Interferidores

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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#31 Mensagem por xandov » Qui Nov 17, 2005 5:23 pm

Só não entendo porque a FAB, se fosse o caso, não colaborou com a MB, que já tem capacitação em EW!


Conheci um Cap. de Fragata que me disse "se a MB tivesse um centro de pesquisas como o CTA, já estaríamos anos na frente." Eu digo que se a MB e a FAB conversassem mais sobre Guerra Eletrônica, ambas estariam já adquirindo independência tecnológica no assunto. Estrutura de pesquisa já existe, falta é o Ministério da Defesa ser gerido por alguém mais técnico e menos político, que entenda do assunto e queira o progresso das nossas FAs.




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#32 Mensagem por Lauro Melo » Qui Nov 17, 2005 6:36 pm

xandov escreveu:
Só não entendo porque a FAB, se fosse o caso, não colaborou com a MB, que já tem capacitação em EW!

Conheci um Cap. de Fragata que me disse "se a MB tivesse um centro de pesquisas como o CTA, já estaríamos anos na frente." Eu digo que se a MB e a FAB conversassem mais sobre Guerra Eletrônica, ambas estariam já adquirindo independência tecnológica no assunto. Estrutura de pesquisa já existe, falta é o Ministério da Defesa ser gerido por alguém mais técnico e menos político, que entenda do assunto e queira o progresso das nossas FAs.

Segue uma alguns artirgos sobre este assuntos na FAB :
Despistamento contra radares monopulso
1 - Introdução
O radar monopulso é um tipo de radar que naturalmente oferece uma grande dificuldade para aplicações de contramedidas eletrônicas eficientes. O bloqueio eletrônico, técnica bastante eficaz contra os mais variados sistemas radar, não obtém um bom resultado contra este radar. Várias são as técnicas e equipamentos utilizados com o intuito de iludir este sistema, porém ainda são poucas as comprovações de resultados eficazes que apontem para a melhor técnica ou o melhor equipamento. Em contrapartida, os armamentos associados a esse sistema estão proliferando rapidamente, ao passo que não visualizo uma mobilização correspondente no desenvolvimento de sistemas capazes de se contrapor com eficiência a este sistema de detecção. A situação se agrava ainda mais quando se fala de Força Aérea Brasileira, já que o pouco que possuímos em termos de despistamento é representado pelo equipamento de contramedidas instalado na aeronave A-1 e, até mesmo ele, deixa uma lacuna no que diz respeito a radar monopulso.
2 - O Radar Monopulso
Para o entendimento do motivo pelo qual o radar monopulso possui uma capacidade inerente de proteção frente a contramedidas eletrônicas faz-se necessário analisar o seu funcionamento. Considerando um sistema típico de quatro cornetas, a transmissão de um sinal através dessas cornetas, gera um único pulso constituído por quatro feixes que serão recebidos independentemente em sua respectiva corneta. Durante a recepção é feita uma comparação de fases ou de amplitude do eco radar recebidos em cada corneta, e, através dela é obtida informação de azimute e de elevação do alvo. A informação de distância é obtida pelo tempo de retorno do pulso. A grande vantagem deste sistema reside no fato de o mesmo não depender de qualquer tipo de varredura para obter as informações que necessita para realizar o acompanhamento do alvo. Com a resposta de um único pulso o sistema já é capaz de atualizar seus computadores de forma a reposicionar o armamento, enquanto que radares que realizam varredura precisam de vários pulsos para isto. Outra grande vantagem proporcionada por este radar se encontra na possibilidade de utilização deste sistema em equipamentos que não dispõem de espaço para a consecução de algum tipo de varredura, como no caso de mísseis, onde antenas fixas são a solução para este problema.
3 - Bloqueio eletrônico
O bloqueio eletrônico é uma medida genericamente simples de ser implementada, porém o efeito desta forma de contramedidas contra este sistema é bastante característico. Ao direcionar um sinal de bloqueio convencional a um radar monopulso pode-se obter um resultado inverso ao que se deseja, uma vez que as antenas reconhecem diferenças de fase ou de amplitude do sinal de bloqueio e conseguem se guiar por este sinal, posicionando assim o armamento na direção do interferidor, aeronave esta que podia não ter sido detectada se não estivesse emitindo um sinal de grande potência como o de bloqueio. Cabe aqui ressaltar que este radar, quando é bloqueado, fica sem informação de distância real do alvo, pois o retorno radar da aeronave bloqueadora fica mascarado pelo sinal de bloqueio, o que não significa uma vantagem para a aeronave bloqueadora, já que um míssil só irá detonar se a sua espoleta de proximidade for sensibilizada, e um sistema diretor de tiro, que estará direcionando um armamento com trajetória tensa, terá o alcance limitado apenas pela capacidade do canhão. Por este motivo qualificamos este sistema como ''home on jamming'', isto é, que tem a capacidade de se guiar pelo bloqueio.
3 - Despistamento
Segundo Skolnik ( Radar handbook, 1990, p.9.5 ), o despistamento é uma intencional e deliberativa transmissão ou retransmissão de amplitude, freqüência, fase, ou outra modulação de um sinal intermitente ou contínuo com o propósito de confundir a interpretação ou de uso da informação por um sistema eletrônico.
3.1 - Despistadores mecânicos Alguns despistadores mecânicos podem oferecer uma boa eficácia no despistamento contra o radares monopulso. Os ''decoys'', como são conhecidos esses dispositivos, são plataformas projetadas para se assemelharem a um alvo real, com o objetivo de quebrar o ''lock on'' do radar . O ''decoy'' deve possuir uma seção reta radar e uma performance em velocidade similar a do alvo verdadeiro e, por este motivo, normalmente utilizam-se ''decoys'' rebocáveis. O ''decoy'' pode apenas simular a aeronave despistadora ou ser também uma fonte transmissora autônoma ou controlada pela aeronave através do seu cabo, onde normalmente se utiliza fibra ótica, revestida com kevlar, para a transmissão dos dados. Os ''decoys'' ativos podem ser considerados um despistador mecânico e eletrônico ao mesmo tempo, devido a sua capacidade de produzir contramedidas eletrônicas capazes de seduzir o armamento na sua direção. Um ''decoy'' ativo rebocável utilizado em larga escala, o AN/ALE-50 AAED, equipa o F-16 e o B-1B americanos. Este dispositivo, de acordo com os americanos, garante a sobrevivência destas aeronaves contra mísseis com guiamento radar, mísseis esses quase em sua totalidade associados a radares monopulso. A posição de um ''decoy'' rebocável, quando distendido, deve ser a uma distância segura da aeronave, pois freqüentemente este despistamento induz o míssil a aproar o meio do caminho entre a aeronave e o ''decoy''. O despistamento utilizando este dispositivo é mais efetivo quando se usa uma seqüência de ''chaff'' antes de sua distensão, com o intuito de causar uma confusão temporária no ''seeker'' do míssil e, quando o míssil for readquirir o alvo, será induzido a ''trackear'' o ''decoy''.
3.2 - Despistamento eletrônico
No âmbito dos despistamentos eletrônicos, as técnicas empregadas podem ser divididas em duas classes. A utilização de uma antena auxiliar, associada ao sistema, com polarização ortogonal a da antena principal poderia anular a recepção de sinais com polarização cruzada. A utilização de antenas planares também anula esse efeito. A Marinha do Brasil, através do IPQM (Instituto de Pesquisa da Marinha), desenvolveu um equipamento de contramedidas eletrônicas para navios que utiliza a técnica da polarização cruzada para radares monopulso. O equipamento MAE ET/SLQ-2 realiza um despistamento em distância (RGPO) antes de entrar com um sinal de alta potência de polarização cruzada para efetivar o despistamento em ângulo.
As técnicas que exploram as deficiências de concepção de um sistema monopulso se dividem em quatro classes: o despistamento em formação, o despistamento alternado em formação, o despistamento cruzado em fase ou ''cross-eye'' e o despistamento por reflexão do solo.
O despistamento em formação consiste na utilização de dois ou mais bloqueadores, necessariamente posicionados na mesma célula de resolução em distância do radar e dentro do feixe da antena, realizando um bloqueio de mesma potência ao mesmo tempo. O radar vítima será induzido a apontar para uma posição média entre os bloqueadores, pois o somatório do sinal recebido possui um aparente ângulo de chegada que o direciona para este ponto.
O despistamento por reflexão do solo é uma técnica utilizada contra mísseis semi-ativos onde o bloqueio é direcionado para baixo em ângulo raso com a terra com o objetivo de induzir o míssil a seguir o sinal refletido do solo, abandonando o acompanhamento da aeronave.
Dos tipos de despistamentos que se utilizam deficiências de concepção dos radares monopulso vistos, tem-se que quase todos dependem de condições nem sempre fáceis de se obter, exceção feita à técnica de ''cross-eye'', onde as dificuldades maiores são de ordem tecnológica.
4 - Os despistadores na FAB
No atual contexto mundial, a auto-proteção eletrônica é uma condição imprescindível para a sobrevivência de uma aeronave realizando qualquer missão em um teatro de operações moderno. A preocupação da Força Aérea Brasileira com esta necessidade, embora recente, é grande, porém esbarra nas grandes dificuldades financeiras pelas quais o país atravessa. A realidade da força está bem aquém da desejada, sendo necessário uma razoável disponibilização de recursos para modernização da força. Sem considerar essa problemática financeira, a capacitação eletrônica da FAB deve raciocinar com a utilização de despistadores mecânicos e eletrônicos de última geração com o objetivo de fazer frente as ameaças encontradas no espectro eletromagnético. O programa AMX, embora já não tão recente, já pensou em dotar esta aeronave com uma boa capacidade de auto-proteção eletrônica. O A-1 possui um despistador eletrônico que é capaz de realizar vários tipos de despistamento. O ''Active Eletronic Countermeasures'', AECM ELT 553 MK I, que equipa a aeronave atua contra vários tipos de radares e, pode-se dizer que o que atualmente temos de melhor na força para a essa finalidade, porém mesmo esse equipamento ainda possui algumas restrições.
5 - Conclusão
Os radares monopulso são os sistemas mais perigosos para as aeronaves, haja vista sua peculiar proteção a contramedidas eletrônicas. A maior parte das técnicas de despistamento contra este sistema existentes hoje em dia possuem eficiência duvidosa, porém não se pode imaginar um conflito em que não se necessite uma proteção contra ele, por isso, é justificável uma grande preocupação com este problema. A Marinha, talvez por se encontrar num estágio de desenvolvimento na área da guerra eletrônica acima da FAB, já reconhece a importância e é capaz de se proteger contra esses radares e, logicamente, acredito que não seja difícil a transmissão dessa tecnologia. Apesar de ser o A-1 a aeronave citada como exemplo, a importância em se capacitar eletronicamente uma aeronave deve ser igualmente dividida por toda a força, pois cada uma terá um papel relevante caso seja necessária a sua utilização real num conflito e, apesar de muitos hoje condenarem a necessidade de se ter uma Força Aérea moderna num país de paz, muitos serão também os que cobrarão eficiência no caso de uma guerra.

http://www.ele.ita.cta.br/~correa/pagina8.htm




Editado pela última vez por Lauro Melo em Qui Nov 17, 2005 6:58 pm, em um total de 5 vezes.
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#33 Mensagem por Lauro Melo » Qui Nov 17, 2005 6:48 pm

O Míssil Anti-Radiação Mar-1:Ponto de Partida para a Supressão de Defesa Aérea Inimiga

http://www.ele.ita.cta.br/ceaae/historico.htm

Otimização de Programação das Bibliotecas do Sistema MAGE da Aeronave R-99 A e B.

http://www.ele.ita.cta.br/ceaae/historico.htm

Proposta de Implantação de um Grupo de Guerra Eletrônica para a Força Aérea Brasileira

http://www.ele.ita.cta.br/ceaae/historico.htm


Sistematização de Aplicação da Inteligência Eletrônica para a Análise de Sinais Radar

http://www.ele.ita.cta.br/ceaae/historico.htm

Análise dos Recursos de Medidas de Proteção Eletrônica (MPE) do radar TRS-2230 para aplicação no Módulo de Guerra Eletrônica do Simulador de Operações Militares (SOpM), a ser desenvolvido pelo IPV.

http://www.ele.ita.cta.br/ceaae/historico.htm


SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS ELETROMAGNÉTICOS PARA O RWR ELT-156: ESTUDO DE VIABILIDADE
Fabio Augustus Souza Barbosa – Maj. -Av.
Autor
Cap. -Av. Fábio Durante Pereira Alves
Cap. -Av. André Luiz Pierre Mattei
Orientadores
RESUMO
Este trabalho sintetiza um esforço feito no sentido de se utilizar recursos de simulação de sinais via hardware e software para compor cenários eletromagnéticos capazes de serem interpretados pelo RWR ELT-156 (que equipa a aeronave A-1 da Força Aérea Brasileira), com objetivo de preparar os pilotos para melhor utilizarem este equipamento. Um estudo de receptores de Guerra Eletrônica é realizado no sentido de contextualizar o equipamento em foco. O simulador de ameaças TS-100+ e o software VIEWS são estudados, analisados e integrados ao ELT-156. Um cenário tático experimental é criado e implementado, com o maior realismo possível, envolvendo para isso levantamento de dados de inteligência e adequação destes dados as plataformas de simulação. A análise das características do RWR do A-1 em confronto com as do equipamento virtual do VIEWS permitiu elaborar uma metodologia para de ajuste dos cenários para se obter situações mais próximas da realidade. Respeitando-se as limitações do processo e sabendo-se que muito ainda há de ser feito, os resultados deste trabalho mostram que é plenamente viável a realização de treinamentos simulados utilizando a estrutura disponível.
IMPACTO OPERACIONAL
Esse Trabalho compilou o esforço de se simular cenários eletromagnéticos para o RWR ELT-156. Por um lado, organizou e documentou a metodologia de integração do sensor com o TS-100+, abrindo portas para fases inicias de avaliação operacional desse RWR. Também, organizou e documentou a metodologia de criação de cenários operacionais utilizando o software “Threat Builder”, formalizando bases para fases avançadas da avaliação operacional.




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#34 Mensagem por Lauro Melo » Qui Nov 17, 2005 7:00 pm

O MÍSSIL ANTI-RADIAÇÃO MAR-1: PONTO DE PARTIDA PARA A SUPRESSÃO DE DEFESA AÉREA INIMIGA
Emerson Mariani Braga – 1° Ten. -Av.
Autor
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo detalhado do Míssil Anti-Radiação MAR-1 com vistas a levantar subsídios para o estabelecimento de uma Doutrina de Supressão de Defesa Aérea Inimiga.
É feita inicialmente uma descrição do MAR-1, contemplando os subsistemas, suas características e limitações. Considerado o subsistema mais importante, o Autodiretor é abordado mais detalhadamente, com informações sobre sensibilidade, precisão e tempo de resposta, entre outras, bem como sua influência em relação ao desempenho do míssil.
Os modos de operação do míssil são analisados, como também as características de emprego, tais como: aquisição de sinais, identificação de radares, perfil de vôo e resistência a contramedidas eletrônicas.
A análise de um cenário simulado mostrou que o MAR-1 tem condições de detectar um radar de baixa potência (no caso um diretor de tiro Skyguard) a distâncias maiores que 500 km.
Constatou-se que uma das limitações para o emprego do MAR-1 é a definição da distância aeronave-radar, parâmetro imprescindível para um lançamento com sucesso.
IMPACTO OPERACIONAL
Esse trabalho consiste na primeira literatura sobre o MAR útil para a comunidade operacional. Além disso, foram identificados problemas e limitações que, não só influenciaram as ações do COMGAR no processo de estabelecimento da doutrina de Supressão de Defesa Aérea Inimiga, como também levaram os desenvolvedores a reavaliarem certos conceitos.




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#35 Mensagem por xandov » Qui Nov 17, 2005 7:13 pm

Caraca! O nível tá subindo pra caramba [091] Isso é que é Fórum.




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#36 Mensagem por César » Sex Nov 18, 2005 12:18 am

[018]

Grande textos Lauro :wink:




"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."

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#37 Mensagem por César » Sex Nov 18, 2005 12:23 am

FinkenHeinle escreveu:
juarez castro escreveu:Boa tarde! O Cayman está fora de operação na FAb a 2 anos aprox. e estava obsoleto, apesar dos esforços do CTA para melhora-lo, coisa que os amigos do talharim(franceses)não ajudaram muito...

Grande abraço

Não sei porque os franceses deveriam ajudar o CTA...


Só não entendo porque a FAB, se fosse o caso, não colaborou com a MB, que já tem capacitação em EW!

Um problema sério das Forças Armadas, que felizmente está diminuindo nos últimos anos, é que elas trabalham separadas e quase isoladas. Fazem suas pesquisas e operações como se as demais forças não existissem.

Nisso ocorrem problemas seríssimos: Um mesmo projeto acaba sendo pesquisado por forças diferentes, equipamentos similares são usados com doutrinas completamente distintas. Operações conjuntas, até poucos anos atrás, eram raras, etc...

Isso acarreta gastos adicionais muito maiores que os necessários, e uma redução generalizada de efetividade por parte das Forças Armadas como um todo.

Esse caso da EW é apenas um exemplo.

Abraços

César




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#38 Mensagem por FinkenHeinle » Sex Nov 18, 2005 5:42 pm

xandov escreveu:
Só não entendo porque a FAB, se fosse o caso, não colaborou com a MB, que já tem capacitação em EW!


Conheci um Cap. de Fragata que me disse "se a MB tivesse um centro de pesquisas como o CTA, já estaríamos anos na frente." Eu digo que se a MB e a FAB conversassem mais sobre Guerra Eletrônica, ambas estariam já adquirindo independência tecnológica no assunto. Estrutura de pesquisa já existe, falta é o Ministério da Defesa ser gerido por alguém mais técnico e menos político, que entenda do assunto e queira o progresso das nossas FAs.

Olá Xandov!


Para além dessas questões de gerenciamento, é preciso que haja também um fluxo constante de recursos para incentivar o setor privado à também investir, e que garanta uma solução de continuidade tanto nos processos de P&D quanto nas compras das FFAA.

Um dos graves problemas de nossas FFAA é que se buscam nos "grandes projetos" a solução do GAP tecnológico e industrial. A problemática é que, após esses "grandes projetos", acabam ocorrendo hiatos de tempo sem compras das FFAA nem investimentos para a manutenção e ampliação da capacitação conseguida com esses projetos.




Atte.
André R. Finken Heinle

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Thomas Sowell
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#39 Mensagem por Lauro Melo » Sex Nov 18, 2005 9:26 pm

RWR ELT-156X - CORRELAÇÃO DIGITAL DE DADOS
Élison Montagner – Cap. -Av.- Autor
RESUMO
Este trabalho desvenda a lógica do algoritmo elaborado pelo fabricante do RWR ELT-156X empregada no processo de comparação de parâmetros de radares interceptados com a biblioteca de ameaças programada antes da missão. A análise feita revela um algoritmo desenvolvido com forte influência do fator operacional e que respeita as limitações da tecnologia aplicada no equipamento. Verificam-se discrepâncias entre as publicações do fabricante, o que dificulta o estudo do algoritmo. O estudo realizado é teórico e as dificuldades levantam a necessidade da realização de novos ensaios e estudos para comprovação das capacidades do equipamento. Ao final, é conclusiva a aquisição de um conhecimento inédito na Força Aérea Brasileira que servirá como referência para a elaboração de uma metodologia de programação do ELT-156X e dos novos RWR que deverão equipar a frota em futuro próximo.
IMPACTO OPERACIONAL

Apesar da FAB possuir equipamentos passivos de autodefesa (RWR) a mais de dez anos, nunca existiu um domínio técnico-operacional que garantisse sua utilização com razoável eficiência. Este trabalho abre as portas para o entendimento de detalhes técnicos que impactuam diretamente na operação do RWR do A-1. O Trabalho permitiu ainda identificar os efeitos da não integração dos lançadores de Chaff e Flare com o RWR, a deficiência no tempo de reação, frente a ameaças modernas, bem como a ineficiência dos métodos empíricos de programação das bibliotecas de ameaças (mensagens programadas de vôo). O conhecimento adquirido pode ser aplicado para entendimento e programação do míssil anti-radiação MAR-1, bem como os demais equipamentos de autodefesa das aeronaves F-5BR, F-X e A-1 (MLU).
__________________________________________________
ESTUDO CONCEITUAL DA UNIDADE AECM DA AERONAVE A-1
Luís Carlos Leppa – 1º Ten. -Esp.-Com. Autor
RESUMO

Este trabalho estuda o equipamento de Contramedidas Eletrônicas Ativas ELT/553-MK1, objetivando entender o seu funcionamento, as técnicas de contramedidas empregadas, as suas deficiências e possíveis potencialidades. Analisa-se como o equipamento atua contra as ameaças previstas pelo fabricante, entendendo seus módulos de recepção, aquisição de alarme, despistamento e transmissão. Ao final, apresentam-se algumas deficiências e potencialidades a fim de servirem como suporte técnico para o desenvolvimento de uma tecnologia de um despistador monopulso, e como consulta para o processo de aquisição de Sistemas de Contramedidas Eletrônicas Ativas que equiparão as modernas aeronaves da Força Aérea Brasileira.
IMPACTO OPERACIONAL
Apesar da FAB possuir equipamentos passivos de autodefesa (AECM) a mais de dez anos, nunca existiu um domínio técnico-operacional que garantisse sua utilização com razoável eficiência. Este trabalho abre as portas para o entendimento de detalhes técnicos que impactuam diretamente na operação do AECM do A-1. Este trabalho identificou detalhes de circuito e deficiência de integração com o RWR e os lançadores de Chaff e Flare, que permitem sugerir correções dos problemas identificados. Esse conhecimento pode ser aplicado para o entendimento do AECM do F-X, bem como para os PODs de CME que equiparão os Esquadrões de A-1, no sentido de empregar os equipamentos com eficiência.




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#40 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Nov 18, 2005 10:02 pm

xandov escreveu:Prezado Marechal, nesse caso posso afirmar com certeza que não é tão difícil assim. Radares tridimensionais, com agilidade e diversidade de frequência, banda larga e com modos especiais para redução da "burn trought", ao sofrerem interferência de ruído do tipo "barragem de banda completa" ficam totalmente sem visibilidade naquele setor azimutal/elevação. Claro que os incursores terão que navegar num cone estreito, escondendo apenas sua distância e altitude precisas, já que os setores azimutal/elevação são revelados pela própria interferência. O que auxilia nesses casos é uma rede de radares onde dois ou mais podem interceptar o mesmo alvo, levando em conta que o interferidor é direcional e não poderá interferir com a mesma potência em ambos os radares. Além disso, uma aeronave EW seria um excelente suprimento de informações. Felizmente temos todos esses recursos, exceto uma artilharia anti-aérea confiável. :cry:

E sobre o fato do radar ler apenas no azimute que a antena aponta: relação entre lóbulos principal e secundário da antena, já não é mais vantagem com o advento do interferidor de ganho inverso, que explora os lóbulos secundários a fim criar pistas de despistamento em azimutes diversos. :(

Em outras palavras, um interferidor consegue no máximo ocultar a distância mas não a direção, ou seja, se existirem dois radares capazes de se comunicar você não oculta nem a distância...
Não acho esse um sistema efetivo, e decoys tambem não são grande coisa ja que apenas criam um segundo alvo para os mísseis (nada impede que atirem um míssel contra o decoy e outro contra você).
A única forma eficiente de se evitar radares é a tecnologia Stealth mesmo.




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#41 Mensagem por xandov » Sáb Nov 19, 2005 10:59 am

Marechal-do-ar escreveu:Em outras palavras, um interferidor consegue no máximo ocultar a distância mas não a direção, ou seja, se existirem dois radares capazes de se comunicar você não oculta nem a distância...
A única forma eficiente de se evitar radares é a tecnologia Stealth mesmo.

Concordo com o que diz sobre a eficiência total. Uma técnica sozinha apresentaria "furos" que poderiam ser explorados. Stealth, sozinho, também é questionável, pois a aeronave não fica "invisível" como se diz. A assinatura radar diminui consideravelmente e portanto o alcance real do radar diminuiria. E olha que isso depende da navegação. Dois radares também tenderiam a anular essa tecnologia, já que sua melhor eficiência é em navegação radial. Se é radial pra um, não é pra outro, com certeza.

Um POD interferidor, entretanto, equipando uma das aeronaves de ataque, dá uma vantagem ao atacante, se e somente se, a estratégia dele for boa. Esconder a distância e o número de atacantes, pode resultar em sucesso da missão já que a PAC (Patrulha Aérea de Combate) fica sem o seu alarme antecipado, fundamental para uma eficiente defesa aérea.




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#42 Mensagem por xandov » Sáb Nov 19, 2005 11:09 am

Marechal-do-ar escreveu:
xandov escreveu:
E sobre o fato do radar ler apenas no azimute que a antena aponta: relação entre lóbulos principal e secundário da antena, já não é mais vantagem com o advento do interferidor de ganho inverso, que explora os lóbulos secundários a fim criar pistas de despistamento em azimutes diversos. :(

Em outras palavras, um interferidor consegue no máximo ocultar a distância mas não a direção,


Novamente sobre a questão da direção, o interferidor de ganho inverso a esconde, sim. Como ele explora apenas os lóbulos secundários, alvos falsos aparecerão em todas as direções, tornando impossível ao controlador determinar qual delas é real. Bem mais nefasto que a falta de informação num radar é a informação falsa. É em cima desta questão que os interferidores modernos trabalham, no despistamento, mais eficiente que o ocultamento.




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#43 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Nov 19, 2005 12:07 pm

xandov, melhor não contar com a interferência nos lobulos secundários, ele é apenas uma falha nos radares e pode ser resolvida com uma mudança de software (imagina você apostar nisso e não funcionar simplesmente porque o inimigo colocou um software mais moderno), ocultar a distância e o número de atacantes evita que o inimigo saiba informações precisas sobre você, mas não tira o alerta antecipado ja que ele sabera com muita antecedencia que tem alguem se aproximando e a direção em que esse alguem se aproxima.

A tecnologia Stealth não fica vulneravel simplesmente por colocar dois radares, um avião stealth possui RAM que reduz muito as reflexões e o formato "diamante" dele, o formato diamante aumenta muito o reflexo em algumas poucas direções e reduz em todas as outras, com dois radares ha grandes chances desses dois radares não estarem em nenhuma das direções de grande reflexão.




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#44 Mensagem por xandov » Sáb Nov 19, 2005 5:43 pm

Marechal-do-ar escreveu:xandov, melhor não contar com a interferência nos lobulos secundários, ele é apenas uma falha nos radares e pode ser resolvida com uma mudança de software.

Prezado Marechal, meu assunto predileto é sobre radares não por acaso. Devo questionar sua afirmação sobre os lóbulos secundários com o seguinte argumento: Eles existem em função do aspecto construtivo da antena. Toda antena possui ganho em lóbulos secundários, umas menos que outras. O interferidor de ganho inverso, verifica o ponto de maior potência de emissão da antena e o evita. Passa então a simular ecos radar em alta potência quando a antena não aponta para ele. A antena vai receber o eco com atenuação, mas como a potência de geração foi alta, o receptor aceita e não pode determinar se o eco vem do lóbulo principal ou secundário. Para isso deveria existir outra antena recebendo numa via Ômega, com diagrama inverso para invalidar a informação. Esse recurso já é usado em radares secundários, mas nunca o vi em radares primários.




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#45 Mensagem por Slip Junior » Sáb Nov 19, 2005 6:10 pm

xandov,

Esse problema poderia ser resolvido com a adoção de uma antena do tipo AESA executando uma varredura em múltiplos feixes, não? Acredito que dessa maneira seria possível verificar rapidamente a real origem dos retornos pois poderiam ser originados diversos lóbulos principais que verificariam a posição dos alvos gerados. É claro que o problema se torna mais critico para um alvo muito distante ou com pequeno RCS pois haveria uma perda de diretividade mas ainda acho que o custo vs beneficio pode ser bastante satisfatório na maioria dos cenários.

Agora algumas dúvidas:
1. Poderias explicar o que é a "via Ômega" que você mencionou na mensagem anterior?
2. O "diagrama inverso" que você falou antes seria um diagrama de radiação (radiation pattern) com inversão de ganho em relação à azimute e elevação?

Já à titulo de curiosidade: você é estudante de engenharia de telecomunicações ou já é formado? :wink:

Abraços




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