Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#106 Mensagem por Bourne » Qua Set 10, 2008 11:23 am

P44 escreveu:
Túlio escreveu:Aí está. O que não dizem é que, com a nacionalização de Fannie and Freddie, a dívida dos EUA atinge níveis estratosféricos, tornando-se definitivamente impagável. A dita nacionalização, ou seja, a socialização do prejuízo de trilhões de dólares, trará OUTRAS conseqüências, nada comemoráveis... 8-]

os comunas tomaram conta de Washington, o Armageddon é já a seguir :!:
Não. Está seguindo a tradição norte-americana de intervencionismo estatal. Essa coisa de estado neoliberal é bem recente e, as vezes, não serve, daí ignoram :mrgreen:




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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#107 Mensagem por soultrain » Qua Set 10, 2008 11:29 am

Sim Born, mas é muito preocupante, além até do que o Tulio referiu. Foi passado ao mercado a mensagem que podem fazer m.. à vontade que há-de haver alguem que salva e é o contribuinte. É premiar a má gestão, numa economia de mercado vai ter consequências graves.

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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#108 Mensagem por Bourne » Qua Set 10, 2008 12:05 pm

Não Soultrain.

O que tem que ser pesado são as consequências das duas ações. Se deixar esses "bancões" quebrarem provavelmente vai aumentar a instabilidade no mercado de crédito e resultar num crise bancária, que vai afetar duramente toda a economia. Isso é algo muito, mais muto perigoso, foi uma das causas da Grande Depressão (1929-1933), como o próprio Bernanke defendeu durante toda a sua carreira acadêmica, não só por que vai provocar uma onda de quebradeiras de instituições financeiras e, que vai refletir, na redução do crédito e desconfiança sobre a própria confiabilidade da economia norte-americana. Em última instânica, provocando a desvalorização do dólar e restrição do crédito externo aos EUA. Ou seja, um cenário apocaliptico para os EUA e para a manutenção de seu próprio poder financeiro.

Por outro lado, a ação do governo norte-americano ao salvar essas instituições, pode passar a idéia inicial de que as intituições podem fazer mer.. e os contribuintes pagam o prejuízo. Entretanto, depende de como esse salvamento será feito e o que acontecerá com os gestores, se forem punidos, minimiza essa percepção. Além do que uma maior fiscalização por parte do governo norte-americano e regras mais rigidas, inviabilizam esse tipo de pensamento.

O problema é que ocorreu uma ampla desregulamentação do sistema financeiro norte-americano, desde a década de 1980, e, assim, as instituições ficaram livres para agir como em entendessem, dentro da crença de que os mercados auto-regulados seriam mais eficientes e estáveis. Hoje, deu no que deu :x




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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#109 Mensagem por Bolovo » Qua Set 10, 2008 1:17 pm

Bourne escreveu:
Bourne escreveu:
Ouçam esse homem. Ele entende das coisas, melhor que muitos economistas acadêmicos que estão por ai.

Hora da aula de marxismo :D
O atual estágio da economia capitalista mundial está na fase de financeirização. Segundo os ciclos braudelianos de evolução capitalista, a financeirização antecede o colapso de um velho regime de acumulação/expansão capitalista e, por sua vez, prepara o terreno para o estabelecimento de um novo ciclo de acumulação/expansão.
Hahaha
tive essa aula sexta-feira, exatamente a mesma coisa [003] :mrgreen: :mrgreen:




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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#110 Mensagem por cvn73 » Qua Set 10, 2008 5:13 pm

Bourne escreveu:Não Soultrain.

O que tem que ser pesado são as consequências das duas ações. Se deixar esses "bancões" quebrarem provavelmente vai aumentar a instabilidade no mercado de crédito e resultar num crise bancária, que vai afetar duramente toda a economia. Isso é algo muito, mais muto perigoso, foi uma das causas da Grande Depressão (1929-1933), como o próprio Bernanke defendeu durante toda a sua carreira acadêmica, não só por que vai provocar uma onda de quebradeiras de instituições financeiras e, que vai refletir, na redução do crédito e desconfiança sobre a própria confiabilidade da economia norte-americana. Em última instânica, provocando a desvalorização do dólar e restrição do crédito externo aos EUA. Ou seja, um cenário apocaliptico para os EUA e para a manutenção de seu próprio poder financeiro.

Por outro lado, a ação do governo norte-americano ao salvar essas instituições, pode passar a idéia inicial de que as intituições podem fazer mer.. e os contribuintes pagam o prejuízo. Entretanto, depende de como esse salvamento será feito e o que acontecerá com os gestores, se forem punidos, minimiza essa percepção. Além do que uma maior fiscalização por parte do governo norte-americano e regras mais rigidas, inviabilizam esse tipo de pensamento.

O problema é que ocorreu uma ampla desregulamentação do sistema financeiro norte-americano, desde a década de 1980, e, assim, as instituições ficaram livres para agir como em entendessem, dentro da crença de que os mercados auto-regulados seriam mais eficientes e estáveis. Hoje, deu no que deu :x
Concordo com o Bourne, quando o Estado (americano) intervém na economia , são seguidas ações para reprimir o fato gerador da intervenção.A coisa nunca fica "por isso mesmo".




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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#111 Mensagem por cvn73 » Qua Set 10, 2008 5:17 pm

Uma notícia sobre o B dos BRICs, pode ser boa ou má, depende o "espectro político" a que o leitor pertença.

10/09/2008 - 12h32
Brasil ainda é lanterna entre os Brics, mas posição melhora



VINICIUS ALBUQUERQUE


da Folha Online

Com o crescimento de 6,1% do PIB no segundo trimestre do ano, o Brasil ainda está na lanterna entre os Brics (grupo de países emergentes formado também por Rússia, Índia e China), mas melhorou de posição.

O país encurtou a distância em relação ao membro logo à frente no grupo, a Rússia: no segundo trimestre deste ano, a economia russa teve expansão de 7,5%. A posição do Brasil em relação a Rússia fica ainda mais positiva quando se vê que a economia brasileira passou ao resultado apresentado hoje depois de um crescimento de 5,9% no primeiro trimestre do ano; já a Rússia teve uma expansão de 8,5% no mesmo período.



A Índia é o próximo na seqüência ascendente dos Brics, com um crescimento de 7,9% do PIB, mas também perde fôlego, visto que no primeiro trimestre o crescimento havia sido de 8,8%. O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê um crescimento de 7,9% para a Índia neste ano --ainda distante do desempenho esperado para a economia brasileira, que deve crescer 4,75% na previsão do Fundo. O relatório Focus, do Banco Central, mostra, por sua vez, uma expectativa de 4,8% de expansão para este ano.

A China segue em um distante primeiro lugar, com um crescimento de 10,1% no segundo trimestre. Mesmo com esse desempenho, a economia chinesa registrou no trimestre passado a quarta desaceleração consecutiva. No ano passado, o país teve um crescimento de mais de 11%, mas, para este ano, a expectativa do FMI é de um crescimento de 9,27%.




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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#112 Mensagem por soultrain » Qua Set 10, 2008 5:51 pm

Bourne escreveu:Não Soultrain.

O que tem que ser pesado são as consequências das duas ações. Se deixar esses "bancões" quebrarem provavelmente vai aumentar a instabilidade no mercado de crédito e resultar num crise bancária, que vai afetar duramente toda a economia. Isso é algo muito, mais muto perigoso, foi uma das causas da Grande Depressão (1929-1933), como o próprio Bernanke defendeu durante toda a sua carreira acadêmica, não só por que vai provocar uma onda de quebradeiras de instituições financeiras e, que vai refletir, na redução do crédito e desconfiança sobre a própria confiabilidade da economia norte-americana. Em última instânica, provocando a desvalorização do dólar e restrição do crédito externo aos EUA. Ou seja, um cenário apocaliptico para os EUA e para a manutenção de seu próprio poder financeiro.

Por outro lado, a ação do governo norte-americano ao salvar essas instituições, pode passar a idéia inicial de que as intituições podem fazer mer.. e os contribuintes pagam o prejuízo. Entretanto, depende de como esse salvamento será feito e o que acontecerá com os gestores, se forem punidos, minimiza essa percepção. Além do que uma maior fiscalização por parte do governo norte-americano e regras mais rigidas, inviabilizam esse tipo de pensamento.

O problema é que ocorreu uma ampla desregulamentação do sistema financeiro norte-americano, desde a década de 1980, e, assim, as instituições ficaram livres para agir como em entendessem, dentro da crença de que os mercados auto-regulados seriam mais eficientes e estáveis. Hoje, deu no que deu :x
Mas a questão é de quem é a culpa? Os agentes económicos não violaram nenhuma lei, apenas aproveitaram o que o regulador fez. Quero ver o FED a ser punido... Ainda não perceberam que o FED (além do permenor que todos sabem, é uma instituição que pertence aos bancos, ou seja regulam-se a si próprios) fez tudo com o beneplácito do governo central americano, para camuflar a crise na esperança que houvesse um milagre?

A culpa aqui vai morrer solteira, tudo o que estudaram sobre economia está a ser posto à prova, acabaram-se as pequenas crises, as chamadas correcções isto é completamente diferente, é um grande teste.


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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#113 Mensagem por soultrain » Qui Set 11, 2008 7:38 am

Camilo Lourenço
Gorilas de 400 kg
camilolourenco@gmail.com

Onde se senta um gorila de 400 kg? Onde quer. A resposta serve para explicar o que aconteceu à dupla Fannie Mae/Freddie Mac. E ao Bear Stearns. E ao Northern Rock. E à Lehman Brothers (ontem caiu 43% em Wall Street). E...

É este o problema das empresas financeiras: não são empresas normais. Não podem (?) ir à falência pelo efeito dominó que podem ter no resto da economia. Desde 1929 que se sabe disto. E desde 1929 que os governos/bancos centrais "seguram" bancos em dificuldades. Os últimos 20 anos são um bom exemplo: Savings & Loans, EUA, anos 80; Long Term Capital Management, EUA, anos 80, fundo de investimento salvo pelo FED (precedente gravíssimo); Northern Rock, Inglaterra, 2007; Bear Stearns, EUA, 2007, "investment bank" salvo pelo FED (outro precedente grave: o Stearns não captava depósitos)...

O problema é que nunca, desde 1929, houve baixas tão sérias como nos últimos 20 anos. Como explicar o fenómeno? Liberalização financeira, não acompanhada de regulação à altura? Ou o resultado de gestores e accionistas dos bancos estarem a incorporar, nas suas decisões, a ausência de risco? "Sim" para as duas perguntas (sobretudo para a segunda).

Isto não significa, no entanto, que a dupla Fannie e Freddie devesse ter sido entregue às feras. Porque são gorilas de 400 kg. Só que isto levanta outra questão: antes deles, alguém (mais magrinho) devia ter sido sacrificado. E agora?

http://www.jornaldenegocios.pt





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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#114 Mensagem por Túlio » Qui Set 11, 2008 8:45 am

O que me impressiona é que, pouco tempo atrás, qualquer espirro na economia internacional era seguido de pneumonia dupla na economia Brasileira; agora, aquela está praticamente com câncer e esta segue aparentemente inabalável...

Podemos falar mal até enjoar dos governos FFHH (que lançou os fundamentos) e do governo Lula (que os manteve e aprofundou) mas esta inédita capacidade de resistência a crises me parece obra deles, e das buenas. Talvez PT = PSDB NÃO SEJA = SHIT, ao menos em macroeconomia (já em Defesa...afff...). 8-]




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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#115 Mensagem por Túlio » Qui Set 11, 2008 11:41 am

Credo, e vejam só ESSA:
Ações do banco americano Lehman Brothers despencam 45%

As ações do quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, ampliavam a queda na pré-abertura do mercado nesta quinta-feira. Os papéis caíam para US$ 4 na pré-abertura da Bolsa de Valores de Nova York, 45% abaixo do fechamento de quarta-feira.

» Lehman quer vender ativos após prejuízo
» Lehman anuncia prejuízo de US$ 3,9 bi

O movimento acontecia devido à preocupação com a capacidade do banco em levantar capital e encontrar um comprador para sua unidade de gestão de ativos.

Já o custo de proteção de crédito do Lehman disparava para níveis recordes e alguns de seus bônus eram negociados em patamares próximos à inadimplência.

Os títulos davam rendimento de 10% ou mais, indicando que os operadores vêem os bônus do banco como de alto risco ou mesmo perto do default.

http://br.invertia.com/noticias/noticia ... nN11410027




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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#116 Mensagem por Bourne » Qui Set 11, 2008 11:58 am

Para quem tiver interessado em ler o documento completo sobre os BRIC, disponibilizado pelo Goldman Sachs, pode baixar nesse link

http://www2.goldmansachs.com/ideas/bric ... C-Full.pdf




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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#117 Mensagem por soultrain » Seg Set 15, 2008 6:33 am

LEHMAN NA FALÊNCIA
Uma das maiores firmas de Wall Street, com mais de 150 anos de história, está a chegar ao fim. A Lehman Brothers, fundada em 1850, vai entregar um pedido de falência, depois de várias companhias terem desistido da sua compra e o Governo norte-americano ter recusado uma intervenção como fez na Freddie Mac, Fannie Mae e Bear Stearns.

Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt

Uma das maiores firmas de Wall Street, com mais de 150 anos de história, está a chegar ao fim. A Lehman Brothers, fundada em 1850, vai entregar um pedido de falência, depois de várias companhias terem desistido da sua compra e o Governo norte-americano ter recusado uma intervenção como fez na Freddie Mac, Fannie Mae e Bear Stearns.
Foi um fim-de-semana intenso em Nova Iorque, com Governo, Fed e bancos de Wall Street a tentarem salvar a Lehman da falência, mas a relutância do Executivo norte-americano em financiar uma oferta sobre o banco de investimento acabou por ditar o fim da companhia.

O Bank of America e o Barclays anunciaram ontem à noite que já não estavam interessados na aquisição da Lehman e a esta companhia não restou outra solução do que anunciar em comunicado que vai apresentar o pedido de falência, ao abrigo do capitulo 11, num tribunal de Nova Iorque.

O banco esclareceu que o pedido de falência vai incidir sobre a “holding”, pelo que a Lehman continuará à procura de compradores para as suas várias subsidiárias, no negócio de gestão de activos, corretagem e outros.

Depois de uma semana negra, em que as acções afundaram perto de 80% devido aos sinais de colapso e falhanço na procura de um parceiro estratégico que injectasse capital fresco, a Lehman procurou um comprador para evitar a falência.

O Bank of América foi dos primeiros a dar sinais de interesse, mas a recusa do Governo americano em assegurar a cobertura de futuras perdas da instituição afastou o interesse deste banco, que acabou por depois por se virar para a Merrill Lynch, tendo já anunciado a compra deste banco por 50 mil milhões de dólares.

Também o britânico Barclays chegou a estar interessado, mas anunciou ontem à noite a desistência do negócio, altura a partir da qual ficou claro que o fim da Lehman estava perto. O facto de o Executivo americano, que no caso da Bear Stearns aceitou ficar com perdas de 29 mil milhões de dólares, se ter recusado desta vez a assumir perdas potenciais, foi o ponto chave da desistência do negócio.

Fundada em 1850 por três emigrantes judeus provenientes da Alemanha, a Lehman é das poucas firmas americanas com mais de cem anos ed história.

O CEO Richard Fuld é dos mais antigos de Wall Street e está na Lehman desde 1969, anunciou a semana passada um plano de reestruturação, mas o mercado já não esperou pelos seus resultados. Os prejuízos de 3 mil milhões de dólares registados no segundo trimestre foram os maiores de sempre da sua história.

A SEC, regulador do mercado de capitais dos EUA; já anunciou que os clientes da Lehman têm as suas contas protegidas e que o pessoal da Lehman vai continuar a trabalhar nas próximas semanas.

A falência da Leham está obviamente a pesar nos mercados accionistas, com os futuros do Nasdaq e do S&P500 a registarem perdas de cerca de 3%.





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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#118 Mensagem por soultrain » Seg Set 15, 2008 6:35 am

Maiores bancos do mundo aliam-se contra a crise
O pedido de falência da Lehman Brothers obrigou a Reserva Federal a alterar as regras dos empréstimos concedidos já aceita acções como colateral. Os dez maiores bancos dos Estados Unidos juntaram-se e criaram um fundo de 70 mil milhões de dólares para dar liquidez ao sistema.

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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt


O pedido de falência da Lehman Brothers obrigou a Reserva Federal a alterar as regras dos empréstimos concedidos já aceita acções como colateral. Os dez maiores bancos dos Estados Unidos juntaram-se e criaram um fundo de 70 mil milhões de dólares para dar liquidez ao sistema.

Na sequência do pedido de falência da Lehman Brothers e da compra da Merrill Lynch pelo Bank of América, a Reserva Federal anunciou já que alterou as regras dos financiamentos aos bancos.

Nos empréstimos concedidos, o banco central dos EUA passa a aceitar acções como colateral. Agora, nas contrapartida aos empréstimos concedidos, a Fed passa a aceitar todos os activos de dívida com notação financeira.

Além disso, decidiu alargar a linha de crédito de obrigações do Tesouro aos bancos em 25 mil milhões de dólares, para 200 mil milhões de dólares.

Mas não são só as entidades oficiais que estão a tomar medidas para enfrentar a forte crise que Wall Street está a atravessar. Os 10 maiores bancos dos EUA (JPMorgan, Goldman Sachs, Citigroup e outros) aceitaram criar um fundo de 70 mil milhões de dólares que tem como objectivo dar liquidez ao mercado.

Estas medidas surgem depois de três dias de negociações não terem sido suficientes para salvar a Lehman Brothers da falência e agora o objectivo passa por limitar os danos.

No mercado as especulações apontam para que a Reserva Federal tenha que ir mais longe, reduzindo mesmo as taxas de juro, quando há alguma semanas se estimava que o próximo movimento fosse de subida. A reunião da Fed está agendada para amanhã.

Na sequência do “salvamento” do Bear Stearns, em Março passado, a Fed criou uma linha de crédito em obrigações do Tesouro para os principais bancos de Wall Street, de modo a conter os efeitos da crise de crédito e
falta de liquidez.

Tal como noutros episódios da crise, os bancos centrais estão a agir de forma coordenada. O BCE já anunciou que está disponível para oferecer fundos ilimitados para ajudar a banca europeia.

Ben Bernake, presidente da Fed, referiu ontem que tem estado em contacto com outros bancos centrais, “para monitorizar e partilhar informações sobre os mercados financeiros e as firmas mundiais”.
_________________________________________________________________________


Perigoso...este passo parece mais um para o abismo...





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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#119 Mensagem por delmar » Seg Set 15, 2008 8:43 am

JOSÉ BY Carlos Drumond
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

....

E agora Brasil? E agora Portugal? Nós que não temos hipotécas, não temos 10 cartões de crédito, não temos carrões V8, 6.0, não recebemos créditos sem garantias, o que vamos fazer?
E agora o que vai ser de todos os projetos americanos que demandam ainda bilhões de dolares, como escudo anti misseis, novos porta-aviões, conclusão do F-35, montar mais F-22, novos submarinos e fragatas, mais soldados no Afeganistão, mais gastos no Iraque? E agora José?
Vamos viver tempos interessantes.

saudações




Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: Balança do poder: queda americana ou 'emergência' dos BRIC?

#120 Mensagem por PQD » Seg Set 15, 2008 8:57 am

a coisa ta feia




Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
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