Vendo essa situação toda de descalabro mais que recorrente na MB quanto ao seu processo de modernização e atualização, e tendo em vista a irresponsabilidade governamental e a ignorância nacional sobre o tema defesa, deixo aqui então uma proposta um tanto que radical para a efetiva implementação do PAEMB, bem á altura da indignidade tupiniquim em relação à marinha que tem, e que nunca virá a ter.
Primeiro passo, aposentar compulsoriamente todos os meios navais mais antigos, no caso a classe Nitérói e F-22, deixando apenas as 4 corvetas Inhaúma e a Barroso;
Segundo passo, aposentar compulsoriamente todos os meios de transporte anfíbio e distribuição dos 3 btls da Bgda Anf nas seguintes bases sob o comando dos respectivos DN’s: 1º Btl – Rio de Janeiro; 2º Btl – Belém; 3º Btl – Florianópolis. Cada btl será desdobrado em termos de meios e efetivos nas regiões geográficas nas quais se encontrarem, de forma a oferecer tropa especializada para as operações marítimas e/ou fluviais dos DN’s, para efeito de patrulha e polícia naval.
Terceiro passo, modificar os indicativos de tipos e quantidades de meios navais do PAEMB para o que segue:
1 Navios de Patrulha 250 ton Classe Grajaú Block 2/3/4 – 36
Navios de Patrulha 500 ton Classe Macaé Block 2/3 – 40
Navios de Patrulha 900 ton Classe Combatente Block 1/2/3 – 36*
Navios de Patrulha Oceânica 1800 ton Classe Imperial Marinheiro Block 1/2/3 – 36
2. Navios de Esquadra
2.1 Corvetas Classe Barroso Block 1/2/3 – 36
(*modelo a ser inserido na revisão do programa de reequipamento.)
Este novo planejamento permitirá, entre meios existentes e previstos, a partir da capacidade da indústria naval instalada no país, projetar e produzir uma força naval de:
72 NaPaCo 250 ton
54 NaPaCo 500 ton
48 NaPaCo 900 ton
36 NaPaOc 1800 ton
36 Corveta 2000 a 3500 ton
As corvetas antigas devem ser retiradas tão logo as novas comecem a ser incorporadas. O planejamento deve prever a assinatura de um contrato para cada block de construção, no fator de um contrato a cada ano por block para cada tipo de navio. Empresas vencedoras de um block não podem concorrer em outros blocks de construção, a fim de favorecer o máximo possível de empresas envolvidas no processo produtivo.
O CPN e a Engeprom deverão ser os responsáveis diretos sobre a gestão, implementação, avaliação e revisão de cada projeto e block dos navios, a fim de garantir continuidade e qualidade de cada um, de acordo com os requisitos da MB.
O Quarto passo é retificar a organização, tipos e os indicativos de aeronaves da AN para o que segue:
1. Aeronave Vigilância e Esclarecimento Marítimo Leve – 36
2. Aeronave Transporte Leve – 18
3. Aeronave Busca e Salvamento – 12
4. Aeronave Patrulha Marítima – 16
5. Helo Emprego Geral Leve – 108
6. Helo Emprego Geral Médio – 42
7. Helo Busca e Salvamento – 36
No quinto passo, os meios dos Distritos Navais devem ser reforçados e aquinhoados com material novo e produzido no Brasil, em termos de lanchas, botes e demais meios flutuantes necessários ao melhor desempenho de suas atividades. Neste aspecto a classe Marlin de Aviso, e derivados, assim como lanchas XXX colombiana e a sueca RB-90, dentre outras semelhantes devem ter sua produção adquirida por licença e/ou projetadas no país. Da mesma forma, é preciso verificar a comunalidade de meios utilizados junto ao CECMA do exército, para uso das forças navais. Os veículos sobre colchão de ar são de especial interesse em relação a este potencial de produção nacional.
Por último, e sexto passo, os meios dedicados as operações fluviais devem buscar nos projetos autóctones a resposta para suas demandas. Há projeto do CPN de embarcação na classe de 200 a 300 tons para patrulha fluvial, transporte e apoio. Tais projetos devem ser reforçados e ampliados de modo a fazer com que as bases navais da Amazônia e pantanal tenham a sua disposição os meios necessários e adequados a sua missão. O EB já tem exemplos de meios possíveis de aquisição, além dos citados no parágrafo anterior, bem como o projeto do próprio CPN, que pode dotar os DN’s destas regiões, se adquiridas minimamente de 24 a 32 undes deste navio.
Acredito que se isto for feito, será mais fácil convencer tanto GF como congresso, de que a produção e indústria naval nacional podem ajudar a melhorar os índices econômicos do país sem necessariamente tolher os cofres públicos, já que a maior parte dos gastos será efetuada em real, e não em dólar, bem como a manutenção e desenvolvimento de know how e tecnologias que interessam também à sustentação do aporte sócio-econômico necessário ao alcance dos objetivos do planejamento militar, dentro de uma realidade financeira totalmente contradita ao mesmo. Fato que é reforçado continuamente pelo destrato do poder público e sociedade em relação à importância e urgência que estas forças merecem ser tratadas.
Fim do momento leseira baré...
abs.