O Fator Mirage
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- FCarvalho
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O Fator Mirage
Olá a todos os amigos do Fórum. É bom estar de volta.
Nestes ultimos dias não estive acompanhando o desenrolar do programa FX da FAB, mas me veio uma questão que penso poderá, e de fato acredito será, a determinante da decisão desta "comissão" formada para eleger o sucessor dos Mirage III.
Trata-se do fator exportação, diga-se o potencial de exportação do mesmo, e suas consequentes divisas, que nopresente momento e afirmo em futuro próximo serão mais do que bem-vindas pelo núcleo monetarista do governo e de variada classe de politicos dentro e fora do congresso.
Para tentar dar maior clareza ao assunto, fiz uma pequena e informal pesquisa a despeito das necessidades de alguns de nossos vizinhos, quanto a substituição de seus caças, e eis o resultado :
América do Sul :
- Argentina : 37 aeronaves ( Mirages e Derivados )
- Colombia : 42 aeronaves ( Mirages e Derivados )
- Equador : 31 aeronaves ( Mirage, Kfir e Jaguar )
- Peru : 12 aeronaves ( Mirage 5 )
- Venezuela : 18 aeronaves ( Mirage 50 )
Sub-Total : 140 aeronaves
America Latina :
- Mexico : 10 aeronaves ( F-5E/F )
Total : 150 aeronaves
Se considerarmos o preço do Mirage oferecido ao Brasil neste programa como sendo de US$ 35 milhões teremos os seguintes valores de vda :
America do Sul :
Argentina US$ 1.295.000,00
Colombia US$ 1.470.000,00
Equador US$ 1.085.000,00
Peru US$ 420.000,00
Venezuela US$ 630.000,00
Sub-Total US$ 4.900.00,00
America Latina :
Mexico US$ 350.000,00
Sub-Total US$ 5.250.000,00
Se somarmos a estes valores os numeros do programa FX da FAB que dispôem a compra de até 108 aeronaves temos os seguintes valores :
Brasil US$ 3.780.000,00
Total US$ 9.030.000,00
Gostaria de ressaltar que estes valores dizem respeito somente as aeronaves, não constando valores relativos a treinamento, peças, armamentos, manuais e sobressalentes, ou seja, estes numeros poderão vir a torna-se, se efetivamente concretizados, bem maiores, alcançando cifras superiores aos 15 bilhões de dolares nos próximos quinze anos.
Se pensarmos pelo ângulo financeiro da questão, veremos que a Embraer tem um trunfo na mão poderossíssimo a seu favor, o que para um país como o nosso, extremamente dependente de financiamentos externos para se resolver economicamente, torna-se um argumento quase que irrefutável.
Acredito que o Maurício Botelho, soube e saberá utilizar muito bem estes numeros a seu favor, tanto dentro do governo, quanto junto aos congressistas, onde o lobby a favor da Embraer torna-se cada dia mais agigantado.
De seu lado o governo pode ver nesta opção, e creio, ele acredita nisto, uma uma forma não só de resguarda-se econômica e politicamente, visto que, ficaria muito mal para um presidente, que enquanto candidato, afirmou categoricamente que caso fosse eleito decidiria-se pela Embraer na presente concorrência, como ganharia de duas maneiras, evitando o presidente da república passar por mentiroso e traidor da industria nacional e financeiramente garantindo ( em tese ) os aportes financeiros das potenciais exportações advindas desta escolha.
Infelizmente neste caso perde a FAB ao ter que engolir um caça que em quinze anos já estára obsoleto para os prováveis adversários que ele terá de combater, seja aqui ou em céus estrangeiros.
Fico grato pelos comentários.
Abraços.
Nestes ultimos dias não estive acompanhando o desenrolar do programa FX da FAB, mas me veio uma questão que penso poderá, e de fato acredito será, a determinante da decisão desta "comissão" formada para eleger o sucessor dos Mirage III.
Trata-se do fator exportação, diga-se o potencial de exportação do mesmo, e suas consequentes divisas, que nopresente momento e afirmo em futuro próximo serão mais do que bem-vindas pelo núcleo monetarista do governo e de variada classe de politicos dentro e fora do congresso.
Para tentar dar maior clareza ao assunto, fiz uma pequena e informal pesquisa a despeito das necessidades de alguns de nossos vizinhos, quanto a substituição de seus caças, e eis o resultado :
América do Sul :
- Argentina : 37 aeronaves ( Mirages e Derivados )
- Colombia : 42 aeronaves ( Mirages e Derivados )
- Equador : 31 aeronaves ( Mirage, Kfir e Jaguar )
- Peru : 12 aeronaves ( Mirage 5 )
- Venezuela : 18 aeronaves ( Mirage 50 )
Sub-Total : 140 aeronaves
America Latina :
- Mexico : 10 aeronaves ( F-5E/F )
Total : 150 aeronaves
Se considerarmos o preço do Mirage oferecido ao Brasil neste programa como sendo de US$ 35 milhões teremos os seguintes valores de vda :
America do Sul :
Argentina US$ 1.295.000,00
Colombia US$ 1.470.000,00
Equador US$ 1.085.000,00
Peru US$ 420.000,00
Venezuela US$ 630.000,00
Sub-Total US$ 4.900.00,00
America Latina :
Mexico US$ 350.000,00
Sub-Total US$ 5.250.000,00
Se somarmos a estes valores os numeros do programa FX da FAB que dispôem a compra de até 108 aeronaves temos os seguintes valores :
Brasil US$ 3.780.000,00
Total US$ 9.030.000,00
Gostaria de ressaltar que estes valores dizem respeito somente as aeronaves, não constando valores relativos a treinamento, peças, armamentos, manuais e sobressalentes, ou seja, estes numeros poderão vir a torna-se, se efetivamente concretizados, bem maiores, alcançando cifras superiores aos 15 bilhões de dolares nos próximos quinze anos.
Se pensarmos pelo ângulo financeiro da questão, veremos que a Embraer tem um trunfo na mão poderossíssimo a seu favor, o que para um país como o nosso, extremamente dependente de financiamentos externos para se resolver economicamente, torna-se um argumento quase que irrefutável.
Acredito que o Maurício Botelho, soube e saberá utilizar muito bem estes numeros a seu favor, tanto dentro do governo, quanto junto aos congressistas, onde o lobby a favor da Embraer torna-se cada dia mais agigantado.
De seu lado o governo pode ver nesta opção, e creio, ele acredita nisto, uma uma forma não só de resguarda-se econômica e politicamente, visto que, ficaria muito mal para um presidente, que enquanto candidato, afirmou categoricamente que caso fosse eleito decidiria-se pela Embraer na presente concorrência, como ganharia de duas maneiras, evitando o presidente da república passar por mentiroso e traidor da industria nacional e financeiramente garantindo ( em tese ) os aportes financeiros das potenciais exportações advindas desta escolha.
Infelizmente neste caso perde a FAB ao ter que engolir um caça que em quinze anos já estára obsoleto para os prováveis adversários que ele terá de combater, seja aqui ou em céus estrangeiros.
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- Vinicius Pimenta
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Só tem uma coisa, FCarvalho, ninguém vai comprar o Mirage. Não vão gastar dinheiro em uma aeronave cara e obsoleta. Esse nogócio de produção local e exportação é conversa pra boi dormir da Embraer.
Vinicius Pimenta
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- FCarvalho
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Vdas na AL
Olá Vinícius.
Algumas indicações e motivos para a vda de M200br na AL.
- falta de opções modernas mais plausíveis em preço e tecnologia;
- disposição e apoio logistico integrado na região ( caso vença o FX );
- acordos politicos e econômicos a curto prazo entre Mercosul e Pacto-Andino;
- Embraer;
- integração politica;
- politica de negação dos eua em fornecer materiais de ponta à região;
- espaços para crescimento macro-econômico em bloco;
- neo-americanismo dos governos sul-americano, fato recente e ainda pouco explorado em suas conseqüências politico-econômicas;
- o Brasil tem potencialidades a explorar em sua liderança na região.
Abraços.
Algumas indicações e motivos para a vda de M200br na AL.
- falta de opções modernas mais plausíveis em preço e tecnologia;
- disposição e apoio logistico integrado na região ( caso vença o FX );
- acordos politicos e econômicos a curto prazo entre Mercosul e Pacto-Andino;
- Embraer;
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- Vinicius Pimenta
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Tudo isso poderia ser feito com qualquer outra aeronave que o Brasil pudesse produzir/montar. No F-X o Flanker, o Mig-29, o Gripen e o Mirage 2000 oferecem isso, desde que a encomenda da FAB supere essas 12 aeronaves iniciais.
Se o Brasil comprar 108 aeronaves F-X, o que eu não acredito a menos que o escolhido seja o Gripen, aí sim poderemos pensar em produção local e uma futura exportação.
Exatamente por tudo que você falou, nossos vizinhos podem escolher a aeronave que nós oferecermos. Só que o Mirage 2000 será um projeto ultrapassado nesse futuro distante e tenho minhas dúvidas se nossos hermanos o escolheriam só por se tratar de uma solução "brasileira".
Tenho certeza que se pensarmos na hipótese de exportação uma aeronave como o Gripen é a que reúne as melhores condições para ser explorada na AL. Um projeto com muito mais pontos favoráveis que o Mirage.
Se o Brasil comprar 108 aeronaves F-X, o que eu não acredito a menos que o escolhido seja o Gripen, aí sim poderemos pensar em produção local e uma futura exportação.
Exatamente por tudo que você falou, nossos vizinhos podem escolher a aeronave que nós oferecermos. Só que o Mirage 2000 será um projeto ultrapassado nesse futuro distante e tenho minhas dúvidas se nossos hermanos o escolheriam só por se tratar de uma solução "brasileira".
Tenho certeza que se pensarmos na hipótese de exportação uma aeronave como o Gripen é a que reúne as melhores condições para ser explorada na AL. Um projeto com muito mais pontos favoráveis que o Mirage.
Vinicius Pimenta
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Escolhas
Olá Vinícius, concordo com você no que concerne ao Gripen, e particularmente gostaria muito de vê-lo nas cores brazucas, até porque tecnologicamente ganharíamos mais com ele, além do que, tenho uma concepção bastante diferente de defesa aérea da FAB.
Quanto ao fato de num futuro a médio longo prazo as tecnologias do m2000br estarem defasadas, devemos lembrar que a maioria de nossos vizinhos não primam por deter o "the of the best" das mesmas, tanto pelas circunstâncias econômicas, quanto politicas.
O que de mais importante para nós é que deve ficar estabelecido e assegurado a capacidade da industria nacional poder evoluir e trabalhar independentemente os inúmeros software que compôem os sistemas opereracionais de quem quer que seja o ganhador; por isso a Embraer fazer questão de ressaltar tanto a sua capacidade quanto a esse quesito em relação ao mirage, visto que ela mesma de fato é no Brasil a empresa mais gabaritada para tanto. Se realmente daqui a 15/20 anos os softwares embarcados do Mirage poderão estar defasados, também isto é verdade para os outros candidatos, e é aí que entra a capacidade da própria Embraer em poder fazer os up grade necessários, e isto fica reforçado na medida em que nossos vizinhos tenham a percepção de que a empresa trabalha e domina um produto que é "seu", e não advindo de uma integração e/ou adaptação "forçada" aos sistemas dos outros candidatos, via gorverno.
Quanto aos numeros, se 108 ou mais ou menos, acredito que só o tempo e a falta de verbas dirão se poderemos chegar até onde a FAB deseja ou necessita, mas já adianto que 108 não cobre efetivamente as necessidades da nosso defesa aérea. Mas isto é assunto para outro tópico que ainda vou escrever.
Abraços.
Quanto ao fato de num futuro a médio longo prazo as tecnologias do m2000br estarem defasadas, devemos lembrar que a maioria de nossos vizinhos não primam por deter o "the of the best" das mesmas, tanto pelas circunstâncias econômicas, quanto politicas.
O que de mais importante para nós é que deve ficar estabelecido e assegurado a capacidade da industria nacional poder evoluir e trabalhar independentemente os inúmeros software que compôem os sistemas opereracionais de quem quer que seja o ganhador; por isso a Embraer fazer questão de ressaltar tanto a sua capacidade quanto a esse quesito em relação ao mirage, visto que ela mesma de fato é no Brasil a empresa mais gabaritada para tanto. Se realmente daqui a 15/20 anos os softwares embarcados do Mirage poderão estar defasados, também isto é verdade para os outros candidatos, e é aí que entra a capacidade da própria Embraer em poder fazer os up grade necessários, e isto fica reforçado na medida em que nossos vizinhos tenham a percepção de que a empresa trabalha e domina um produto que é "seu", e não advindo de uma integração e/ou adaptação "forçada" aos sistemas dos outros candidatos, via gorverno.
Quanto aos numeros, se 108 ou mais ou menos, acredito que só o tempo e a falta de verbas dirão se poderemos chegar até onde a FAB deseja ou necessita, mas já adianto que 108 não cobre efetivamente as necessidades da nosso defesa aérea. Mas isto é assunto para outro tópico que ainda vou escrever.
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- Vinicius Pimenta
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Mas acredito que nossos vizinhos iriam preferir o Gripen, mais moderno e barato de operar que o Mirage. Embora futuramente o Mirage possa ser para eles uma escolha normal visto que como você disse eles não precisam do melhor, acho que pra nós não! Nós precisamos do melhor! A Embraer e o Brasil como produtor de tecnologia tem que trabalhar para estar no "estado-da-arte" da tecnologia. Não digo do melhor no sentido de pretensões militares e sim no próprio desenvolvimento de projetos futuros. Acho que o Gripen oferece isso. Se a Embraer poderá adaptar os conhecimentos adquiridos com o Mirage, porque não fazê-lo com os do Gripen, que com certeza não pararão no tempo?
A Dassault já disse que o F-X é a última concorrência do Mirage 2000. Que país em 2015 vai comprar um avião cuja evolução já terá sida encerrada há 12 anos atrás?
Terá mesmo a Embraer know-how e grana suficiente para bancar desenvolvimentos futuros? Tenho minhas dúvidas, continuo achando a escolha do Mirage péssima para o Brasil e para a Embraer. Ambos têm muito mais a ganhar com o Gripen ou até mesmo o Flanker.
E tem mais! Ninguém se lembra que não existe o Mirage 2000BR! Agente nem sabe se isso vai funcionar! Portanto ainda corremos o risco de termos mais um fracasso nas mãos.
A Dassault já disse que o F-X é a última concorrência do Mirage 2000. Que país em 2015 vai comprar um avião cuja evolução já terá sida encerrada há 12 anos atrás?
Terá mesmo a Embraer know-how e grana suficiente para bancar desenvolvimentos futuros? Tenho minhas dúvidas, continuo achando a escolha do Mirage péssima para o Brasil e para a Embraer. Ambos têm muito mais a ganhar com o Gripen ou até mesmo o Flanker.
E tem mais! Ninguém se lembra que não existe o Mirage 2000BR! Agente nem sabe se isso vai funcionar! Portanto ainda corremos o risco de termos mais um fracasso nas mãos.
Vinicius Pimenta
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- FinkenHeinle
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Esse é o ponto, Vinícius. o Brasil não pode se contentar com um produto como o Mirage. Temos que contar com o que há de mlhor no mercado, e claro, que possamos pagar.
E, nessa "especificação" estão todos os concorrentes do F-X, á exceção do MiG-29 e do M-2000Br, visto que o F-X deverá operar pelos próximos 30/40 anos...
E, nessa "especificação" estão todos os concorrentes do F-X, á exceção do MiG-29 e do M-2000Br, visto que o F-X deverá operar pelos próximos 30/40 anos...
Atte.
André R. Finken Heinle
"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
Thomas Sowell
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"If the battle for civilization comes down to the wimps versus the barbarians, the barbarians are going to win."
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Olá FCarvalho,
Muito interessante essa sua "pesquisa de mercado", mas também gostaria de colocar alguns "poréns".
De fato, muitos dos países dessa lista precisam de um número de aeronaves muito parecido com o que você postou. Porém, alguns deles já definiram as suas futuras aeronaves, e estariam fora da lista.
A Argentina já está praticamente decidida a comprar o F-16, quando conseguir dinheiro e a liberalização por parte dos EUA. Então ela já cai fora.
A Venezuela tem como plano prioritário a modernização dos seus F-16A/B, ou no máximo, em caso de negativa(e ainda acho pouco provável), compraria alguns MiG-29MRCA provenientes da Rússia. Na atual conjuntura de crise política e economica, e tendo em vista que essa situação deve demorar para se resolver... Ela também cai fora.
Não sei se o Peru compraria caças novos, quando ela mal consegue manter seus MiG-29 operando. Mas em todo caso, é uma possibilidade a ser analisada.
A Colômbia tem como prioridade muito maior que a substitição de seus Kfir, a compra de mais cargueiros e aviões de ataque leve(como o A-29), sendo muito difícil ela comprar um avião caro, e de pouco uso contra guerrilhas, como o Mirage2000.
Somente pelo preço do M2000, as suas possibilidades de exportação são mínimas, e o mercado sul-americano está, ao meu ver, saturado. A maioria dos países não irão comprar, e se comprarem, já tem candidatos pré-selecionados.
Mas não deixa de ser uma questão interessante essa que você levantou.
Abraço a todos
César
Muito interessante essa sua "pesquisa de mercado", mas também gostaria de colocar alguns "poréns".
De fato, muitos dos países dessa lista precisam de um número de aeronaves muito parecido com o que você postou. Porém, alguns deles já definiram as suas futuras aeronaves, e estariam fora da lista.
A Argentina já está praticamente decidida a comprar o F-16, quando conseguir dinheiro e a liberalização por parte dos EUA. Então ela já cai fora.
A Venezuela tem como plano prioritário a modernização dos seus F-16A/B, ou no máximo, em caso de negativa(e ainda acho pouco provável), compraria alguns MiG-29MRCA provenientes da Rússia. Na atual conjuntura de crise política e economica, e tendo em vista que essa situação deve demorar para se resolver... Ela também cai fora.
Não sei se o Peru compraria caças novos, quando ela mal consegue manter seus MiG-29 operando. Mas em todo caso, é uma possibilidade a ser analisada.
A Colômbia tem como prioridade muito maior que a substitição de seus Kfir, a compra de mais cargueiros e aviões de ataque leve(como o A-29), sendo muito difícil ela comprar um avião caro, e de pouco uso contra guerrilhas, como o Mirage2000.
Somente pelo preço do M2000, as suas possibilidades de exportação são mínimas, e o mercado sul-americano está, ao meu ver, saturado. A maioria dos países não irão comprar, e se comprarem, já tem candidatos pré-selecionados.
Mas não deixa de ser uma questão interessante essa que você levantou.
Abraço a todos
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
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Comercio possivel
Olá pessoal, penso hoje que depois de todo esse processo doloroso a Embraer realmente "pisou na jaca" ao encarar o Mirage como um produto para concorrer no FX, mas críticas fora a parte, de ante-mão é preciso verificar que, a empresa ao tempo desta escolha, estava meio que numa arapuca financeira e tecnologica para o futuro, visto que ela começou a sentir o peso da concorrencia lá fora e percebeu que não teria condições de sozinha arcar com os meandros do mercado em que atua, sem uma parceria de peso covincente.
Ao escolher a Dassaoult, a empresa vislumbrava não somente a aquisição de um caça para a fab, mas antes ter acesso a um tipo de tecnologia ( conhecimento ) que ela mesma não teria cacife para desenvolver, e até porque, esta não é vendida nas prateleiras do exterior; esta aliança tem o proposito, antes de mais nada, em dispor à embraer a possibilidade de poder desenvolver novos e melhores produtos dentros de sua linha de ação objetiva, que é o mercado de jatos regionais. O fx foi só um meio para barganhar a melhor oferta dos inúmeros candidatos a söcios, no sentido de quem poderia oferecer as melhores condições de negócio; os franceses foram mais espertos, pois eles mesmos já tem experiência própria de como se deve ganhar os negócios por aqui, e deram a embraer o que ela queria.
A embraer muito bem poderia estar ofertando o Rafale, mas como todos nós sabemos, este pássaro está muito aquém de nossas parcas capacidades operacionais e financeiras; assim "quem não tem cão caça com gato"
César quando fiz esta listagem até pensei nestas informações citadas por você, mas como em se tratando de AL nada é certo em politica, quem sabe eu acertava na loteria e ganhava esse bolão na verdade apenas quis ilustrar como é a visão de quem defende o m2000br no fx.
Vinicius, embora torça pelo gripen, tenho sérias duvidas quanto a real capacidade e seriedade das propostas de transferência de tecnologia e de seu aporte logístico para a industria nacional, seja VEM, embraer, avibrás ou quem quer seja. Afinal quem garante se todas as tecnologias que serão nele incluidas virão mesmo? Em se tratando de material com um dedinho yankee, realmente fico muito duvidoso.
Abraços.
Ao escolher a Dassaoult, a empresa vislumbrava não somente a aquisição de um caça para a fab, mas antes ter acesso a um tipo de tecnologia ( conhecimento ) que ela mesma não teria cacife para desenvolver, e até porque, esta não é vendida nas prateleiras do exterior; esta aliança tem o proposito, antes de mais nada, em dispor à embraer a possibilidade de poder desenvolver novos e melhores produtos dentros de sua linha de ação objetiva, que é o mercado de jatos regionais. O fx foi só um meio para barganhar a melhor oferta dos inúmeros candidatos a söcios, no sentido de quem poderia oferecer as melhores condições de negócio; os franceses foram mais espertos, pois eles mesmos já tem experiência própria de como se deve ganhar os negócios por aqui, e deram a embraer o que ela queria.
A embraer muito bem poderia estar ofertando o Rafale, mas como todos nós sabemos, este pássaro está muito aquém de nossas parcas capacidades operacionais e financeiras; assim "quem não tem cão caça com gato"
César quando fiz esta listagem até pensei nestas informações citadas por você, mas como em se tratando de AL nada é certo em politica, quem sabe eu acertava na loteria e ganhava esse bolão na verdade apenas quis ilustrar como é a visão de quem defende o m2000br no fx.
Vinicius, embora torça pelo gripen, tenho sérias duvidas quanto a real capacidade e seriedade das propostas de transferência de tecnologia e de seu aporte logístico para a industria nacional, seja VEM, embraer, avibrás ou quem quer seja. Afinal quem garante se todas as tecnologias que serão nele incluidas virão mesmo? Em se tratando de material com um dedinho yankee, realmente fico muito duvidoso.
Abraços.
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Re: Comercio possivel
FCarvalho,
Eu acho que nessa escolha de parceria estratégica, a Embraer acabou se dando um tanto mal, até porque existiu a oportunidade de uma união com o consórcio BAe-Saab que foi rejeitada por causa de um pedido dos britânicos para que a Embraer não oferecesse mais o AMX em concorrências internacionais. Mas, vendo tudo isso hoje em dia, acho que o tiro saiu pela culatra porque o AMX nunca emplacou no mercado de exportação e o máximo que teria acontecido é que não teriamos vendido 8 AMX-T's para a Venezuela em um contrato de modestos de US$230 milhões. Acredito que a escolha pela parceria com o grupo britânico-sueco, a Embraer não correria nenhum risco de perder esse negócio bilionário para o fornecimento de aeronaves de combate para a FAB, sendo que inclusive tenho poucas dúvidas de que se essa escolha tivesse sido feita muito certamente o número de futuras aquisições iria muito além dessas 12 aeronaves iniciais, e teria um produto de qualidade que teria condições de aceitação muito melhores entre as Forças Aéreas Latino-Americanas.
Resumindo, se a escolha pela aliança com o consórcio britânico-sueco tivesse sido feito, teriamos:
1. Perdido: um contrato de fornecimento de AMX-T's para a Venezuela.
2. Ganhado: um produto de maior tecnologia que teria vitória certa no F-X, número de aeronaves a serem fornecidas para a FAB potencialmente maior, acesso a tecnologias de maior qualidade e um produto mais adequado para ser oferecido aos nossos vizinhos.
Nesse caso, não quero nem saber como você vê a proposta russa de transferência e cooperação tecnológica...
Abraços
Eu acho que nessa escolha de parceria estratégica, a Embraer acabou se dando um tanto mal, até porque existiu a oportunidade de uma união com o consórcio BAe-Saab que foi rejeitada por causa de um pedido dos britânicos para que a Embraer não oferecesse mais o AMX em concorrências internacionais. Mas, vendo tudo isso hoje em dia, acho que o tiro saiu pela culatra porque o AMX nunca emplacou no mercado de exportação e o máximo que teria acontecido é que não teriamos vendido 8 AMX-T's para a Venezuela em um contrato de modestos de US$230 milhões. Acredito que a escolha pela parceria com o grupo britânico-sueco, a Embraer não correria nenhum risco de perder esse negócio bilionário para o fornecimento de aeronaves de combate para a FAB, sendo que inclusive tenho poucas dúvidas de que se essa escolha tivesse sido feita muito certamente o número de futuras aquisições iria muito além dessas 12 aeronaves iniciais, e teria um produto de qualidade que teria condições de aceitação muito melhores entre as Forças Aéreas Latino-Americanas.
Resumindo, se a escolha pela aliança com o consórcio britânico-sueco tivesse sido feito, teriamos:
1. Perdido: um contrato de fornecimento de AMX-T's para a Venezuela.
2. Ganhado: um produto de maior tecnologia que teria vitória certa no F-X, número de aeronaves a serem fornecidas para a FAB potencialmente maior, acesso a tecnologias de maior qualidade e um produto mais adequado para ser oferecido aos nossos vizinhos.
FCarvalho escreveu:Vinicius, embora torça pelo gripen, tenho sérias duvidas quanto a real capacidade e seriedade das propostas de transferência de tecnologia e de seu aporte logístico para a industria nacional, seja VEM, embraer, avibrás ou quem quer seja. Afinal quem garante se todas as tecnologias que serão nele incluidas virão mesmo? Em se tratando de material com um dedinho yankee, realmente fico muito duvidoso.
Nesse caso, não quero nem saber como você vê a proposta russa de transferência e cooperação tecnológica...
Abraços
- Vinicius Pimenta
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FCarvalho escreveu:Vinicius, embora torça pelo gripen, tenho sérias duvidas quanto a real capacidade e seriedade das propostas de transferência de tecnologia e de seu aporte logístico para a industria nacional, seja VEM, embraer, avibrás ou quem quer seja. Afinal quem garante se todas as tecnologias que serão nele incluidas virão mesmo? Em se tratando de material com um dedinho yankee, realmente fico muito duvidoso.
A tecnologia principal para a FAB é o domínio dos códigos-fonte e dos softwares embarcados. E isso todos os concorrentes, exceto o F-16, oferecem.
Nem precisa ser a Embraer se os otários ficarem com essa de exclusividade da Dassault. Pode ser a Atech. Ela é muito gabaritada para lidar com isso.
A tecnologia supersônica qualquer um pode oferecer, até o Gripen. A única questão que o Gripen leva desvantagem é com relação a transferência de tecnologia dos armamentos. Aí que pode haver um entrave pois eles serão em sua maioria israelenses ou sul-africanos. E aí seria complicado. Nessa área (armamentos) a balança pesa para os russos. Eles já se comprometeram a transferir a tecnologia para a Avibrás.
A Embraer é a grande culpada por essa confusão. Se não fosse ela essa novela já teria acabado há muito tempo e todo mundo teria levado vantagem, inclusive ela própria.
Vinicius Pimenta
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Olá a todos.
Gostaria de saber quando que sai essa M%#&* de FX.
Já enrolaram muito esse programa, e não duvido nada que ainda vão adiar por mais tempo.
Vlews.
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"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e quem é cruel com os animais, não pode ser um bom homem." Schopenhauer
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Off Set
Olá Slip, na verdade acredito que a proposta russa de off set seja a mais abrangente e interessante para nós, como também a melhor em termos de ganhos tecnologicos, que realmente é o que nos interressa.
Mas como já dizia o ditado : "quando a esmola é grande o santo desconfia."
Semana que vem vamos saber quem leva esse programa e quem está blefando ou não, ou quem ainda guarda alguma carta escondida na manga. Nunca se sabe.
Abraços.
Mas como já dizia o ditado : "quando a esmola é grande o santo desconfia."
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Carpe Diem