Tucanos e Bandeirante

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Brasileiro
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Tucanos e Bandeirante

#1 Mensagem por Brasileiro » Sáb Fev 14, 2004 11:17 am

O que voces acham de retomar a produção do Tucano, como motores novos, avionica nova,etc e voltar a fabricaçào desse modelo, pois acho que seria boas vendas ele causaria. Pois o Brasil se um dia precisar de mais treinadores, teria que importar... O Tucano acho que lideraria o mercado de treinadores desde que seja corretamente atualizado. Ou se não: simplificar o ALX, retirando tudo o que for desnecessário para executar essa função.

E também o Bandeirante se fizerem o mesmo que propus para o Tucano, novo motor, reprojetar algumas possíveis defeitos de projeto e fazer com o Bandeirante o mesmo que fizeram com o Tucano ("transformaram" em ALX), e voltar a fabricar ele, pois também acho que este também faria boas vendas no mercado civil e militar.
EX: se voce olhar os avioes particulares que cruzam o céu, verá que existem muitos do porte do Bandeirante, só que são importados.

Esses dois poderiam ser fabricados e vendidos com desempenho de avião moderno e preço bem "acessível".

Estou dizendo isso também pelo fato da Embraer não ter mais espaço para fabricar esses aviões, ela concentra suas produções em regionais.

Esses projetos que propus poderiam ser repassados à outras indústrias como a Aeromot, alimentando as indústrias nacionais, gerando emprego e tecnologia a um número maior de Empresas.

Abraços a todos do fórum!




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Vinicius Pimenta
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#2 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sáb Fev 14, 2004 12:18 pm

Brasileiro, acredito que a linha de produção do Tucano não tenha sido fechada. Alem do mais, temos sua evolução, o Super Tucano, que pode conseguir muitas vendas nos próximos anos.

Espaço na linha de produção da Embraer não falta, pois todo o setor militar foi transferido de São José dos Campos para a nova unidade de Gavião Peixoto.

Quanto ao Banderante, creio que ele já está ultrapassado, preferia que fosse feito um novo projeto de aeronave desse tipo, ou ao menos um programa no qual ele pudesse servir de base, tal como o Tucano serviu para o Super Tucano.

Transferir a linha de produção de aeronaves da Embraer para outra empresa? Duvido que a Embraer deixaria. Se eu fosse o presidente dela não deixaria. Vou dar de bandeja para outra empresa um produto que eu desenvolvi?




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#3 Mensagem por FinkenHeinle » Sáb Fev 14, 2004 6:36 pm

Olá Brasileiro e Vinícius,

Creio que, quanto ao Tucano, seria uma boa o seguinte: o projeto de uma aeronave de treinamento que teria duas versões, treinamento básico e treinamento intermediário, que substituiriam, respectivamente, o T-25 e o T-27. Existe, só no Brasil, um bom mercado para uma aeronave desse tipo.

Além do mais, como o Brasileiro disse, empregando outras empresas que não a Embraer, e com parcerias no exterior, seria uma boa...

Já com relação ao Bandeirante, o que defendo há algum tempo, é a concepção de uma aeronave que substitua o C-95, e também, em outra versão, os P-95, que atuariam em "Lo", junto aos P-3Br, e posteriormente, aos P-X 2.

O importante, nesse caso, é ser uma aeronave moderna e flexível.

Creio que poderia ser no mesmo modelo do "T-X".

Isso sim seria uma mão na roda para o "2o. Pólo Aeronáutico"...




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#4 Mensagem por SUNDAO » Qua Fev 18, 2004 4:07 am

Ola Srs.

Pelo que sei o Bandeirante "saiu do ar" há muito tempo ! A pergunta é: seria interessante atualizar o projeto ou mesmo reiniciar a linha ? Claro, se houver lugar no mercado para ele.

A única linha de aviões da Embraer de "velha Geração" (a hélice) ainda ativa é a do Brasília que esta sendo fabricado na, por nós já conhecida, NEIVA por isso acredito que lá ambos os tipos seriam produzidos. Acredito também que lá esteja uma boa parte do ferramental utilizado para produção destes tipos de avião.

Mas porque caso existisse mercado a EMBRAER não reativaria a linha de um avião de projeto e ferramental já amortizado, este é um questionamento. Uma resposta que seria foco, ou seja, a EMBRAER desenvolve uma atividade lucrativa atingindo a um outro segmento, para lá direciona todas as suas energias. Lá, também no campo das hipóteses, existiria um melhor retorno ao capital investido.

Trocando em miúdos, a EMBRAER para cada dólar investido na holding tem um retorno hipotético de 15 dólares ano. A importação de aeronaves semi-prontas pela Neiva e sua revenda no mercado interno oferece um retorno de 8 dólares com investimentos muito menores em estrutura física e RH e “isento de risco”. Já o investimento na produção de aeronaves como o Bandeirante apesar de oferecer um baixo investimento e risco ofereceria apenas o retorno, novamente hipotético, de “apenas” 4 dólares. Onde, apesar da vantagem de 4 para 1 na reativação da linha do bandeirante, a Embraer investiria ?

Este é um caso, talvez até fantástico, em que uma empresa trocaria seus interesses pelo que poderia ser um interesse maior.

Novamente caímos na idéia do 2o. Pólo Aeronáutico.

Gostaria de falar-lhes contudo do que pode ser um equívoco na utilização do termo 2o. Pólo.

A idéia de pólo industrial ( qualquer que seja ) planejado, como já foi falado em outro tópico, fala da implantação completa do projeto a partir apenas de condições básicas para implantação ( espaço-tereno, transporte, água, energia, capacitação de mão-de-obra, mercado, etc...) .

Fator essencial para a implantação deste pólo é o que se chama de empresa âncora . Esta empresa será a que fará a integração do que é produzido no pólo. A implantação de pólos industriais é cara e deve ser muito bem avaliada pois nos casos de fracasso a perda é enorme especialmente se for fomentado pelo governo.

A vantagem desta implantação é que existe a tendência desta empresa âncora atrair cada vez mais uma serie de empresas que lhe são tributárias no esforço de produção. Elas se aproveitam da “proximidade” com seu cliente principal e mesmo dos eventuais incentivos oferecidos a elas e a outras empresas pelo mesmo pólo. É notável também citar que as empresas podem oferecer insumos diretos ou indiretos para a produção na empresa âncora e mesmo interagir com todo o entorno.

Uma coisa interessante especialmente no nosso caso, um pólo especializado em produção aeronáutica, é que uma segunda empresa montadora de aviões ligada a este pólo, suponde-se que se garanta uma concorrência saudável, terá um preço de implantação infinitamente menor que a empresa original. È assim que o pólo teria, em teoria, a tendência de crescer cada vez mais facilmente.

Por isso a idéia do 2o diz respeito não a um outro pólo, mas a uma 2a. Empresa âncora no mesmo pólo. Esta solução oferece várias vantagens como um melhor retorno do capital investido na implantação da segunda empresa e um melhor retorno social/impostos para o governo que fomenta o pólo.

E, se formos analisar bem, não haveria nem a criação desta 2a. Empresa pois, na verdade ela já existe se tratarmos da NEIVA, só que como uma mera divisão da Empresa âncora.

Contudo não dá para detonar a Embraer por isto, provavelmente ela deve ter “comprado” a Neiva talvez falida, por favor e ordem do Ministério da Aeronáutica.

Sundao




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