Slip Junior escreveu:André, acontece que o mercado de aeronaves menos sofisticadas tecnologicamente é muito menos seletivo em relação aos fabricantes. Some a isso, a virtual inexistência de empresas atuantes nesse segmento instaladas na América do Sul e na África e terás um excelente conceito pela frente.
A inexistência de concorrentes isntalados na AS e na África não significa muita coisa. Teríamos igualmente de concorrer com os mesmos e tradicionais concorrentes.
Slip Junior escreveu:Mentira sem tamanho. Há anos que a Neiva fabrica e exporta para diversos mercados modelos projetados pela Piper e fabricados sob licença aqui. A Embraer também exportou AT-26 (MB-326 fabricados sob licença) para Argentina e Paraguai. Outro exemplo até mais interessante é o próprio M-28 Skytruck que está sendo oferecido agora para a FAB, e que é nada mais que uma versão melhorada do Antonov An-28 que foi produzido sob licensa pela PZL.
Pera, vamos destrinchar isso aí. Os Xavantes vendidos par a Argentina eram aeronaves usadas, que haviam sido originalmente compradas pela FAB. As aeronaves do Paraguai eu acredito que eram novas, mas por se tratar de um contrato pequeno, basicamente nem digno de nota, não pode ser tomado como referência. Quanto ao Skytruck, a história também é diferente. O An-28 foi produzido sob-licensa durante a Guerra Fria, e com o fim da URSS e a solvência do Bloco Soviético, a PZL que não tinha mais o apoio da URSS tratou de modernizar o projeto, o que basicamente transformou-a de parceira da Antonov à concorrente da mesma, numa situação que seria um equívoco repetir em terras tupiniquins!
Slip Junior escreveu:Resumi toda a parte final do texto para não deixar a mensagem muito grande mas estou falando dessa parte como um todo. Realmente a relutância com tal projeto é justificável, apenas acho que criticar possibilidades, não o é, ainda mais quando essas criticas não são desacompanhadas de qualquer tipo de consideração dos outros caminhos possíveis.
Bom, o meu ponto era o seguinte: o programa começou aos tropeços, com declarações desastradas de um programa de cooperação com a Indústria Aeronáutica (sic...) Venezuelana, que seria levado à cabo pelo PAMA-SP. Depois, por pressão muito criticada aqui no DB, o ComAer transformou-o em Programa de Concorrência. É à isso que me refiro quando digo que ele começou mal. Montadoras de aeronaves simples temos aos montes no país. Uma busca rápida nos leva à Inpaer, à Airmax, etc... mas de que adianta fabricar uma aeronave aqui, se a aviônica será importada, o motor idem, outros itens mais complexos também?!
É à isso que me refiro. Se for para ter uma aeronave simples, com a justificativa pretensa de desenvolver mais uma "Embraer", não precisamos, já temos várias em potencial.
Slip Junior escreveu:O cenário hoje já é bastante diferente. A Venezuela já não é mais parceira do programa (ver nota no Defesanet em
http://www.defesanet.com.br/brasil/stat ... _mil_4.htm ), já se tem quatro concorrentes e um programa para avaliação dos concorrentes foi lançado (se acreditava que poderia algo semelhante aos P-3's (que foram simplesmente comprados sem nenhum tipo de programa). Portanto, tem várias coisas em cima do quê você parece estar criticando que nem mais sequer são verdades.
Contudo, continuo afirmando: como objetivo de desenvolvimentot ecnológico e industrial, não vejo grandes méritos no CT-X.
Slip Junior escreveu:Certas vezes, sim; o problema não é saber distinguir a diferença entre o "ocasionalmente" e o "sempre". Estou falando sobre isso porque, inclusive, já li uma pesquisa que aponta esse auto-criticismo exagerado do brasileiro como um dos motivos para o velho conhecido conformismo nacional.
Só temos de lembrar uma coisa... Se existe o Auto-Criticismo em demasia, talvez seja porque temos problemas em profusão... Ou não?!