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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Jul 05, 2010 10:21 pm
por Francoorp
Irã e Brasil: retaliações e soberania

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Enquanto uma frota de 11 navios dos EUA e 3 submarinos nucleares de Israel dirige-se ao Golfo Pérsico, com a colaboração da Arábia Saudita e do Egito, para uma ameaça real e uma não descartada agressão militar ao Irã, anunciam-se retaliações contra interesses econômicos do Brasil por não concordar com as sanções impostas aquele país. Hoje o Brasil não vende etanol para o Irã, mas se pretendesse vender, aqueles que se arrogam campeões do livre comércio, não permitirão, está proibido! O artigo é de Beto Almeida.

Enquanto uma frota de 11 navios dos EUA e 3 submarinos nucleares de Israel dirige-se ao Golfo Pérsico, com a colaboração da camarilha de vassalos da Arábia Saudita e do Egito, para uma ameaça real e uma não descartada agressão militar ao Irã, anunciam-se retaliações contra interesses econômicos do Brasil por não concordar com as sanções impostas à nação persa. Diante do risco da incineração de um povo que não invadiu nenhum outro país ou sequer explora outras nações, vamos registrando aqui no Brasil a elevação de tom de algumas vozes que muito longe de clamar por uma solução pacífica, aproveita a situação de perigo, hoje encoberta pela fumaça futebolística da Copa, para condenar não as retaliações que o Brasil pode receber dos EUA, mas a política externa do Brasil por defender nossa soberania, bem como uma solução pacífica para impasses desta natureza.

Nas novas sanções adicionais que o presidente Obama anuncia contra o Irã, ficam claras as intenções de atingir vários outros países. Ou seja, que por detrás das medidas punitivas ao Irã há também o objetivo de promover guerra comercial para ampliar o controle econômico do mundo em mãos das grandes corporações transnacionais, controladoras do mando político nos EUA. Pelas sanções, os EUA não aceitarão, assim mesmo, de modo imperial, que o Brasil venda etanol para o Irã, já que o objetivo é realizar um estrangulamento econômico e energético daquela nação. Hoje o Brasil não vende etanol para o Irã, mas se pretendesse vender, aqueles que se arrogam campeões do livre comércio, não permitirão, está proibido!

Nota-se satisfação em alguns articulistas da imprensa sempre sintonizada com os poderes internacionais na maneira de tratar estas absurdas retaliações. Agora transformam-se soberania e defesa de princípios e de fundamentos pacifistas para a solução de impasses em irrealismo diplomático. Ou seja, culpa-se o Itamaraty por não se curvar à prepotência inadmissível da Casa Branca, ora ocupada pelo primeiro presidente descendente de africanos, mas, apesar da diferença da cor da pele, igualmente teleguiado pelos desígnios do Pentágono, pelo complexo militar-industrial, provavelmente a verdadeira presidência dos EUA.

Irrealismo diplomático versus realismo vassalo
Para criticar o Itamaraty e a política externa de Lula, estes porta-vozes informam, com satisfação, que empresários brasileiros ligados ao setor de defesa foram comunicados por fornecedores ou parceiros em uma grande feira internacional que seus governos “estavam reavaliando as licenças de exportação de componentes sensíveis para o Brasil”. De acordo com estas fontes, os motivos são “a posição do Brasil em apoio ao Programa Nuclear Iraniano e também dúvidas sobre a própria ação das políticas nucleares do Brasil”

Na realidade, o problema não é novo. Há um veto imperial histórico das grandes nações capitalistas que querem impedir que outras nações desenvolvam-se tecnologicamente, sobretudo quando são possuidoras de grandes riquezas minerais e energéticas, como o Irã e também como o Brasil. Não por acaso houve tantos golpes de estado na Bolívia até que um índio aymara, – ensandecido de realista dignidade e de soberania, como teria sido nosso Tiradentes – desse um basta à uma sangria secular. Para os vassalos que analisam os fenômenos políticos sob a ótica tacanha do irrealismo diplomático, mesmo depois de ter expulsado o embaixador dos EUA, a Bolívia de Evo Morales segue altiva, já sendo território livre do analfabetismo, tendo reduzido em 75 por cento o preço de gás de consumo para o consumo doméstico e tendo implantado uma renda de cidadania , tudo a partir da nacionalização corajosa e soberana de seus recursos energéticos.

Sempre houve retaliações
O Brasil também já foi alvo de várias pressões e sabotagens, muito antes de praticar este propalado “irrealismo diplomático”. Turbinas nucleares importadas por Vargas da Alemanha foram seqüestradas por militares dos EUA no porto de Hamburgo, em 1952, quando seriam embarcadas para o Brasil. Posteriormente, quando Geisel firmou convênio nuclear com a Alemanha, em 1975, estas mesmas vozes posicionaram-se, como sempre, ao lado dos EUA buscando impedir que o Brasil se nuclearizasse. A lógica deste setor de plantão é impedir que um país emergente atinja plenitude sócio-econômica. Querem ,por exemplo, que o Brasil não tenha capacidade militar, de preferência reduzindo drasticamente suas forças armadas, e, também, relegando-as à função de mera polícia de bairro. Não querem que o Brasil tenha indústria naval, nem produção de fertilizantes, o que o impedirá de ter , de fato, soberania alimentar. Este setor, que comemorou o suicídio de Vargas e depois tentou frivolamente demolir a Era Vargas desnacionalizando o que pudesse, continua de plantão.

Desarmamento unilateral
Outra prova deste realismo vassalo é a entrevista do físico José Goldemberg, ex-ministro do governo Collor, concedida à Revista Época, cujo título intrigante, sobretudo pelo momento em que o Brasil é alvo de retaliações imperiais é “O Brasil quer a bomba atômica”. Tanto o professor como a revista são por demais conhecidos. Mas, cabe salientar a torcida que ele faz para que o Brasil assine o Aditivo ao Tratado de Não Proliferação , mesmo sabendo que isto não apenas permitira inspeções sem qualquer reserva em todas as nossas instalações de pesquisa, algo que, evidentemente, os EUA, por exemplo , jamais admitiriam. Mas, o professor quer que o Brasil se submeta inspeções sem limites. Inclusive sob o risco de perder controle sobre desenvolvimentos tecnológicos avançados e não alcançados, ainda, por outros países.

Além disso, a posição do professor expressa a consciência de que a assinatura do Aditivo do TNP implicaria na renúncia, pelo Brasil, do desenvolvimento do projeto do submarino nuclear. E o professor, como todos nós, sabe que há uma imensa riqueza petroleira submarina e que as grandes potências têm uma práxis histórica de ignorar soberanias e territorialidades. Mesmo assim ele não se constrange em revelar seus pensamentos. Por que as potências imperiais não tiveram coragem suficiente para , apesar de toda sabotagem, pressão e agressividade, impedir que a China se transformasse numa das grandes potências econômicas, sendo também uma potência espacial? Porque diferentemente do Brasil, as forças armadas da China são……armadas. O que ainda não se pode afirmar em relação à capacidade de defesa do Brasil, apesar de uma positiva inversão de rota, recentemente, nas políticas para o setor de defesa. Mesmo assim, ainda assim a área militar possui jipes e tanques utilizados na guerra da Coréia, 63 por cento dos aviões da Aeronáuticas tem problemas para voar e nem pode sequer garantir o rancho para todos os recrutas.

O caso dos aviões tucanos
As retaliações contra o Brasil não surgem agora pela política atual do Itamaraty. Isto é falso. Elas obedecem a lógica da dominação do mundo, que nunca foi um mundo para meigos. A diferença é que os que alardeiam ”irrealismo diplomático” praticaram, quando no governo, o mais vexatório realismo vassalo. Exemplo claríssimo desta disposição infinita para obedecer ordens externas: com a privatização-desnacionalização da Embraer permitiu-se que há alguns anos, antes da crise do Irã, o Brasil fosse proibido de vender 150 aviões Tucanos para a Venezuela, disposta a comprá-los. Diante do veto imperial, sob o argumento de que há nos computadores das aeronaves componentes de fabricação norte-americana, a Venezuela fez a compra na China. Com a queda nas encomendas, a Embraer colocou no olho da rua 4800 metalúrgicos. Mesmo havendo no Brasil um imenso potencial para o desenvolvimento da aviação regional. Eis o preço social de tal realismo vassalo. Retaliações não são de hoje. Indaguem-se quantas houve contra o Programa Espacial Brasileiro, adotadas para que o país não consiga entrar no seleto clube das potências espaciais.

A função das TVs Públicas
O período eleitoral no Brasil coincide com o agravamento da crise mundial do capitalismo e de uma clara intenção das grandes potências de sair da crise pela vida da dinamização da indústria bélica. Isto merece todo o bom debate do mundo por parte dos meios de comunicação, mas o que se verifica, salvo honrosas exceções para uma informação mais eivada de espírito público, é uma campanha de demolição da política externa brasileira. E mesmo na TV Brasil a pluralidade de opiniões sobre este tema realmente explosivo é bastante precária, havendo na editoria internacional um mesmismo de uma linha editorial que condena o Irã por não abrir mão de sua soberania. É uma adoção dos critérios jornalísticos da mídia oposicionista e um quase recado disfarçado para que o Brasil também devesse optar pelo realismo subalterno. Será que face a posição que o Brasil vem desempenhando contras as sanções ao Irã e por uma solução pacífica, um protagonismo internacional, não deveriam levar a TV Brasil a, no mínimo ter um correspondente agora em Teerã ao invés de somar-se ao silêncio midiático enquanto os tambores de guerra são tocados? O povo brasileiro não tem o direito de ser informado amplamente sobre o Irã, sua história, seu povo, sua cultura e entender porque o Brasil é solidário com o direito na nação persa de ter independência tecnológica? Terá a editoria internacional da TV Brasil sido convencida pelos argumentos do “irrealismo diplomático”?

É urgente que este debate se aprofunde e se qualifique, até porque a agressão contra o Irã pode se materializar, dolorosamente. Já fizeram Hiroshima e Nagasaki! E, as retaliações contra o Brasil e outros emergentes, também podem se agravar sim. Serão estas informações irrelevantes. Só há duas alternativas: uma, quase impublicável, da qual é partidário o professor, a de querer ver o Brasil curvar-se ante os ditames do império. A outra, irrecusável, fortalecer nossa capacidade de realizar políticas soberanas e independentes, a capacidade de estabelecer novas parcerias internacionais, baseadas na cooperação e na solidariedade. Mas, com base no realismo histórico, isto implica em ter capacidade de defesa, independência tecnológica e aprimoramento de nossa democracia, superando as enormes dívidas sociais e vulnerabilidades externas e ideológicas que ainda nos machucam como nação. Em razão disso, obviamente, a turma do mantra do “irrealismo diplomático” e do desarmamento unilateral, vocalizada pelo citado professor, certamente não estará com a candidata Dilma Roussef. Ela já disse que prega a continuidade das políticas em curso e seu aprofundamento, além de referir-se a Lula como um continuador de Vargas.

(*) Beto Almeida é diretor da Telesur

Fonte: Carta Maior via Plano Brasil.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Seg Jul 05, 2010 11:57 pm
por Carlos Mathias
Ela já disse que prega a continuidade das políticas em curso e seu aprofundamento, além de referir-se a Lula como um continuador de Vargas.
Essa é a escolha a ser feita.
Voltarmos ao velho capachismo podre, nojento, asqueroso(adjetivos por minha conta); ou aprofundar os novos rumos.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Jul 06, 2010 7:14 am
por jumentodonordeste
Só não entendo que aprofundamento seria esse com o Irã...

O que queremos deles?

Tem que tomar cuidado, nem todo bremelhu é confiável.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Jul 06, 2010 12:10 pm
por Carlos Mathias
Esse "aprofundamento com o Irã" é interpretação sua.

O cara se refere à política de reerguimento das FAs e fortalecimento da indústria nacional de defesa, se refere à END e afins.
Em razão disso, obviamente, a turma do mantra do “irrealismo diplomático” e do desarmamento unilateral, vocalizada pelo citado professor, certamente não estará com a candidata Dilma Roussef. Ela já disse que prega a continuidade das políticas em curso e seu aprofundamento, além de referir-se a Lula como um continuador de Vargas.
Isso é tudo o que os capachistas do PSDB/DEM querem, o "capachismo pragmático", a aceitação de que devamos ser sempre uns otários sob o eterno comando do mestre. Uns bugres que precisam ser tutelados por alguém limpinho.

Quem não se lembra das sugestões sobre a MB ter uma frota apenas de Patrulheiros no estilo guarda costeira .... De onde? De onde? Americaaaana, isso mesmo!
A MB passaria a ser uma guarda costeira e nosso "aliado" nos socorreria em caso de problemas.

E a FAB operar apenas Super Tucanos, combater narcotráfico e roubo de galinhas?
A idéia era fazer isso com a FAB também, e como sempre na proposta deles, em caso de problemas pediríamos ajuda de quem? De quem?
Uma bananada prá quem adivinhar!!!!

O EB? Viraria uma guarda de fronteiras, uma polícia de mato.

A defesa entregue nas mãos do nosso grande amigo, bastaria não ficar com essas besteiras de ter pensamento próprio, bastaria ser sempre submisso, esparro e capachinho.

É essa mentalidade que se quer trazer de volta ao Brasil, a mentalidade de que somos o esterco no mundo, que somos o restolho da humanidade, que temos de nos contentar com a cozinha, aliás, com a fossa.
Já pensou que orgulho nossos diplomatas tirar sapato, levantar sempre que o mestre entrar no recinto, ir lá fazer o beija mão todo semestre, ter as contas do país aprovadas ou não, eles decidindo onde podemos gastar o nosso dinheiro...

Isso sim é que eram os bons tempos do brasil (com B minúsculo mesmo)...

Isso Tem que ser uma piada de muito mal gosto mesmo, voltar a ser esparro, capacho, subalterno de última categoria.
E há "brasileiros" torcendo por isso!

Tem horas que desanima, viu? :?

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Jul 06, 2010 1:34 pm
por jbatista
É discriminação esterotipar qualquer etnia que se integrou ao territorio brasileiro, ou privilegiando alguns conforme origens atepassadas, já que os paises são formados por seres humanos originarios de diversas regiões do planeta.O que diferencia os seres humanos que vieram para o novo continente é que alguns vieram antes da colonização, ou até pode-se afirmar que são tambem colonizadores do novo continente.
Quanto as pressões sobre o Brasil, gigante continental, em exercer sua soberania e segurança, somente podera provocar consequencias continentais, economicas e politicas, pois somos a 8a.economia ; 190 milhões de habitantes; quarto territorio em terras continuas, com diversas riquezas minerais e recursos hidricos, devendo ocupar seu lugar de direito dentre as grandes nações , tendo os mesmos direitos como as potencias, nem menos nem mais.
Cientista brasileiro, ingenuo ou traidor, declarou que não fazia mal mostrar as centrifugas aos agentes alienigenas, já que as nucleares teriam condições de fabrica-las.Ora porque,então, ainda não fabricaram??Esta provado que Q.I. ou um fenomeno no mister não torna a pessoa com discernimentos para outras coisas que diz ou faz.(politicos, artistas ou cientistas). [004] [004] [004] [004] [004] [004]

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Jul 06, 2010 2:05 pm
por Túlio
Tá, mas eram mesmo CENTO E CINQUENTA Super Tucanos???

Israel tem SSNs?

A Alemanha tinha 'turbinas nucleares' para vender em 1952?


:shock: :shock: :shock: :shock:


Sei não, concordo em grande parte com o texto mas o comuna parece que exagerou um pouco a mão... 8-]

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Jul 06, 2010 5:16 pm
por Carlos Mathias
Túlio, a Inglaterra tomou as turbinas, já pagas; assim como tomou armas compradas na Alemanha um pouco antes da II-GM, tomadas no mar, pagas pelo Brasil.

Tem mais coisa, mas meu pai é que lembra dessas passagens antigas e pouquíssimo comentadas por aqui.
Porque será?

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Jul 06, 2010 5:45 pm
por Túlio
No meu caso lembrei porque estava no texto daquele bovino. Tudo o que citei, 150 STs, SSNs Israelenses. E expressei minhas dúvidas sobre a Alemanha, apenas sete anos após tomar uma baita sarabanda de laço na 2GM já ter "turbinas nucleares" prontinhas para exportar pro Brasil, apenas isso... 8-]

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Ter Jul 06, 2010 10:36 pm
por Carlos Mathias
Tá, beleza, eu entendi. :wink: :)
Mas tem umas histórias que o corôa conta sobre as bondades da Inglaterra para conosco, coisa de quem viveu a época.

A pinimba com EUA e UK vem de longe aqui na família.
engraçado que quando eu falo de FX, certas coisas ele sempre repete:

- PQP, a meeeeeesma* coisa depois desse cacetão de tempo, nem mudar o filme os caras mudam... E é capaz de aceitarem!!!!!

Por isso que eu digo que nem as técnicas e táticas os caras mudaram, e nego aqui achando que agora sim, agora vai! :roll: :lol:

*Assim mesmo, com esse E comprido. :lol:

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Qua Jul 07, 2010 10:20 am
por Marino
ESP:
EUA apoiam, com discrição, arsenal atômico israelense
O presidente dos EUA, Barack Obama, indicou ontem que não apoiará as pressões por um
Oriente Médio livre de armas nucleares, caso isso obrigue Israel ? única potência atômica da região ? a
desfazer-se de seu arsenal. Na Casa Branca, Obama afirmou ao primeiro-ministro israelense, Binyamin
"Bibi" Netanyahu, que a política de Washington sobre o tema "não mudará". "Por isso, nós mantemos,
sem titubear, o compromisso com a segurança de Israel. Os EUA nunca pedirão a Israel para tomar
qualquer atitude que possa minar os interesses de sua segurança", afirmou Obama. Netanyahu reagiu
com satisfação às garantias. "Obrigado por reafirmar o compromisso dos EUA com assuntos de
importância estratégica vital." / D.C.M.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Qua Jul 07, 2010 12:28 pm
por José das Neves
Túlio escreveu:E expressei minhas dúvidas sobre a Alemanha, apenas sete anos após tomar uma baita sarabanda de laço na 2GM já ter "turbinas nucleares" prontinhas para exportar pro Brasil, apenas isso... 8-]
As negociações com alemães se iniciaram em 1952, e o projeto começou a andar em 1953. Foram mandados cientistas brasileiros para treinamento na Alemanha, e as peças para a construção das centrífugas foram encomendadas em fábricas e países europeus diferentes. Toda a operação foi secreta, porque na época a indústria nuclear estava proibida na Alemanha. A história toda está no livro do Moniz Bandeira sobre as relações Brasil-EUA, inclusive com os nomes dos brasileiros e alemães envolvidos. Eu não acho esse história nem um pouco improvável: a Alemanha tinha sido na época imediatamente anterior o centro mundial de pesquisas na área, componentes das centrífugas foram fabricados em outros países como França e Itália, e as "turbinas nucleares" não estavam prontinhas, tiveram que ser construídas.

O Brasil tinha primeiro tentado negociar com os americanos (a idéia era exportar urânio já enriquecido em vez de minério), mas como nem estudante brasileiro nos cursos mais "delicados" das universidades deles eles aceitavam, passamos a negociar secretamente na Europa. Além da Alemanha, também havia conversas na França e na Itália, mas, depois que os americanos descobriram, a brincadeira acabou.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Qua Jul 07, 2010 1:00 pm
por Túlio
Não sabia dessa, valews! E muito BEMVINDO, amigo Zé das Neves, belo post de estréia!!! :D :D :D :D

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Qua Jul 07, 2010 1:07 pm
por Francoorp
Marino escreveu:ESP:
EUA apoiam, com discrição, arsenal atômico israelense
O presidente dos EUA, Barack Obama, indicou ontem que não apoiará as pressões por um
Oriente Médio livre de armas nucleares, caso isso obrigue Israel ? única potência atômica da região ? a
desfazer-se de seu arsenal. Na Casa Branca, Obama afirmou ao primeiro-ministro israelense, Binyamin
"Bibi" Netanyahu, que a política de Washington sobre o tema "não mudará". "Por isso, nós mantemos,
sem titubear, o compromisso com a segurança de Israel. Os EUA nunca pedirão a Israel para tomar
qualquer atitude que possa minar os interesses de sua segurança", afirmou Obama. Netanyahu reagiu
com satisfação às garantias. "Obrigado por reafirmar o compromisso dos EUA com assuntos de
importância estratégica vital." / D.C.M.
E depois querem credibilidade para serem os "Justos" do mundo... mais uma Hipocrisia Yankee!! [053]

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Qua Jul 07, 2010 2:22 pm
por prp
José das Neves escreveu:
Túlio escreveu:E expressei minhas dúvidas sobre a Alemanha, apenas sete anos após tomar uma baita sarabanda de laço na 2GM já ter "turbinas nucleares" prontinhas para exportar pro Brasil, apenas isso... 8-]
As negociações com alemães se iniciaram em 1952, e o projeto começou a andar em 1953. Foram mandados cientistas brasileiros para treinamento na Alemanha, e as peças para a construção das centrífugas foram encomendadas em fábricas e países europeus diferentes. Toda a operação foi secreta, porque na época a indústria nuclear estava proibida na Alemanha. A história toda está no livro do Moniz Bandeira sobre as relações Brasil-EUA, inclusive com os nomes dos brasileiros e alemães envolvidos. Eu não acho esse história nem um pouco improvável: a Alemanha tinha sido na época imediatamente anterior o centro mundial de pesquisas na área, componentes das centrífugas foram fabricados em outros países como França e Itália, e as "turbinas nucleares" não estavam prontinhas, tiveram que ser construídas.

O Brasil tinha primeiro tentado negociar com os americanos (a idéia era exportar urânio já enriquecido em vez de minério), mas como nem estudante brasileiro nos cursos mais "delicados" das universidades deles eles aceitavam, passamos a negociar secretamente na Europa. Além da Alemanha, também havia conversas na França e na Itália, mas, depois que os americanos descobriram, a brincadeira acabou.
Que isso, falando mal do irmão do norte, eresia, eles jamais teriam feito isso conosco, que sempre fomos seu fiel aliado. :roll: Amigos do peito.

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

Enviado: Qui Jul 08, 2010 11:58 am
por Marino
EUA oferecem material nuclear a Israel
Carta secreta teria sido enviada a Netanyahu antes de reunião com Obama
Daniela Kresch
Especial para O GLOBO

TEL AVIV. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, teria voltado ontem dos Estados Unidos — onde foi recebido calorosamente pelo presidente Barack Obama — com um ás na manga: a promessa de que Casa Branca vai cooperar com o programa nuclear israelense, apesar de Israel não ser signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
A revelação foi feita pela rádio militar Galei Tzahal, que teve acesso a uma carta enviada pela Casa Branca ao governo Netanyahu há algumas semanas, como parte dos preparativos para o encontro entre os dois líderes.
No documento, os EUA prometem vender a Israel material para a produção de eletricidade, além de tecnologia nuclear para fins pacíficos e outros suprimentos necessários ao setor.
A carta também incluiria a garantia de que o governo americano vai passar, daqui para frente, a usar terminologia mais “amigável” ao se referir ao programa nuclear israelense.
Washington passaria a dizer publicamente que Israel é “um Estado responsável que se comporta de maneira moderada em relação à sua capacidade”.
Para analistas, a promessa de Obama seria uma espécie de “compensação” quanto à iniciativa recente da criação de uma zona desnuclearizada no Oriente Médio. Em maio, na conferência de revisão do TNP, os EUA endossaram um documento pedindo o controle de armas nucleares na região e citando especificamente Israel.
— É com certeza um gesto de boa vontade americano para apaziguar Netanyahu, mas também para advogar algo em troca, como o congelamento permanente das construções na Cisjordânia e a volta das negociações de paz diretas com os palestinos — especula o cientista político Shlomo Aronson, da Universidade Hebraica de Jerusalém.
— Com esse documento na mão, Netanyahu pode conseguir manter seus aliados de direita no governo, mesmo ampliando o congelamento.
Teerã admite que sanções desaceleram projeto nuclear Apesar da polêmica, ontem, o chefe da agência nuclear iraniana, Ali Akbar Salehi, admitiu pela primeira vez que as sanções impostas pela ONU podem “criar obstáculos na provisão de equipamentos destinados ao programa nuclear”. Apesar de eventuais empecilhos, Salehi garantiu que ausina de Bushehr — a primeira construída no país — entrará em operação em setembro.