Olá de novo
Em relação às perfomances do F-14 o que eu posso dizer mais uma vez é que o Tomcat é um dos caças mais formidáveis de todos os tempos, embora tenha obviamente limitações resultantes da baixa limitação empuxo/peso dos seus motores.
Um oficial de testes do F-14 (John R. Wilson Jr.), dizia em 1982, uma coisa muito interessante sobre o Tomcat: “É o sistema mais versátil de armamentos de combate actualmente em operação. Há aviões que voam depressa ou mais devagar, mas nenhum que faça as duas coisas. Alguns voam mais alto, são melhores no combate aéreo visual corpo a corpo, mas nenhum rastreia 24 alvos e se prepara selectivamente para entrar em combate simultâneo contra seis deles em quaisquer condições ambientais. O Phoenix/AWG-9 faz do F-14 um avião de combate inigualável”
Esta declaração mostra bem que a alma do F-14 era a combinação de radar e mísseis de longo alcance e capacidade de atacar vários alvos, que o tornavam um caça de qualidades únicas. Mas convém dizer que o Tomcat não era apenas um mero transportador de mísseis como muitas vezes se fez crer. Era também um excelente caça em combate próximo e mostrou isso não só na guerra Irão-Iraque, como também nos confrontos da Líbia onde abateu dois Su-22 em 81 e dois Mig-23 em 89. Tudo em combate próximo.
http://www.libya-on-focus.com/libyacombatoperations.htm
No entanto, foi um avião concebido desde o início para ser um interceptor puro adaptado às necessidades de tamanho e peso para operar em porta-aviões e também para funcionar como vector para o AIM-54. As críticas de que foi alvo sobre a baixa relação empuxo/peso tinham razão de ser no F-14A, embora no F-14D com o motor F110 esse problema tivesse sido atenuado. No entanto, este é apenas um pormenor nas perfomances do Tomcat e no historial de combate que este avião possui parece que nunca foi um problema muito grave, embora os antigos motores do avião tenham dado muitos problemas de operação ao longo dos anos por outras razões.
Acabaria por dizer que a eficácia e versatilidade do Tomcat levaram mesmo a uma revisão da missão original de interceptor, tendo o avião sido adaptado para missões de reconhecimento da frota e mais tarde para Bombcat tendo sido usado nessa função na última guerra do Iraque (ver a esse propósito um artigo na Combat Aircraft deste mês), que foi também a última do Tomcat na Navy.
E já agora acabava por dizer o seguinte. Eu não entro nestas discussões por questões ideológicas por gostar mais de aviões americanos ou russos. Para mim, ser americano ou russo pouco importa. O que importa é o avião como máquina e não como produto deste ou daquele país. E tu às vezes pareces que estás aqui numa atitude do tipo os russos é que são bons e os americanos são maus.
Mais uma vez recomendo-te o livro do Mick Spick, onde podes perceber toda a história do Tomcat e as suas virtudes e defeitos.
Um abraço
Zé