40 milhões de euros em canhões de 105mm?Isso não é nada nós temos bilhões 
Notimp/Hoje/O Dia
Quartéis: R$ 22,6 bilhões
Verba adicional foi liberada graças a excedente de arrecadação
Ananda Rope
BRASÍLIA - Os quartéis comemoram a liberação adicional de R$ 22,6 bilhões para o Exército investir em reaparelhamento e modernização. A autorização foi publicada ontem no "Diário Oficial da União", como resultado do excesso de arrecadação de recursos federais. Esse foi o principal assunto na solenidade pelo Dia do Aviador, na Base Aérea de Brasília, que reuniu o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os comandantes das Forças Armadas — general Enzo Martins Peri (Exército), almirante Júlio Soares Moura Neto (Marinha) e brigadeiro Juniti Saito (Aeronáutica).
Conforme O DIA noticiou na edição de 2 de outubro, as Forças Armadas começaram a primeira queda-de-braço com a equipe econômica após o presidente Lula acenar que não iria mais prejudicar a defesa nacional cortando recursos dos quartéis. O contingenciamento de R$ 1,6 bilhão (R$ 660 milhões da Aeronáutica, R$ 520 milhões do Exército e R$ 480 milhões da Marinha), obrigou os Comandos a estudar redução de expediente, de pessoal e segurança aérea, marinha e terrestre.
Na ocasião, o informe era: “Diante da conjuntura e possibilidade de redução de recursos, o Comando do Exército difundiu orientações quanto ao assunto e determinou a realização de estudos necessários para minimizar os reflexos de possível redução orçamentária”.
Ministro vai batalhar por mais dinheiro
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, já havia afirmado que batalharia para aumentar os recursos das Forças Armadas, de 1,5% do PIB para 2,5%, até o fim do governo Lula, em 2010. Com base no PIB do ano passado (R$ 2,6 trilhões), o cálculo antecipado aponta um aumento de R$ 3,9 bilhões para R$ 6,5 bilhões. “Os investimentos em área militar no Brasil hoje representam 1,5% do PIB e nós precisamos aumentar isso. Vou lutar para que nós saiamos desse 1,5% para chegarmos a 2,5% do PIB”, reafirmou.
O Plano Estratégico Nacional de Defesa — também conhecido como PAC da Defesa — está prestes a ser concluído. O relatório deve ser apresentado pelos ministros Jobim e Mangabeira Unger, de Assuntos Estratégicos, no próximo dia 3, ao Conselho de Defesa Nacional, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e composto pelo vice (José Alencar), os presidentes da Câmara (Arlindo Chinaglia) e do Senado (Garibaldi Alves), e os ministros da Justiça (Tarso Genro), Relações Exteriores (Celso Amorim), Fazenda (Guido Mantega), Planejamento (Paulo Bernardo) e comandantes das três Forças.
Mudanças e reconstrução "talvez radical"
Estudado há mais de um ano e esperado desde o 7 de Setembro — data inicial para o anúncio oficial —, o PAC da Defesa passou por mudanças, a pedido do presidente Lula, e trará novidades antecipadas pela coluna Força Militar, como unificação do Comando, criação de Secretaria de Compras e aumento de vagas no serviço militar para mulheres.
Em entrevista a O DIA no início do ano, o ministro Mangabeira Unger afirmou que o plano não trará só mudanças pontuais: “Implicará reconstrução, talvez radical, de toda a Defesa. Nunca no Brasil tivemos discussão nacional e civil a respeito. Não há estratégia nacional de desenvolvimento sem estratégia nacional de Defesa”.
Definido pelo ministro Jobim como “ambiciosa”, a proposta tem três diretrizes de ações de médio e longo prazos: a reorganização das Forças Armadas, incluindo o apropriado aparelhamento; a reorganização da indústria nacional de Defesa, com ênfase na capacitação nacional, na autonomia tecnológica e em sua sustentabilidade; e o futuro do serviço militar obrigatório e do Sistema de Mobilização Nacional.
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