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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Nov 27, 2010 5:22 pm
por Bourne
LeandroGCard escreveu:Se não fosse apenas pelos efeitos deletérios nos investimentos, o próprio tamanho absoluto da dívida pública brasileira torna a política de combate à inflação apenas pelo lado dos juros um suicídio, pois a conta de juros vai acabar fazendo a dívida estourar sozinha, mesmo se o governo conseguir reduzir os demais gastos públicos.

Se não quisermos entrar de novo em crises sucessivas em um futuro não muito distante alguma estratégia nova terá que ser imaginada pelo pessoal do Ministério da Fazenda e pelo BC. A saída de Meireles foi uma boa indicação neste sentido (na minha opinião ele já foi tarde e não deixará saudades)


Leandro G. Card
Como o representante do BC e defensor das metas de inflação responderia em um passado próximo "O sistema de metas de inflação se provou mundialmente eficiente. Todos os países que o adotaram conseguiram reduzir e controlar a inflação. Quando o governo adotar políticas responsáveis do governo federal poderemos criar uma ambiente propício para a redução dos juros. Além do mais as taxas de juros mais altas não afetam a economia no longo prazo e nem comprometem a capacidade produtiva". E sobre o câmbio "a entrada de capitais e valorização do câmbio é um efeito de curto prazo. No longo não influi na estrutura produtiva e não tem efeitos reais na economia por que as taxas vão convergir para a produtividade".

Voltando ao presente e ao problema brasileiro. No Brasil é um caso raro em que o BC adota as metas de inflação e é descolado da economia real. Nos países em que se adota as metas de inflação (Austrália e Inglaterra, por exemplo) e os que não adotam (EUA, por exemplo) a preocupação dos bancos centrais é manter inflação baixa, emprego e crescimento. Existe a interação desses três elementos determina as decisões do BC, influenciado pelos diretores que tem forte relação com a economia real e representam trabalhadores e empresários. Assim, mesmo que sejam considerados independentes, estão vinculados ao resto da economia e não diretamente ao governo.

No Brasil a diretoria é ligada ao setor financeiro e se preocupa só com a inflação e a receita sempre está nos juros. Existem sinais de que haverá mudanças, mas o governo Lula e Dilma tem um acordo branco de mexer no banco central e nem políticas adotas. Que se tentou em idos de 2005 e voltou a tona pós a crise de 2007/2008 quando se viu no mundo inteiro que o regime de metas de inflação tem falhas e pode aprofundar e provocar crises. As mudanças não precisam ser radicais. Se mudar alguns diretores a política do BC muda. Se mudar a composição e representatividade dos diretores muda mais ainda.

Outro problema é que a inflação usada como meta pode estar distorcida, pois inclui alimentos e outros bens que tem variação cíclica em relação ao preço. Uma das propostas que se discute é um novo índice que considere um núcleo com os principais bens e serviços que sejam menos propensos a variações cíclicas. Como também a meta considerar o prazo de um ano quando o ideal seria mais tempo para analisar o comportamento ao longo de um período e fugir de distorções pontuais.

Sobre o câmbio valorizado o Brasil pede no cenário internacional a legitimação das suas ações para controle e taxação da entrada de capitais especulativos. Outro sinal de mudança. O Banco central não visa alterar a taxa de câmbio comprando reservas. Serve apenas para suavizar as variações cambiais. Quem realmente agiu para tentar frear a entrada de capitais especulativos foi o governo federal com o aumento do IOF.

Sobre a dívida pública mais importante, muito mais importante que reduzir o déficit é o custo, prazo de maturação e a sustentabilidade no longo prazo em relação ao PIB. Ou seja, mesmo que o endividamento cresça é aceitável, desde que reduza em proporção do PIB e aumente o prazo de maturação. As taxas de juros tem influência sobre o endividamento e todas as demais taxas de juros para os civis serem mais altas. Entretanto, não se pode afirmar que a dívida pública causa os juros altos. É um mistério o motivo das taxas de juros altas no Brasil e ainda mais mistério como o país convive com essas taxas de juros. A maior demanda agregada gerada pelo governo pode gerar inflação, pode ou não. A coisa não é matemática. Ainda os juros altos podem reduzir a capacidade produtiva e incentivar a inflação. É complicado.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Nov 27, 2010 5:27 pm
por Bourne
LeandroGCard escreveu:E não é incrível que as pessoas não percebam a obviedade de uma coisa destas?

Leandro G. Card
E se querem fazer o trem bala, que façam em uma região onde tenha o terreno propício. Sei lá... quem sabe Nordeste. Não conheço os terrenos do Brasil. :lol:

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Nov 27, 2010 5:45 pm
por Túlio
Pois que eu me lembre a Dilma se elegeu prometendo mandar os juros lá para baixo. Me parece correto, só que sugeriria inicialmente juros menores para que a capacidade produtiva primeiro aumente; a seguir sim, para o consumo. Agora, SABER se dá para fazer isso ou não já outra kôza, não sou economista, apenas me parece que uma elevação de produção associada a uma elevação do consumo, somadas a uma redução real da dívida - pela queda dos juros - seria bastante positivo...

É que penso que se simplesmente baixar os juros e aumentar o crédito ao consumidor sem primeiro expandir a capacidade produtiva INTERNA se fará explodir as importações e, consequentemente, o déficit real em conta...

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Nov 27, 2010 6:03 pm
por LeandroGCard
Túlio escreveu:Pois que eu me lembre a Dilma se elegeu prometendo mandar os juros lá para baixo. Me parece correto, só que sugeriria inicialmente juros menores para que a capacidade produtiva primeiro aumente; a seguir sim, para o consumo. Agora, SABER se dá para fazer isso ou não já outra kôza, não sou economista, apenas me parece que uma elevação de produção associada a uma elevação do consumo, somadas a uma redução real da dívida - pela queda dos juros - seria bastante positivo...

É que penso que se simplesmente baixar os juros e aumentar o crédito ao consumidor sem primeiro expandir a capacidade produtiva INTERNA se fará explodir as importações e, consequentemente, o déficit real em conta...
É exatamente este o ponto Túlio.

Devem ser montadas regras para segurar o consumo (não somente pelo aumento de juros ao consumidor, existem outras possibilidades como a limitação dos prazos de financiamento, a redução dos empréstimos consignados, etc...). Não precisa ser uma segurada geral, que causaria queda expressiva no crescimento. A inflação não está tão fora de controle assim, é só evitar que ela suba. Paralelamente a isto os juros básicos pagos pelos papéis do governo poderiam ser reduzidos, liberando recursos ou para investimentos diretos do governo ou para a redução dos impostos sobre a produção e os investimentos privados. Isto exigiria um ajuste também para baixo em uma série de parâmetros financeiros, como os juros da poupança por exemplo, mas estes terão que ser alinhados algum dia de qualquer forma, pois são incompatíveis com uma redução da inflação para patamares menores que o atual.

Neste cenário uma redução dos gastos correntes do governo (como parte de um ajuste fiscal) seria muito bem vinda, pois colocaria o patamar mínimo de juros necessários para permitir o refinanciamento da dívida pública ainda mais para baixo e aumentaria os recursos para investimentos e/ou desoneração da produção. Mas colocar o ajuste fiscal (que além do mais é politicamente muito difícil em cenários de crescimento baixo) como primeiro item da agenda e pré-requisito para o correto ajuste da economia é se prender a um modelo que já mostrou não ser eficiente. Só motivos ideológicos (ou criminosos) podem justificar esta fixação.


Leandro G. Card

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Nov 27, 2010 6:32 pm
por RobertoRS
LeandroGCard escreveu:O ajuste fiscal é MAIS UMA das ferramentas para combater a inflação, mas um ajuste fiscal sem a redução concomitante dos juros vai frear o investimento e limitar severamente o crescimento, para um nível muito abaixo do potencial real do país, dificultando em muito... o ajuste fiscal.

Caramba, já não vimos o bastante deste filme nos últimos 16 anos?


Leandro G. Card
Não. Ajuste Fiscal não é ferramenta para conter a inflação. É, na verdade, um pré-requisito para melhorar a Política Monetária.

Defendo a tese do Ajuste Fiscal + Controle de Capitais.

E não, nunca vimos este filme porque este país jamais fez um real ajuste fiscal...

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Nov 27, 2010 7:12 pm
por Marechal-do-ar
Túlio escreveu:Pois que eu me lembre a Dilma se elegeu prometendo mandar os juros lá para baixo. Me parece correto, só que sugeriria inicialmente juros menores para que a capacidade produtiva primeiro aumente; a seguir sim, para o consumo. Agora, SABER se dá para fazer isso ou não já outra kôza, não sou economista, apenas me parece que uma elevação de produção associada a uma elevação do consumo, somadas a uma redução real da dívida - pela queda dos juros - seria bastante positivo...

É que penso que se simplesmente baixar os juros e aumentar o crédito ao consumidor sem primeiro expandir a capacidade produtiva INTERNA se fará explodir as importações e, consequentemente, o déficit real em conta...
Para expandir a capacidade produtiva interna você precisa de investimentos e os juros altos tornam os investimentos MUITO caros e também, mesmo para os que tem dinheiro e vontade para investir, que empresário do setor produtivo vai confiar no governo? No setor financeiro ok, o governo faz tudo o que pedem, e na indústria? Há 20 anos prometem redução de impostos e até agora nada, para não falar na droga dos juros, ninguém vai investir mais porque um novo governo diz que vai abaixar os juros...

Ah... Qualquer semelhança com o parágrafo abaixo não é mera coincidência:
Bourne escreveu:No Brasil a diretoria é ligada ao setor financeiro e se preocupa só com a inflação e a receita sempre está nos juros. Existem sinais de que haverá mudanças, mas o governo Lula e Dilma tem um acordo branco de mexer no banco central e nem políticas adotas. Que se tentou em idos de 2005 e voltou a tona pós a crise de 2007/2008 quando se viu no mundo inteiro que o regime de metas de inflação tem falhas e pode aprofundar e provocar crises. As mudanças não precisam ser radicais. Se mudar alguns diretores a política do BC muda. Se mudar a composição e representatividade dos diretores muda mais ainda.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Nov 27, 2010 7:27 pm
por Penguin
Bourne escreveu:
LeandroGCard escreveu:E não é incrível que as pessoas não percebam a obviedade de uma coisa destas?

Leandro G. Card
E se querem fazer o trem bala, que façam em uma região onde tenha o terreno propício. Sei lá... quem sabe Nordeste. Não conheço os terrenos do Brasil. :lol:
Quem arcaria com os elevados custos de operação?

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sáb Nov 27, 2010 11:20 pm
por LeandroGCard
RobertoRS escreveu:Não. Ajuste Fiscal não é ferramenta para conter a inflação. É, na verdade, um pré-requisito para melhorar a Política Monetária.

Defendo a tese do Ajuste Fiscal + Controle de Capitais.

E não, nunca vimos este filme porque este país jamais fez um real ajuste fiscal...
O filme é justamente esperar pelo ajuste fiscal para depois mudar a política monetária. Como qualquer ajuste fiscal SE feito será apenas tímido, pois nunca existirão condições políticas para um ajuste profundo, se ficarmos esperando por ele a política monetária não vai mudar. É o que temos visto nos últimos 16 anos, não importa quem esteja no governo.

Haveria um preço alto e desnecessário a se pagar pela estabilização econômica começando pelo ajuste fiscal, pois aplicar um ajuste fiscal que realmente fizesse alguma diferença enquanto a política de juros atual fosse mantida acabaria causando uma queda bastante acentuada do crescimento, no emprego, na renda, etc..., e só depois de alguns anos se veriam os efeitos benéficos, quando a dívida pública já tivesse caído de forma significativa. Nenhum governo irá queimar seu cacife político fazendo um ajuste fiscal importante para depois perder a eleição ver os louros sendo colhidos pelo governo seguinte.

Muito bonito nos manuais clássicos, mas impraticável e na verdade pouco efetivo na prática.


Leandro G. Card

P.S.- Quanto ao controle de capitais, pode ser uma ferramenta útil para evitar vulnerabilidades externas, mas praticamnete não teria efeito sobre a situação interna da economia. E a derrubada dos juros com consequente desvalorização da moeda seria um fator importante na proteção contra choques externos também.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Nov 28, 2010 11:39 pm
por RobertoRS
LeandroGCard escreveu:O filme é justamente esperar pelo ajuste fiscal para depois mudar a política monetária. Como qualquer ajuste fiscal SE feito será apenas tímido, pois nunca existirão condições políticas para um ajuste profundo, se ficarmos esperando por ele a política monetária não vai mudar. É o que temos visto nos últimos 16 anos, não importa quem esteja no governo.

Haveria um preço alto e desnecessário a se pagar pela estabilização econômica começando pelo ajuste fiscal, pois aplicar um ajuste fiscal que realmente fizesse alguma diferença enquanto a política de juros atual fosse mantida acabaria causando uma queda bastante acentuada do crescimento, no emprego, na renda, etc..., e só depois de alguns anos se veriam os efeitos benéficos, quando a dívida pública já tivesse caído de forma significativa. Nenhum governo irá queimar seu cacife político fazendo um ajuste fiscal importante para depois perder a eleição ver os louros sendo colhidos pelo governo seguinte.

Muito bonito nos manuais clássicos, mas impraticável e na verdade pouco efetivo na prática.


Leandro G. Card

P.S.- Quanto ao controle de capitais, pode ser uma ferramenta útil para evitar vulnerabilidades externas, mas praticamnete não teria efeito sobre a situação interna da economia. E a derrubada dos juros com consequente desvalorização da moeda seria um fator importante na proteção contra choques externos também.
Bom, se nenhum governo fará, é bastante provável que não façam. Estamos discutindo o que é correto. Os exemplos que eu dei, reitero, são evidências mais do que suficientes para provar que manipular as taxas de juros ao bel prazer é um erro recorrente que já arruinou economias. Porque? Fazendo um gancho, porque a Taxa de juro expressa, assim como o Câmbio, uma força de mercado que o governo, para manipular, precisa agir não por decreto, mas alterando variáveis que compõe estas forças. Daí o motivo de recomprar dólares para ajustar o câmbio.

Decretos, todos sabemos, nunca funcionam por jogam tais forças de mercado para debaixo do tapete. Elas ficam ali, latentes, até escaparem. Quem tem mais idade pode lembrar do Tabelamento de Preços e dos Cortes de Zeros da Moeda, coisa que nunca funcionaram. Vejam a Argentina de hoje, outrora grande exportadora de Trigo, está IMPORTANDO tal item por conta de uma grotesca política de preços do Governo Argentino.

Sobre o Controle de Capitais, a importância dele é evitar rupturas muito grande nos padrões de taxas de juros interna quando há algum tipo de choque externo. Foi o caso do país durante o Gov. FHC, com muitos choques externos que forçaram o governo à aumentar a taxa de juro. Os efeitos dos choques externos seriam, possivelmente, mitigados levando as médias da taxa de juro para baixo.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Sex Dez 03, 2010 6:01 pm
por Túlio
Lei do gás é regulamentada e quebra monopólio da Petrobras

03 de dezembro de 2010 • 15h56 • atualizado 17h02


Após quase dois anos de ter sido sancionada, a Lei do Gás foi finalmente regulamentada nesta sexta-feira, após o decreto publicado no Diário Oficial da União, abrindo novas oportunidades para investimentos do setor no País.
A lei altera de autorização para concessão o sistema de construção de gasodutos no País e limita em 10 anos o monopólio do transporte do combustível pelos dutos.
As novas regras permitirão também a redução do custo para geração térmica por meio de gás natural, segundo avaliou o diretor do Centro Brasileiro e Infraestrutura Adriano Pires. "A regulamentação permite a figura do autoimportador e autoprodutor, o investidor não precisa mais pagar para a distribuidora levar gás para ele. Ele importa GNL, regaseifica e coloca na sua térmica, isso baixa o seu custo", disse Pires.
O novo nicho permitirá, na avaliação de Pires, a concretização de planos de investimentos como o anunicado pela BG esta semana, visando a construção de uma planta de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) no sul do País.
Antes monopólio da Petrobras , dona das redes de gasoduto que cortam o Brasil, o setor poderá ter forte impulso de investimentos já que deverá ter custos reduzidos. "A grande novidade é que a construção de gasodutos serão feitos pelo regime de concessão, como nos leilões de transmissão de energia, com tarifa estabelecidade pela ANP (agência reguladora do setor) e não mais pela Petrobras", disse o consultor.
Agentes do setor sempre reclamaram do preço cobrado pela estatal para dar acesso aos seus gasodutos, o que os obrigava a recorrer à demorada arbitragem da ANP. A expectativa é de que agora os preços sejam mais atraentes e haja expansão de gasodutos no Brasil.
As concessões de gasodutos, segundo a regulamentação da lei, terão duração de 30 anos. "A Lei do Gás e o Decreto de Regulamentação são um marco no estabelecimento de regras claras e estáveis para atrair mais investimentos para o setor", afirmou o Ministério de Minas e Energia em seu site nesta sexta-feira.
Segundo o ministério, as novas regras permitirão que novos agentes ofertem gás natural ao mercado brasileiro, aumentando a competitividade no setor. Para o analista da corretora SLW Erick Scott, o surgimento de concorrência para a Petrobras não é positiva, mas ele avaliou que ainda é cedo para se prever os possíveis impactos para a estatal. "Para as ações no momento é indiferente, ainda é cedo para avaliar qual será a reação do mercado às novas regras", disse Scott.
Com a inauguração em março deste ano pela Petrobras do Gasoduto da Integração Sudeste Nordeste (Gasene), maior gasoduto em extensão construído no Brasil nos últimos dez anos, a rede do País passou para 9.219 km, contra 5.451 km em 2003.

Reuters News

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Qui Dez 09, 2010 3:31 pm
por PRick
Estou cada vez melhor nas minhas previsões, o Bourne, com o todo economista, erra todas!! :twisted: :twisted: Vai dar 8 a 8,2% de crescimento do PIB esse ano nada mal, o maior dos últimos 30 anos. 8-] 8-]
Para Mantega, já está garantido crescimento econômico de 7,5% em 2010
Segundo o ministro, PIB deverá crescer mais 0,5% no último trimestre do ano

Valor Online | 09/12/2010 11:51

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse esperar a evolução da atividade no país "em mais de 0,5%" no quarto trimestre do ano, em relação aos três meses antecedentes. "De forma que já temos assegurado 7,5%, mas devemos crescer mais de 8% para fechar 2010 com chave de ouro, o segundo maior crescimento entre as economias do mundo, atrás apenas da China", afirmou ele.

No último balanço do governo Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Mantega deu um rápido panorama sobre a situação econômica desde 2006, destacando a contribuição do programa para o crescimento da economia brasileira, inclusive ações que ajudaram a minimizar os efeitos da crise de 2008.

Segundo Mantega, após o PAC em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma média anual de 4,6%. Ele destacou a contribuição dos recursos para obras de infraestrutura do PAC para os investimentos globais do país, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixa (FBCF).

Disse ainda que, para estimular os investimentos, os cofres públicos deixaram de receber R$ 184 bilhões, por conta da desoneração tributária a alguns setores produtivos como medida anticrise. "A boa notícia é que os investimentos estão subindo acima da demanda este ano, cerca de 15,9% em termos de volume. Ou seja, temos a oferta correndo à frente do consumo", comentou ele.

A FBCF deve atingir cerca de 19,1% do PIB "e deve chegar a 20% do PIB em 2011", disse Mantega, que vai continuar no comando da economia no governo de Dilma Rousseff. Somente os investimentos públicos federais devem alcançar 1,2% do PIB em 2010, impulsionados pela injeção de R$ 180 bilhões no BNDES nos últimos dois anos. O ministro citou que o volume de crédito subiu a 47% do PIB.

O cenário macroeconômico apresentado com os números do PAC destaca a meta de inflação em 4,5% (centro) até 2014. As demais variáveis têm projeções apenas até 2010, como a redução da relação dívida líquida do setor público versus PIB, de 43,4% em 2009 para 41,5% em 2010.

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Dez 12, 2010 1:45 am
por Penguin
O Globo: Brasil cresceu na era Lula menos que
emergentes e AL

10 de Dezembro de 2010
País ainda está atrás de Bric e América Latina

Martha Beck

EM RITMO MAIS LENTO: Para economista, expansão econômica do Brasil está no caminho para se tornar sustentada

Média do crescimento brasileiro desde 2003 é inferior à de China e Índia.Também é menor que a da Argentina

BRASÍLIA. Se os oito anos de governo do presidente Lula permitiram à economia crescer bem mais do que na era Fernando Henrique Cardoso - 4% contra 2,28% -, esse movimento ainda deixa o Brasil atrás de outros países. No grupo dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), atuais motores do crescimento mundial, o país é o último da fila. A média do crescimento chinês, por exemplo, foi de 10,95% nos últimos oito anos, enquanto a do indiano foi de 8,2%. Até mesmo a Rússia, cujo Produto Interno Bruto (PIB) despencou 7,9% por causa da crise mundial em 2009, teve média melhor: 4,8%. Brasil também ficou abaixo da média da América Latina no período: 4,64%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que já tem projeções para 2010.

Dados da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) mostram que de 2003 a 2009, o país ficou à frente de apenas quatro economias, sendo que só o México é de peso. As outras são Paraguai, Nicarágua e El Salvador. Pelas projeções do FMI, no entanto, a região teria crescido 4,64% por ano, em média, de 2003 a 2010.

Segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o Brasil perde quando comparado com China e Índia porque o crescimento sustentado dessas economias ocorre há décadas. Elas derrotaram o monstro da inflação e conseguiram estabilidade. Além disso, são países com população muito grande e que precisam de economias fortes:

- Na China, o crescimento tem de ser alto. O mínimo aceitável é de 8%. Qualquer valor abaixo disso é considerado recessão - afirma Agostini. - Já a Rússia, embora tenha crescido mais do que o Brasil, ainda tem crescimento de pior qualidade.

Os 4% de crescimento médio anual do Brasil ficou abaixo, por exemplo, dos 7,4% de crescimento médio da Argentina e dos 5,7% da Venezuela.

Segundo o diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), Carlos Langoni, embora a Argentina tenha crescido, na média, mais do que o Brasil, esse movimento não é sustentado. O país tem baixo nível de investimento e é fortemente dependente da venda de commodities:

- O crescimento duradouro ainda é raro. Já ocorre no Chile e está começando em lugares como o Brasil e o Peru.

Para o economista da Cepal Carlos Mussi, os países da região que se saíram melhor foram os que souberam aproveitar a tranquilidade nos mercados para atrair investimentos, diversificar exportações e crescer. E se o Brasil conseguiu avançar no governo Lula, isso também se deveu aos esforços da era FH, destacou Agostini:

- São dois momentos. É que nem Maradona e Pelé.


Uma 'marolinha' que custou R$19,1 bilhões

Em 2009, PIB encolheu 0,6%

A revisão dos números do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) em 2009 foi forte. Passou de uma queda de 0,2% para 0,6%. Essa redução representa R$19,1 bilhões a menos no tamanho da economia em 2009 - quando o Brasil vivia os efeitos da crise financeira internacional do ano anterior, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a classificar de "marolinha" em outubro de 2008.

Vários fatores explicam essa revisão, que acontece sempre no terceiro trimestre. Pelos cálculos da economista Luiza Rodrigues, do banco Santander, a retração maior da indústria de 5,5% para 6,4% e o crescimento menor dos serviços (de 2,6% para 2,2%), setor que representa quase 70% da economia brasileira, foram os principais responsáveis pela revisão.

Essas mudanças nas variações por setores aconteceram pela incorporação dos números definitivos das contas nacionais de 2008, divulgados recentemente. Outras estatísticas como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009 também foi usada na revisão dos números.

- As mudanças estão dentro do padrão histórico do país. Houve incorporação de novas fontes de dados e aperfeiçoamento da ferramenta de ajuste sazonal - afirmou Roberto Olinto, do IBGE.

Com esse resultado de 0,6% de 2009 e a melhora nas projeções para 2010, o presidente Lula deve terminar o seu mandato alcançando uma média anual de 4% do crescimento do PIB, situando-se em 19ª posição entre 29 presidentes desde o início da República, segundo estudo de Reinaldo Gonçalves, professor do Instituto de Economia da UFRJ.

- O resultado do governo Lula ficou abaixo da média histórica, de 4,5%. (Cássia Almeida).

Autor: O Globo

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Dez 12, 2010 11:02 am
por PRick
Penguin escreveu:O Globo: Brasil cresceu na era Lula menos que
emergentes e AL

10 de Dezembro de 2010
País ainda está atrás de Bric e América Latina

Martha Beck

EM RITMO MAIS LENTO: Para economista, expansão econômica do Brasil está no caminho para se tornar sustentada

Média do crescimento brasileiro desde 2003 é inferior à de China e Índia.Também é menor que a da Argentina

BRASÍLIA. Se os oito anos de governo do presidente Lula permitiram à economia crescer bem mais do que na era Fernando Henrique Cardoso - 4% contra 2,28% -, esse movimento ainda deixa o Brasil atrás de outros países. No grupo dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), atuais motores do crescimento mundial, o país é o último da fila. A média do crescimento chinês, por exemplo, foi de 10,95% nos últimos oito anos, enquanto a do indiano foi de 8,2%. Até mesmo a Rússia, cujo Produto Interno Bruto (PIB) despencou 7,9% por causa da crise mundial em 2009, teve média melhor: 4,8%. Brasil também ficou abaixo da média da América Latina no período: 4,64%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que já tem projeções para 2010.

Dados da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) mostram que de 2003 a 2009, o país ficou à frente de apenas quatro economias, sendo que só o México é de peso. As outras são Paraguai, Nicarágua e El Salvador. Pelas projeções do FMI, no entanto, a região teria crescido 4,64% por ano, em média, de 2003 a 2010.

Segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o Brasil perde quando comparado com China e Índia porque o crescimento sustentado dessas economias ocorre há décadas. Elas derrotaram o monstro da inflação e conseguiram estabilidade. Além disso, são países com população muito grande e que precisam de economias fortes:

- Na China, o crescimento tem de ser alto. O mínimo aceitável é de 8%. Qualquer valor abaixo disso é considerado recessão - afirma Agostini. - Já a Rússia, embora tenha crescido mais do que o Brasil, ainda tem crescimento de pior qualidade.

Os 4% de crescimento médio anual do Brasil ficou abaixo, por exemplo, dos 7,4% de crescimento médio da Argentina e dos 5,7% da Venezuela.

Segundo o diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), Carlos Langoni, embora a Argentina tenha crescido, na média, mais do que o Brasil, esse movimento não é sustentado. O país tem baixo nível de investimento e é fortemente dependente da venda de commodities:

- O crescimento duradouro ainda é raro. Já ocorre no Chile e está começando em lugares como o Brasil e o Peru.

Para o economista da Cepal Carlos Mussi, os países da região que se saíram melhor foram os que souberam aproveitar a tranquilidade nos mercados para atrair investimentos, diversificar exportações e crescer. E se o Brasil conseguiu avançar no governo Lula, isso também se deveu aos esforços da era FH, destacou Agostini:

- São dois momentos. É que nem Maradona e Pelé.


Uma 'marolinha' que custou R$19,1 bilhões

Em 2009, PIB encolheu 0,6%

A revisão dos números do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) em 2009 foi forte. Passou de uma queda de 0,2% para 0,6%. Essa redução representa R$19,1 bilhões a menos no tamanho da economia em 2009 - quando o Brasil vivia os efeitos da crise financeira internacional do ano anterior, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a classificar de "marolinha" em outubro de 2008.

Vários fatores explicam essa revisão, que acontece sempre no terceiro trimestre. Pelos cálculos da economista Luiza Rodrigues, do banco Santander, a retração maior da indústria de 5,5% para 6,4% e o crescimento menor dos serviços (de 2,6% para 2,2%), setor que representa quase 70% da economia brasileira, foram os principais responsáveis pela revisão.

Essas mudanças nas variações por setores aconteceram pela incorporação dos números definitivos das contas nacionais de 2008, divulgados recentemente. Outras estatísticas como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009 também foi usada na revisão dos números.

- As mudanças estão dentro do padrão histórico do país. Houve incorporação de novas fontes de dados e aperfeiçoamento da ferramenta de ajuste sazonal - afirmou Roberto Olinto, do IBGE.

Com esse resultado de 0,6% de 2009 e a melhora nas projeções para 2010, o presidente Lula deve terminar o seu mandato alcançando uma média anual de 4% do crescimento do PIB, situando-se em 19ª posição entre 29 presidentes desde o início da República, segundo estudo de Reinaldo Gonçalves, professor do Instituto de Economia da UFRJ.

- O resultado do governo Lula ficou abaixo da média histórica, de 4,5%. (Cássia Almeida).

Autor: O Globo
Existe um anuncio muito interessante da bola de Rubgi da Topper, essa notícia é muito parecida com ele, se lembram do Livro da Sociedade do Espetáculo, mostrando como se pode mentir usando dados reais. Vamos a realidade.

TODOS PAÍSES DO MUNDO CRESCERAM MENOS QUE CHINA E ÍNDIA! Por diversos motivos, entre eles porque não fizeram a política suicida do Consenso Washington.

Quanto a Argentina e Venezuela a mentira é maior, porque a Argentina e Venzuela quebraram, perderam quase 30% de seu PIB com as crises internas, assim, esses países não cresceram muito nesses últimos anos, estão retomando o que eram suas economias antes da crise.

Por sinal, o caso da Rússia é semelhante, a crise dos anos 1990 fez com que o PIB russo despencasse, assim, o que se passou é uma recuperação, que se diga de passagem, hoje, já cresce bem menos que o Brasil.

Assim, o que observamos em comparação com o resto da AL, é que o Brasil aumentou em muito seu peso econômico em relação ao resto da América Latina. Na América do sul a economia brasileira que antes não representava 50% do total, hoje beira os 60%.

Resta a comparação com os Governo passados, aí a matéria usa dados distorcidos para mentir, fazer uma média de crescimento por presidente de épocas tão distantes, não é dado relevante, na verdade é apenas dado inventado para justificar uma tese.

Se pergarmos de 1980 para cá veremos que o crescimento atual, só tem paralelo no períodos anteriores. Quando nossa economia era ridiculamente pequena em face ao resto do mundo.

Por fim, vem o dado de 2009, na verdade passamos quase incólomes pela maior crise desde 1929, e em plena crise, devemos bater o recorde de crescimento do PIB dos últimos 30 anos! Quer dizer, é um dado histórico.

[]´s

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Dez 12, 2010 2:16 pm
por Bourne
Maior crise desde 1929 :shock: :shock: :shock: :shock:

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

Enviado: Dom Dez 12, 2010 2:53 pm
por Carlos Mathias
Não foi não, essa de 2008/2009?

Eu vejo falarem isso na TV o tempo todo, não só os economistas brasileiros, mas na CNN, CBC e etc.

Ou algum economista brasileiro descobriu algo que ninguém no mundo sabia, que a crise foi só faz de conta...

Braba foi a crise de Tonga :roll: , que arrastou o Brasil para a caralhésima recessão e os juros para mais de 40% ao mês.