EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1126 Mensagem por Moccelin » Ter Fev 08, 2011 10:41 am

Pra falar a verdade isso já ocorrere, mas não de ensino, mas em capacidades (que pode significar ensino também). Na hora da seleção do SMO sempre tem algumas pessoas que tem mais chances de serem convocados de acordo com certas habilidades. Tipo, o sujeito tem experiência em mecânica e a unidade é um BLog ou um Parque, ou tem conhecimentos de informática (hoje todo mundo sabe, mas a 10 anos atrás, o que é relativamente pouco tempo, não era um conhecimento universal) e tem necessidade de alguém pra um cargo que envolva isso.

Eu não sei como funciona, se é previsto essa sondagem, ou se é mais uma questão informal, mas no futuro, pra operar essas torretas caso seja função de um temporário (Cabo), por exemplo vai ser como? Simples: quem aqui joga video-game?

Parece brincadeira, mas a indústria já faz isso! Uma reportagem do Jornal Hoje a um certo tempo falou sobre isso, que o RH de uma grande empresa estava fazendo essa pergunta em seleções porque diversos cargos de nível de entrada envolviam operar computadores e máquinas que tinham controles parecidos com o de video-games, inclusive mostrou uma que usava um controle de video-game, não parecido, mas idêntico ao controle de um Play Station (servia pra imputar dados num robô).

A lógica é a mesma.

Isso é muito interessante porque certas capacidades acabam sendo meio que "natas" em certas pessoas e difíceis pra outra. Meu pai, por exemplo, apanhou muito pra aprender a usar o computador quando o sistema de comunicações começou a ser digitalizado, e o pior, com OS/2. Como treinaram ele, telegrafista, pra continuar a fazer o seu serviço? Meio que na marra, com instruções passo-a-passo, "clique aqui, depoi aqui". Hoje todo mundo sabe, então a instrução é bem mais simples.

Uma certa dificuldade de tirar o máximo proveito dos sistemas vai acontecer até com os oficiais e sargentos de carreira. Imaginem uma tela de computador dentro de uma viatura que se fosse apresentada fora de contexto parecesse um jogo de estratégia tipo wargame misturado com RTS (real time strategy). Hoje em dia é difícil encontrar um Cadete ou Tenente que não saiba operar um computador, ou até jogar, mas é mais difícil encontrar um que jogava RTS ou mesmo Wargames. O que acontece? Você tem menos dificuldade de ensinar a operar um computador, mas o cara que jogava RTS/Wargames vai ter MUITO MAIS facilidade pra entender as telas, os comandos, e tirar o máximo de proveito daquele sistema. Se formos subindo a cadeia a coisa ficaria ainda mais difícil, aqueles que jogaram só Atari e que a informática atual é mais restrita às ferramentas de trabalho vão ter mais dificuldades ainda de aproveitar as ferramentas (exceto aqueles que gostam, como parece ser o Maj Piffer, por exemplo *).

Aí o que acontece? Cada um teria que receber a instrução de uma forma, aqueles que tem facilidade (por jogarem ou terem jogado RTS/Wargames) obviamente terão uma "curva de aprendizado" incrivelmente mais rápida do que aqueles que nunca tiveram contato anterior com algo parecido. E aí que mora o X da questão. Essa questão de facilidade (ou dificuldade) de operar certas ferramentas vai ocorrer do General-de-Brigada ao Cabo (ou mesmo algum soldado que opera alguma coisa mais complexa), e serão sistemas cada vez mais complexos (mas não necessariamente difíceis de operar), e cada vez mais sistemas.

O EB, até pelas necessidades operacionais e custos envolvidos costuma implantar uma forma de instrução que sirva pra todo mundo, e normalmente isso significa instruções mais lentas e que não tiram total proveito do sistema, e isso variando do fuzil até a ferramenta mais complexa. No futuro, com mais e mais especialidades, eu acredito que essa visão deva ser mudada, buscando mais aqueles que tem "tino" pra coisa. E eu acredito que a melhor solução seria a criação de quadros de carreira de nível hierárquico mais baixo, mas especialização mais profunda (Soldados, ou algo similar aos Especialistas do USArmy, por exemplo). Porque o General-de-Brigada que passou a carreira debruçado em cima de cartas e caixas de areia não precisa ser ensinado como operar um "wargame", até porque seria uma tarefa mais complicada e possivelmente ele nunca tiraria proveito completo das ferramentas. Mas ele teria que se ver cercado de gente que entende, selecionados preferencialmente dentre aqueles que tem facilidade de aprendizado na área, e selecionados para fazer aquilo!

Então se realmente for ocorrer essa "revolução" que aparenta ser a implantação dos Uruvecos em praticamente 50% do EB, e essa for feita com toda uma estrutura, e não apenas nos carros, o EB vai ter que rever todo o seu processo de seleção e instrução, ou não vai tirar proveito de quase nada.

Sobre a seleção dos Recrutas na região de Brasília, isso tem a ver com o fato de termos uma infinidade de unidades administrativas (logo mais necessidade de gente capaz intelectualmente) e mesmo as unidades Combatentes algumas são mais "especializadas", como a 1ª Companhia de Guerra Eletrônica... E numa unidade assim eu acredito que pegar um cara que nunca viu um computador na vida deve ser um atraso e tanto na instrução!

* Citei como exemplo o Maj Piffer porque lendo ao ler o seu site me pareceu ser um apreciador de wargames.




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1127 Mensagem por RECRUTA » Qua Fev 09, 2011 11:23 pm

Tempos atrás, o valor de um exército, era medido pela quantidade do efetivo X custo de material,treinamento e apoio logístico. Calculando-se um homem + um fuzil + uma mochila ao custo de hoje por R$15.000,00 Reais, não era necessário grandes conhecimentos de instrução militar para se tornar um grande combatente.

hoje, com o combatente integrado à um sistema COBRA, só o equipamento fica em torno de R$200.000,00 Reais, + preparo de um gestor de combate com necessários tipos de conhecimentos em informatica, física, matemática etc... caímos naquela famosa equação QUANTIDADE X QUALIDADE. O que nos direciona a ter uma FFAA formada por soldados profissionais que em algum tipo de função leva dois a três anos a sua total capacitação, mas cercado de certos cuidados tanto com a remuneração, desenvolvimento intelectual, motivação e desafios para que todo esse esforço não se torne um grande celeiro de mão de obra qualificada para as empresas do mercado civil.




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1128 Mensagem por ciclope » Qui Fev 10, 2011 1:16 am

Ou seja caminhamos para uma reduçã ode contigente!




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1129 Mensagem por Bravo » Qui Fev 10, 2011 9:14 am

ciclope escreveu:Ou seja caminhamos para uma reduçã ode contigente!
Nao necessariamente. Caminhamos na verdade para uma seleção mais criteriosa do contigente.
Na verdade os planos do MD são aumentar o contingente.

Veja esse slide retirado de uma apresentação do MD:

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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1130 Mensagem por irlan » Qui Fev 10, 2011 11:34 am

Tinha lido que o número da tropa do EB andava na casa dos 200.000,é verdade?




Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1131 Mensagem por ciclope » Qui Fev 10, 2011 3:12 pm

o problema e que tal nivel de qualificação sem uma remuneração decente e incentivo a tropa com condições adequadas para o cumprimento da missão isso não vai rolar.
quem tem qualificação vai ou prá iniciativa privada ou vai para orgão s públicos civis.




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1132 Mensagem por FCarvalho » Sex Fev 11, 2011 2:53 am

ciclope, com 18 anos o cara vai pra lado que tiver virado, seja onde for...
à exceção do sujeito que tiver berço de ouro, quem tá na lida e na vida e precisa, corre atrás do SMO, ainda mais se tiver o ensino médio, de olho no CFOR's da vida.
os bajulados aos 18, e que não tendo umas estrelas lá dentro pra desencanar os caras, servem na medida em que as fa's os verificar qualificados para as funções que dispender.
só uma coisa: apesar do "O" de obrigatório do serviço militar, faz tempo ele se tornou relativo, quanto ao processo de seleção, sendo obrigatório mesmo é a apresentação para a seleção. Afinal, o certificado ainda é indispensável pra qualquer coisa neste país, indiferente se o mesmo é de incorporação ou dispensa.
o resto, as necessidades de cada força fazem o seu.

abs




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1133 Mensagem por Moccelin » Sex Fev 11, 2011 7:24 am

FCarvalho escreveu:ciclope, com 18 anos o cara vai pra lado que tiver virado, seja onde for...
à exceção do sujeito que tiver berço de ouro, quem tá na lida e na vida e precisa, corre atrás do SMO, ainda mais se tiver o ensino médio, de olho no CFOR's da vida.
os bajulados aos 18, e que não tendo umas estrelas lá dentro pra desencanar os caras, servem na medida em que as fa's os verificar qualificados para as funções que dispender.
só uma coisa: apesar do "O" de obrigatório do serviço militar, faz tempo ele se tornou relativo, quanto ao processo de seleção, sendo obrigatório mesmo é a apresentação para a seleção. Afinal, o certificado ainda é indispensável pra qualquer coisa neste país, indiferente se o mesmo é de incorporação ou dispensa.
o resto, as necessidades de cada força fazem o seu.

abs
FCarvalho, discordo de você. Não nasci em berço de ouro e não queria servir de jeito nenhum, principalmente porque a unidade aqui é Escola, logo é pra servir ou na CSM ou no Batalhão de Faxina... Com 18 anos e 3 meses eu já era Cadete do Corpo de Bombeiros, e poderia muito bem ter sido um Policial Rodoviário Federal (não fiz o concurso em 2003, coisa que me arrependo muito, já que dizem que foi relativamente fácil), ou funcionário do TJMG (que não fiz porque não queria trabalhar em "escritório" e que foi ridiculamente fácil), e isso só pensando nas coisas que eu deixei de lado. Nessa mesma virada de ano 2002/2003 eu fui aprovado na EsSA e na EEAr.

E o que eu imagino: pra operar esses sistemas informatizados, por exemplo, coisa que vai ficar mais constante se a implementação do Uruveco for do jeito que estamos vendo, o EB vai precisar é de jovens igual eu era com 18 anos, que gosta de informática, sabe usar, mas não só o Bê A Bá, não e só o cara que sabe clicar duas vezes no Internet Explorer e abrir o Orkut, Facebook e Twitter... Vai ser preciso recrutar o carinha que realmente tem gosto pela coisa, por aprender coisas novas, etc. E aí que vem o probleminha citado pelo Ciclope.

Pra esses caras quererem servir, principalmente por mais tempo que os 10 meses do SMO (a parte do O) vai ter que adequar a questão salarial. Por isso eu acredito que não demora muito (médio prazo) e vamos ver uma carreira de Soldados mais especializados, tipo os Specialists (que surgiram justamente pra esse tipo de coisa).

Seria um EB com 3 carreiras principais, um que o cara entra como Soldado, outra como 3º Sargento e outra como 2º Tenente... Vejo isso acontecendo por conta dessa soma de alta especialidade e baixa (ou nenhuma) responsabilidade de comando de futuras funções no EB (e até algumas atuais). Seria interessante também pra poder suprir com gente com alta especialidade em locais onde a mão de obra é mais escassa. Por exemplo, temos técnicos de informática aos montes no Sudeste e Sul, mas como é no Centro-Oeste, Nordeste e Norte...

Mas isso é só exercício de imaginação minha, não faço a mínima idéia se existe sequer um Oficial pensando nisso...




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1134 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 12, 2011 3:11 am

Moccelin, até entendo e concordo com o seu pensamento. Mas coloquei a questão no geral.

Devemos considerar ainda, que a extrema maioria dos jovens que hoje procuram se alistar no SMO o fazem mais por necessidade do que por vontade. Fruto ainda das desigualdades sociais reinantes na maior parte do país. E fato posto é de que a maioria também desses jovens, se quer tem o fundamental completo e/ou médio incompleto. São jovens das periferias urbanas e dos grotões rurais que muitas vezes veem no SMO uma oportunidade de emprego e renda.

Infelizmente, ou felizmente, a tecnologia está se espalhando no EB (até que enfim), e necessariamente o este terá de rever seus parametros de seleção. Não sei se o exemplo que citastes seria o melhor, pois me parece que para se ter carreira, com condições iguais aos Sgt e Of, um soldado do EB deveria fazer como faz o CFN: concurso público, e conforme desempenho, progressão de carreira. Isto daria condições inclusive do EB pleitear melhores salários e verbas também para manutenção do próprio EB. Afinal, um exercito, quanto mais profissional, mais caro.

Creio que agora estamos vendo num certo sentido porque o projeto da VBTP-MR é tão importante para o EB, não só em termos operacionais. Será também uma revoluão em todos os quadros e armas.

Uma verdadeira "revolução de veludo". Antes tarde do que nunca.

abs




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1135 Mensagem por Loki » Sáb Fev 12, 2011 8:14 am

Senhores, bom dia!

Descupem o OF, mas eu estou gostando da discursão.

Concordo com o ciclope, então vou colocar mais lenha nessa fogueira, esse soldado que entrou pelo SMO, tornou-se um soldado especialista, foi treinado e tal, o que ele vai ser quando estiver com 40 anos?

Acho muito complicado a introdução de soldado profissional, vai ser permitido mudarem de nível, vão para sargento? ou para o oficialato ? por mérito? por concurso interno? ou serão dispensados após 8 anos de serviço? Os FN dispensam com 4 anos, tendo direito a mais 4, salvo engano.

E o Fcarvalho tem sua razão também, boa parte do SMO hoje é relativo, salvo os locais onde os quadros não são completamente preenchidos, a grande maioria serve pela chance de emprego, talvez isso mude, agora com a grande necessidade de mão de obra inclusive de pouca qualificação, que o país precisa. E volte a ser como antes, a grande maioria servindo forçado e sendo dispensado de 10 a 18 meses.

Vejam os batalhões de engenharia, de soldado a oficial estão deixando o EB pelos salários e condições na vida privada.

Um situação inusitada e complexa para falar o mínimo.

Abraços

Loki




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1136 Mensagem por delmar » Sáb Fev 12, 2011 8:39 am

Vou apenas repetir o que alguns companheiros já colocaram de maneira implícita em seus comentários. A solução quanto à qualificação dos recrutas para o SMO está na melhoria da educação média dos brasileiros. Todo jovem brasileiro deveria ter, no mínimo, o segundo grau completo. Já caminhamos para isto. Igualmente o conhecimento da informática já está disseminado em todos os segmentos de nossa sociedade. Nas vilas mais humildes e pobres existem lan-houses onde todos meninos vão jogar nos computadores. Igualmente há projetos para instalação de banda larga em todos os recantos do país.
Nenhum exército será mais moderno que a média de sua população.




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1137 Mensagem por ciclope » Sáb Fev 12, 2011 12:53 pm

O problema e que a populaçã oevolui e o exercito não!
Tanto a nivel de material como principalmente salarial. Esse mesmo jovem pobre qua voçê falou delmar pode arrumar um emprego na area privada ganhando o mesmo ou ate mais que um recruta e sem as obrigações de um nem a diciplina.




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1138 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 12, 2011 3:36 pm

Quanto a questão salarial, cito que o SMO é um "serviço público" de cunho obrigatório e não remunerativo, e portanto, este caráter o impede de, por força de lei, que seja remunerado pelos referenciais de mercado. O que os recrutas recebem é uma "bolsa auxilio".

Já os soldados engajados, pós-SMO, tornam-se profissionais do EB em um escalão menor, claro, mas que precisa ainda ser formado a fim de que desenvolva as competencias que lhe são cabíveis dentro das OM's onde servirá. Claro, este soldado-profissional terá que ter sim uma remuneração melhor e mais grata, mas a julgar pelas condições orçamentárias históricas não só do EB, fica muitoidificil realmente "pegar" os jovens mais qualificados pelo que já foi aqui exposto no tópico. É uma situação delicada para o EB, pois ao mesmo tempo em que aumentam suas demandas por mão de obra qualificada na base, a sua capacidade de investimento na mesma diminuiu ou está estática há tempos.

Como prover então no futuro essa equação? O GF/MD terão de responder.

Ou teremos num futuro próximo não só veiculos Guaranis ao milhares encostados nos pátios, por falta de motoristas, atiradres ou cmte de carro... etc

abs




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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1139 Mensagem por Guerra » Sáb Fev 12, 2011 5:21 pm

FCarvalho escreveu:
só uma coisa: apesar do "O" de obrigatório do serviço militar, faz tempo ele se tornou relativo, quanto ao processo de seleção, sendo obrigatório mesmo é a apresentação para a seleção. Afinal, o certificado ainda é indispensável pra qualquer coisa neste país, indiferente se o mesmo é de incorporação ou dispensa.
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abs
Eu tenho notado uma mudança de mentalidade no momento da seleção. O EB esta se redendo ao SMO.
Essa história de pegar só voluntário esta caindo. A experiencia tem mostrado que ser ou não voluntário não é certeza que estamos pegando um cara que vai enganjar, fazer um CFC, cfst etc.
Já tem muita OM que não pergunta mais se o cara é ou não voluntário na hora da entrevista. O que é correto. O serviço é obrigatório. O sistema foi feito para o cara fazer o smo e ir para reserva.
A maioria das OMs só querem selecionar uma boa incorporação. O que vier depois disso é lucro.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: URUTU III: FIAT/IVECO

#1140 Mensagem por Moccelin » Ter Fev 15, 2011 12:16 pm

Esse negócio de trocar o EB pela iniciativa privada gerou uma lenda. Dizem que uma fábrica automotiva estava se implantando no Brasil e "recrutou" uma turma quase inteira de Aspirantes de Material Bélico e Intendência... Alguns dizem que foi só de Material Bélico e que foi a turma inteira, outros dizem que foi a maioria dos Aspirantes de MB e Intendência... Mas é uma lenda, igual a do que se o cara reformar como Cadete ele acompanha as promoções da sua Turma até Capitão, ou seja, todo mundo diz que é verdade, mas ninguém sabe dizer onde e quando.

Mas voltando ao problema do aumento das necessidades.

Esses técnicos podem muito bem serem temporários mesmo, Soldados, Cabos e Sargentos Temporários... Mas seria interessante a criação de uma forma de aproveitar os melhores desses temporários, assim como faz a FAB, que tem dois CFS, um pro civil (curso que eu frequentei por uma semana em 2003) e outro pra Cabos (não sei se Sgt Temporário também pode fazer).




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