Re: URUTU III: FIAT/IVECO
Enviado: Ter Fev 08, 2011 10:41 am
Pra falar a verdade isso já ocorrere, mas não de ensino, mas em capacidades (que pode significar ensino também). Na hora da seleção do SMO sempre tem algumas pessoas que tem mais chances de serem convocados de acordo com certas habilidades. Tipo, o sujeito tem experiência em mecânica e a unidade é um BLog ou um Parque, ou tem conhecimentos de informática (hoje todo mundo sabe, mas a 10 anos atrás, o que é relativamente pouco tempo, não era um conhecimento universal) e tem necessidade de alguém pra um cargo que envolva isso.
Eu não sei como funciona, se é previsto essa sondagem, ou se é mais uma questão informal, mas no futuro, pra operar essas torretas caso seja função de um temporário (Cabo), por exemplo vai ser como? Simples: quem aqui joga video-game?
Parece brincadeira, mas a indústria já faz isso! Uma reportagem do Jornal Hoje a um certo tempo falou sobre isso, que o RH de uma grande empresa estava fazendo essa pergunta em seleções porque diversos cargos de nível de entrada envolviam operar computadores e máquinas que tinham controles parecidos com o de video-games, inclusive mostrou uma que usava um controle de video-game, não parecido, mas idêntico ao controle de um Play Station (servia pra imputar dados num robô).
A lógica é a mesma.
Isso é muito interessante porque certas capacidades acabam sendo meio que "natas" em certas pessoas e difíceis pra outra. Meu pai, por exemplo, apanhou muito pra aprender a usar o computador quando o sistema de comunicações começou a ser digitalizado, e o pior, com OS/2. Como treinaram ele, telegrafista, pra continuar a fazer o seu serviço? Meio que na marra, com instruções passo-a-passo, "clique aqui, depoi aqui". Hoje todo mundo sabe, então a instrução é bem mais simples.
Uma certa dificuldade de tirar o máximo proveito dos sistemas vai acontecer até com os oficiais e sargentos de carreira. Imaginem uma tela de computador dentro de uma viatura que se fosse apresentada fora de contexto parecesse um jogo de estratégia tipo wargame misturado com RTS (real time strategy). Hoje em dia é difícil encontrar um Cadete ou Tenente que não saiba operar um computador, ou até jogar, mas é mais difícil encontrar um que jogava RTS ou mesmo Wargames. O que acontece? Você tem menos dificuldade de ensinar a operar um computador, mas o cara que jogava RTS/Wargames vai ter MUITO MAIS facilidade pra entender as telas, os comandos, e tirar o máximo de proveito daquele sistema. Se formos subindo a cadeia a coisa ficaria ainda mais difícil, aqueles que jogaram só Atari e que a informática atual é mais restrita às ferramentas de trabalho vão ter mais dificuldades ainda de aproveitar as ferramentas (exceto aqueles que gostam, como parece ser o Maj Piffer, por exemplo *).
Aí o que acontece? Cada um teria que receber a instrução de uma forma, aqueles que tem facilidade (por jogarem ou terem jogado RTS/Wargames) obviamente terão uma "curva de aprendizado" incrivelmente mais rápida do que aqueles que nunca tiveram contato anterior com algo parecido. E aí que mora o X da questão. Essa questão de facilidade (ou dificuldade) de operar certas ferramentas vai ocorrer do General-de-Brigada ao Cabo (ou mesmo algum soldado que opera alguma coisa mais complexa), e serão sistemas cada vez mais complexos (mas não necessariamente difíceis de operar), e cada vez mais sistemas.
O EB, até pelas necessidades operacionais e custos envolvidos costuma implantar uma forma de instrução que sirva pra todo mundo, e normalmente isso significa instruções mais lentas e que não tiram total proveito do sistema, e isso variando do fuzil até a ferramenta mais complexa. No futuro, com mais e mais especialidades, eu acredito que essa visão deva ser mudada, buscando mais aqueles que tem "tino" pra coisa. E eu acredito que a melhor solução seria a criação de quadros de carreira de nível hierárquico mais baixo, mas especialização mais profunda (Soldados, ou algo similar aos Especialistas do USArmy, por exemplo). Porque o General-de-Brigada que passou a carreira debruçado em cima de cartas e caixas de areia não precisa ser ensinado como operar um "wargame", até porque seria uma tarefa mais complicada e possivelmente ele nunca tiraria proveito completo das ferramentas. Mas ele teria que se ver cercado de gente que entende, selecionados preferencialmente dentre aqueles que tem facilidade de aprendizado na área, e selecionados para fazer aquilo!
Então se realmente for ocorrer essa "revolução" que aparenta ser a implantação dos Uruvecos em praticamente 50% do EB, e essa for feita com toda uma estrutura, e não apenas nos carros, o EB vai ter que rever todo o seu processo de seleção e instrução, ou não vai tirar proveito de quase nada.
Sobre a seleção dos Recrutas na região de Brasília, isso tem a ver com o fato de termos uma infinidade de unidades administrativas (logo mais necessidade de gente capaz intelectualmente) e mesmo as unidades Combatentes algumas são mais "especializadas", como a 1ª Companhia de Guerra Eletrônica... E numa unidade assim eu acredito que pegar um cara que nunca viu um computador na vida deve ser um atraso e tanto na instrução!
* Citei como exemplo o Maj Piffer porque lendo ao ler o seu site me pareceu ser um apreciador de wargames.
Eu não sei como funciona, se é previsto essa sondagem, ou se é mais uma questão informal, mas no futuro, pra operar essas torretas caso seja função de um temporário (Cabo), por exemplo vai ser como? Simples: quem aqui joga video-game?
Parece brincadeira, mas a indústria já faz isso! Uma reportagem do Jornal Hoje a um certo tempo falou sobre isso, que o RH de uma grande empresa estava fazendo essa pergunta em seleções porque diversos cargos de nível de entrada envolviam operar computadores e máquinas que tinham controles parecidos com o de video-games, inclusive mostrou uma que usava um controle de video-game, não parecido, mas idêntico ao controle de um Play Station (servia pra imputar dados num robô).
A lógica é a mesma.
Isso é muito interessante porque certas capacidades acabam sendo meio que "natas" em certas pessoas e difíceis pra outra. Meu pai, por exemplo, apanhou muito pra aprender a usar o computador quando o sistema de comunicações começou a ser digitalizado, e o pior, com OS/2. Como treinaram ele, telegrafista, pra continuar a fazer o seu serviço? Meio que na marra, com instruções passo-a-passo, "clique aqui, depoi aqui". Hoje todo mundo sabe, então a instrução é bem mais simples.
Uma certa dificuldade de tirar o máximo proveito dos sistemas vai acontecer até com os oficiais e sargentos de carreira. Imaginem uma tela de computador dentro de uma viatura que se fosse apresentada fora de contexto parecesse um jogo de estratégia tipo wargame misturado com RTS (real time strategy). Hoje em dia é difícil encontrar um Cadete ou Tenente que não saiba operar um computador, ou até jogar, mas é mais difícil encontrar um que jogava RTS ou mesmo Wargames. O que acontece? Você tem menos dificuldade de ensinar a operar um computador, mas o cara que jogava RTS/Wargames vai ter MUITO MAIS facilidade pra entender as telas, os comandos, e tirar o máximo de proveito daquele sistema. Se formos subindo a cadeia a coisa ficaria ainda mais difícil, aqueles que jogaram só Atari e que a informática atual é mais restrita às ferramentas de trabalho vão ter mais dificuldades ainda de aproveitar as ferramentas (exceto aqueles que gostam, como parece ser o Maj Piffer, por exemplo *).
Aí o que acontece? Cada um teria que receber a instrução de uma forma, aqueles que tem facilidade (por jogarem ou terem jogado RTS/Wargames) obviamente terão uma "curva de aprendizado" incrivelmente mais rápida do que aqueles que nunca tiveram contato anterior com algo parecido. E aí que mora o X da questão. Essa questão de facilidade (ou dificuldade) de operar certas ferramentas vai ocorrer do General-de-Brigada ao Cabo (ou mesmo algum soldado que opera alguma coisa mais complexa), e serão sistemas cada vez mais complexos (mas não necessariamente difíceis de operar), e cada vez mais sistemas.
O EB, até pelas necessidades operacionais e custos envolvidos costuma implantar uma forma de instrução que sirva pra todo mundo, e normalmente isso significa instruções mais lentas e que não tiram total proveito do sistema, e isso variando do fuzil até a ferramenta mais complexa. No futuro, com mais e mais especialidades, eu acredito que essa visão deva ser mudada, buscando mais aqueles que tem "tino" pra coisa. E eu acredito que a melhor solução seria a criação de quadros de carreira de nível hierárquico mais baixo, mas especialização mais profunda (Soldados, ou algo similar aos Especialistas do USArmy, por exemplo). Porque o General-de-Brigada que passou a carreira debruçado em cima de cartas e caixas de areia não precisa ser ensinado como operar um "wargame", até porque seria uma tarefa mais complicada e possivelmente ele nunca tiraria proveito completo das ferramentas. Mas ele teria que se ver cercado de gente que entende, selecionados preferencialmente dentre aqueles que tem facilidade de aprendizado na área, e selecionados para fazer aquilo!
Então se realmente for ocorrer essa "revolução" que aparenta ser a implantação dos Uruvecos em praticamente 50% do EB, e essa for feita com toda uma estrutura, e não apenas nos carros, o EB vai ter que rever todo o seu processo de seleção e instrução, ou não vai tirar proveito de quase nada.
Sobre a seleção dos Recrutas na região de Brasília, isso tem a ver com o fato de termos uma infinidade de unidades administrativas (logo mais necessidade de gente capaz intelectualmente) e mesmo as unidades Combatentes algumas são mais "especializadas", como a 1ª Companhia de Guerra Eletrônica... E numa unidade assim eu acredito que pegar um cara que nunca viu um computador na vida deve ser um atraso e tanto na instrução!
* Citei como exemplo o Maj Piffer porque lendo ao ler o seu site me pareceu ser um apreciador de wargames.