Estado de exceção no Paraguai
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Re: Estado de exceção no Paraguai
A nova fronteira da estupidez
Às voltas com tráfico de drogas e um grupo extremista de esquerda, os paraguaios pedem ajuda ao Brasil para pacificar o país
É difícil perceber onde termina Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, no Brasil, e onde começa Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Praças mal sinalizadas e carros se cruzando a toda hora pela avenida que liga as duas cidades fazem parecer um só lugar, um só país. Essa impressão nunca foi tão forte como na semana passada. Um atentado contra o senador paraguaio Robert Acevedo pôs brasileiros e paraguaios igualmente à mercê da violência do narcotráfico. Há fortes indícios da participação de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo, na emboscada que resultou na morte de dois assessores do senador, que ficou ferido. Não é apenas um caso de polícia: o futuro da região dependerá do que os dois países fizerem juntos para combater o problema.
Diante do agravamento da insegurança dos dois lados da fronteira, ficou em segundo plano o debate sobre revisão tarifária da usina energética binacional de Itaipu, motivo original do encontro presidencial previsto para esta segunda-feira na fronteira. O paraguaio Fernando Lugo vai pedir a Lula mais atenção ao vizinho e ajuda no combate à criminalidade. O Paraguai dispõe de pouquíssimo dinheiro para isso. Um discreto aceno positivo de Lula daria a Lugo força para amenizar o momento político de grande instabilidade.
Boa parte da turbulência se deve a um grupo extremista de esquerda denominado Exército do Povo Paraguaio (EPP), acusado de sequestrar e matar quatro pessoas no interior do país, há duas semanas. Não há ainda provas contundentes de que os guerrilheiros do EPP estejam por trás do atentado contra Acevedo. Autoridades dos dois países, porém, vinculam o grupo a sequestros de várias figuras públicas do Paraguai desde o início dos anos 2000, alguns deles em associação com membros do PCC. Embora pequeno estimado em não mais de 100 integrantes e ainda restrito a áreas rurais do país, o EPP pôs o governo de Lugo em xeque.
Como resposta às críticas, Lugo conseguiu aprovar no Congresso a decretação de estado de exceção em cinco departamentos: Concepción, Amambay, San Pedro, Presidente Hayes e Alto Paraguay (leia o quadro na próx. página). Os três primeiros são considerados os de maior presença do EPP. O governo justificou a medida como forma de permitir às Forças Armadas buscar e prender os responsáveis pelos assassinatos nas áreas mais conturbadas do Paraguai sem a necessidade de mandados judiciais.
Especialistas dizem que o gesto de Lugo foi compreensível em virtude da comoção provocada pelas mortes atribuídas à guerrilha. Outra razão para a elevação do tom é a proximidade do EPP com integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O governo paraguaio detém informações de que os colombianos transmitem técnicas de guerrilha ao EPP, bem como os ensinam a realizar roubos e sequestros a fim de angariar recursos para as causas políticas. É o mesmo modo de operação das Farc. Daí é possível presumir que o EPP esteja enveredando para o tráfico de drogas, afirma uma autoridade do serviço de inteligência do Paraguai.
A polícia paraguaia diz que parte do dinheiro obtido pelo EPP com sequestros estimado em US$ 5 milhões desde o início dessas ações vai para as Farc, e a intermediação seria feita por integrantes da guerrilha no Brasil. É essa a acusação contra os paraguaios Anuncio Martí, Juan Arrom e Victor Colmán, supostos líderes do EPP que obtiveram refúgio político no Brasil no fim de 2003. O governo paraguaio foi às Nações Unidas na semana passada para pressionar o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) a rever sua posição, alegando que o trio tem vínculos com as Farc e se envolveu em pelo menos um sequestro. Mas Brasília dificilmente vai mudar de ideia. Não há prova cabal desse envolvimento (dos refugiados) nas informações enviadas ao Brasil, diz Renato Zerbini, coordenador do Conare. ÉPOCA teve acesso ao relatório encaminhado pelo Paraguai com supostas provas contra Martí, Arrom e Colmán. Há muitos recortes de jornais e até algumas folhas sem timbre, detalhes que podem pesar negativamente na análise do comitê.
No esforço de encontrar os guerrilheiros, o governo distribuiu pelo interior do Paraguai painéis com as fotos daqueles tidos como os chefes do EPP. Mas a grande dificuldade de Lugo para combatê-los, na verdade, é renegar o passado, quando esteve junto com representantes do EPP em movimentos de camponeses no departamento de San Pedro. Para os simpatizantes do grupo, Lugo tornou-se um traidor.
O estabelecimento do estado de exceção se justifica? Até agora, pelo menos, não. A atuação das Forças Armadas esteve longe de produzir boas notícias. Para o promotor de justiça Julián Rodríguez, especializado em investigar o narcotráfico no norte do país, a medida é um atestado do fracasso das políticas rotineiras: Como é possível garantir que o estado de exceção vai funcionar se, em condições normais, quase nada funciona?.
No departamento de Amambay, a presença dos soldados é inconstante e desordenada. Na semana passada, nas ruas de Pedro Juan Caballero, só era possível avistar patrulhas esparsas do Exército. Barracas apinhadas de produtos falsificados e a diminuição do faturamento do comércio por conta do receio dos turistas brasileiros em cruzar a fronteira são as marcas mais visíveis do estado de exceção. Dependente do turismo de compras, a população de Pedro Juan Caballero está incomodada. Acredita que o governo esteja tentando forçar uma ligação entre o EPP, mais atuante em San Pedro e Concepción, e os traficantes do PCC, concentrados na fronteira.
O atentado ao senador Acevedo trouxe à tona um problema mal dimensionado pelo governo brasileiro. Ex-governador de Amambay, Acevedo denuncia há quase dez anos a presença de organizações criminosas brasileiras na região. Depois de sair do hospital, no dia 28, ele recebeu ÉPOCA em sua casa. Disse que, apesar de quase ter morrido, continuará apontando as ramificações do crime. Não posso deixar brecha para o narcotráfico. Tenho medo em razão da minha família. Mas não é possível desistir agora, afirma. Dono de uma rádio e de postos de gasolina na região, Acevedo costumava desafiar os traficantes em entrevistas. Ainda quando governador, chegou a dar um safanão em um traficante que fora preso. Conta que a introdução das organizações criminosas em Amambay começou com a chegada de Fernandinho Beira-Mar, líder da facção carioca Comando Vermelho, a Capitán Bado, cidade a 150 quilômetros de Pedro Juan Caballero e também uma importante rota do tráfico de drogas na região.
Com a prisão de Beira-Mar no começo da década, parte do esquema do Comando Vermelho foi desmantelada, o que abriu brecha para o PCC. O tráfico na fronteira é tão lucrativo que é comum grupos rivais se engalfinharem pelo controle da região. Observamos alguns embates entre o CV e o PCC. A briga transcendeu o território brasileiro e chegou ao Paraguai, afirma o promotor Rodríguez. Mas hoje não tenho dúvida em afirmar que o PCC comanda o tráfico de drogas no Paraguai. Para o juiz federal brasileiro Odilon de Oliveira, que decretou a prisão de mais de 100 traficantes quando atuou em Ponta Porã, a presença do PCC na região se explica por alguns motivos. O primordial é servir de esconderijo para membros fugitivos do Brasil. Lá, eles contam com facilidade maior na aquisição de drogas e armas e dispõem de melhor ligação com as Farc, de quem o PCC é cliente na aquisição de cocaína, diz Oliveira.
Combater o tráfico de drogas na região requer esforço demais para uma estrutura atrofiada. A Secretaria Nacional Anti-drogas paraguaia tem apenas dez homens para tomar conta de três departamentos. Os baixos salários são a porta para a corrupção na polícia local. Um oficial em começo de carreira ganha menos que o equivalente a R$ 1.000 por mês. No final de carreira, o salário não passa de R$ 2 mil. Em Pedro Juan Caballero, as pessoas sabem que há policiais a serviço do PCC: deixam de fiscalizar ou até mesmo contribuem decisivamente para o tráfico.
A PF deve usar uma aeronave não tripulada para monitorar plantações de maconha no Paraguai
Outro problema é a falta de controle do espaço aéreo do Paraguai. Acredita-se que boa parte da cocaína e do crack provenientes da Bolívia e da Colômbia chegue ao Paraguai por avião. Sem equipamento de detecção, o governo não coíbe os voos irregulares. Nem a prisão de importantes traficantes, como Carlos Caballero, o Capillo, suposto chefe do PCC no Paraguai, tem sido suficiente. Ele dá ordens para ajudantes de dentro da penitenciária, em Assunção, afirma Nelson Lopez, chefe da Senad em Pedro Juan Caballero.
Uma autoridade paraguaia diz que faz falta um maior apoio do Brasil no combate ao narcotráfico. Afirmou haver ofertas de parcerias dos Estados Unidos e da Colômbia. Está em estudo, no Congresso brasileiro, a doação de três aeronaves da Embraer para que o Paraguai possa combater o narcotráfico. Neste mês, a Polícia Federal deve usar um veículo aéreo não tripulado (Vant), capaz de realizar mapeamento do solo e identificar áreas de plantio de maconha. A PF já ajudou o Paraguai concretamente em dezembro, nas investigações para desbaratar o sequestro de Fidel Zavala. Foram enviados cinco policiais e três técnicos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a região, com a missão de identificar a origem do rádio que fazia as comunicações com a família. Um mês depois, o cativeiro foi encontrado.
O presidente Lula terá dado uma grande contribuição para a região se, no fim do mandato, ajudar a desmantelar o narcotráfico. Lugo espera mais que qualquer um por esses bons ventos. Pode valer até sua permanência na Presidência do Paraguai.
Às voltas com tráfico de drogas e um grupo extremista de esquerda, os paraguaios pedem ajuda ao Brasil para pacificar o país
É difícil perceber onde termina Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, no Brasil, e onde começa Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Praças mal sinalizadas e carros se cruzando a toda hora pela avenida que liga as duas cidades fazem parecer um só lugar, um só país. Essa impressão nunca foi tão forte como na semana passada. Um atentado contra o senador paraguaio Robert Acevedo pôs brasileiros e paraguaios igualmente à mercê da violência do narcotráfico. Há fortes indícios da participação de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo, na emboscada que resultou na morte de dois assessores do senador, que ficou ferido. Não é apenas um caso de polícia: o futuro da região dependerá do que os dois países fizerem juntos para combater o problema.
Diante do agravamento da insegurança dos dois lados da fronteira, ficou em segundo plano o debate sobre revisão tarifária da usina energética binacional de Itaipu, motivo original do encontro presidencial previsto para esta segunda-feira na fronteira. O paraguaio Fernando Lugo vai pedir a Lula mais atenção ao vizinho e ajuda no combate à criminalidade. O Paraguai dispõe de pouquíssimo dinheiro para isso. Um discreto aceno positivo de Lula daria a Lugo força para amenizar o momento político de grande instabilidade.
Boa parte da turbulência se deve a um grupo extremista de esquerda denominado Exército do Povo Paraguaio (EPP), acusado de sequestrar e matar quatro pessoas no interior do país, há duas semanas. Não há ainda provas contundentes de que os guerrilheiros do EPP estejam por trás do atentado contra Acevedo. Autoridades dos dois países, porém, vinculam o grupo a sequestros de várias figuras públicas do Paraguai desde o início dos anos 2000, alguns deles em associação com membros do PCC. Embora pequeno estimado em não mais de 100 integrantes e ainda restrito a áreas rurais do país, o EPP pôs o governo de Lugo em xeque.
Como resposta às críticas, Lugo conseguiu aprovar no Congresso a decretação de estado de exceção em cinco departamentos: Concepción, Amambay, San Pedro, Presidente Hayes e Alto Paraguay (leia o quadro na próx. página). Os três primeiros são considerados os de maior presença do EPP. O governo justificou a medida como forma de permitir às Forças Armadas buscar e prender os responsáveis pelos assassinatos nas áreas mais conturbadas do Paraguai sem a necessidade de mandados judiciais.
Especialistas dizem que o gesto de Lugo foi compreensível em virtude da comoção provocada pelas mortes atribuídas à guerrilha. Outra razão para a elevação do tom é a proximidade do EPP com integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O governo paraguaio detém informações de que os colombianos transmitem técnicas de guerrilha ao EPP, bem como os ensinam a realizar roubos e sequestros a fim de angariar recursos para as causas políticas. É o mesmo modo de operação das Farc. Daí é possível presumir que o EPP esteja enveredando para o tráfico de drogas, afirma uma autoridade do serviço de inteligência do Paraguai.
A polícia paraguaia diz que parte do dinheiro obtido pelo EPP com sequestros estimado em US$ 5 milhões desde o início dessas ações vai para as Farc, e a intermediação seria feita por integrantes da guerrilha no Brasil. É essa a acusação contra os paraguaios Anuncio Martí, Juan Arrom e Victor Colmán, supostos líderes do EPP que obtiveram refúgio político no Brasil no fim de 2003. O governo paraguaio foi às Nações Unidas na semana passada para pressionar o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) a rever sua posição, alegando que o trio tem vínculos com as Farc e se envolveu em pelo menos um sequestro. Mas Brasília dificilmente vai mudar de ideia. Não há prova cabal desse envolvimento (dos refugiados) nas informações enviadas ao Brasil, diz Renato Zerbini, coordenador do Conare. ÉPOCA teve acesso ao relatório encaminhado pelo Paraguai com supostas provas contra Martí, Arrom e Colmán. Há muitos recortes de jornais e até algumas folhas sem timbre, detalhes que podem pesar negativamente na análise do comitê.
No esforço de encontrar os guerrilheiros, o governo distribuiu pelo interior do Paraguai painéis com as fotos daqueles tidos como os chefes do EPP. Mas a grande dificuldade de Lugo para combatê-los, na verdade, é renegar o passado, quando esteve junto com representantes do EPP em movimentos de camponeses no departamento de San Pedro. Para os simpatizantes do grupo, Lugo tornou-se um traidor.
O estabelecimento do estado de exceção se justifica? Até agora, pelo menos, não. A atuação das Forças Armadas esteve longe de produzir boas notícias. Para o promotor de justiça Julián Rodríguez, especializado em investigar o narcotráfico no norte do país, a medida é um atestado do fracasso das políticas rotineiras: Como é possível garantir que o estado de exceção vai funcionar se, em condições normais, quase nada funciona?.
No departamento de Amambay, a presença dos soldados é inconstante e desordenada. Na semana passada, nas ruas de Pedro Juan Caballero, só era possível avistar patrulhas esparsas do Exército. Barracas apinhadas de produtos falsificados e a diminuição do faturamento do comércio por conta do receio dos turistas brasileiros em cruzar a fronteira são as marcas mais visíveis do estado de exceção. Dependente do turismo de compras, a população de Pedro Juan Caballero está incomodada. Acredita que o governo esteja tentando forçar uma ligação entre o EPP, mais atuante em San Pedro e Concepción, e os traficantes do PCC, concentrados na fronteira.
O atentado ao senador Acevedo trouxe à tona um problema mal dimensionado pelo governo brasileiro. Ex-governador de Amambay, Acevedo denuncia há quase dez anos a presença de organizações criminosas brasileiras na região. Depois de sair do hospital, no dia 28, ele recebeu ÉPOCA em sua casa. Disse que, apesar de quase ter morrido, continuará apontando as ramificações do crime. Não posso deixar brecha para o narcotráfico. Tenho medo em razão da minha família. Mas não é possível desistir agora, afirma. Dono de uma rádio e de postos de gasolina na região, Acevedo costumava desafiar os traficantes em entrevistas. Ainda quando governador, chegou a dar um safanão em um traficante que fora preso. Conta que a introdução das organizações criminosas em Amambay começou com a chegada de Fernandinho Beira-Mar, líder da facção carioca Comando Vermelho, a Capitán Bado, cidade a 150 quilômetros de Pedro Juan Caballero e também uma importante rota do tráfico de drogas na região.
Com a prisão de Beira-Mar no começo da década, parte do esquema do Comando Vermelho foi desmantelada, o que abriu brecha para o PCC. O tráfico na fronteira é tão lucrativo que é comum grupos rivais se engalfinharem pelo controle da região. Observamos alguns embates entre o CV e o PCC. A briga transcendeu o território brasileiro e chegou ao Paraguai, afirma o promotor Rodríguez. Mas hoje não tenho dúvida em afirmar que o PCC comanda o tráfico de drogas no Paraguai. Para o juiz federal brasileiro Odilon de Oliveira, que decretou a prisão de mais de 100 traficantes quando atuou em Ponta Porã, a presença do PCC na região se explica por alguns motivos. O primordial é servir de esconderijo para membros fugitivos do Brasil. Lá, eles contam com facilidade maior na aquisição de drogas e armas e dispõem de melhor ligação com as Farc, de quem o PCC é cliente na aquisição de cocaína, diz Oliveira.
Combater o tráfico de drogas na região requer esforço demais para uma estrutura atrofiada. A Secretaria Nacional Anti-drogas paraguaia tem apenas dez homens para tomar conta de três departamentos. Os baixos salários são a porta para a corrupção na polícia local. Um oficial em começo de carreira ganha menos que o equivalente a R$ 1.000 por mês. No final de carreira, o salário não passa de R$ 2 mil. Em Pedro Juan Caballero, as pessoas sabem que há policiais a serviço do PCC: deixam de fiscalizar ou até mesmo contribuem decisivamente para o tráfico.
A PF deve usar uma aeronave não tripulada para monitorar plantações de maconha no Paraguai
Outro problema é a falta de controle do espaço aéreo do Paraguai. Acredita-se que boa parte da cocaína e do crack provenientes da Bolívia e da Colômbia chegue ao Paraguai por avião. Sem equipamento de detecção, o governo não coíbe os voos irregulares. Nem a prisão de importantes traficantes, como Carlos Caballero, o Capillo, suposto chefe do PCC no Paraguai, tem sido suficiente. Ele dá ordens para ajudantes de dentro da penitenciária, em Assunção, afirma Nelson Lopez, chefe da Senad em Pedro Juan Caballero.
Uma autoridade paraguaia diz que faz falta um maior apoio do Brasil no combate ao narcotráfico. Afirmou haver ofertas de parcerias dos Estados Unidos e da Colômbia. Está em estudo, no Congresso brasileiro, a doação de três aeronaves da Embraer para que o Paraguai possa combater o narcotráfico. Neste mês, a Polícia Federal deve usar um veículo aéreo não tripulado (Vant), capaz de realizar mapeamento do solo e identificar áreas de plantio de maconha. A PF já ajudou o Paraguai concretamente em dezembro, nas investigações para desbaratar o sequestro de Fidel Zavala. Foram enviados cinco policiais e três técnicos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a região, com a missão de identificar a origem do rádio que fazia as comunicações com a família. Um mês depois, o cativeiro foi encontrado.
O presidente Lula terá dado uma grande contribuição para a região se, no fim do mandato, ajudar a desmantelar o narcotráfico. Lugo espera mais que qualquer um por esses bons ventos. Pode valer até sua permanência na Presidência do Paraguai.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Estado de exceção no Paraguai
Guerrilha na fronteira
Fazendeiros brasileiros que vivem no Paraguai são alvo de um grupo paramilitar de esquerda inspirado nas Farc da Colômbia
Claudio Dantas Sequeira
Uma espécie de entreposto do tráfico de drogas e armas e da pirataria, o Paraguai está firmando fama de terra sem lei. Para agravar a situação, surgiu agora no país vizinho uma guerrilha de tendência marxista, batizada de Exército do Povo Paraguaio (EPP). O grupo, que defende a luta armada para chegar ao poder, é pequeno no tamanho, com no máximo 50 membros efetivos. Mas realiza ações ousadas e de grande impacto midiático, como sequestros e ataques à polícia. Segundo informes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), os guerrilheiros têm como alvo preferencial os brasiguaios, como são conhecidos os brasileiros proprietários de terras no Paraguai. Desde o início de fevereiro, a Abin fortaleceu o acompanhamento do cenário envolvendo o EPP, tendo repassado informações ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, disse à ISTOÉ o diretor-geral do órgão, Wilson Trezza.
A Abin também está investigando as supostas ligações do EPP com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Por conta dessa avaliação, o tema entrou na agenda do encontro que Lula terá com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, nesta segunda-feira 3, em Ponta Porã. Vou conversar seriamente com Lugo sobre o que está ocorrendo na fronteira. Tenho informações primárias da inteligência, afirmou Lula na quarta-feira 28. Ponta Porã está a apenas 170 quilômetros da cidade paraguaia de Horqueta, onde há duas semanas membros do EPP, armados com fuzis M-16 e AK-47, invadiram a fazenda do brasileiro Jorge Luiz Zenatti. Na ação, morreram três funcionários dois deles brasileiros e um policial paraguaio. Certamente o EPP se preparava para me sequestrar, disse Zenatti à ISTOÉ. Dono da petroleira Taurus, ele conta que os funcionários perceberam uma movimentação suspeita na reserva florestal contígua à fazenda. Quando estavam chegando ao local, foram recebidos à bala.
Em reação, o presidente do Paraguai declarou estado de exceção em cinco departamentos na fronteira com o Brasil. Mil soldados foram deslocados para a região, um batalhão ocupou a fazenda do brasileiro. Na comunidade de cerca de 350 mil brasiguaios, o clima é de insegurança. Como a bandeira do EPP é a reforma agrária, os brasiguaios latifundiários são vistos como barreiras que precisam ser removidas, explica Hernán Burguez, editor do diário paraguaio La Nación. Em agosto do ano passado, o EPP invadiu a fazenda do brasileiro Ronaldo Rodrigues de Assunção, em Capiibary, no departamento de San Pedro. Presos pela polícia, os atacantes se disseram membros da Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Camponesas (MCNOC), que tem ligações com o governo de Fernando Lugo. No decorrer dos interrogatórios, entretanto, admitiram fazer parte do EPP. O nome EPP surgiu pela primeira vez na imprensa paraguaia em 13 de março de 2008, justamente num ataque à fazenda de outro brasileiro.
Por enquanto, a PF e o Itamaraty enxergam o EPP como um fenômeno restrito ao Paraguai e não como uma ameaça transnacional. Pelas informações de que dispomos, o grupo tem causado problemas sérios lá. Mas, numa escala mundial, estão mais para um bando rural violento, avalia o diretor de combate ao crime organizado da Polícia Federal, delegado Roberto Troncon Filho. Mesmo assim, a PF tem se disposto a auxiliar as autoridades paraguaias no combate à guerrilha.
Troncon conta que, entre dezembro e janeiro, cinco agentes da PF e três técnicos da Anatel foram enviados ao Paraguai para auxiliar nas investigações do sequestro do líder ruralista Fidel Zavala. O fazendeiro foi libertado após pagar o resgate, mas a PF entregou um relatório ao Ministério do Interior.
O EPP teve origem no extinto Partido Patria Libre (PPL), grupo inspirado na Teologia da Libertação. Seus dirigentes são acusados pela Procuradoria paraguaia de envolvimento em vários sequestros desde 2001. Uma das ações mais ousadas atribuídas ao Patria Libre foi o rapto de Cecília Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas Grau, em 2004. Após quatro meses de cativeiro, ela foi assassinada. Os crimes comoveram a opinião pública paraguaia e levaram a Polícia Nacional a empreender uma caça aos membros do PPL. Desde 2003, três líderes do Patria Libre Juan Arron, Anuncio Martí e Victor Colmán estão refugiados no Brasil. Recentemente, Lugo pediu a revisão do refúgio e a extradição dos paraguaios. Mas a chance de o pedido ser aprovado pelo Comitê Nacional de Refugiados (Conare) é remota. Eles são perseguidos políticos. Há vídeos comprovando que foram forçados a confessar um crime que não cometeram, pondera um membro do Conare. Na corrida eleitoral de 2008, o então presidente, Nicanor Duarte Frutos, chegou a afirmar que o EPP era uma invenção do candidato Fernando Lugo. Só o tempo dirá se o risco da guerrilha é real.
PCC no Paraguai
Num episódio sem relação com o EPP, mas que retrata bem a crise de segurança pública no Paraguai, homens armados tentaram assassinar o senador paraguaio Robert Acevedo em plena tarde da segunda-feira 26. O parlamentar voltava para casa quando foi fechado no trânsito por um grupo armado, que disparou mais de 30 vezes contra seu carro. No ataque, o motorista e um guarda-costas foram mortos. Acevedo conseguiu sair do carro, mas foi atingido em um braço e, de raspão, na cabeça. O senador acredita que o atentado foi planejado pelo Primeiro Comando da Capital, de São Paulo. O PCC é muito forte aqui. Temos informações de que cometeram esse atentado agora porque denunciei muitos narcotraficantes da fronteira do Brasil com o Paraguai, disse.
Fazendeiros brasileiros que vivem no Paraguai são alvo de um grupo paramilitar de esquerda inspirado nas Farc da Colômbia
Claudio Dantas Sequeira
Uma espécie de entreposto do tráfico de drogas e armas e da pirataria, o Paraguai está firmando fama de terra sem lei. Para agravar a situação, surgiu agora no país vizinho uma guerrilha de tendência marxista, batizada de Exército do Povo Paraguaio (EPP). O grupo, que defende a luta armada para chegar ao poder, é pequeno no tamanho, com no máximo 50 membros efetivos. Mas realiza ações ousadas e de grande impacto midiático, como sequestros e ataques à polícia. Segundo informes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), os guerrilheiros têm como alvo preferencial os brasiguaios, como são conhecidos os brasileiros proprietários de terras no Paraguai. Desde o início de fevereiro, a Abin fortaleceu o acompanhamento do cenário envolvendo o EPP, tendo repassado informações ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, disse à ISTOÉ o diretor-geral do órgão, Wilson Trezza.
A Abin também está investigando as supostas ligações do EPP com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Por conta dessa avaliação, o tema entrou na agenda do encontro que Lula terá com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, nesta segunda-feira 3, em Ponta Porã. Vou conversar seriamente com Lugo sobre o que está ocorrendo na fronteira. Tenho informações primárias da inteligência, afirmou Lula na quarta-feira 28. Ponta Porã está a apenas 170 quilômetros da cidade paraguaia de Horqueta, onde há duas semanas membros do EPP, armados com fuzis M-16 e AK-47, invadiram a fazenda do brasileiro Jorge Luiz Zenatti. Na ação, morreram três funcionários dois deles brasileiros e um policial paraguaio. Certamente o EPP se preparava para me sequestrar, disse Zenatti à ISTOÉ. Dono da petroleira Taurus, ele conta que os funcionários perceberam uma movimentação suspeita na reserva florestal contígua à fazenda. Quando estavam chegando ao local, foram recebidos à bala.
Em reação, o presidente do Paraguai declarou estado de exceção em cinco departamentos na fronteira com o Brasil. Mil soldados foram deslocados para a região, um batalhão ocupou a fazenda do brasileiro. Na comunidade de cerca de 350 mil brasiguaios, o clima é de insegurança. Como a bandeira do EPP é a reforma agrária, os brasiguaios latifundiários são vistos como barreiras que precisam ser removidas, explica Hernán Burguez, editor do diário paraguaio La Nación. Em agosto do ano passado, o EPP invadiu a fazenda do brasileiro Ronaldo Rodrigues de Assunção, em Capiibary, no departamento de San Pedro. Presos pela polícia, os atacantes se disseram membros da Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Camponesas (MCNOC), que tem ligações com o governo de Fernando Lugo. No decorrer dos interrogatórios, entretanto, admitiram fazer parte do EPP. O nome EPP surgiu pela primeira vez na imprensa paraguaia em 13 de março de 2008, justamente num ataque à fazenda de outro brasileiro.
Por enquanto, a PF e o Itamaraty enxergam o EPP como um fenômeno restrito ao Paraguai e não como uma ameaça transnacional. Pelas informações de que dispomos, o grupo tem causado problemas sérios lá. Mas, numa escala mundial, estão mais para um bando rural violento, avalia o diretor de combate ao crime organizado da Polícia Federal, delegado Roberto Troncon Filho. Mesmo assim, a PF tem se disposto a auxiliar as autoridades paraguaias no combate à guerrilha.
Troncon conta que, entre dezembro e janeiro, cinco agentes da PF e três técnicos da Anatel foram enviados ao Paraguai para auxiliar nas investigações do sequestro do líder ruralista Fidel Zavala. O fazendeiro foi libertado após pagar o resgate, mas a PF entregou um relatório ao Ministério do Interior.
O EPP teve origem no extinto Partido Patria Libre (PPL), grupo inspirado na Teologia da Libertação. Seus dirigentes são acusados pela Procuradoria paraguaia de envolvimento em vários sequestros desde 2001. Uma das ações mais ousadas atribuídas ao Patria Libre foi o rapto de Cecília Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas Grau, em 2004. Após quatro meses de cativeiro, ela foi assassinada. Os crimes comoveram a opinião pública paraguaia e levaram a Polícia Nacional a empreender uma caça aos membros do PPL. Desde 2003, três líderes do Patria Libre Juan Arron, Anuncio Martí e Victor Colmán estão refugiados no Brasil. Recentemente, Lugo pediu a revisão do refúgio e a extradição dos paraguaios. Mas a chance de o pedido ser aprovado pelo Comitê Nacional de Refugiados (Conare) é remota. Eles são perseguidos políticos. Há vídeos comprovando que foram forçados a confessar um crime que não cometeram, pondera um membro do Conare. Na corrida eleitoral de 2008, o então presidente, Nicanor Duarte Frutos, chegou a afirmar que o EPP era uma invenção do candidato Fernando Lugo. Só o tempo dirá se o risco da guerrilha é real.
PCC no Paraguai
Num episódio sem relação com o EPP, mas que retrata bem a crise de segurança pública no Paraguai, homens armados tentaram assassinar o senador paraguaio Robert Acevedo em plena tarde da segunda-feira 26. O parlamentar voltava para casa quando foi fechado no trânsito por um grupo armado, que disparou mais de 30 vezes contra seu carro. No ataque, o motorista e um guarda-costas foram mortos. Acevedo conseguiu sair do carro, mas foi atingido em um braço e, de raspão, na cabeça. O senador acredita que o atentado foi planejado pelo Primeiro Comando da Capital, de São Paulo. O PCC é muito forte aqui. Temos informações de que cometeram esse atentado agora porque denunciei muitos narcotraficantes da fronteira do Brasil com o Paraguai, disse.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
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Re: Estado de exceção no Paraguai
Estado de Minas
GUERRILHA PARAGUAIA
Brasil não pode deixar o conflito atravessar a fronteira
Dirceu Cardoso Gonçalves - Tenente, diretor da Associação de Assistência Social dos Policiais
Militares de São Paulo
Presencia-se uma guerra no Paraguai, com toque de recolher, movimentação de tropas, atentado
político e crimes diversos. Tudo na fronteira com o Brasil e, para nos preocupar ainda mais, levando
medo e insegurança a mais de 300 mil “brasiguaios” que vivem na área conflagrada. O vizinho país, que
até bem pouquíssimo tempo era omisso em relação aos criminosos que fugiam para seu território,
lucrando ilegal e imoralmente com a receptação de veículos roubados no Brasil, o tráfico de drogas, o
contrabando e outros ilícitos, não podia imaginar que, além das benesses criminosas, também estava
instalando o crime organizado que viria provocar a desordem interna. Foi o que ocorreu.
Hoje, os cinco estados sob sítio abrigam ladrões, traficantes, contrabandistas e também o
Exército Popular do Povo (EPP), organização guerrilheira supostamente marxista-leninista que receberia
treinamento e aporte da colombiana Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O atrasado
vizinho agora tem de se preocupar também com a guerrilha, hoje interpretada com um grupo com mais
feições de criminoso do que de guerrilheiro. Seriam aproximadamente 100 homens, que, nos últimos
anos, realizaram algumas ações, teriam ligações com traficantes e até com a facção paulista Primeiro
Comando da Capital (PCC) e hoje são caçados por mil soldados e policiais.
Nós, brasileiros, esperamos que o governo paraguaio dê um mínimo de segurança aos
imigrantes que vivem naquele país e têm grande peso na sua produção agrícola. E que as autoridades
brasileiras estejam atentas com a fronteira para impedir que o conflito paraguaio adentre nosso país.
Cada um com seus problemas e responsabilidades pela solução de seus conflitos internos. Soberania é
isso.
O Brasil tem vizinhos extremamente exóticos com governos esquisitos. Venezuela, Bolívia,
Paraguai e o Equador (que não é vizinho de fronteira, mas próximo) devem ser observados com o
máximo rigor para evitar que suas travessuras deságuem sobre os brasileiros. Não podemos continuar
perdoando suas dívidas, cedendo às suas quebras de contrato e tolerando as políticas de governantes
desvairados e comprometidos apenas com o próprio umbigo.
O Paraguai já levou muita vantagem ao esquentar os carros roubados no Brasil, tornar-se
entreposto do contrabando que para aqui vem e até produzir parte da maconha que abastece as bocas
de fumo brasileiras. Seu presidente, assim que assumiu, tentou quebrar o contrato de Itaipu para nos
espoliar. Logo, são vizinhos. Amigos, nem tanto.
Espera-se do governo brasileiro total distância da guerrilha, das jogadas temperamentais e da
chantagem desses vizinhos. A obrigação de Brasília é evitar que os conflitos atravessem nossas
fronteiras e, se tiver que se pronunciar a respeito, fazê-lo formalmente por meio dos organismos
internacionais onde temos assento. A interferência direta só serviria para nos nivelar por baixo.
GUERRILHA PARAGUAIA
Brasil não pode deixar o conflito atravessar a fronteira
Dirceu Cardoso Gonçalves - Tenente, diretor da Associação de Assistência Social dos Policiais
Militares de São Paulo
Presencia-se uma guerra no Paraguai, com toque de recolher, movimentação de tropas, atentado
político e crimes diversos. Tudo na fronteira com o Brasil e, para nos preocupar ainda mais, levando
medo e insegurança a mais de 300 mil “brasiguaios” que vivem na área conflagrada. O vizinho país, que
até bem pouquíssimo tempo era omisso em relação aos criminosos que fugiam para seu território,
lucrando ilegal e imoralmente com a receptação de veículos roubados no Brasil, o tráfico de drogas, o
contrabando e outros ilícitos, não podia imaginar que, além das benesses criminosas, também estava
instalando o crime organizado que viria provocar a desordem interna. Foi o que ocorreu.
Hoje, os cinco estados sob sítio abrigam ladrões, traficantes, contrabandistas e também o
Exército Popular do Povo (EPP), organização guerrilheira supostamente marxista-leninista que receberia
treinamento e aporte da colombiana Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O atrasado
vizinho agora tem de se preocupar também com a guerrilha, hoje interpretada com um grupo com mais
feições de criminoso do que de guerrilheiro. Seriam aproximadamente 100 homens, que, nos últimos
anos, realizaram algumas ações, teriam ligações com traficantes e até com a facção paulista Primeiro
Comando da Capital (PCC) e hoje são caçados por mil soldados e policiais.
Nós, brasileiros, esperamos que o governo paraguaio dê um mínimo de segurança aos
imigrantes que vivem naquele país e têm grande peso na sua produção agrícola. E que as autoridades
brasileiras estejam atentas com a fronteira para impedir que o conflito paraguaio adentre nosso país.
Cada um com seus problemas e responsabilidades pela solução de seus conflitos internos. Soberania é
isso.
O Brasil tem vizinhos extremamente exóticos com governos esquisitos. Venezuela, Bolívia,
Paraguai e o Equador (que não é vizinho de fronteira, mas próximo) devem ser observados com o
máximo rigor para evitar que suas travessuras deságuem sobre os brasileiros. Não podemos continuar
perdoando suas dívidas, cedendo às suas quebras de contrato e tolerando as políticas de governantes
desvairados e comprometidos apenas com o próprio umbigo.
O Paraguai já levou muita vantagem ao esquentar os carros roubados no Brasil, tornar-se
entreposto do contrabando que para aqui vem e até produzir parte da maconha que abastece as bocas
de fumo brasileiras. Seu presidente, assim que assumiu, tentou quebrar o contrato de Itaipu para nos
espoliar. Logo, são vizinhos. Amigos, nem tanto.
Espera-se do governo brasileiro total distância da guerrilha, das jogadas temperamentais e da
chantagem desses vizinhos. A obrigação de Brasília é evitar que os conflitos atravessem nossas
fronteiras e, se tiver que se pronunciar a respeito, fazê-lo formalmente por meio dos organismos
internacionais onde temos assento. A interferência direta só serviria para nos nivelar por baixo.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Estado de exceção no Paraguai
É a coisa ta feia nessa bagaça. E essa de a marinha de la trocando tiros com a PF, na hora q morrer alguem do lado de la ou de k, ai a coisa vai esqujentar. O brasil tem que agir rápido com mais energia nesta questão, entenderam, "energia", pois é.
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Re: Estado de exceção no Paraguai
Em merda já deu pelo simples fato de a sociedade brasileira ficar sabendo de tais coisas, que já há dois meses acontecendo, por meio de jornais. E o governo simplesmente fazendo vista grossa ou abafando o caso.
Tudo pra não prejudicar o pobre Paraguai.
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Carpe Diem
Re: Estado de exceção no Paraguai
Olha estou sem saber o q fazer nestas próximas eleições, por q ta dificil saber em quem votar. Precisamos de um homem que honrre as calças que veste para dirigir esta nação. Esse mula é uma tristeza de líder . Se foce na fronteira com um pais sério, esta situação não estaria assim. Aonde esta o trabalho de inteligencia de nossas agencias de segurança que deixaram esta bomba explodir. A nossa imprenssa é tão senssacionalista que não esta dando c´redito a esta situação. A imprenssa deveria estar em cima destes acontecimentos mostrando o q esta acontecendo la. Agora se um rico solta um pum em Sâo Paulo, a imprenssa cai em cima querendo saber o q ele comeu para o Pum dele esta tão fedorento, mais os nossos irmão estão na divisa com Paraguiai sofrendo persseguições e ninguem retrata nada.
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Re: Estado de exceção no Paraguai
Pelo que sei dos perfis, a Dilma bem que poderia acabar sendo a nossa Thatcher ou o Serra o nosso Reagan, intolerantes os dois têm fama de ser. Sodas deve ser a tchurma do 'deixa disso' enquistada na lide governamental...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Estado de exceção no Paraguai
MAG, por exemplo...Túlio escreveu:Pelo que sei dos perfis, a Dilma bem que poderia acabar sendo a nossa Thatcher ou o Serra o nosso Reagan, intolerantes os dois têm fama de ser. Sodas deve ser a tchurma do 'deixa disso' enquistada na lide governamental...
Re: Estado de exceção no Paraguai
Como disseste, pelo perfil, a Dilma tem o sakso bem maior. Pra pegar um fusil e ir pro meio do mato tem que ter coragem. Acredito que eu, do alto de toda minha coragem, faria o mesmo que Serra, dava no pé!
Fico imaginando que tiveram que segurar a muié pra ela não esganar o índio naquele fatídico episódio. Mas como a vingança é um prato que se come frio, depois de menos de dois anos o índio tava comendo na mão. A quanto tempo não se ouve uma crítica dele ao Brasil?
Fico imaginando que tiveram que segurar a muié pra ela não esganar o índio naquele fatídico episódio. Mas como a vingança é um prato que se come frio, depois de menos de dois anos o índio tava comendo na mão. A quanto tempo não se ouve uma crítica dele ao Brasil?
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Re: Estado de exceção no Paraguai
Não terá dedo do Chávez - TINHA que ser o Chávez - nisso? Lembrem que, da patotinha de COMUNAZZZ que andou tomando conta do campinho por aí, apenas o Lugo não foi ao beija-mãos. Curiosamente, agora a kôza encrespa logo pro lado dele...
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Re: Estado de exceção no Paraguai
Se tem dedo das FARC tem dedo do Chavito. Tautologia!Túlio escreveu:Não terá dedo do Chávez - TINHA que ser o Chávez - nisso? Lembrem que, da patotinha de COMUNAZZZ que andou tomando conta do campinho por aí, apenas o Lugo não foi ao beija-mãos. Curiosamente, agora a kôza encrespa logo pro lado dele...
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Re: Estado de exceção no Paraguai
Ó só:
Que tá estranho tá...
Tanto el gobierno Lula como parlamentarios del partido PT han reactivado su presión sobre sectores políticos y empresariales de Paraguay, buscando forzar una decisión del parlamento de ese país sobre el ingreso de Venezuela al Mercosur. El presidente brasileño habría prometido a Chávez que Paraguay, el único en no ratificar el tratado Venezuela-Mercosur, lo aprobaría antes de que concluya el presente año.
Por su parte, Chávez está enviando a La Asunción como nuevo Embajador, a un militante izquierdista, español de nacimiento y quien fuera miembro de la Compañía de Jesús cuando joven. Se trata del hasta ahora diputado Javier Arrúe, quien afirmó que su trabajo en Paraguay será “romper el cerco mediático” y garantizar el ingreso de Venezuela como miembro pleno del mercado común del Sur.
http://www.defesanet.com.br/04_09/eco_02mai10.htm
Que tá estranho tá...
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Re: Estado de exceção no Paraguai
Para o Paraguai estar engrossando o caldo sozinho, depois de Argentina e Brasil terem aprovado. Tem coisa...
Devem ter lá algum motivo.
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Re: Estado de exceção no Paraguai
Não sei até que ponto a treta é com o Bispo-Papão, parece que quem travou a Venezuela foi o Senado do Paraguai, não está claro se com o beneplácito do Executivo - que jura que não - ou com apenas um estímulo disfarçado para fazer isso. Ou a contragosto do Lugo. Mas o fato é que de uma hora para outra as FARC se interessaram pelo Paraguai, com a curiosa característica de para os Colombianos irem até o Paraguai terem de passar por Peru e depois Bolívia ou...direto pelo Brasil...
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