O futuro da AAAe no Brasil
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
PORTARIA Nº 108/EMCFA-MD, DE 10 DE JANEIRO DE 2020
Constituição de Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de confeccionar os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) para Sistemas de Artilharia Antiaérea de grande altura/longo alcance.
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR CONJUNTO DAS FORÇAS ARMADAS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I do art. 58, do anexo I ao Decreto nº 9.570, de 20 de novembro de 2018, e considerando o Processo nº 60310.000363/2019-91, resolve:
Art. 1º Constituir o Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de confeccionar os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) para Sistemas de Artilharia Antiaérea de grande altura/longo alcance.
a) Atuando no controle dos trabalhos, os seguintes integrantes da Chefa de Logística e Mobilização do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas:
[.....]
b) Atuando como membros do GT, composto por peritos e especialistas, os seguintes integrantes das Forças Singulares:
{.....]
Art. 2º O Coordenador do GT agendará e informará acerca das reuniões do GT .
§ 1º Os integrantes do GT de fora da guarnição de Brasília-DF participarão das reuniões por videoconferência.
§ 2º Cada uma das Forças proverá o apoio administrativo necessário à participação de seus representantes no GT.
Art. 3º Os trabalhos deverão ser concluídos no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados a partr da publicação desta Portaria.
Art. 4º A participação no GT não ensejará qualquer remuneração para os seus membros ou convidados e os trabalhos nele desenvolvidos serão considerados prestação de relevante serviço público.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
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PORTARIA Nº 109/EMCFA-MD, DE 10 DE JANEIRO DE 2020
Constituição de Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de confeccionar os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) para Sistemas de Artilharia Antiaérea de média altura/médio alcance.
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR CONJUNTO DAS FORÇAS ARMADAS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I do art. 58, do anexo I ao Decreto nº 9.570, de 20 de novembro de 2018, e considerando o Processo nº 60310.000363/2019-91, resolve:
Art. 1º Constituir o Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de confeccionar os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) para Sistemas de Artilharia Antiaérea de média altura/médio alcance.
a) Atuando no controle dos trabalhos, os seguintes integrantes da Chefa de Logística e Mobilização do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas:
[....]
b) Atuando como membros do GT, composto por peritos e especialistas, os seguintes integrantes das Forças Singulares:
[....]
Art. 2º O Coordenador do GT agendará e informará acerca das reuniões do GT .
§ 1º Os integrantes do GT de fora da guarnição de Brasília-DF participarão das reuniões por videoconferência.
§ 2º Cada uma das Forças proverá o apoio administrativo necessário à participação de seus representantes no GT.
Art. 3º Os trabalhos deverão ser concluídos no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da publicação desta Portaria.
Art. 4º A participação no GT não ensejará qualquer remuneração para os seus membros ou convidados e os trabalhos nele desenvolvidos serão considerados prestação de relevante serviço público.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Constituição de Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de confeccionar os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) para Sistemas de Artilharia Antiaérea de grande altura/longo alcance.
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR CONJUNTO DAS FORÇAS ARMADAS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I do art. 58, do anexo I ao Decreto nº 9.570, de 20 de novembro de 2018, e considerando o Processo nº 60310.000363/2019-91, resolve:
Art. 1º Constituir o Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de confeccionar os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) para Sistemas de Artilharia Antiaérea de grande altura/longo alcance.
a) Atuando no controle dos trabalhos, os seguintes integrantes da Chefa de Logística e Mobilização do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas:
[.....]
b) Atuando como membros do GT, composto por peritos e especialistas, os seguintes integrantes das Forças Singulares:
{.....]
Art. 2º O Coordenador do GT agendará e informará acerca das reuniões do GT .
§ 1º Os integrantes do GT de fora da guarnição de Brasília-DF participarão das reuniões por videoconferência.
§ 2º Cada uma das Forças proverá o apoio administrativo necessário à participação de seus representantes no GT.
Art. 3º Os trabalhos deverão ser concluídos no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados a partr da publicação desta Portaria.
Art. 4º A participação no GT não ensejará qualquer remuneração para os seus membros ou convidados e os trabalhos nele desenvolvidos serão considerados prestação de relevante serviço público.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
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PORTARIA Nº 109/EMCFA-MD, DE 10 DE JANEIRO DE 2020
Constituição de Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de confeccionar os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) para Sistemas de Artilharia Antiaérea de média altura/médio alcance.
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR CONJUNTO DAS FORÇAS ARMADAS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I do art. 58, do anexo I ao Decreto nº 9.570, de 20 de novembro de 2018, e considerando o Processo nº 60310.000363/2019-91, resolve:
Art. 1º Constituir o Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de confeccionar os Requisitos Operacionais Conjuntos (ROC) para Sistemas de Artilharia Antiaérea de média altura/médio alcance.
a) Atuando no controle dos trabalhos, os seguintes integrantes da Chefa de Logística e Mobilização do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas:
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b) Atuando como membros do GT, composto por peritos e especialistas, os seguintes integrantes das Forças Singulares:
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Art. 2º O Coordenador do GT agendará e informará acerca das reuniões do GT .
§ 1º Os integrantes do GT de fora da guarnição de Brasília-DF participarão das reuniões por videoconferência.
§ 2º Cada uma das Forças proverá o apoio administrativo necessário à participação de seus representantes no GT.
Art. 3º Os trabalhos deverão ser concluídos no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da publicação desta Portaria.
Art. 4º A participação no GT não ensejará qualquer remuneração para os seus membros ou convidados e os trabalhos nele desenvolvidos serão considerados prestação de relevante serviço público.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Sistemas de Artilharia Antiaérea de grande altura/longo alcance...
Ah, pronto!! Lá vem os russos com o S-400 e o Trãmpi ameaçando com sanções
Ah, pronto!! Lá vem os russos com o S-400 e o Trãmpi ameaçando com sanções
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amor fati
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- GIL
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
O mais importante é que parece que se deu a condição básica que o FCarvalho (e outros) tanto desejavamos, a de que as tres forças se unam para desenvolverem um projeto comum de armas no campo de defesa anti aerea.
Editado pela última vez por GIL em Seg Jan 20, 2020 6:09 am, em um total de 1 vez.
- JavaLindo66
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Um projeto em conjunto seria bem interessante, pois dividiria os custos.
Agora, o quão difícil seria usar como base um projeto já existente? Dá pra "Franksteinizar" um Mansup/MCT para isso?
Aliás, o que as nossas FFAA consideram longo alcance? +100~120km?
Agora, o quão difícil seria usar como base um projeto já existente? Dá pra "Franksteinizar" um Mansup/MCT para isso?
Aliás, o que as nossas FFAA consideram longo alcance? +100~120km?
- gabriel219
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
As sanções a Turquia por causa dos S-400 não foi a compra em si dos sistemas, mas sim um possível uso obscuro dos Russos para ver como atuar com o S-400 contra os F-35 que a mesma receberia.
AAe de Longo Alcance pra mim seria o Barak-ER.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Penso que poderíamos seguir o exemplo dos australianos como seu programa Project LAND 19 Phase 7B:
https://www.contactairlandandsea.com/20 ... ce-system/
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Olá pessoal, esta sem dúvida é uma excelente notícia, mas antes de sair por aí imaginando S-400 e coisas do gênero no EB e/ou FAB, é preciso tecer algumas considerações práticas.
Primeiro, qual a definição doutrinária atual nas ffaa’s para média e grande altura? Qual a definição para médio e grande alcance? Existe paridade de conceitos e/ou operacionalidade? Os atuais meios materiais e doutrinas AAe das ffaa’s possuem alguma similaridade? Se sim, isso facilita o trabalho dos GT? Se não, como harmonizar requisitos, doutrinas e conceitos diferentes de AAe ente as ffaa’s a fim de produzir requisitos que atendam efetivamente necessidades tão díspares?
Até onde se sabe, hoje o EB e MB só tem “autorização” para atirar em qualquer coisa até uma altura de 3 mil metros, ou seja, teoricamente, as Bia AAe e GAAe e navios de guerra só podem atuar na baixa altura, com sistemas ditos Shorad. Acima disso precisam necessariamente do abit da FAB e do COMDABRA segundo a doutrina atual. Acima de 3 e até 15 mil metros é considerado a média altura, faixa na qual não possuímos nenhum tipo de sistema de defesa. Acima dos 15 mil metros está a chamada grande altura. Em ambas, o ordenamento da defesa AAe está submetido à autoridade funcional da FAB.
Com relação ao alcance, nada é dito em termos de doutrina AAe, mas podemos supor que tais limites estão atrelados aos sistemas materiais que cada força possa empregar. Assim, as ffaa’s hoje possuem sistemas Shorad com alcances entre até 6 mil metros, conforme o tipo. No caso do RBS 70 NG recém adquirido, esse alcance pode ser expandido até 8 mil metros com o uso do Bolide. No que compete a média altura, hoje o Aspide das fragatas Niterói representam o sistema de maior alcance que possuímos, com cerca de 20/25 kms e altura até 15 mil metros, dependendo do tipo do míssil lançado, já que o Sea Sparrow possui o ESSM, com melhor desempenho, mas não utilizado pela MB. As demais forças não possuem equipamentos para atuar nesta faixa.
Hoje basicamente podemos dizer que temos certa comunalidade de doutrina e operacionalidade entre as forças no que tange a AAe de curto alcance/altura, com o Igla e RBS 70 representando a maior parte dos sistemas operacionais, junto a alguns poucos Mistral do btl defesa AAe do CFN. Uma orientação do MD no sentido de homogeneizar tais equipamentos nas três forças faria todo o sentido, faltando apenas a escolha de um Manpad mais moderno e efetivo que o míssil russo, com o RBS 70 NG complementando-o onde e quando necessário nas diversas OM que necessitem. Isto pode ser obtido por simples compra de oportunidade ou por meio da aquisição e/ou desenvolvimento de um manpad nacional. Comprar a licença de um sistema já pronto e testado me parece ser o caminho mais lógico e econômico. Os russos são pródigos neste setor e valeria a pena negociar com eles desde que as quantidades e tipos de sistemas a se adquirir valesse a abertura de uma linha de produção aqui.
Mas, quanto a média e grande altura, o que temos hoje é uma completa incógnita, tanto doutrinal como material. Com o fracasso da aquisição dos Pantsyr nos governos passados, manteve-se uma lacuna aberta para a defesa AAe, e que até hoje não foi coberta. Mas porque justamente agora se decidiu conduzir a formação de ROC para dois sistemas diferentes ao mesmo tempo e em tão curto prazo? Eu tenho alguns palpites. E começo pela mais óbvio: não temos defesa AAe alguma na prática.
Assim, é bom relembrar o que cada força precisa e como ela enxerga a AAe, de acordo com necessidades e especificações.
No caso do EB, que é a maior força, com a maior demanda, cobrir a média e grande altura exige, ou exigirá, a escolha de mais de um tipo de sistema de média altura/alcance, dado que:
1. O EB possui responsabilidade sobre a defesa territorial na íntegra do país, no que concerne as estruturas do poder político, econômico e militar. Isso vale para média e grande altura/alcance;
2. A defesa AAe do EB está organizada em diversos níveis e elementos diferentes, com as Bia AAe e GAAe tendo responsabilidades, estruturas e objetivos diferentes;
3. É praticamente inviável obter uma defesa AAe nas diversas camadas com sistemas estrangeiros que não possam ser arbitrados sob a égide de material nacional de C4ISR em desenvolvimento ou já utilizados e nas quantidades necessárias a serem adquiridas.
Assim, como se pode verificar, o EB tem necessidades bem especificas no que diz respeito aos modelos e quantidades de sistemas que precisa operar. Para deixar bem claro, as Bgdas de inf e cav (lv, mtz, mec e blda) precisam de defesa AAe de curto e médio alcance/altura em diferentes condições, objetivos e aplicações, de forma a cobrir efetivamente todos os seus espectros de atuação. Não vejo como isso possa ser feito, na média altura/alcance, com um único sistema de mísseis. Na faixa abaixo é possível fazer isso, e se tem muitas opções no mercado utilizando o mesmo míssil em diferentes plataformas. Da mesma forma, outras OM em seus respectivos quadros, armas e serviços precisam dispor de um sistema de defesa AAe crível e adaptado as suas necessidades, o que significa uma grande, diria enorme, quantidade de meios de baixa e média altura/alcance, também.
No que diz respeito à infraestrutura político-econômica do país, podemos dizer que há a necessidade imperiosa da formação de uma defesa em camadas. Cidades, centros de comando e controle, parques industriais, sistemas de produção/fornecimento de energia, e por aí vai tem de possuir junto a si OM dedicadas à defesa AAe que possam não apenas realizar a missão em si como complementar outras dimensões da AAe em relação à atual organização e distribuição de OM do EB pelo país. Me parece neste sentido que, com base nos GAAe já existentes, se nos impõe a sua expansão e co-relação com as regiões e comandos militares de área existentes a fim de aproveitar a estrutura existente, dotando-os, principalmente, com os meios de média e grande altura/alcance necessários. Aliás, um exemplo desta organização seria deixar aos GAAe ligados às regiões militares os meios de média altura/alcance, enquanto os meios de longo alcance/altura ficariam subordinados aos GAAe ligados aos comandos militares de área. As quantidades de meios materiais devem ser definidas de acordo com as características de cada região e/ou área militar a ser defendida.
No que consiste a FAB e MB, falou-se tempos atrás que aquela primeira teria a necessidade de possuir sistemas de longo alcance/altura, sem mencionar os de baixa e média altura/alcance. Observando-se a estrutura da FAB hoje, é possível dizer que a maior parte da defesa AAe deve ser feita por estes últimos sistemas, enquanto o primeiro seria dedicado à defesa das bases aéreas e centros de comando da instituição. Mas aqui cabe novamente dizer que sem o combo baixa/média e grande altura/alcance, qualquer sistema de defesa AAe de base área pode ser facilmente superado por um atacante bem preparado.
Sob este aspecto, é preciso lembrar que o início de uma guerra hoje ao estilo das potências militares se dá sempre, no primeiro dia (ou na primeira semana), com o ataque as instalações de suas forças aérea e centros de C3I militares e do poder político e econômico. Para tanto, a chamada chuva de bombas e mísseis já virou mote tradicional entre os grandes. Para se defender de forma eficaz e eficiente deste tipo de ataque é preciso contar, primeiro, com defesa aérea eficiente, de forma a inibir o uso do espaço aéreo do país ou suas proximidades para o lançamento de armamentos contra nós, e dois, possuir uma defesa AAe em camadas capaz de cobrir longas distancias e alturas a fim de interceptar qualquer míssil ou bomba que eventualmente escape a atuação dos caças. E se nada disso funcionar, forças especiais capazes de defender as bases aéreas da intromissão via terrestre de outras forças oponentes, caso sejam usadas. A FAB só muito recentemente resolveu dar alguma atenção ao tema AAe, principalmente, ao que parece, antevendo a defesa de suas bases aéreas. Neste aspecto, alguma comunalidade de sistemas de média e longo alcance/atura podem ser conseguidos com EB, e em partes com a MB. É bom que se diga que este mesmo raciocínio vale para a marinha e sua aviação naval e defesa AAe, a exceção talvez, do uso de sistemas de longo alcance/altura que podem/devem ser utilizados a partir dos navios da esquadra.
Do ponto de vista doutrinal, me parece que podemos chegar a pontos comuns antes mesmos de alcançarmos os objetivos de dispor de sistemas comuns. Conquanto, seria importante neste momento, e acho até que os dois GT poderão se debruçar sobre isso, é a questão do conceito de sistema de defesa AAe que devemos operar aqui. Sem um pensamento coletivo e objetivo nas ffaa’s sobre o que fazer e como fazer defesa AAe, a aquisição de qualquer tipo de mísseis e/ou canhões poderá se mostrar pouco ou nada eficaz. Seria útil, para não dizer, lógico, se partir do pressuposto da construção de um sistema NCW de defesa antiaérea nacional e a partir daí se pensar nas opções.
É preciso lembrar também que com o apronto do MTC e sua entrada em serviço no EB já neste ano ou mais tardar ano que vem, temos hoje quase todos, senão todos, os elementos necessários a construção de uma rede NCW AAe. Faltaria apenas a regularidade e longevidade de empenho financeiro que garantisse que qualquer que fosse a escolha, ela possa ser sustentada a fim de garantir que seus objetivos possam ser alcançados dentro de prazos razoáveis, além de condizentes com as necessidades das forças armadas e do país.
Já temos uma série de radares que devem entrar em operação a partir de 2021/2022, no caso do M-200, e outros como o S-200 e M-60. Os sistemas de comando e controle, e até um IFF estão saindo do forno ou já testados e disponíveis. Outros tipos de sistemas de radar estão sendo desenvolvidos ou em vias de começar o seu desenvolvimento tanto pela FAB como MB, além da adaptação que os atuais podem ter para a seara naval e aérea.
Se a decisão de lançar dois GT ao mesmo tempo e com prazos exíguos para oferecerem respostas a questões tão complexas foi feita agora, podemos presumir, a priori, que o país já dispõe das capacidades necessárias para montar de médio a longo prazo um sistema NCW AAe genuíno deixando a uma eventual parceria com uma ou mais empresas estrangeiras a colaboração técnico-industrial e comercial resolver limitações referentes ao não domínio completo da expertices que ainda não temos.
Abs
Primeiro, qual a definição doutrinária atual nas ffaa’s para média e grande altura? Qual a definição para médio e grande alcance? Existe paridade de conceitos e/ou operacionalidade? Os atuais meios materiais e doutrinas AAe das ffaa’s possuem alguma similaridade? Se sim, isso facilita o trabalho dos GT? Se não, como harmonizar requisitos, doutrinas e conceitos diferentes de AAe ente as ffaa’s a fim de produzir requisitos que atendam efetivamente necessidades tão díspares?
Até onde se sabe, hoje o EB e MB só tem “autorização” para atirar em qualquer coisa até uma altura de 3 mil metros, ou seja, teoricamente, as Bia AAe e GAAe e navios de guerra só podem atuar na baixa altura, com sistemas ditos Shorad. Acima disso precisam necessariamente do abit da FAB e do COMDABRA segundo a doutrina atual. Acima de 3 e até 15 mil metros é considerado a média altura, faixa na qual não possuímos nenhum tipo de sistema de defesa. Acima dos 15 mil metros está a chamada grande altura. Em ambas, o ordenamento da defesa AAe está submetido à autoridade funcional da FAB.
Com relação ao alcance, nada é dito em termos de doutrina AAe, mas podemos supor que tais limites estão atrelados aos sistemas materiais que cada força possa empregar. Assim, as ffaa’s hoje possuem sistemas Shorad com alcances entre até 6 mil metros, conforme o tipo. No caso do RBS 70 NG recém adquirido, esse alcance pode ser expandido até 8 mil metros com o uso do Bolide. No que compete a média altura, hoje o Aspide das fragatas Niterói representam o sistema de maior alcance que possuímos, com cerca de 20/25 kms e altura até 15 mil metros, dependendo do tipo do míssil lançado, já que o Sea Sparrow possui o ESSM, com melhor desempenho, mas não utilizado pela MB. As demais forças não possuem equipamentos para atuar nesta faixa.
Hoje basicamente podemos dizer que temos certa comunalidade de doutrina e operacionalidade entre as forças no que tange a AAe de curto alcance/altura, com o Igla e RBS 70 representando a maior parte dos sistemas operacionais, junto a alguns poucos Mistral do btl defesa AAe do CFN. Uma orientação do MD no sentido de homogeneizar tais equipamentos nas três forças faria todo o sentido, faltando apenas a escolha de um Manpad mais moderno e efetivo que o míssil russo, com o RBS 70 NG complementando-o onde e quando necessário nas diversas OM que necessitem. Isto pode ser obtido por simples compra de oportunidade ou por meio da aquisição e/ou desenvolvimento de um manpad nacional. Comprar a licença de um sistema já pronto e testado me parece ser o caminho mais lógico e econômico. Os russos são pródigos neste setor e valeria a pena negociar com eles desde que as quantidades e tipos de sistemas a se adquirir valesse a abertura de uma linha de produção aqui.
Mas, quanto a média e grande altura, o que temos hoje é uma completa incógnita, tanto doutrinal como material. Com o fracasso da aquisição dos Pantsyr nos governos passados, manteve-se uma lacuna aberta para a defesa AAe, e que até hoje não foi coberta. Mas porque justamente agora se decidiu conduzir a formação de ROC para dois sistemas diferentes ao mesmo tempo e em tão curto prazo? Eu tenho alguns palpites. E começo pela mais óbvio: não temos defesa AAe alguma na prática.
Assim, é bom relembrar o que cada força precisa e como ela enxerga a AAe, de acordo com necessidades e especificações.
No caso do EB, que é a maior força, com a maior demanda, cobrir a média e grande altura exige, ou exigirá, a escolha de mais de um tipo de sistema de média altura/alcance, dado que:
1. O EB possui responsabilidade sobre a defesa territorial na íntegra do país, no que concerne as estruturas do poder político, econômico e militar. Isso vale para média e grande altura/alcance;
2. A defesa AAe do EB está organizada em diversos níveis e elementos diferentes, com as Bia AAe e GAAe tendo responsabilidades, estruturas e objetivos diferentes;
3. É praticamente inviável obter uma defesa AAe nas diversas camadas com sistemas estrangeiros que não possam ser arbitrados sob a égide de material nacional de C4ISR em desenvolvimento ou já utilizados e nas quantidades necessárias a serem adquiridas.
Assim, como se pode verificar, o EB tem necessidades bem especificas no que diz respeito aos modelos e quantidades de sistemas que precisa operar. Para deixar bem claro, as Bgdas de inf e cav (lv, mtz, mec e blda) precisam de defesa AAe de curto e médio alcance/altura em diferentes condições, objetivos e aplicações, de forma a cobrir efetivamente todos os seus espectros de atuação. Não vejo como isso possa ser feito, na média altura/alcance, com um único sistema de mísseis. Na faixa abaixo é possível fazer isso, e se tem muitas opções no mercado utilizando o mesmo míssil em diferentes plataformas. Da mesma forma, outras OM em seus respectivos quadros, armas e serviços precisam dispor de um sistema de defesa AAe crível e adaptado as suas necessidades, o que significa uma grande, diria enorme, quantidade de meios de baixa e média altura/alcance, também.
No que diz respeito à infraestrutura político-econômica do país, podemos dizer que há a necessidade imperiosa da formação de uma defesa em camadas. Cidades, centros de comando e controle, parques industriais, sistemas de produção/fornecimento de energia, e por aí vai tem de possuir junto a si OM dedicadas à defesa AAe que possam não apenas realizar a missão em si como complementar outras dimensões da AAe em relação à atual organização e distribuição de OM do EB pelo país. Me parece neste sentido que, com base nos GAAe já existentes, se nos impõe a sua expansão e co-relação com as regiões e comandos militares de área existentes a fim de aproveitar a estrutura existente, dotando-os, principalmente, com os meios de média e grande altura/alcance necessários. Aliás, um exemplo desta organização seria deixar aos GAAe ligados às regiões militares os meios de média altura/alcance, enquanto os meios de longo alcance/altura ficariam subordinados aos GAAe ligados aos comandos militares de área. As quantidades de meios materiais devem ser definidas de acordo com as características de cada região e/ou área militar a ser defendida.
No que consiste a FAB e MB, falou-se tempos atrás que aquela primeira teria a necessidade de possuir sistemas de longo alcance/altura, sem mencionar os de baixa e média altura/alcance. Observando-se a estrutura da FAB hoje, é possível dizer que a maior parte da defesa AAe deve ser feita por estes últimos sistemas, enquanto o primeiro seria dedicado à defesa das bases aéreas e centros de comando da instituição. Mas aqui cabe novamente dizer que sem o combo baixa/média e grande altura/alcance, qualquer sistema de defesa AAe de base área pode ser facilmente superado por um atacante bem preparado.
Sob este aspecto, é preciso lembrar que o início de uma guerra hoje ao estilo das potências militares se dá sempre, no primeiro dia (ou na primeira semana), com o ataque as instalações de suas forças aérea e centros de C3I militares e do poder político e econômico. Para tanto, a chamada chuva de bombas e mísseis já virou mote tradicional entre os grandes. Para se defender de forma eficaz e eficiente deste tipo de ataque é preciso contar, primeiro, com defesa aérea eficiente, de forma a inibir o uso do espaço aéreo do país ou suas proximidades para o lançamento de armamentos contra nós, e dois, possuir uma defesa AAe em camadas capaz de cobrir longas distancias e alturas a fim de interceptar qualquer míssil ou bomba que eventualmente escape a atuação dos caças. E se nada disso funcionar, forças especiais capazes de defender as bases aéreas da intromissão via terrestre de outras forças oponentes, caso sejam usadas. A FAB só muito recentemente resolveu dar alguma atenção ao tema AAe, principalmente, ao que parece, antevendo a defesa de suas bases aéreas. Neste aspecto, alguma comunalidade de sistemas de média e longo alcance/atura podem ser conseguidos com EB, e em partes com a MB. É bom que se diga que este mesmo raciocínio vale para a marinha e sua aviação naval e defesa AAe, a exceção talvez, do uso de sistemas de longo alcance/altura que podem/devem ser utilizados a partir dos navios da esquadra.
Do ponto de vista doutrinal, me parece que podemos chegar a pontos comuns antes mesmos de alcançarmos os objetivos de dispor de sistemas comuns. Conquanto, seria importante neste momento, e acho até que os dois GT poderão se debruçar sobre isso, é a questão do conceito de sistema de defesa AAe que devemos operar aqui. Sem um pensamento coletivo e objetivo nas ffaa’s sobre o que fazer e como fazer defesa AAe, a aquisição de qualquer tipo de mísseis e/ou canhões poderá se mostrar pouco ou nada eficaz. Seria útil, para não dizer, lógico, se partir do pressuposto da construção de um sistema NCW de defesa antiaérea nacional e a partir daí se pensar nas opções.
É preciso lembrar também que com o apronto do MTC e sua entrada em serviço no EB já neste ano ou mais tardar ano que vem, temos hoje quase todos, senão todos, os elementos necessários a construção de uma rede NCW AAe. Faltaria apenas a regularidade e longevidade de empenho financeiro que garantisse que qualquer que fosse a escolha, ela possa ser sustentada a fim de garantir que seus objetivos possam ser alcançados dentro de prazos razoáveis, além de condizentes com as necessidades das forças armadas e do país.
Já temos uma série de radares que devem entrar em operação a partir de 2021/2022, no caso do M-200, e outros como o S-200 e M-60. Os sistemas de comando e controle, e até um IFF estão saindo do forno ou já testados e disponíveis. Outros tipos de sistemas de radar estão sendo desenvolvidos ou em vias de começar o seu desenvolvimento tanto pela FAB como MB, além da adaptação que os atuais podem ter para a seara naval e aérea.
Se a decisão de lançar dois GT ao mesmo tempo e com prazos exíguos para oferecerem respostas a questões tão complexas foi feita agora, podemos presumir, a priori, que o país já dispõe das capacidades necessárias para montar de médio a longo prazo um sistema NCW AAe genuíno deixando a uma eventual parceria com uma ou mais empresas estrangeiras a colaboração técnico-industrial e comercial resolver limitações referentes ao não domínio completo da expertices que ainda não temos.
Abs
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Pensamentos sobre os requisitos comuns para a defesa AAe.
Requisitos Elementares que entendo serão estabelecidos pelas ffaa's.
1. Uso Dual – Terrestre e Naval
2. Arquitetura de Sistema Aberta
3. Transferência de Tecnologia
4. Participação Base Industria de Defesa e Indústria Nacional
5. Integração Sistema Nacionais Radar e Comando, Controle e Comunicações
Candidatos Primários
1. UMKHONTO
Fabricante: Denel Land Systems
Origem: África do Sul
Características:
1. Alcance – 15 a 60 kms;
2. Altitude – 0 a 15 mil metros
3. Guiagem: IR / Radar / CLOS
Condição: Operacional
Míssil possui uso dual – Terrestre e Naval? Sim
A arquitetura do sistema é aberta? Sim
Permite transferência tecnológica sem objeções comercial, industrial e/ou políticas? Sim
Possui capacidade realizar desenvolvimento conjunto com a BID? Sim
Possui capacidade realizar integração a sistema nacional radar e C4i? Sim
Oferece logística de apoio integrada? Sim
Considerações: a sul africana Denel possui um histórico de cooperação industrial com a FAB; portanto, é uma empresa conhecida, assim como suas possibilidades e limitações técnico-industriais, comerciais e políticas; o Umkhonto cumpre na integra os requisitos para míssil de médio alcance, mas não dispõe de sistemas de longo alcance; em perspectiva possibilidade de desenvolvimento conjunto deste último, a partir do Umkhonto, Marlin ou plataforma pré-existente no Brasil; possibilidade de parceria em outros sistemas de mísseis da empresa para as três forças.
2. CAMM
Fabricante: MBDA
Origem: Europa
Características:
1. Alcance – 25 a 45 kms;
2. Altitude – 0 a 15 mil metros
3. Guiagem: Data Link / Active RF Seeker
Condição: Operacional
Míssil possui uso dual – Terrestre e Naval? Sim
A arquitetura do sistema é aberta? Parcial
Permite transferência tecnológica sem objeções comercial, industrial e/ou políticas? Parcial
Possui capacidade realizar desenvolvimento conjunto com a BID? Sim
Possui capacidade realizar integração a sistema nacional radar e C4i? Sim
Oferece logística de apoio integrada? Sim
Considerações: a MBDA já ofereceu anos atrás através de uma parceria com a Avibrás proposta de desenvolvimento de sistema AAe com base no Astros utilizando o míssil CAMM como base; é uma empresa conhecida pelos militares, com largo histórico de fornecimento de produtos e serviços no país; suas possibilidades e limitações técnico-industriais, comerciais e políticas são bastante conhecidas também; o CAMM cumpre os requisitos para o sistema de médio alcance, mas como o míssil sul africano não possui sistema de longo alcance; em perspectiva possibilidade de desenvolvimento conjunto deste último, seja a partir do CAMM ou de plataforma pré-existente no Brasil; a empresa oferece uma gama completa de mísseis para as três forças.
3. BARAK MX
Fabricante: IAI
Origem: Israel e Índia
Características:
1. Alcance – 35 a 150 kms;
2. Altitude – 0 a 15 mil metros
3. Guiagem: Data Link / Active RF-IIR Seeker
Condição: Operacional
Míssil possui uso dual – Terrestre e Naval? Sim
A arquitetura do sistema é aberta? Sim
Permite transferência tecnológica sem objeções comercial, industrial e/ou políticas? Parcial
Possui capacidade realizar desenvolvimento conjunto com a BID? Sim
Possui capacidade realizar integração a sistema nacional radar e C4i? Sim
Oferece logística de apoio integrada? Sim
Considerações: os israelenses desenvolveram o Barak MX na perspectiva de oferecer um sistema múltiplo para marinhas de guerra e exércitos comporem suas defesas AAe sob uma mesma base; o sistema utiliza três tipos de mísseis; os israelenses são bem conhecidos em termos de capacidade tecnológica, mas pesa sobre eles um equilíbrio muito fino em termos geopolíticos sobre o vendem; o Barak MX oferece na integra alcances e altitude no médio e longo alcance, não sendo necessário o desenvolvimento de um ou outro modelo a posteriori no Brasil; as empresas israelenses oferecem sistemas de mísseis completos para todos os usos e necessidades das três forças, estando no momento disputando o sistema de guiamento e míssil para equipar Fennec/Pantera K2 da Avex.
4. S-350
Fabricante: Almaz-Antey
Origem: Rússia
Características:
1. Alcance – 10 a 120 kms;
2. Altitude – 2 a 30 mil metros
3. Guiagem: Radar
Condição: Operacional
Míssil possui uso dual – Terrestre e Naval? Sim
A arquitetura do sistema é aberta? Parcial
Permite transferência tecnológica sem objeções comercial, industrial e/ou políticas? Parcial
Possui capacidade realizar desenvolvimento conjunto com a BID? Parcial
Possui capacidade realizar integração a sistema nacional radar e C4i? Parcial
Oferece logística de apoio integrada? Parcial
Considerações: o caso russo é o mais emblemático pois apesar do S-350 estar entrando em serviço somente agora no exército, os mísseis já são amplamente conhecidos dos arsenais russos, com exceção do 9M100 que foi desenvolvido especificamente para ele; as relações com a indústria de armas da Rússia são, no mínimo, complicadas, dado as ffaa’s no Brasil seguirem critérios logísticos, doutrinais e materiais baseados nos padrões STANAG/OTAN, o que dificulta, e muito, qualquer tipo de adesão a produtos/serviços que não sigam aquelas regras; assim é pouco provável que mesmo sendo ofertado/analisado, o S-350 consiga empolgar os decisores do processo de seleção que virá; as limitações técnico-industriais, comerciais e políticas dos russos não são exatamente muito diferentes do americanos quando se trata de sistemas novos; apesar de dispor de mísseis de médio e longo alcance, as possibilidade de negócios podem ser consideradas baixas, principalmente levando-se em consideração a experiência com o fracassado negócio com o Pantsyr; desenvolvimento conjunto de novos sistemas é algo fora de cogitação, pois não faz parte do cotidiano das relações militares entre os dois países; os russos oferecem uma enormidade de tipos e variantes de sistemas de mísseis que podem atender às três forças, mas como no caso do Igla e do Mi-35, apesar das qualidades dos produtos, eles continuam sem convencer os militares brasileiros sobre a sua adoção em massa, face as inúmeras questões e dúvidas sobre apoio pós venda, custos e outras peculiaridades de se utilizar equipamento diferente do padrão geral adotado.
abs
Requisitos Elementares que entendo serão estabelecidos pelas ffaa's.
1. Uso Dual – Terrestre e Naval
2. Arquitetura de Sistema Aberta
3. Transferência de Tecnologia
4. Participação Base Industria de Defesa e Indústria Nacional
5. Integração Sistema Nacionais Radar e Comando, Controle e Comunicações
Candidatos Primários
1. UMKHONTO
Fabricante: Denel Land Systems
Origem: África do Sul
Características:
1. Alcance – 15 a 60 kms;
2. Altitude – 0 a 15 mil metros
3. Guiagem: IR / Radar / CLOS
Condição: Operacional
Míssil possui uso dual – Terrestre e Naval? Sim
A arquitetura do sistema é aberta? Sim
Permite transferência tecnológica sem objeções comercial, industrial e/ou políticas? Sim
Possui capacidade realizar desenvolvimento conjunto com a BID? Sim
Possui capacidade realizar integração a sistema nacional radar e C4i? Sim
Oferece logística de apoio integrada? Sim
Considerações: a sul africana Denel possui um histórico de cooperação industrial com a FAB; portanto, é uma empresa conhecida, assim como suas possibilidades e limitações técnico-industriais, comerciais e políticas; o Umkhonto cumpre na integra os requisitos para míssil de médio alcance, mas não dispõe de sistemas de longo alcance; em perspectiva possibilidade de desenvolvimento conjunto deste último, a partir do Umkhonto, Marlin ou plataforma pré-existente no Brasil; possibilidade de parceria em outros sistemas de mísseis da empresa para as três forças.
2. CAMM
Fabricante: MBDA
Origem: Europa
Características:
1. Alcance – 25 a 45 kms;
2. Altitude – 0 a 15 mil metros
3. Guiagem: Data Link / Active RF Seeker
Condição: Operacional
Míssil possui uso dual – Terrestre e Naval? Sim
A arquitetura do sistema é aberta? Parcial
Permite transferência tecnológica sem objeções comercial, industrial e/ou políticas? Parcial
Possui capacidade realizar desenvolvimento conjunto com a BID? Sim
Possui capacidade realizar integração a sistema nacional radar e C4i? Sim
Oferece logística de apoio integrada? Sim
Considerações: a MBDA já ofereceu anos atrás através de uma parceria com a Avibrás proposta de desenvolvimento de sistema AAe com base no Astros utilizando o míssil CAMM como base; é uma empresa conhecida pelos militares, com largo histórico de fornecimento de produtos e serviços no país; suas possibilidades e limitações técnico-industriais, comerciais e políticas são bastante conhecidas também; o CAMM cumpre os requisitos para o sistema de médio alcance, mas como o míssil sul africano não possui sistema de longo alcance; em perspectiva possibilidade de desenvolvimento conjunto deste último, seja a partir do CAMM ou de plataforma pré-existente no Brasil; a empresa oferece uma gama completa de mísseis para as três forças.
3. BARAK MX
Fabricante: IAI
Origem: Israel e Índia
Características:
1. Alcance – 35 a 150 kms;
2. Altitude – 0 a 15 mil metros
3. Guiagem: Data Link / Active RF-IIR Seeker
Condição: Operacional
Míssil possui uso dual – Terrestre e Naval? Sim
A arquitetura do sistema é aberta? Sim
Permite transferência tecnológica sem objeções comercial, industrial e/ou políticas? Parcial
Possui capacidade realizar desenvolvimento conjunto com a BID? Sim
Possui capacidade realizar integração a sistema nacional radar e C4i? Sim
Oferece logística de apoio integrada? Sim
Considerações: os israelenses desenvolveram o Barak MX na perspectiva de oferecer um sistema múltiplo para marinhas de guerra e exércitos comporem suas defesas AAe sob uma mesma base; o sistema utiliza três tipos de mísseis; os israelenses são bem conhecidos em termos de capacidade tecnológica, mas pesa sobre eles um equilíbrio muito fino em termos geopolíticos sobre o vendem; o Barak MX oferece na integra alcances e altitude no médio e longo alcance, não sendo necessário o desenvolvimento de um ou outro modelo a posteriori no Brasil; as empresas israelenses oferecem sistemas de mísseis completos para todos os usos e necessidades das três forças, estando no momento disputando o sistema de guiamento e míssil para equipar Fennec/Pantera K2 da Avex.
4. S-350
Fabricante: Almaz-Antey
Origem: Rússia
Características:
1. Alcance – 10 a 120 kms;
2. Altitude – 2 a 30 mil metros
3. Guiagem: Radar
Condição: Operacional
Míssil possui uso dual – Terrestre e Naval? Sim
A arquitetura do sistema é aberta? Parcial
Permite transferência tecnológica sem objeções comercial, industrial e/ou políticas? Parcial
Possui capacidade realizar desenvolvimento conjunto com a BID? Parcial
Possui capacidade realizar integração a sistema nacional radar e C4i? Parcial
Oferece logística de apoio integrada? Parcial
Considerações: o caso russo é o mais emblemático pois apesar do S-350 estar entrando em serviço somente agora no exército, os mísseis já são amplamente conhecidos dos arsenais russos, com exceção do 9M100 que foi desenvolvido especificamente para ele; as relações com a indústria de armas da Rússia são, no mínimo, complicadas, dado as ffaa’s no Brasil seguirem critérios logísticos, doutrinais e materiais baseados nos padrões STANAG/OTAN, o que dificulta, e muito, qualquer tipo de adesão a produtos/serviços que não sigam aquelas regras; assim é pouco provável que mesmo sendo ofertado/analisado, o S-350 consiga empolgar os decisores do processo de seleção que virá; as limitações técnico-industriais, comerciais e políticas dos russos não são exatamente muito diferentes do americanos quando se trata de sistemas novos; apesar de dispor de mísseis de médio e longo alcance, as possibilidade de negócios podem ser consideradas baixas, principalmente levando-se em consideração a experiência com o fracassado negócio com o Pantsyr; desenvolvimento conjunto de novos sistemas é algo fora de cogitação, pois não faz parte do cotidiano das relações militares entre os dois países; os russos oferecem uma enormidade de tipos e variantes de sistemas de mísseis que podem atender às três forças, mas como no caso do Igla e do Mi-35, apesar das qualidades dos produtos, eles continuam sem convencer os militares brasileiros sobre a sua adoção em massa, face as inúmeras questões e dúvidas sobre apoio pós venda, custos e outras peculiaridades de se utilizar equipamento diferente do padrão geral adotado.
abs
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Das 4 opções que você apresentou, eu acredito que irá ficar entre o 1º e o 2º. (Eu particulamente torcendo pro 1º )
Menciono essas duas opções devido a proximidade que a FAB já tem com a Denel devido ao A-Dater (que sumiu dos noticiários, falando nisso) e a MB com a MBDA, já que as Tamandarés provavelmente usarão o CAMM.
Além disso, essa ideia de poder trabalhar em conjunto com a Denel no desenvolvimento de um sistema de longo alcance me parece ser muito bom, especialmente porque nós poderemos colocar nossos requerimentos no projeto e não simplesmente aquele que melhor de adéqua as nossas exigências. Em relação ao Barak, seria a melhor opção se fosse escolhido tanto no de médio alcance quanto no de longo alcance, pois já ajuda nos gastos. Embora não sei afirmar se ter uma única família para os dois níveis seja uma ideia boa.
Estou ansioso pelos requerimentos do GT. Tomara que dê tudo certo.
Menciono essas duas opções devido a proximidade que a FAB já tem com a Denel devido ao A-Dater (que sumiu dos noticiários, falando nisso) e a MB com a MBDA, já que as Tamandarés provavelmente usarão o CAMM.
Além disso, essa ideia de poder trabalhar em conjunto com a Denel no desenvolvimento de um sistema de longo alcance me parece ser muito bom, especialmente porque nós poderemos colocar nossos requerimentos no projeto e não simplesmente aquele que melhor de adéqua as nossas exigências. Em relação ao Barak, seria a melhor opção se fosse escolhido tanto no de médio alcance quanto no de longo alcance, pois já ajuda nos gastos. Embora não sei afirmar se ter uma única família para os dois níveis seja uma ideia boa.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Se eu entendi corretamente a ideia desses dois GT, o trabalho deles será definir qual/quais características deverá ter um sistema de defesa AAe que consiga atender as três forças.
Então, basicamente o que elrs vão fazer é afirmar, ou contradizer, os cinco requisitos elementares que expus acima.
A partir disso, a pergunta é: qual o custo aceitável para este programa?
A depender da resposta teremos que escolher entre compra de prateleira, compra com tot e off set, desenvolvimento, co-desenvolvimento ou um misto dessas opções.
Como se trata de dois sistemas diferentes, e a previsão de entrada de operação somente na próxima década, segundo informações preliminares, me parece que a escolha tende a ficar entre a compra com tot e off set e/ou co-desenvolvimento.
Todo mundo aqui sabe que sou a favor da continuidade da parceria com a Denel da África do Sul, não somente pelo que já fizemos juntos, mas pelo muito que ainda pideremos fazer, com largos ganhos para ambis os lados.
Agora, se isso será suficiente para ayender os objetivos deste programa, é algo que ainda vetemos.
abs
Então, basicamente o que elrs vão fazer é afirmar, ou contradizer, os cinco requisitos elementares que expus acima.
A partir disso, a pergunta é: qual o custo aceitável para este programa?
A depender da resposta teremos que escolher entre compra de prateleira, compra com tot e off set, desenvolvimento, co-desenvolvimento ou um misto dessas opções.
Como se trata de dois sistemas diferentes, e a previsão de entrada de operação somente na próxima década, segundo informações preliminares, me parece que a escolha tende a ficar entre a compra com tot e off set e/ou co-desenvolvimento.
Todo mundo aqui sabe que sou a favor da continuidade da parceria com a Denel da África do Sul, não somente pelo que já fizemos juntos, mas pelo muito que ainda pideremos fazer, com largos ganhos para ambis os lados.
Agora, se isso será suficiente para ayender os objetivos deste programa, é algo que ainda vetemos.
abs
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
JavaLindo66 escreveu: ↑Ter Jan 28, 2020 7:37 pm Das 4 opções que você apresentou, eu acredito que irá ficar entre o 1º e o 2º. (Eu particulamente torcendo pro 1º )
Menciono essas duas opções devido a proximidade que a FAB já tem com a Denel devido ao A-Darter (que sumiu dos noticiários, falando nisso) e a MB com a MBDA, já que as Tamandarés provavelmente usarão o CAMM.
Além disso, essa ideia de poder trabalhar em conjunto com a Denel no desenvolvimento de um sistema de longo alcance me parece ser muito bom, especialmente porque nós poderemos colocar nossos requerimentos no projeto e não simplesmente aquele que melhor de adéqua as nossas exigências. Em relação ao Barak, seria a melhor opção se fosse escolhido tanto no de médio alcance quanto no de longo alcance, pois já ajuda nos gastos. Embora não sei afirmar se ter uma única família para os dois níveis seja uma ideia boa.
Estou ansioso pelos requerimentos do GT. Tomara que dê tudo certo.
Não sumiu não. Em fins do ano passado o seu motor, FEITO PELA AVIBRAS, teve seus testes concluídos. O vídeo abaixo mostra um deles e fiquei impressionado com o tempo de queima (menos de 10 segundos) e ausência de fumaça.
Tem as mesmas características do CAMM e não é apenas dual (terra e mar) mas também aéreo - o CAMM é reconhecidamente um desenvolvimento do ASRAAM e também é público que há ou havia(*) planos para uma versão ar-ar BVR - e será (A-Darter) usado no Gripen.
(*) - Isso pode ter-se complicado pela efetividade do sistema de propulsão e data-link do Meteor, que joga a NEZ até o limite do alcance, o que aparentemente só é possível em outro míssil do Ocidente, o AMRAAM D.
Tem as mesmas características do CAMM e não é apenas dual (terra e mar) mas também aéreo - o CAMM é reconhecidamente um desenvolvimento do ASRAAM e também é público que há ou havia(*) planos para uma versão ar-ar BVR - e será (A-Darter) usado no Gripen.
(*) - Isso pode ter-se complicado pela efetividade do sistema de propulsão e data-link do Meteor, que joga a NEZ até o limite do alcance, o que aparentemente só é possível em outro míssil do Ocidente, o AMRAAM D.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Qualquer acordo com a Denel me parece ir no sentido de dar continuidade ao desenvolvimento do A Darter, e criar novas possibilidades sobre o Marlim e Umkhinto.
Com a entrada em serviço dos sistemas agendada para daqui 10 anos ou pouco mais, é possível vislumbrar o tempo necessário para adaptar o que já existe à estrutura atuak e progrmar novos vetores a partir dos projetos em voga na empresa.
Com os relatos sobre novos mísseis sendo ora desencolvidos pelas três forças, não seria estranho uma opção pela média altura/alcance já pronta (Umkhonto) e mais para a frente se produzir sistemas de longo alcanxe/altura.
Acho uma solução pertinente e oportuna.
Somente a saber se teremos as mesmas complicações orçamentárias de sempre caso investir, também, em P&D neste programa seja um dos objetivos. O exemplo do A Darter está aí para todo mundo vrr.
abs
Com a entrada em serviço dos sistemas agendada para daqui 10 anos ou pouco mais, é possível vislumbrar o tempo necessário para adaptar o que já existe à estrutura atuak e progrmar novos vetores a partir dos projetos em voga na empresa.
Com os relatos sobre novos mísseis sendo ora desencolvidos pelas três forças, não seria estranho uma opção pela média altura/alcance já pronta (Umkhonto) e mais para a frente se produzir sistemas de longo alcanxe/altura.
Acho uma solução pertinente e oportuna.
Somente a saber se teremos as mesmas complicações orçamentárias de sempre caso investir, também, em P&D neste programa seja um dos objetivos. O exemplo do A Darter está aí para todo mundo vrr.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Sabe dizer se o Barak ER contempla só o missil com booster para alcance de 150km, ou contempla misseis de menor alcance sem booster? E a proteção dessas baterias? Algo tipo Pantsir?gabriel219 escreveu: ↑Sáb Jan 18, 2020 3:51 pm As sanções a Turquia por causa dos S-400 não foi a compra em si dos sistemas, mas sim um possível uso obscuro dos Russos para ver como atuar com o S-400 contra os F-35 que a mesma receberia.
AAe de Longo Alcance pra mim seria o Barak-ER.