Editorial - Edição nº 42
A Força Aérea acaba de anunciar que vai embarcar de vez no desenvolvimento de mísseis de última geração. Boa notícia para a Mectron, a competente fábrica de armamento de alta tecnologia que desenvolveu, entre outros, o míssil ar-ar MAA-1 Piranha, um míssil anti-tanque, e se prepara para divulgar os resultados do desenvolvimento de um míssil antirradiação de concepção brasileira.O novo empreendimento, que conta com total apoio do Governo brasileiro, prevê uma cooperação Brasil-África do Sul para o desenvolvimento do míssil ar-ar A-Darter, um moderno artefato que, no entanto, caminhava a passos lentos devido à falta de verbas. Com a entrada do Brasil, e de US$ 52 milhões no programa, o A-Darter não deverá demorar muito para começar a ser utilizado pelas duas forças aéreas e quiçá as de futuros clientes. O acordo marca não somente a entrada do País numa parceria que trará tecnologia para ambos os lados, mas inaugura também a adoção de um modelo de negócios que virou lugar comum no mercado aeroespacial pós Guerra Fria. Livres para confiar em parceiros, os principais fabricantes de armamentos têm juntado seus controlados orçamentos para desenvolverem novas armas de forma conjunta.
O que Brasil e África do Sul estão fazendo, já vem sendo adotado há muito na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos. Um bom exemplo é o míssil Meteor europeu que conta com seis parceiros firmes. O seu desenvolvimento correu fluído e o míssil já se prepara para entrar em operação com o que há de mais novo em tecnologia avançada. Ao invés de perseguir o modelo tradicional da busca da independência tecnológica total, e por conta própria, o País inaugura com este negócio uma era, assim esperamos, de participação num grande número de desenvolvimentos que buscam parceiros confiáveis, capazes e profissionais.
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Descrição
O MAR-1 é um míssil tático do tipo ar-superficie anti-radiação de médio alcance com guiamento passivo por radar com múltipla opção de banda de passagem para ataque à sistemas de defesa antiaéreas baseadas em terra ou em plataformas marítimas.
Emprego operacional
O MAR-1 será empregado no contexto de guerra eletrônica na função de Supressão da Defesa Aérea Inimiga.
Envelope
Alcance: 25.000 m à 10.000m de altitude
Velocidade de lançamento: Mach 0,5 a Mach 1,2
Ângulo de apresentação: lóbulos laterais da antena do radar detectado
Angulo de visada: 60°
http://www.iae.cta.br/asd/Projetos/mar1.htm
diversos programas de pesquisa e desenvolvimento da Força Aérea, como o do radar SCP-01 Scipio, o do míssil ar-ar Piranha e o do míssil anti-radar, visto na foto sob a asa de um A-1 (Foto: Segurança & Defesa).
http://www.iae.cta.br/asd/Projetos/mar1.htm