Fórum Defesa Brasil

jauro escreveu:Ainda penso que as brigadas de infantaria mecanizada deviam continuar seguindo o velho modelo da cavalaria mecanizada, ou seja, peças de manobra sobre rodas (RC Mec/BI Mec) apoiadas por um poderoso elemento de apoio sobre lagartas (RCB/RCC).

Imagino que os fuzileiros desmontados de um batalhão de infantaria mecanizada sempre serão mais eficazmente apoiados por um tanque como o "Leopard" 1A5 do que jamais seriam por um carro blindado como o "Centauro".

Teria enormes vantagens.
No entanto:
- O custo benefício seria muito alto.
- Perderia no quesito rapidez.
- Perderia a mobilidade de concentração tática.
- Basicamente se igualaria às GU blindadas.

Caros,

Concordo com os colegas Jauro e Clermont. O apoio de Um RCB/RCC seria mais eficaz do ponto de vista da ação de choque! Mas, temos ao mesmo tempo os aspectos levantados pelo Jauro referente as desvantagens de combinarmos viaturas sobre roda com viaturas sobre esteira/lagartas.

No entanto, creio que o EB eh bem ciente deste fato e sempre buscou a sinergia via FT. Basta a propria existencia do RCB, unidade em permanente formação FT Bld. Fato este que levou ao US Army a adotar a mesma formação na adoção de seus CAB (Combined Arms Battalion).

Porem, no meu ver o EB esta correto em manter os tres tipos de GU. A saber Bda Bld (pesadas sobre esteira/lagarta) e médias sobre roda na forma das Bda Inf Mec. As Bda C Mec são hibridas e formam uma terceira classe.

Portanto, As Bda C Mec carregam o onus da combinação de viaturas Sobre Rodas e Sobre Esteira. No entanto creio que vale a pena e acredito que o EB também pensa assim. Vejamos:

- Falta a Bda C Mec combatentes desembarcados, e os Esqd Fzo Bld suprem esta falta!
- A missão da Cav vai alem de reconhecer e realizar segurança, uma unidade com elevada ação de choque se faz necessaria as Bda C Mec. Logo, mais uma vez os RCB se fazem necessários.
- A combinação de Sobre Rodas e Sobre Esteira reduz mobilidade estratégica. Por isso as Bda C Mec são localizadas nas fronteiras. E pela mesma razão as Bda Inf Mec não podem ter elementos sobre esteira. Pois, necessitam de elevada mobilidade estratégica. Logo seu apoio de fogo deve vir dos RCC-SR e GAC Ap SR.

Por fim, creio que tanto as Bda Bld quando Bda C Mec devem ser quaternárias.
Bda Bld: 2x RCC (4x Esqd CC) + 2x BIB (4x Cia Fzo Bld)
Bda C Mec: 2x RCMec (4x Esqd C Mec) + 2x RCB (2x Esqd CC + 2x Cia Fzo Bld)

Quanto a Bda Inf Mec poderiam ser quaternária ou ternária, neste ultimo caso com um Esqd CC SR ou mesmo um Pel Ap F com as viaturas VBC-CCSR por Cia Fzo Mec.

Bda Inf Mec: 1x RCC-SR (3x Esqd VBC-CCSR) + 3x BI Mec (3x Cia Fzo Mec)
ou
Bda Inf Mec: 3x BI Mec (1x Esqd VBC-CCSR + 3x Cia Fzo Mec)

Abs,

Bem, o tópico é sobre a nova VBR-SR 8x8 do Exército. E agora, já estamos falando em Centauros usados, programa Guarani na UTI, falta de vontade politica e de $$ (nenhuma novidade quanto a isso ) e modernização de EE-9 Cascavel... enfim.

Parece que não aprendemos nada mesmo. Nem com a história e menos ainda com nossos próprios erros.

Pois é.

Que venham então os Centauros.

abs.

FCarvalho escreveu:Bem, o tópico é sobre a nova VBR-SR 8x8 do Exército. E agora, já estamos falando em Centauros usados, programa Guarani na UTI, falta de vontade politica e de $$ (nenhuma novidade quanto a isso ) e modernização de EE-9 Cascavel... enfim.

Parece que não aprendemos nada mesmo. Nem com a história e menos ainda com nossos próprios erros.

Pois é.

Que venham então os Centauros.

abs.

No meu íntimo estou a rir, muito mesmo, de quem aplaudiu as palhaçadas e agora vai sentir...
Com areia e tudo.
Merecem.

O EB arrancou uma grana da FINEP para construir o protótipo do guarani 8x8 e agora querem comprar Centauros B1 USADOS! A impressão que eu tenho é que estão brincando com o dinheiro do contribuinte.

Fabio, que eu saiba não existe nada de concreto.

Pó enquanto, só conjecturas.

Bacchi

Pó enquanto = Por enquanto.

Bacchi

Pouparia muito mais trabalho se fosse um Centauro fabricado sob licença aqui, o mesmo foi o sonho de muitos Cavalarianos. Até economizaríamos tempo e dinheiro, desenvolvendo protótipo.

O Centauro II é uma ótima oportunidade, tem especificações bem melhores que o nosso ROB do VBR e ainda pode servir para outras versões, como um RCC-SR (com blindagem extra, é claro).

http://defesabrasil.com/forum/viewtopic ... 0#p5467804

O mesmo tópico, copiado

Meu caro Bacchi.
O EB possui três tipos de Bda com meios Bld e Mec.
As Bda Inf e Cav Bld, que são idênticas, formam como se fossem um só tipo. (BdaBld)
Já as Bda de Cavalaria Mecanizada (BdaCavMev) e as Bda de Infantaria Mecanizadas (BdaInfMec) são diferentes no que tange aos meios, doutrina, capacidades, missões, possibilidades e resultados.
Em ambas as Bda a maioria dos meios é de Viaturas Blindadas sobre rodas (VBSR), porém com características diferentes.

Na CavMec.
A CavMec é dotada de viaturas blindadas sobre rodas e tem a possibilidade com suas VBR de realizar operações de reconhecimento, em largas frentes (90 a 100km) e grandes profundidades (300 a 400km);
Realizar o combate embarcado;
As VBR em conjunto com outros meios da Cavalaria realizam operações de segurança e operações ofensivas e defensivas limitadas, no cumprimento de suas missões de reconhecimento e segurança.

VBR
Viatura blindada de RECONHECIMENTO é a viatura utilizada pela Cav Mec. A cavalaria brasileira utiliza cerca de 409 viaturas destas distribuídas por RCMec e EsqdCMec.
As VBR EE 9 – Cascavel são 6x6 e possuem um Can 90mm o que admitem sejam letais, rápidas e ágeis e permitem o engajamento e o desengajamento célere e lesto com o inimigo que é alvo de seu RECONHECIMENTO.
Assim, aumentar o peso destas viaturas que primam pela agilidade seria temeroso
No meu entender seria algo semelhante ao EE 9.

Na Inf Mec.
A Inf Mec será dotada em sua maioria de VBSR da NFBR. Até o presente só existe a VBTP-MR conhecida como Guarani
A Inf Mec Tem de possuir a possibilidade de executar operações continuadas de combate contra forças terrestres similarmente ou pior equipadas.
Realizar o combate embarcado;
Executar operações que exijam grande mobilidade tática e limitada proteção blindada tais como operações de ataque, priorizando as manobras desbordantes ou envolventes, para romper o dispositivo defensivo do inimigo.
Para esse poder de choque de romper posições inimigas é necessário uma VBC-CCSR ou CCSR.

CCSR
Na InfMec a Missão do CCSR do RCCSR da Bda InfMec será cerrar (ir para cima do) sobre o inimigo a fim de destruí-lo ou neutralizá-lo, utilizando o fogo, a manobra e a ação de choque. Na defensiva destruir ou desorganizar o ataque inimigo por meio do fogo e de contra-ataques.
Ação de choque e contra ataques necessitam de CC sobre rodas para darem esse poder para a Inf, assim um CCSR 8x8 ou 6x6 (não há consenso ainda) com Can 105mm seria o ideal.
Portanto pode-se concluir que a Inf Mec necessitará de um Carro mais letal, potente, pesado, com maior poder de fogo e com boa mobilidade para apoiar as suas ações de ataque e contra ataque. No meu entender seria algo semelhante ao Centauro 8x8 com um Can 105 mm.
Seria uma Bda Inf Mec formada por três BtlInfMec e um Regimento de Carros de Combate SR (RCC-SR).
A maneira de trabalhar e formar FT seria como nas Bda Bld.

No meu entender seria algo semelhante ao Centauro 8x8 com um Can 105 mm.

Foi a única referência que fiz ao CENTAURO, usando-o como exemplo. Não existe nem conjecturas, nem ninguém no EB pensa em adotar essa Vtr como VBCC-SR.

Jauro, se me permitir fazer uma pergunta: na sua opinião, seria interessante o Exército partir pra fabricação de um Centauro II nacionalizado ao invés de perder tempo no VBR Guarani ou o tempo e dinheiro gasto no VBR Guarani valerá mais a pena?

Abs

jauro escreveu:Na InfMec a Missão do CCSR do RCCSR da Bda InfMec será cerrar (ir para cima do) sobre o inimigo a fim de destruí-lo ou neutralizá-lo, utilizando o fogo, a manobra e a ação de choque. Na defensiva destruir ou desorganizar o ataque inimigo por meio do fogo e de contra-ataques.
Ação de choque e contra ataques necessitam de CC sobre rodas para darem esse poder para a Inf, assim um CCSR 8x8 ou 6x6 (não há consenso ainda) com Can 105mm seria o ideal.

Mas esta foi a função - ação de choque, no ataque e na defesa - para a qual essa classe de viaturas do tipo "Centauro" foi desenvolvida? Sempre ouvi falar que elas destinavam-se a oferecer apoio de fogo nas missões de reconhecimento ou então, servirem como caça-tanques.

Na primeira função - reconhecimento - segundo lemos aqui mesmo neste tópico, há opiniões de que essa classe de viatura carece de discrição, possivelmente comprometendo a missão. Como caça-tanques eu não sei se viaturas do tipo já corresponderam ao que se espera delas nas últimas guerras desde 1991.

"Ação de choque" para destruir o inimigo sempre foi uma prerrogativa do tanque, e a questão que fica é: será que um carro blindado (6x6 ou 8x8) será capaz de executar tal missão? Seja um "Centauro", seja um "Guarani" 8x8?

Antes do que aderir a ataques e emboscadas de frações, e retirar-se em face da confrontação direta com as forças da OTAN, o Taliban escolheu efetuar uma resistência convencional em Pashmul. Eles ocuparam posições defensivas bem-preparadas, entre densos campos de parreiras e papoulas, e cobriram com fogo direto e IEDs todas as rotas de ingresso, adequadas para viaturas sobre rodas. O Oficial-Comandande do Gpt Batalha, (OC), tenente-coronel Omer Lavoie, percebeu, rapidamente, que restaurar a mobilidade tática de campo de batalha seria essencial para desalojar o inimigo deste terreno complexo. Sem tanques à sua disposição, ele introduziu tratores sobre lagartas, de padrão civil, na luta, de modo a abrir caminho através dos parreirais e permitir aos soldados desmontados de infantaria aproximar-se dos insurgentes. A tática foi, extremamente eficaz. Avançando sob cobertura de pesado bombardeio aéreo e de artilharia, os tratores permitiram ao Gpt Bat, tomar terreno-chave e facilitaram a sistemática limpeza, pelos soldados desmontados, de todas as instalações e infraestrutura. Por volta de 13 de setembro de 2006, as forças talibans, operando em Pashmul e Zhari tinham capitulado. Centenas de insurgentes tinham sido mortos e muitos outros forçados a fugirem para o oeste.

(...)

Os tanques e engenheiros de combate blindados tem protegido melhor nossos soldados desmontados de infantaria, no sul do Afeganistão, permitindo-lhes cerrar e destruir um inimigo determinado e fanático, sobre terreno extremamente complexo (http://defesabrasil.com/forum/viewtopic ... 1&start=30).

Clermont o Centauro foi projetado pelo exercito italiano para mobiliar unidades de deslocamento rápido ao longo da península italiana.

O grosso do exercito italiano estava concentrado no Norte da Itália guardando aquele flanco da OTAN, e sua presença era imprescindível nesta área..

O resto da península estava relativamente desguarnecido.

As unidades mobiliadas com o Centauro, seriam a maneira rápida de na emergência de um desembarque inimigo nestas zonas menos guarnecidas, de fazer convergir rapidamente de suas bases ao longo da península, poder suficiente para impedir o sucesso desses desembarques.

O fim das guerra fria acabou com estas unidades (denominadas: Brigatas Blindatas) e os Centauros foram usados para mobiliar regimentos de caça carro e regimentos de reconhecimento.

Bacchi

Completando a dotação de Brigata Blindata havia 2 batalhões de infantaria mecanizada sobre VBTP IVECO Puma 6X6, e um grupo de artilharia com obuseiros de 155 mm FH70 rebocados.

Bacchi

Reginaldo Bacchi escreveu:Clermont o Centauro foi projetado pelo exercito italiano para mobiliar unidades de deslocamento rápido ao longo da península italiana.

(...)

a emergência de um desembarque inimigo nestas zonas menos guarnecidas, de fazer convergir rapidamente de suas bases ao longo da península, poder suficiente para impedir o sucesso desses desembarques.

Obrigado pela informação, Bacchi. Não tinha conhecimento disso.

O fim das guerra fria acabou com estas unidades (denominadas: Brigatas Blindatas) (...)

Com a volta da Guerra Fria nesses dias, talvez os italianos resolvam reconsiderar sua doutrina.

Clermont, de nada.

É um prazer colaborar com um cavalheiro como você.

Abraços

Bacchi

gabriel219 escreveu:Jauro, se me permitir fazer uma pergunta: na sua opinião, seria interessante o Exército partir pra fabricação de um Centauro II nacionalizado ao invés de perder tempo no VBR Guarani ou o tempo e dinheiro gasto no VBR Guarani valerá mais a pena?

Abs

Uma coisa é incontrolável. Se o Pjt final ficar com a IVECO, eles vão partir do Guarani e terminar no Centauro. Ou algo muito parecido.