Motivos Para dar Su-35

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Motivos Para dar Su-35

#1 Mensagem por Brasileiro » Dom Mai 04, 2003 1:01 pm

1. O SU-35 foi a aeronave bi-turbina oferecida pela Rosoboronexport, companhia estatal russa encarregada da venda de material bélico. Corresponde aproximadamente à nossa antiga Interbrás. É o mesmo avião que ela ofereceu na recente concorrência na Coréia do Sul. Lá os franceses ofereceram o seu moderno bi-turbina Rafale, os americanos ofereceram o F-15K Eagle modernizado, também bi-turbina, os europeus ofereceram o recém desenvolvido Eurofighter, bi-turbina também. Os suecos/ingleses não participaram. No Brasil todos, exceto a Rússia, ofereceram aviões inferiores aos oferecidos à Coréia do Sul ocorrendo também a oferta dos suecos/ingleses com o pequeno Gripen. Todos eles, exceto o SU-35, aviões de uma só turbina (mono-turbina) e baixa performance;

2. O SU35 é a mais moderna configuração da família chamada SU-27. São aviões produzidos em larga escala, sendo a aeronave padrão da Força Aérea da Rússia. Se encontra em fabricação também na China e na Índia com licenciamento da Rússia. São aeronaves de operação e desempenho longamente testadas.

3. O Sistema de Armas do SU-35, cuja integração seguiu o mesmo padrão das configurações anteriores, é o mais moderno em existência no mundo hoje e seu fornecimento ao Brasil não sofre qualquer restrição do Governo da Rússia. Os seus mísseis BVR ("beyond visual range" - além do alcance visual) e os demais não encontram paralelo no mercado atual;

4. Com raio de combate de até 1.500 Km, sem o uso de tanques externos, mais do que o dobro do Mirage 2000-5 e mais do que o triplo do Gripen com seus tanques externos, é o único avião capaz de permitir à Força Aérea o desempenho econômico e eficaz de suas duras missões em um país de dimensões continentais;

5. Capaz de carregar até 8 toneladas de armamentos, essencialmente o dobro da capacidade do Mirage e quase quatro vezes a do Gripen;

6. Trata-se de uma poderosa arma de guerra. E, voa muito melhor e com muito maior controlabilidade que os seus dois concorrentes. De fato não há hoje aeronave que se compare ao SU-35, nem mesmo o norte-americano F-22 hoje ainda em fase de projeto estagnado por dificuldades diversas;

7. A proposta oferecida supera todas as outras em todos os itens mensuráveis:

a) O menor preço. Mesmo incluindo todo o armamento e todo material de terra e sobressalentes ainda assim o preço ficou abaixo dos US$ 700 milhões previstos pela FAB.

b) O menor prazo de entrega – foi oferecido o prazo de 33 meses e não os 48 pedidos pelo edital. Com isso eliminamos o vazio de 2 anos para o qual se considerou talvez necessário o leasing dos aviões israelenses Kfir.

c) A instalação no país, em firma de capital e controle acionário 100% nacional, a Avibras, de um Centro de Manutenção e Apoio Logístico Integrado para o suporte dos aviões. Esse centro custará cerca de US$ 240 milhões, disporá de armazém alfandegado e permitirá ao país total soberania no uso de seus SU-35. Em particular as turbinas serão revisadas no país, neste Centro, coisa que, por exemplo, até hoje não ocorre com os nossos Mirages de Anápolis mesmo tendo-os já por 30 anos.

d) O Centro de Manutenção e Apoio Logístico a ser instalado na Avibras será de tal sofisticação que, em futuro próximo, com muito pouco acréscimo, ele se tornará capaz de fabricação. Almeja-se, com produtos assim produzidos, atingir o mercado da América do Sul, África, e importantes países árabes onde a Avibras goza de alto prestígio.

e) A nacionalização dos mísseis (todos os tipos) se dará com facilidade e rapidez, com a transferência de tecnologia das fábricas russas para a Avibras, dada a alta qualificação desta firma em sistemas de armas sofisticados. Conforme verificado pelos especialistas russos, é a única empresa brasileira com essas credenciais. O risco tecnológico da transferência será nulo dada a capacidade de absorção e obtenção do completo domínio da tecnologia pela Avibras.

f) A oferta de off-set (compensação comercial) supera todas as demais quer em valor quer em nível tecnológico.

No que se refere ao off-set direto (i.e, diretamente relacionado à aeronave) a instalação do Centro de Manutenção e Apoio Logístico de US$ 240 milhões) permite a total manutenção e disponibilização em alto grau das aeronaves, tudo sendo feito no Brasil. Isso não foi ofertado por mais ninguém indicando a intenção da manutenção mais séria ter que ser feita no estrangeiro como ainda é hoje o caso das turbinas dos Mirages de Anápolis.

Em relação ao off-set indireto (tecnologias desejáveis não necessariamente relacionadas ao avião), a Rosoboronexport valeu-se do fato de representar o Governo Russo e não tão somente companhias de fabricantes de aviões, para oferecer tecnologias sensíveis na área aeroespacial e aeronáutica. Na primeira, tecnologias, materiais e assistências em satélites e seus foguetes lançadores. Como se sabe a FAB tem enfrentado dificuldades em seu programa do VLS (Veículo Lançador de Satélites) devido ao boicote das nações do chamado primeiro mundo. Na área aeronáutica ofereceu o uso do Túnel Hipersônico de Moscou para o desenvolvimento de projetos brasileiros. A norte-americana Boeing chega a pagar US$ 50 milhões anuais pelo uso desse túnel.

No terceiro tipo de off-set, o não relacionado, que envolve a importação de bens e serviços de qualquer natureza do Brasil a proposta do SU-35 mostrou a clara possibilidade de importação anual de US$ 2.05 bilhões por ano, por todo o futuro visível, dada a facilidade da pauta normal de importações pela Rússia. Ver tabela abaixo. Observa-se que se objetiva a importação de produtos e serviços de firmas de controle 100% nacional para que não haja conseqüente monstruosa remessa de lucros para o exterior.

8. Os discursos de todos os presidenciáveis, Lula, Ciro e Serra falam da necessidade e da intenção de estreitar e desenvolver os laços com a China e a Índia. Laços compreendem a política social, econômica e militar. O uso do SU-35 pela FAB, o mesmo tipo de avião usado pela Índia e pela China ensejará uma ligação muito forte com esses países com a troca de peças, experiências, treinamento e ações. Um eixo Brasil-Índia-China com a participação da Rússia, abrirá um horizonte político-militar-econômico de que hoje o Brasil não dispõe quedando-se refém dos relacionamentos tradicionais. São estes laços tão estreitos que a cada crise econômica nos sufocam sem constrangimento nenhum. Observa-se que recentemente foi assinado pelo nosso Presidente um acordo político-militar com a Rússia já havendo pois o arcabouço legal para todas as atividades pertinentes;

9. A adoção do SU-35 dará à FAB um poder aéreo que nunca antes teve. Doze aviões não é uma grande quantidade e normalmente não resolveriam nosso atual cenário de defesa aérea. Mas, se forem 12 SU-35, simples e confortavelmente baseados em Anápolis, a defesa aérea estará bem garantida e os céus brasileiros muito bem guardados.




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#2 Mensagem por Rodrigo Santos » Dom Mai 04, 2003 1:10 pm

Nem o F-22 se compara com o Su-35?? HAHAHA Faz-me rir! O F-22 está uma geração à frente do Su-35! Vários aviões se comparam com o Su-35, como o Rafale, o Typhoon... E porque não o F-15I. E o F-15 não recebeu as melhorias que o Su-27 recebeu exatamente porque os EUA concentraram seus esforços no F-22.

Pode até ser que o F-22 seja cancelado, mais também nada indica que o Su-35 será escolhido pra FAB, e ainda não está em operação. Basicamente está no mesmo estágio que o F-22, o de protótipos de série. Sendo que o F-22 é infinitamente mais avançado. Os russos vão ter que correr atrás MESMO.




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#3 Mensagem por LEO » Dom Mai 04, 2003 3:14 pm

Se um avião ainda não está em operação, só por isso não podemos adquiri-lo? Qualquer aeronave hoje existente, um dia já foi desconhecida por todos. Não podemos ir de carona com todo mundo usando o mesmo caça, temos que experimentar novas opções, não podemos sermos "escravos" do Mirage e dos franceses pra sempre!

O Su, não é um prototipo... só não está operação ainda.

Realmente o Flanker é o mais avançado da atualidade, mas isso dura até a entrada dos caças de "5ª geração", o F-22, O F-35, o Su-47 e talvez outros projetos que possam um dia virar um caça, como o Mig 1.44.

E, Brasileiro, isso mostra que não é apenas o avião Flanker que é melhor, sua proposta, além de ser a mais barata, sendo abaixo dos US$ 700 mi, também é a que aparentemente apresenta mais vantagens.

Só resta saber se o EU, não vão se entrometer, pq pelo que parece, eles estão fazendo de tudo para o Su não ganhar... :(

E, lembrando, que no 2º lote, possivelmente haja um "upgrade" do FX, para se manter em condição de combate da epoca.




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#4 Mensagem por Rodrigo Santos » Seg Mai 05, 2003 12:22 am

Eu disse que não deveríamos comprar o Su-35 por causa disso? As causas para a não-escolha do Su-35 são outras, que já estou cansado de teclar diversas vezes, para depois ser solenemente ignorada pelos adoradores cegos do Su-35. Todo avião de combate tem algumas áreas em que é melhor e outras em que é pior, o Su-35 e F-22 não são diferentes. O problema é que quando a paixão entra na discussão, o bom senso sái.

Leo, de onde você tirou que a proposta do Flanker custa menos que 700? Viajou legal. Segue os valores das propostas (antes do adiamento):

Mirage 2000BR - US$ 1.25 bilhãopor 12 células = US$ 104 milhões/célula
Su35 - US$ 800 milhões por 12 células = US$ 66,6 milhões/célula
Gripen - US$ 950 milhões por 12 células = US$ 79,1 milhões/célula
F-16 - US$ 909 milhões por 12 células = US$ 75,5 milhões/Célula




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#5 Mensagem por Brasileiro » Seg Mai 05, 2003 8:32 pm

Pode ser que ele não seja melhor que o Su-35, mas para as necessidades do nosso Brasil o melhor mesmo é o Su-35




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#6 Mensagem por Plinio Jr » Seg Mai 05, 2003 9:47 pm

Se formos analisar friamente, um caça muito mais avançado e superior aos demais, 800 milhões em 12 Su-35 está de bom tamanho, pena que o Mulão adiou o processo p/ que os franceses e a Embraer possam reavaliar os valores do Sucatão 2000BR, afinal de contas, como ele iria justificar a escolha do mesmo pagando pelo mais caro e o de desempenho inferior aos demais ????

O F/A-22 Raptor não é todas as maravilhas que vcs acham, sua única vantagem seria tecnologia furtiva e alguns outros ítens, pelo que pude acompanhar, ele perde em capacidade de fogo e radar do Typhoon 2000 e se ocorrer combates a curto alcance com um Su-35 com vetoração, ela irá passar maus bocados, pois os yankees não conseguiram resultados satisfatórios com o mesmo e pensa-se em diminuir a quantidade de Raptors a serem adquiridos e aumentar a de F-35 , que pensam eles, até lá , estes problemas seriam resolvidos no novo avião...

E p/ provar isto, a entrada do Raptor em serviço ativo, já está atrasada em 03 anos, uma grande prova que realmente as coisas não estão andando como o pretendido....

Um abraço

Plinio




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#7 Mensagem por Rodrigo Santos » Ter Mai 06, 2003 12:14 am

Brasileiro (por acaso vc é o mascarado do outro fórum? tá parecendo...), não estou propondo o F-22 pro Brasil, primeiro que ele está completamente fora da nossa realidade, depois que os gringos nunca liberariam ele para nós. É que você escreveu com todas as letras que "De fato não há hoje aeronave que se compare ao SU-35, nem mesmo o norte-americano F-22 hoje ainda em fase de projeto estagnado por dificuldades diversas". Na minha opinião o F-22 tem mais chances de entrar em operação que o Su-35...

Plínio, creio que você está subestimando enormemente as vantagens da furtividade. O F-22 teria vantagens colossais em um embate com o Su-35, principalmente por causa de seu radar LPI, que é dos mais avançados atualmente, não sei onde vc leu que o radar do Typhoon seria mais avançado... Ele ainda não conta com um radar AESA, o APG-77 o é. Talvez no futuro, assim como o Gripen, mais até lá o APG-77 não estará mais em sua primeira versão. Um F-22 conseguiria ver um Su-35 (com seu enorme RCS) a uma distância enorme, e bem antes do Su-35 ver qualquer coisa. O piloto do F-22 fará qualquer coisa para evitar o combate aproximado, pois no combate BVR ele é o rei. E com o AIM-9X (bem mais avançado que o Archer), ele também teria vantagens na arena visual.

Sua interface com o piloto é algo muito avançado, sem paralelos até então.

Ele NÃO perde em poder de fogo do Typhoon. A carga normal de mísseis ar-ar do Typhoon é de 4 BRV e 2 IR. Já o F-22 carrega internamente 6 Amraam e 2 Aim-9X. Carregando armamentos externamente, ele pode chegar a carregar 12 mísseis mais 2 tanques externos. Essa é a carga padrão de combate com cargas externas, mais pode chegar a 4 tanques externos e 14 mísseis! Não só deixa o Typhoon mais também o Su-35 no chinelo. Mais essa configuração só seria usada depois que a superioridade aérea fosse obtida (que é o objetivo principal do F-22), pois compromete sua furtividade.

A entrada de serviço e a diminuição de número de caças a serem construídos não são devido ao desempenho, mais sim custos que estão aumentando. E alguns problemas aerodinâmicos não ajudam a baratear os custos 8) Nada que não possa ser resolvido, mais os congressistas já não estão felizes. Claro... Um caça avançado assim só pode custar caríssimo pra desenvolver mesmo. De qualquer forma, muito do F-22 está presente no F-35.




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#8 Mensagem por Plinio Jr » Ter Mai 06, 2003 9:19 pm

Tudo bem Rodrigo ??

Eu não estou subestimando as qualidades do F/A-22 Raptor (esta é a nova designação) estou trabalhando em cima de informações que estão disponíveis por aí..

O Raptor não passa de uma aeronave recheada de novos sensores de funcionabilidade duvidosa e não comprovada e um dos grandes motivos dos atrasos e cortes pelo pessoal de Washington que começam a vê-lo com certo ceticismo.

O caça apresenta problemas de interação de sistemas que ainda não foram resolvidos e tornaram-se até mesmo motivo de chacota e desapontamento pelo pessoal da USAF .

Quanto ao radar ser superior ao do Typhoon isto tudo é suposição , enquanto seus problemas não forem sanados, de nada vai adiantar o seu moderno radar , o Typhoon continua tendo um radar superior, pois o mesmo não sofre dos mesmos problemas, comprovando a sua confiabilidade, esta é a situação de momento entre as 02 aeronaves..

A sua furtividade, é bem provável que a festa acabe logo, pois os russos há muito tempo vem trabalhando com os destroços do F-117 abatido em Kosovo em 1999, que darão uma boa idéia de como funciona e como combate-la .

O AIM-9X sem dúvidas, é excelente , mas é bom lembrar que os russos estavam na dianteira em relação ao Ocidente , ele é superior ao Archer, mas possivelmente será inferior ao que russos e ucranianos já estão desenvolvendo , a grande verdade é que tanto americanos quanto europeus dormiram no ponto quando o Archer surgiu, dando aos russos uma grande vantagem no desenvolvimento destas armas...

Quanto a desempenho, me diga quais recordes o Raptor bateu ??

Que eu saiba nenhum ou mesmo assim nenhum que possa chamar atenção, muito diferente de seu antecessor , o F-15 e mesmo o Su-27 que nos anos 80 e 90 revezavam-se em constantes quebras de recordes o que demonstra as suas qualidades e capacidades, um Raptor em combate visual dotado dos mísseis de igual desempenho de um Su-35 com certeza irá passar por grandes dificuldades , lembrando que o Raptor tem uma vetoração muito inferior a família Flanker em geral.. é bom lembrar que o Su-35 está equipando somente 01 esquadrão e que pode não ir mais adiante , por falta de verbas e não por suas deficiências..

A grande verdade Rodrigo, é que sempre se criou uma mística e uma aura sobre os novos caças americanos entrando em serviço, que são aeronaves imbatíveis, insuperáveis , mas a grande verdade, ao que parece isto fica claro com o Raptor, é que nem sempre é assim.

No começo dos anos 60, os americanos criaram uma família de super caças , imbatíveis em sua época, eram o F-102, F-106 e as versões iniciais do F-4 Phantom , isto mudou quando eles enfrentaram os ágeis Migs no céus do Vietnã, passaram por maus bocados, será que não estamos vendo algo parecido ???

É bom lembrar que boa parte da mídia, graças a um bom patrocínio, gosta de enaltecer produtos de operacionalidade duvidosa, lembre-se do Mirage 2000 por aki no FX e lá fora, não é muito diferente, alías, pelo contrário..

Redução de um pedido de 700 p/ 300 aeronaves não deve-se somente a custos, cito o exemplo do B-1B Lancer que era previsto p/ ser o substituto do B-52 e após anos de desenvolvimento, viu-se que ele era inferior sob vários aspectos aos BUFFS.

Pelo visto, o pessoal do Pentágono aposta muito no F/A-35 , eu tbm vejo sim neste caça, uma aeronave de grande potencial, tanto é que os russos pensam em desenvolver caças p/ combate-lo e não ao Raptor.

Um grande abraço

Plinio




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#9 Mensagem por Rodrigo Santos » Qua Mai 07, 2003 12:06 am

E aí Plínio! Nada como uma boa discussão, não?? ;) Concordo com algumas coisas que você falou, mais com outras não. Para facilitar o entendimento vou postar com as suas mensagens em negrito e as minhas colocações.


Quanto ao radar ser superior ao do Typhoon isto tudo é suposição , enquanto seus problemas não forem sanados, de nada vai adiantar o seu moderno radar , o Typhoon continua tendo um radar superior, pois o mesmo não sofre dos mesmos problemas, comprovando a sua confiabilidade, esta é a situação de momento entre as 02 aeronaves..

Olha, sendo o radar do F-22 uma geração à frente do do Typhoon, acho até normal que o do Typhoon esteja mais adiantado (assim como todo o programa do Typhoon). Mas isso não denigre o APG-77. De qualquer forma, mesmo que o avião não vá pra frente (o que não é nada impossível), esse radar tem bastante possibilidades de uso em outras aeronaves, visto suas qualidades e potenciais. Tendo 2200 elementos, deixa o do F-35 no chinelo, que deve ficar na casa dos 900 elementos. Se você me permitir vou citar um trocadilho completamente esdrúxulo, que não nem sempre condiz com a realidade, mais que acho interessante mesmo assim :) Nelson Piquet diz que é mais fácil fazer um carro rápido e pouco confiável ser mais confiável do que um carro lento e confiável ficar mais rápido 8)

A sua furtividade, é bem provável que a festa acabe logo, pois os russos há muito tempo vem trabalhando com os destroços do F-117 abatido em Kosovo em 1999, que darão uma boa idéia de como funciona e como combate-la.

Olha, não duvido nada que mais cedo ou mais tarde apareça alguma tecnologia para conter a vantagem dos Stealth. Nunca um avanço bélico ficou sem uma resposta, não é? O que se fala muito hoje em dia, de se usar radares de ondas mais longas creio que possa funcionar, mais também não sabemos o que os gringos estão aprontando para contra-atacar nessa área. Não devemos nos esquecer que os russos não são mais os mesmos, não têm mais a capacidade de ficar em pé de igualdade em tecnologia simplesmente porque a fonte de grana secou, ou pelo menos quase. Já os americanos continuam com tantas verbas quanto antes. Apesar de não gostar, vou usar uma expressão em inglês... :oops: No bucks, no Buck Rogers...

O AIM-9X sem dúvidas, é excelente , mas é bom lembrar que os russos estavam na dianteira em relação ao Ocidente , ele é superior ao Archer, mas possivelmente será inferior ao que russos e ucranianos já estão desenvolvendo , a grande verdade é que tanto americanos quanto europeus dormiram no ponto quando o Archer surgiu, dando aos russos uma grande vantagem no desenvolvimento destas armas...

Olha, vamos tomar como exemplo o desenvolvimento do R-77... Demorado, com sobressaltos, e ainda não completamente consolidado. Enquanto isso o AMRAAM já está em sua terceira variante. Os russos tiveram a dianteira em mísseis IR com o Archer, mais esse desenvolvimento se deu ainda nos tempos de bonança... O Ocidente demorou muito a perceber quanto o Archer é superior, e tratou de desenvolver mísseis não só superiores ao Archer, mais qualquer variante avançada deste que os russos pudessem desenvolver. Se eles estão com alguma carta na manga (e visto pelo desempenho do AIM-9X, tem que ser algo simplesmente espetacular), não avisaram ninguém. Creio que estão ficando para trás. Se você tiver dados desse novo e incrível míssel, nos mostre, vou adorar queimar a língua nessa... :D

Quanto ao desempenho, me diga quais recordes o Raptor bateu ??

Que eu saiba nenhum ou mesmo assim nenhum que possa chamar atenção, muito diferente de seu antecessor , o F-15 e mesmo o Su-27 que nos anos 80 e 90 revezavam-se em constantes quebras de recordes o que demonstra as suas qualidades e capacidades, um Raptor em combate visual dotado dos mísseis de igual desempenho de um Su-35 com certeza irá passar por grandes dificuldades , lembrando que o Raptor tem uma vetoração muito inferior a família Flanker em geral.. é bom lembrar que o Su-35 está equipando somente 01 esquadrão e que pode não ir mais adiante , por falta de verbas e não por suas deficiências..


Recordes são realmente assim tão importantes? Os projetistas do F-35 e do F-22 com certeza não acham isso, pois abriram mão de entradas de ar variáveis em prol da redução do RCS. É uma questão de filosofia, os russos continuam com a mesma (ou quase) em construção de aeronaves, já os americanos mudaram de um avião rápido e com grande RCS para um Stealth.

Contra suas conjecturas apenas posso apresentar as minhas. Como ambas já foram apresentadas, fica aqui a nossa opinião divergindo, certo? Eu achando que o F-22 tem vantagens enormes no cenário BVR, você não, eu achando que ele teria mísseis superiores em cenário IR e você não. Não é justo comparar os aviões com armamentos iguais, pois muitas vezes eles são projetados levando em conta os armamentos a serem utilizados, não? E também não acho o TVC vantagem tão grande assim, visto que ambos contam com ele, e que o corpo humano continua amarrado à limitação dos 9g. Tanto que o TVC dos Raptor nem funciona acima de 400 nós. Então cada piloto tentaria levar o oponente para sua arena, o Su-35 tentaria levar o Raptor a voar perto e devagar, mais provavelmente até lá já vai ser uma bola de fogo :twisted: . Claro que você não pensa assim :wink:

A grande verdade Rodrigo, é que sempre se criou uma mística e uma aura sobre os novos caças americanos entrando em serviço, que são aeronaves imbatíveis, insuperáveis , mas a grande verdade, ao que parece isto fica claro com o Raptor, é que nem sempre é assim.

No começo dos anos 60, os americanos criaram uma família de super caças , imbatíveis em sua época, eram o F-102, F-106 e as versões iniciais do F-4 Phantom , isto mudou quando eles enfrentaram os ágeis Migs no céus do Vietnã, passaram por maus bocados, será que não estamos vendo algo parecido ???

É bom lembrar que boa parte da mídia, graças a um bom patrocínio, gosta de enaltecer produtos de operacionalidade duvidosa, lembre-se do Mirage 2000 por aki no FX e lá fora, não é muito diferente, alías, pelo contrário..


Se estamos vendo a mesma história? Como antes, eu acho que não, você parece achar que sim. :lol: Concordo que existe muita propaganda na venda de material bélico, mais você já reparou que sempre tendem a acreditar na propaganda do material russo? O que você tem a dizer sobre isso?

Redução de um pedido de 700 p/ 300 aeronaves não deve-se somente a custos, cito o exemplo do B-1B Lancer que era previsto p/ ser o substituto do B-52 e após anos de desenvolvimento, viu-se que ele era inferior sob vários aspectos aos BUFFS.

Talvez deva-se também à mudança de prioridades da USAF, já que o F-22 teve boa parte de seu desenvolvimento ainda na guerra fria. Já o B-52 é um caso à parte, ele resistiu a todas as tentativas de tirá-lo da ativa, hehe principalmente com o advento dos mísseis cruise. Isso sim foi o que deu uma boa sobrevida ao B-52.

Pelo visto, o pessoal do Pentágono aposta muito no F/A-35 , eu tbm vejo sim neste caça, uma aeronave de grande potencial, tanto é que os russos pensam em desenvolver caças p/ combate-lo e não ao Raptor.

O F-35 é realmente muito mais racional, pois é um caça bem mais barato, "globalizado" e mais polivalente.




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#10 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qua Mai 07, 2003 12:17 am

Será mesmo que o F/A-22 é tudo isso que dizem? Até agora ele não disse a que veio. O programa está tão enrolado que eu não me surpreenderei se no final das contas acabe sendo um fracasso. Não digo um fracasso total mas pelo menos parcial, com o avião saindo pior do que o esperado.




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#11 Mensagem por LEO » Sáb Mai 10, 2003 7:48 pm

Não sei se o F/A-22 pode chegar a ser um fracasso, mas pode ficar abaixo do esperado, o EUA querem cerca de 450-500 F/A-22, um número realmente ambicioso. Com essa demora, além do avião poder ficar abaixo do esperado e ainda com altissimos custo tanto de aquisição quanto de manutenção. Lembrando que o projeto começou nos anos 80.

Pode ser (e acredito que será) um gasto desnecessario, já que este seria como um caça, voaria a cerca de Mach 1.9, teria armamentos como AIM-9X, AIM-120, JDAM, GBU, assim como qualquer outro caça americano, só tendo a excessão de ter capacidade de levar armas nucleares.

Segundo uma noticia, 6 Raptors custaram US$1.3 bilhoes, para o Tio Sam, dinheiro não é problema...

Só queria ver o que o EUA iriam fazer se descobrirem que seus "imbativeis" F/A-22 podiam ser localizados nos radares, assim como o F-117...




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#12 Mensagem por VICTOR » Dom Mai 11, 2003 11:04 am

Na minha opinião, com o orçamento que eles têm, os EUA podem se dar ao luxo de gastar tudo isso com o F/A-22. O fato é que eles não querem lutar em igualdade de condições com ninguém, e vão conseguir, a superioridade aérea vai ser total:
- aproximar-se rápido (muito rápido, supercruise, talvez M1,5)
- sem ser detectado (ainda não se sabe bem, mas é improvável que seja possível fazer um lock-on de radar nele, então ar-ar esqueça)
- com isso, atirar primeiro sempre, e estar em evasão antes do AMRAAM passar para busca ativa (só nessa hora o oponente deve ficar sabendo de algo, tarde demais).




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#13 Mensagem por Plinio Jr » Ter Mai 13, 2003 12:32 am

Pelo visto Victor, o luxo deles está acabando, a proposta que está indo p/ o Congresso americano é de 180 aeronaves, diferente da proposta original de 900 aeronaves, a grande realidade, é o que venho dizendo, o Raptor no momento é uma grande dor de cabeça dos congressistas americanos e mesmo o fabricante, a Lockheed com toda a sua influência não está conseguindo mudar esta situação..

A aeronave não está rendendo o esperado , além se seu custo estratosférico, dificilmente conseguirão exportá-lo, o que não é interessante, pois as produções americanas no momento voltam-se a isto, geração de renda e de empregos, e mesmo países ricos tradicionais compradores de produtos americanos , como Arábia Saudita e Japão, já manifestaram interesses em fornecedores alternativos, os sauditas já estam cotando o Typhoon 2000.

A verdade é que pelo visto, não passa de um grande elefante branco..

Um grande abraço

plinio




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#14 Mensagem por VICTOR » Ter Mai 13, 2003 1:56 pm

Beleza Plínio! :)

É verdade que tem havido protestos no Congresso, mas eles em geral vêm do lado Democrata/esquerda/pacifista, que chia sobre qualquer projeto. Pelo menos nos debates que eu li, o protesto não tinha sido pelo F/A-22 ser exatamente ruim:
- não haveria uma ameaça à altura que justificasse tanto dinheiro investido (fim da G. Fria)
- existe uma necessidade maior de bomb-trucks tipo A-6, A-7 e F-111, do que de caças de superioridae aérea, porque os bomb-trucks de hoje (F/A-18 e F-117) são limitados em capacidade total, sobrecarregando os F-15E (e gerando cenas insólitas como o F-14 com LANTIRN e LGB).

E para piorar, o F-35 parece ter ficado melhor que a encomenda, como seu irmão mais velho F-16.

grande abraço! :)




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#15 Mensagem por Plinio Jr » Ter Mai 13, 2003 3:35 pm

É verdade Victor, o conceito do F/A-22 foi da época da Guerra Fria, mesmo a aeronave tendo voado somente em 1994, mas tantos os congressistas, qto os analistas militares concordam que a realidade do momento é totalmente diferente daquilo que previam ná época que o caça foi concebido...

O mesmo problema ocorreu com os bombardeiros B-1 e B-2, muita sofisticação p/ ameaças que não iriam exigir tanto, aeronaves extremamente caras tanto p/ aquisição , qto de manutenção. As derrubadas dos F-117s e F-16 em Kosovo por sistemas antiquados, acabou acendendo o alarme no comando americano, e o projeto mais recente, e caro , em vista , seria o Raptor ... e p/ ajudar, o desenvolvimento do mesmo está com seu conograma atrasado e o avião não corresponde as exigências deles, taí o motivo da pequena quantidade que será adquirida.... o mesmo fenômeno que ocorreu com o F-117 e o B-2.... e os cortes não param por aí, o RAH-66 Comanche deve ter o mesmo problema....

Blz..

Abraços

Plinio




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