Túlio escreveu: ↑Ter Jun 11, 2019 10:48 pm
De minha parte, se com todo o tempo e dinheiro gasto no A-Darter o Brasil não aprendeu nem a fazer o motor de pouca fumaça e as aletas de vetoramento de empuxo; se com o Piranha A e B não aprendeu a fazer nem cabeça de guerra e sensor de proximidade; se com o MSS 1.2 não aprendeu nem a fazer guiagem CLOS/ACLOS/SACLOS do tipo beam rider (no jamming) e uma fuselagem com aletas de guiagem dobráveis para caberem em um tubo de lançamento; e se por acaso aprendeu mas não sabe que, combinando tudo isso com o SABER se tem um sistema equivalente ou até superior ao BAMSE sem precisar copiar mais nada lá de fora, bueno, melhor parar com essas besteiras de torrar os nossos impostos querendo se juntar a estrangeiro para desenvolver coisas que depois vão ser deixadas de lado e tratar de comprar logo pronto.
Sei lá, cupincha, penso assim...
Eu tendo a crer meu caro Túlio, que o aprendizado feito nos últimos 30 e poucos anos deve ter permanecido em algumas poucas cabeças e, talvez, chegado a algum drive de computador em alguma biblioteca onde possa ser acessado por quem de direito e interesse.
Concordo que se durante todo esse tempo tudo isso poderia estar servindo hoje para desenvolver nossos próprios produtos não haveria porque estarmos buscando lá fora o que se teria em casa. Mas, alguma coisa deu errado...
Em pesquisa científica uma das coisas que você mais precisa para manter a validade e a atualidade dos dados e do próprio conhecimento é estar constantemente questionando e avaliando comparativamente os resultados. Até onde sei nós nunca fizemos isso, na prática. Então, entendo que o que temos são conhecimentos que não se desenvolveram na exata medida das nossas necessidades, e claro, do tempo decorrido desde então.
Ou seja, muito do do que foi fomentado até hoje em termos de P&D na área de defesa no Brasil não se tornou algo real para continuamente oferecer dados e exercícios concretos que pudessem abalizar sua evolução continua e portanto, gerar novas soluções e produtos. Ficamos, digamos assim, na fase de laboratório. Sabemos o que e como fizemos, mas não conseguimos evoluir a partir disso, ao contrário da industria sul africana, dentre outros exemplos, como a industria turca, de Singapura, Coréia, etc, etc.
Então, acho que o que o MD está, novamente, procurando por aí, são as parcerias necessárias para podermos tentar continuar (ou terminar?) o que começamos de um ponto mais adiante onde deveríamos estar.
Assim, para a imensa maioria dos projetos que vejo na industria de defesa sul africana, e que acompanho com muito interesse, e que podem interessar aos projetos da BID/MD aqui, a maioria deles hoje consta de insumos basicamente prontos, e que na verdade, salvo algumas exceções como o Marlin, tem necessidade de apor parcerias que ofereçam-lhe a capacidade financeira de evoluir ainda mais. Esse seria a nossa parte. Contrapondo não apenas dinheiro, mas tentando juntar a nossa expertise também. Eles tem produtos muito bons, assim como a industria de outros países ditos em desenvolvimento. O caso é conseguir aliar capacitação tecnológica e industrial a necessidade de permanente evolução dos produtos. Isso só podemos conseguir de duas formas: uma, fabricando e consumimos regularmente o que pesquisamos, e a segunda, é simplesmente comprando o que precisamos sempre que o tempo e a tecnologia demandarem. Ambas tem seus méritos e contrariedades.
Podemos fazer as duas coisas, mas a questão de fundo é que, alguns itens em defesa, como munição, acho que foi tu mesmo que deste esse exemplo outro dia em um debate, não lembro agora qual o assunto/tópico, tem de ser considerado como artigo de consumo básico. Neste aspecto, mísseis e seus sistemas de apoio, via de regra, entra nessa conta. Por quê? Bem, bombas inteligentes foi uma invenção dos anos 1960 do sec XX e, até a Guerra do Golfo I eram artigos de luxo e uma exclusividade de umas poucas forças aéreas. Estamos terminando a segunda década do sec XXI, e bombas inteligentes hoje qualquer um com uns trocados consegue comprar e até integrar até em caças de 2a geração. Não é mais luxo e nem mistério...
O que será que nos espera lá na frente...
abs