um juiz da Califórnia, tomada em março deste ano, foi considerada um marco na defesa da liberdade de informação. “Já não é mais possível ocultar a verdade”. Leia a seguir a entrevista exclusiva de Elmer à DINHEIRO.

“Sou uma ameaça aos paraísos fiscais”

Considerado traidor da Suíça e disposto a vazar documentos sobre grandes clientes do Julius Baer, Rudolf Elmer falou com exclusividade à DINHEIRO

DINHEIRO – Qual era sua função no Julius Baer das Ilhas Cayman?
RUDOLF ELMER – Eu fui auditor durante sete anos em Zurique, na Suíça, antes de me tornar responsável pelo escritório do banco em Cayman. Lá, cuidei da operação como um todo e percebi que estava sentado sobre um barril de dinamite. Especialmente porque as Ilhas Cayman não são um lugar apropriado para quem questiona a conduta dos bancos. Comecei até a receber ameaças de morte.

DINHEIRO – O sr. cuidou do dinheiro de clientes do Brasil e da América Latina?
ELMER – Nós cuidávamos das empresas, dos registros contábeis, dos contratos e das transações que eram feitas em fundos off-shore. Sabíamos quem eram os clientes, mas a relação direta com eles era feita com os gestores do Julius Baer em Nova York ou Zurique.

DINHEIRO – E quem eram os clientes?
ELMER – Passaram pelo Julius Baer em Cayman empresários, políticos e advogados brasileiros. Se houver interesse, posso vir a colaborar com a Justiça brasileira. Mas um caso notório na América Latina diz respeito a recursos do ex-presidente do México, Carlos Salinas. Ainda hoje, há US$ 130 milhões em recursos bloqueados na Suíça ligados a ele.

DINHEIRO – O sr. hoje se arrepende de ter sido um banqueiro suíço?
ELMER – Sinto vergonha. Fui parte de uma organização que não causa danos apenas a países do Terceiro Mundo. Esse sistema é também prejudicial aos países vizinhos da Suíça e à sociedade como um todo. No fundo, eu estava ajudando a esconder dinheiro. Agora, aos 53 anos, tenho direito de aprender e também de me dar conta que apoiei atividades imorais, antiéticas e criminosas.

DINHEIRO – Os bancos suíços atuam sempre fora da lei?
ELMER – Não sei se todo o sistema é antiético, mas ouvi de um alto diretor do Julius Baer que a palavra ética não tem nada a ver com a atividade dos private banks.

DINHEIRO – A Suíça sobrevive sem o segredo bancário?
ELMER – A Suíça hoje tem um problema, pois administra 27% dos US$ 11,5 trilhões que são mantidos em paraísos fiscais. É o líder do ranking de um negócio que hoje não pode mais ser considerado legítimo.

DINHEIRO – O sr. saiu do Julius Baer há alguns anos. Ainda assim, acredita ser possível rastrear os recursos?
ELMER – Sim, porque cada transação financeira sempre deixa uma evidência. O problema é que estamos falando de recursos que passaram por várias jurisdições e talvez não estejam mais em Cayman ou mesmo na Suíça. Em 2005, apresentei uma denúncia ao Ministério Público suíço, mas eles estavam mais preocupados em saber como eu tinha conseguido os documentos do que em investigar. O caso chegou a ser discutido no Parlamento suíço, mas chegou-se à conclusão de que as leis do segredo bancário não permitem um debate público sobre o tema. Na prática, tentaram me silenciar porque eu sou uma ameaça ao sistema bancário suíço.

DINHEIRO – Como foi sua demissão?
ELMER – Fui demitido de forma criminosa, quando tentaram me submeter a um teste num detector de mentiras. Fui vítima de uma pressão imoral, porque não concordava com o que via em Cayman. Aqueles testes encerraram uma carreira de 15 anos.

DINHEIRO – O sr. foi acusado de roubar documentos confidenciais do banco?
ELMER – No momento da demissão, não. Mas eles disseram que acabariam comigo se eu tentasse levar o Julius Baer à Justiça. Depois, o banco começou a me acusar de ter roubado documentos para que eles não pudessem ser usados nos tribunais. Mas chegou-se à conclusão de que eu não poderia ter roubado os documentos, uma vez que era o depositário dos mesmos. Eu poderia, no máximo, ter abusado dos documentos, mas não roubado. De um ponto de vista moral, usei os documentos para proteger a mim, minha esposa e minha filha de seis anos.

DINHEIRO – Como o sr. reagiu às ameaças?
ELMER – Vivi uma tortura psicológica. Minha filha chegou a ter medo de ir para a escola e de morrer. Recebi constantes ameaças, mas a polícia não me protegeu nem a minha família por uma razão simples: sou uma ameaça a toda a indústria dos private banks suíços. Fui também acusado pela imprensa suíça de ser um doente mental e um criminoso, antes de qualquer processo. E chegaram a me prender durante 30 dias. Depois disso, o banco chegou a me oferecer dinheiro em troca do silêncio e como uma compensação para que eu me recuperasse do trauma que sofri. Recusei porque quero me manter como uma pessoa de princípios e não ser parte de um esquema de corrupção sistêmica.

“Banqueiros suíços que ajudam ricos a esconder dinheiro são bandidos comuns”

DINHEIRO – Recentemente, o UBS fez um acordo com a Justiça dos Estados Unidos, comprometendo-se a abrir os nomes de alguns clientes. Os paraísos fiscais vão acabar mais cedo ou mais tarde?
ELMER – As autoridades americanas pediram 52 mil nomes e até agora foram entregues 200 apenas. Mas é questão de tempo para que todos se tornem públicos. A Suíça hoje não pode se dar ao luxo de rejeitar uma determinação judicial dos Estados Unidos. Isso teria graves consequências econômicas. Na minha opinião, é o começo do fim do segredo bancário, porque outros países seguirão o exemplo norte-americano.

DINHEIRO – Como o sr. se sente sendo acusado de ter traído a Suíça?
ELMER – Não tenho nenhuma mágoa. Apenas lamento que meus compatriotas não se deem conta do mal que as leis suíças de segredo bancário provocam no resto do mundo. Isso tira o sangue da democracia e causa extrema pobreza do Terceiro Mundo. Além disso, não sou um traidor da Suíça, pois fui um oficial do Exército do meu país. Posso ser, no máximo, um traidor dos paraísos fiscais.

DINHEIRO – O sr. tem colaborado com autoridades fiscais de alguns países?
ELMER – Sim e, desde que eu comecei a falar, alguns milhões em recursos sonegados já foram recuperados. Se minhas ações ajudarem a salvar uma vida em qualquer país do Terceiro Mundo, já me sentirei orgulhoso do que fiz. As pessoas que escondem dinheiro no sistema bancário da Suíça ou das Ilhas Cayman são vampiros da sociedade.

DINHEIRO – Há algumas semanas, o banqueiro suíço Kurt Pickel foi preso no Brasil, acusado de lavar dinheiro para uma construtora. Antes dele, outros banqueiros suíços foram presos por acusações semelhantes. Esta virou uma profissão de risco?
ELMER – Se banqueiros suíços estão tomando parte em ações criminosas, eles devem ser tratados como o bandido comum que rouba dinheiro do vizinho. Não se trata aqui do risco da profissão, mas do risco do crime.

DINHEIRO – Banqueiros suíços que foram presos estão sendo convidados a participar de delações premiadas. Sendo assim, qual é a segurança de uma pessoa que manteve dinheiro em paraísos fiscais?
ELMER – Devemos dar segurança a criminosos que não declararam seus recursos? Hoje, nos Estados Unidos, na Alemanha e em vários outros países, as pessoas começam a ter a convicção de que não vale mais a pena correr o risco de sonegar.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Nov 20, 2009 4:31 pm
por soultrain
EUA não podem crescer a depender de bolhas
Roubini adverte para o início de uma bolha nos mercados
Os fundamentais não justificam, só por si, a forte escalada nos mercados de activos, afirmou hoje em Lisboa o economista Nouriel Roubini, célebre por ter previsto a mais recente crise financeira. Roubini falou dos sinais de bolha nos mercados de activos e do risco de forte correcção.
Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
mb@negocios.pt

Os fundamentais não justificam, só por si, a forte escalada nos mercados de activos, afirmou hoje em Lisboa o economista Nouriel Roubini, célebre por ter previsto a mais recente crise financeira. Roubini falou dos sinais de bolha nos mercados de activos e do risco de forte correcção.

De acordo com Roubini, se os fundamentais não forem mais robustos, há um grande risco de correcção nos mercados. “A economia global está a crescer outra vez, evitámos a catástrofe da quase-depressão, mas há um ‘gap’ entre o que o mercado nos diz e os dados que mostram que a recuperação é anémica”, disse o economista.

“O sistema financeiro vai ter perdas maiores do que o esperado”, advertiu Roubini.

Roubini considera que existem riscos de novas bolhas de activos, uma vez que os mercados accionistas e de matérias-primas têm vindo a valorizar bastante por força das baixas taxas de juro sobre os empréstimos. “É dinheiro fácil atrás dos activos, como os mercados de ‘commodities’”, declarou.

“Estamos a assistir ao início de uma bolha nos mercados financeiros”. Daí que haja um grande risco de correcção, alertou o economista.

Roubini salientou que os Estados Unidos, por exemplo, têm crescido muito à conta de bolhas. “Foi a bolha tecnológica, a bolha imobiliária, a bolha do crédito hipotecário...”, relembrou. “Nos últimos 20 anos tem havido uma grande moderação na economia real, mas é também por isso que foram surgindo as bolhas de activos”.

“Os Estados Unidos têm de conseguir crescer de forma mais sustentável, que não dependa de bolhas”, avisou, frisando que é preciso reformular a supervisão do sistema financeiro. Se isso não acontecer, “vai ser bastante penalizador” para a economia.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Nov 20, 2009 5:54 pm
por Bourne
[Mode sarcasmo on]

Meu Deus. Essa cara redescobriu a roda. Dêem um Nobel para ele já e o convoquem para ser o guro sobre economia do Obama ou, melhor, da ONU para nós salvar das instabilidades financeiras do capitalismo.

[Mode sarcasmo off]

Esse cara é um picareta enrrolador. Estou sendo altamente sincero. Até o Krugman é melhor que ele. perceberam que não gosto do homem :lol: :lol: :lol: :lol:

Qual é o economista que entende de sistema financeiro, economia política e tem noções de história que não sabe disso? Não estou me referindo aos de áreas que não sabem a história do banco central e o que é mercado financeiro. Não se assustem, pois existe. Economista é parecido com médico, cada um tem a sua área de atuação e pode saber quase nada de uma outra. Ou alguém teria coragem de convocar um ortopedista para operar um coração?

Vamos ver quem falou de instabilidade financeira. O primeiro nome que me vem a cabeça é Charles Kindenberg escreveu um livro sobre crises financeiras na história do capitais a mais de 30 anos. Misnky escreveu um livro fantástico sobre a instabilidade do capitalismo e fragilidade financeira na década de 1980. O polaco Michael Kalecki escreveu sobre instabilidade financeira e do capitalismo na década de 1930/1940. Mais recentes tem o francês, Michel Aglietta, que só fala disso e mais uma monte de franceses. Sem contar outros nomes que estão espalhados pelo mundo, inclusive norte-americanos e britânicos.

Tá... talvez alguns os mais ortodoxos que se esqueceram da realidade podem pensar assim. Como alguns brasileiros que dizem o Brasil pode ser uma das maiores economias do mundo exportando commodities e crecendo pelo consumo. Mas no geral, através de concepções teóricas bem diferentes, quase todos chegam a conclusão de que a recuperação é frágil e o capitalismo e a instabilidade financeira é um fato da vida. Não é por que hoje está maravilhoso que amanhã continuará sendo.

Aliás, todo mundo previa que aquele cenário ia acabar em caca. Só um cego ou alguém que não quer ver. Vai buscar periódicos e textos para a discussão que tem um monte de gente dando ideias nesse sentido bem trabalhadas e lastreadas em fundamentos e concepções sólidas. Não era artigo de jornal comum com achismo. Os manos sabiam do que falavam.

O mesmo falo com a imprensa que tratava a crise como o apocalipse e, várias vezes, desdenhei os artigos postados aqui sobre o fim do mundo. Por que? As crises financeiras sempre existiram e sempre existirão no capitalismo, mudam os cenário e as causas, mas sempre estão lá. Como ondas gigantes provocam destruição, mas a vida continua. É claro que pode mudar os elementos e componentes do cenário, mas é esperado.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Dom Nov 22, 2009 12:23 am
por Vitor
Enlil escreveu:Atualizado em 9 de novembro, 2009 - 06:43 (Brasília) 08:43 GMT

No Brasil, 64% querem maior controle do governo na economia

A pesquisa feita a pedido da BBC em 27 países e divulgada nesta segunda-feira revelou que 64% dos brasileiros entrevistados defendem mais controle do governo sobre as principais indústrias do país.


Não apenas isso: 87% dos entrevistados defenderam que o governo tenha um maior papel regulando os negócios no país, enquanto 89% defenderam que o Estado seja mais ativo promovendo a distribuição de riquezas.

A insatisfação dos brasileiros com o capitalismo de livre mercado chamou a atenção dos pesquisadores, que qualificaram de “impressionante” os resultados do país.

“Não é que as pessoas digam, sem pensar, ‘sim, queremos que o governo regulamente mais a atividade das empresas’. No Brasil existe um clamor particular em relação a isso”, disse Steven Kull, o diretor do Programa sobre Atitudes em Políticas Internacionais (Pipa, na sigla em inglês), com sede em Washington.

O percentual de brasileiros que disseram que o capitalismo “tem muitos problemas e precisamos de um novo sistema econômico” (35%) foi maior que a média mundial (23%).

Enquanto isso, apenas 8% dos brasileiros opinaram que o sistema “funciona bem e mais regulação o tornaria menos eficiente”, contra 11% na média mundial.

Para outros 43% dos entrevistados brasileiros, o livre mercado “tem alguns problemas, que podem ser resolvidos através de mais regulação ou controle”. A média mundial foi de 51%.

“É uma expressão de grande insatisfação com o sistema e uma falta de confiança de que possa ser corrigido”, disse Kull.

“Ao mesmo tempo, não devemos entender que 35% dos brasileiros querem algum tipo de socialismo, esta pergunta não foi incluída. Mas os brasileiros estão tão insatisfeitos com o capitalismo que estão interessados em procurar alternativas.”

A pesquisa ouviu 835 entrevistados entre os dias 2 e 4 de julho, nas ruas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Globalização

O levantamento é divulgado em um momento em que o país discute a questão da presença estatal na economia.

Definir para que caixa vai a receita levantada com a exploração de recursos naturais importantes, como o petróleo da camada pré-sal, divide opiniões entre os que defendem mais e menos presença do governo no setor econômico.

Steven Kull avaliou que esta discussão não é apenas brasileira, mas latino-americana. Para ele, o continente está “mais à esquerda” em relação a outras regiões do mundo.

A pesquisa reflete o “giro para a esquerda” que o continente experimentou no fim da década de 1990, quando o modelo de abertura de mercado que se seguiu à queda do muro de Berlim e à dissolução da antiga União Soviética dava sinais de esgotamento.

Começando com a eleição de líderes como Hugo Chávez, na Venezuela, em 1998, o continente viu outros presidentes de esquerda chegarem ao poder, como o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador).

Mas Kull disse não crer que o ceticismo dos brasileiros na pesquisa “seja necessariamente uma rejeição do processo de abertura dos anos 1990”.

“Vimos em pesquisas anteriores que os brasileiros não são os mais entusiasmados com a globalização”, disse.

“Eles ainda são bastante negativos em relação à globalização, e o que vemos aqui (nesta pesquisa) é mais o desejo de que o governo faça mais para mitigar os efeitos negativos dela, melhorar a distribuição de renda e colocar mais restrições à atividade das empresas.”

Mas ele ressalvou: “Lembre-se de que a resposta dominante aqui é que o capitalismo tem problemas, mas pode ser melhorado com reformas. A rejeição ao atual sistema econômico e à abertura econômica não é dominante, é que há um desejo maior de contrabalancear os efeitos disto”.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... l_rw.shtml
Ué, então pq eles não se livram do próprio negócio e o entregam de graça aos burocratas estatais? Pq eles não pedem pra aumentar os impostos? Pq o povo não pede para aumentar a burocracia e papelada para abrir e fechar uma empresa que já pode ultrapassar 5 meses ? E quando foi que brasileiros experimentaram capitalismo de livre mercado para estarem insatisfeito com ele? Quando mesmo?

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Nov 25, 2009 6:06 pm
por soultrain
Há uns tempos disseram-me que haveria um acontecimento negativo importante na economia dos EUA na próxima sexta feira, a fonte é inocua, fiquei com a informação mas achei que era mais uma daquelas previsões malucas e continuo a achar.

Entretanto, neste momento o Euro vale 1,514...

Estou à espera de sexta.

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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Nov 26, 2009 9:05 am
por soultrain
Ouro atinge novo máximo histórico com compra do Sri Lanka
É a terceira vez esta semana. O ouro voltou hoje a atingir um novo máximo histórico, já muito perto dos 1.200 dólares por onça, sustentado pelo anúncio da compra deste metal precioso por parte do banco central do Sri Lanka.
Carla Pedro
cpedro@negocios.pt

É a terceira vez esta semana. O ouro voltou hoje a atingir um novo máximo histórico, já muito perto dos 1.200 dólares por onça, sustentado pelo anúncio da compra deste metal precioso por parte do banco central do Sri Lanka.

A desvalorização do dólar face ao euro está também a contribuir para impulsionar o metal amarelo, que fica mais atractivo como investimento alternativo.

O Sri Lanka comprou 10 toneladas de ouro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), por cerca de 375 milhões de dólares, anunciou ontem o banco central daquele país. Esta compra segue-se às aquisições recentes por parte da Índia, Rússia e Maurícias.

O metal precioso atingiu 1.195,13 dólares por onça, depois de a moeda norte-americana cair para um mínimo de 15 meses face a seis grandes divisas. Em relação ao iene, o dólar marcou hoje um mínimo de 14 anos.

Diversificação ajuda metal precioso

“Muitos bancos centrais querem diversificar as suas reservas em dólares e substitui-las por ouro”, comentou à Bloomberg um analista do National Australia Bank, Ben Westmore. “Isso significa que está a haver uma forte procura adicional no mercado aurífero que muitas pessoas não esperavam”, acrescentou, salientando que a China é também um comprador muito provável de ouro ao FMI nas próximas semanas.

O ouro para entrega imediata (mercado spot) seguia a negociar nos 1.193,90 dólares por onça. O contrato para entrega em Fevereiro seguia em alta de 0,5%, para 1,194.80, depois de já ter atingido um recorde de 1.196,80 dólares no Comex – divisão das “commodities” do mercado nova-iorquino de mercadorias.

Por seu lado, o índice CRB Reuters Jefferies – composto por 19 matérias-primas - registou ontem o maior ganho em mais de uma semana.

Índia pode adquirir mais metal amarelo

A compra do Sri Lanka seguiu-se a uma notícia ontem divulgada pelo “Financial Chronicle”, que dava conta que a Índia – maior consumidor mundial de ouro – poderá comprar mais ouro, depois da recente aquisição de 200 toneladas. O governador do banco central da Índia, Duvvuri Subbarao, escusou-se a comentar a notícia, refere a Bloomberg.

Além do Sri Lanka, houve mais duas aquisições de ouro ao FMI este mês, por parte de bancos centrais. A Índia comprou 200 toneladas por 6,7 mil milhões de dólares e as Maurícias compraram duas toneladas por 71,7 milhões. Estas três vendas fazem com que restem ainda cerca de 190 toneladas das 403,3 toneladas que o FMI anunciou – no passado dia 18 de Setembro – que iria vender para revitalizar as suas finanças.

Os bancos centrais da Rússia e do Sri Lanka tinham já comprado ouro recentemente, levando os analistas do Bank of America Merrill Lynch, da Société Générale e do Barclays Capital a preverem mais aquisições deste metal precioso.

“O mercado está convencido que muitas dos bancos centrais das economias em desenvolvimento continuarão a comprar ouro ao FMI, para diversificarem as suas reservas”, referiu ontem num “research” um analista do Investec Bank, Darren Heathcote, citado pela Bloomberg.

Rússia e Vietname interessados em mais ouro?

Fala-se também que a Rússia poderá comprar mais ouro. Por outro lado, segundo a “RTT News”, o Vietname terá já permitido quotas para a importação deste metal precioso. Ontem, este país desvalorizou a sua moeda, o dong, e subiu as taxas de juro, refere a mesma fonte.

O ouro acumula uma subida de cerca de 35% desde o início do ano, preparando-se para ter o maior ganho anual desde 1979. Desde o início de Novembro, o metal amarelo valoriza perto de 15%.

Os receios de pressões inflacionistas em 2010 também estão a contribuir para sustentar o ouro, que é um tradicional valor-refúgio contra a inflação, salienta a Reuters.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Nov 26, 2009 9:05 am
por soultrain
Prorrogação de reembolso da dívida do Dubai abala confiança no Golfo Pérsico
O Dubai está a abalar a confiança dos investidores no Golfo Pérsico, depois da sua proposta de prorrogação do pagamento da dívida, que poderá levar ao maior incumprimento soberano desde a Argentina em 2001.
Carla Pedro
cpedro@negocios.pt

O Dubai está a abalar a confiança dos investidores no Golfo Pérsico, depois da sua proposta de prorrogação do pagamento da dívida, que poderá levar ao maior incumprimento soberano desde a Argentina em 2001.

O custo de protecção das Obrigações do Tesouro, desde o Qatar até à Arábia Saudita, registou ontem a maior subida desde Junho, depois de a empresa estatal Dubai World, com 59 mil milhões de dólares de passivo, ter solicitado aos seus credores um “acordo de moratória”, salienta a Bloomberg.

As obrigações da Nakheel PJSC, unidade imobiliária da empresa, vencem a 14 de Dezembro.

Os contratos da dívida do Dubai subiram 120 pontos base, para 438 pontos base, o máximo desde que começaram a ser negociados em Janeiro, conforme demonstram os preços da CMA Datavision. Estes contratos, que aumentam à medida que a percepção da qualidade do crédito se vai deteriorando, são mais elevados do que os da Islândia, refere a Bloomberg.

“Não há nada que mais desagrade aos investidores do que este tipo de situações”, comentou à Bloomberg o responsável pelo departamento das obrigações convertíveis e da dívida islâmica no Matrix Group, Norval Loftus.

“O pior cenário será, obviamente, a reestruturação involuntária dos títulos da Nakheel, o que colocará em questão toda a natureza do apoio soberano a vários tomadores de empréstimos daquela região”, acrescentou Loftus.

As agências de notação de risco Moody’s e Standard & Poor’s cortaram ontem os “ratings” das empresas estatais do Dubai, dizendo que poderão considerar o plano da Dubai World de prorrogação do reembolso da dívida como um incumprimento.

O Dubai, regido pelo xeque Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, contraiu empréstimos no valor de 80 mil milhões de dólares ao longo de um “boom” de quatro anos no sector da construção que reduziu a sua dependência das receitas provenientes do petróleo e deu origem ao centro turístico e financeiro do Golfo Pérsico.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Nov 26, 2009 3:16 pm
por cabeça de martelo
Dubai abala confiança nos reinos do petróleo

O pedido feito pelo emirato do Dubai para adiar o pagamento das suas dívidas para 2010 gerou fortes receios no mercado relativamente à solidez financeira dos países do Golfo Pérsico.

Os custos de protecção contra o incumprimento da dívida por parte dos países islâmicos produtores de petróleo, do Qatar à Arábia Saudita, registaram ontem o maior aumento diário desde Junho, depois da estatal Dubai World ter pedido um "adiamento" dos seus pagamentos aos credores.

A empresa adiantou que não poderá pagar as dívidas pelo menos até Maio de 2010, o que será a pior situação de incumprimento de dívidas por parte de um país desde a Argentina em 2001.

"Não há nada que os investidores odeiam mais do que este tipo de acontecimentos. O pior cenário será, naturalmente, a reestruturação involuntária da dívida (...), o que levanta perguntas sérias sobre a natureza da capacidade dos Estados do Golfo Pérsico de suportar as suas dívidas", sublinhou à Bloomberg Norval Loftus, director para as obrigações e dívida islâmicas do Matrix Group.

As agências Moody's e Standard & Poor's reviram ontem em baixa a sua avaliação da dívida para as empresas estatais do Golfo Pérsico, afirmando que consideram o pedido da Dubai World como um incumprimento da dívida.

"O Dubai foi o maior exemplo do grande aumento de liquidez mundial, e agora, com a crise de crédito, demonstra que iremos assistir a um aumento do incumprimento das dívidas, tanto nos mercados emergentes como a nível global", sublinhou Nick Chamie, director para os mercados emergentes da RBC Capital Markets.

O emirato do Dubai, liderado pelo Emir Mohammed Bin Rashid al-Maktoum, pediu emprestados 80 mil milhões de dólares (54 mil milhões de euros) para financiar uma série de obras no território, de modo a reduzir a sua exposição ao petróleo e aumentar a sua importância como centro financeiro e turístico da região.

:arrow: http://economico.sapo.pt/noticias/dubai ... 75393.html

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Nov 26, 2009 7:00 pm
por Bourne
Um risco calculado tomado por Dubai. Sabem que não podem depender do petróleo para sempre e tentaram em um centro financeiro e turístico no curto prazo. Assim pegaram uma montanha de dinheiro e mandaram ver. Veio a redução da liquidez e complicou. Algo que também deveria estar previstos nos planos desse país. Afinal é algo normal no sistema financeiro internacional.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Nov 26, 2009 7:06 pm
por Bourne
Para quem estiver interessada apresento os slides de uma apresentação sobre estrutura produtiva. Existem coisas interessantes sobre vários aspectos abordados relacionado a crise do fim do mundo, especialmente os desequilíbrios globais e estratégias de industrialização. Serve em parte para pensar em transferência de tecnologia. :roll:

http://www.megaupload.com/?d=RYIK7X6V

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Nov 26, 2009 8:05 pm
por soultrain
Será isto?

Dubai
Investidores protegem-se contra quedas nos mercados accionistas
O VStoxx, índice que reflecte o custo das opções para os investidores se protegerem contra o a queda do DJ Stoxx 50, regista hoje a maior subida do ano, reflectindo os receios dos investidores com o impacto do possível incumprimento do Dubai.
Jornal de Negócios Online
negocios@negocios.pt

O VStoxx, índice que reflecte o custo das opções para os investidores se protegerem contra o a queda do DJ Stoxx 50, regista hoje a maior subida do ano, reflectindo os receios dos investidores com o impacto do possível incumprimento do Dubai.

De acordo com a Bloomberg, o VStoxx disparou 28% para 30,28 pontos, o que representa o ganho mais acentuado desde 16 de Outubro do ano passado.

Esta forte subida mostra que os investidores estão a aumentar a aposta na compra de opções para se protegerem da queda dos mercados accionistas. A evolução reflecte os receios dos investidores de que as bolsas continuem em terreno negativo, devido aos efeitos do potencial incumprimento por parte do Dubai.

Um cenário que está já a provocar fortes perdas na sessão de hoje, com a maioria dos índices europeus a descerem mais de 3%. As bolsas norte-americanas estão hoje encerradas devido a feriado.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Nov 27, 2009 8:10 am
por P44
Acções (act.)
Crise no Dubai abana bolsas mundiais, Lisboa acompanha

Pedro Duarte
27/11/09 09:40

O Dubai endividou-se fortemente junto da banca estrangeira para pagar grandes projectos imobiliários.



As praças de todo o mundo estão em queda, com os investidores a mostrarem nervosismo relativamente às dificuldades que o Dubai está a ter em pagar as suas dívidas. O PSI 20 perdia mais de 1%.

As bolsas europeias estão a registar quedas entre os 0,37% e os 0,93%, enquanto que as bolsas de Hong Kong e da Coreia do Sul afundam 5%. Já o índice japonês Nikkei 225 encerrou com uma queda de 3,22% e a praça de Sydney, na Austrália, caiu 2,90%.

A praça portuguesa acompanha a tendência europeia, estando o PSI 20 a recuar 1,22% para 8.186,29 pontos, com o destaque a ir para a queda em 3,37% para 11,91 euros devido à descida dos preços do petróleo.

“Se o Dubai entrar em incumprimento da dívida, isso poderá desencadear uma onda de incumprimentos em outras áreas. Estas notícias podem ser o catalisador para o mercado registar uma correcção relativamente às fortes subidas que se registaram desde Março”, disse Mark Mobius, presidente da gestora de fundos Templeton Asset Management Ltd, citado pela Bloomberg.

O sector financeiro é o mais afectado pelos receios de que o Dubai não consiga pagar as suas dívidas, destacando-se a queda dos bancos britânicos Lloyds tombava 5,05% e Royal Bank of Scotland descia 4,08%, depois do JPMorgan ter revelado que o Royal Bank of Scotland foi o que mais empréstimos concedeu a este emirato desde 2007.

Os bancos portugueses não escapam à tendência geral, com o BPI a recuar 1,62% para 2,18 euros, o BCP a cair 0,89% para 0,88 euros e o BES a deslizar 0,34% para 4,63 euros.

Os peritos notam que a queda da Bolsa de Tóquio também se ficou a dever ao facto do iene ter atingido o valor mais elevado dos últimos 14 anos face ao dólar, o que ameaça fazer entrar em colapso as exportações japonesas.
http://economico.sapo.pt/noticias/crise ... 75513.html

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Nov 27, 2009 12:39 pm
por delmar
Sobre o Dubai. Na viagem à Colombia que fiz agora nos acompanhou uma amiga que tinha estado recentemente por lá. É uma pessoa conservadora, crítica do Lula e de suas políticas, portanto não socialista. Esta senhora voltou chocada e indignada com o que viu. De um lado a ostentação da riqueza de maneira quase obscena dos ricos e de outro a miséria absoluta dos trabalhadores contratados, no Paquistão e Bangladesh principalmente, para trabalhar na construção civil, limpeza, etc., que não tem qualquer direito ou proteção.
Espero assim que as "celebridades" que compraram imóveis por lá, de milhões de dolares, ou aplicaram em bancos do Dubai, tenham um prejuizo total. Foda%-se totalmente.

atenciosamente

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Sex Nov 27, 2009 3:46 pm
por pafuncio
Delmar, meu irmão voltou de Dubai faz uns 5 meses. Ficou no apartamento de um cunhado, executivo da Tractebel. Melhor, hospedagem, bebida ( 8-] 8-] 8-] ) e rango custeado pelo cunhado, cara legal, nem completou 30 anos ainda ...

Decepcionou-se com o comércio (foi sacaneado, quando ia comprar uma camera digital - entregaram uma Fuji diferente do modelo exposto na capa do kit, vejam só), espantou-se com os relógios (boa parte cravejado de diamantes, mesmo as linhas superiores), viu umas russas maravilhosas escoltadas por uns troglodistas sem-pescoço ex-KGB, divertiu-se sobremaneira no parque aquático com o filho dele, deu umas bandas em circuito automobilístico com um Subaru Impreza Turbo digno do Ken Brock, preparou uma picanha australiana na grelha que disse bater de frente com um 'cota hilton' argie, etc e tal.

Em suma, os gastos foram com as passagens aéreas (Boeing 777, se não me engano) e os luxos que ele se auto-concedeu: parque aquático, esqui no gelo, :lol: pilotagem no autódromo, umas bandas com umas motos 125 cm3, etc e tal. Nos egoísticos hobbies, ele torrou muito mais do que imaginava. Em compensação, acho que pagou uns 50 reais em um tênis Mizuno de penúltima geração. :shock: Também não foi no bazar árabe, tampouco trouxe umas especiarias para a gente. Aliás, trouxe-me uma camiseta da Nike que desconfio que ele pagou uns 10 reais. :evil:

Não obstante isso, meu brôu teve um choque cultural. Filipinos e indianos tratados como lixo, sob uma constante extorsão de deportação. Pior, muitos ocidentais integrados a essa ideologia escravocrata. Os árabes locais, muitos deles vivem uma existência quase que parasitária, alugando pontos comerciais, mais nada.

Detalhe: pouco tempo antes do meu irmão chegar lá, Abu Dhabi tinha oferecido 80 bilhões de doletas, visto que Dubai já estava fazendo água. Foi um empréstimo ponte, o qual aparentemente não foi renovado. Enquanto isso, um monte de carros abandonados próximos do aeroporto, posto que os europeus partiam de volta à terra natal, esconjurando aquele paraíso brega, caríssimo e insólito ...

Meu irmão disse que não volta para lá, desconfio também porque o cunhado retornou ao Brasil. Muito legal, mas o cara agora está no Rio, por coincidência no Leblon, vejam só.

Pensando bem, viva o Rio !!!

Salu2.