A casa está caindo
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Arnaldo Jabor
Dirceu e Jefferson salvaram o Brasil
Ontem falei com Nelson Rodrigues num velho telefone preto que ele atende lá no céu, entre nuvens de algodão e estrelas de purpurina. Ele riu no telefone:
— Você só me liga quando está em crise? A crise é tua ou do país?
— Nelson, eu sou parte dos detritos da nação...
— Não faz frase, rapaz, olha a pose... Esta crise é maravilhosa, os brasileiros deviam se agachar no meio-fio e beber dessa sagrada lama. Ali está a salvação. O Brasil está assumindo a própria miséria, a própria lepra. Finalmente, os marxistas de galinheiro estão mostrando a cara, rapaz. Eles fazem parte da legião de cretinos fundamentais que infestam o país. Os cretinos fundamentais se escondem sob a capa da revolução, dos títulos acadêmicos, das togas de juízes, da faixa de presidente. Antigamente o cretino se escondia pelos cantos, envergonhado da própria sombra; hoje, se você subir num caixotinho de querosene Jacaré e falar “meu povo”, os cretinos formam uma multidão de Fla x Flu. Você pegue o Prestes, por exemplo; ele só fez errar na vida. Tudo que ele quis deu zebra, de 35 até o fim... No entanto, quem falar mal do Prestes provoca arrancos de cachorro atropelado no ouvinte: “Não admito, ouviu?!” Esta crise é boa porque revela a burrice da velha esquerda. Durante 25 anos organizaram um partido operário e chamaram os intelectuais que fizeram um carnaval danado, transformando o Lula num Padim Ciço. Mas, quando chegaram ao poder, debaixo de papel picado, resolveram se suicidar como as virgens do meu tempo: ateando fogo às vestes. Daí, a verdade inapelável e brutal: o comunista odeia o poder! Eles erram sempre, de propósito, para esconder a incompetência sob o pretexto do fracasso. Para eles, o fracasso enobrece e oculta a burrice. E em seu martírio, eles berram, orgulhosos como cristãos comidos pelos leões em filme de Cecil B. de Mille: “Fracassei em nome do povo!”
— Mas... Nelson... o proletariado sob o capitalismo...
— Pára com isso, rapaz; o homem é capitalista... Existe mercado desde o tempo dos macacos disputando minhocas no buraco. Só os cegos acreditam na utopia e só os profetas enxergam o óbvio. O óbvio é um Pão de Açúcar que ninguém vê. E o óbvio é que os petistas queriam fazer a revolução debaixo das pernas do Lula. Mas foram mexer com a única coisa que não podiam: com o canalha brasileiro. O canalha é um patrimônio da nacionalidade. Desde Tomé de Souza que roubam sem parar. Pois os canalhas estavam quietos, metendo as mãos nas cumbucas do Estado, quando de repente apareceu-lhes o Zé Dirceu, achando que ia passar-lhes o conto-do-vigário. Os canalhas olharam maravilhados a burrice lívida do Dirceu e sacaram na hora: “É tudo mané!..” Dirceu lhes esfregava milhões de reais na cara e eles piscavam cinicamente uns para os outros e diziam, contritos: “Perfeitamente, camarada Dirceu.”
— Você acha o quê do Dirceu?
— Ele me fascina. Eu o conheci em 67, por aí... Ele vivia atracado em postes, como vira-latas... Explico: o Dirceu não podia ver um poste que ele trepava em cima e escrachava o capitalismo. Você sabe que os comunas tratam o capitalismo como uma pessoa: “Hoje o capitalismo acordou de mau humor, o capitalismo tem de morrer!!!” Bem, como eu ia dizendo, o Dirceu vivia trepado em postes, falando da utopia, que ninguém sabia quem era. Alguns sujeitos rosnavam: “Quem é essa tal de utopia? É mulher dele?” Pois um dia o nosso Dirceu encontrou o Lula. Foi uma festa. O Lula era o robô perfeito para o Dirceu: operário, foice e martelo, barba, ignorante e sem dedo — tinha tudo para se tornar um símbolo de santidade, um messias da USP, onde as professoras se estapearam para pegar um autógrafo do proletário. Dirceu doutrinou o Lula, criaram o PT, até que Lula chegou ao poder. Aí apareceu o Dirceu “Ricardo III” — o verdadeiro — que esfregou as mãos: “Oba! Deixa comigo!!!” E jogou o Lula para córner. O Lula achou ótimo porque estava em fremente lua-de-mel consigo mesmo, segredando para D. Marisa: “Ei, mãezinha, quem diria, nós aqui, hein...?” E nem ligava: “Deixa que o Dirceu resolve!” E ia beijar rainhas e reis, lambido pelos grã-finos internacionais.
Foi aí que surgiu o canalha, ou melhor, o ex-canalha, porque o Jefferson entrou em cena como um Falstaff ao contrário, denunciando o comandante da revolução corrupta. O Jefferson e o Dirceu são a essência do teatro: protagonista e antagonista. Jefferson saiu da mentira para a verdade e o Dirceu da verdade para a mentira. A maior peça do teatro brasileiro foi o duelo dos dois na Câmara. O país parou como no Brasil x Uruguai.
Um é o espelho invertido do outro. Os dois juntos levantaram a cortina do erro brasileiro, um traçando o diagrama do sistema do atraso e o leninista fazendo a caricatura desse ridículo sonho revolucionário do qual o Brasil tem de acordar, para fazer a verdadeira revolução americana de que Sérgio Buarque falava. O Jefferson, que tinha passado a vida escondido na própria gordura, esgueirando-se por estatais e fundos de pensão, descobriu a deliciosa euforia da verdade. Ninguém é mais feliz que o Jefferson, tendo orgasmos de denúncias didáticas para o país, abrindo o alçapão de ratos. E ninguém é mais feliz também que Dirceu, finalmente livre de sua revolução fracassada, finalmente no ansiado martírio, o único sossego dos paranóicos.
O óbvio ululante é que eles não devem ser tratados como canalhas. Os brasileiros deviam ajoelhar-se e beijar suas mãos, pois Jefferson fez o maior tratado de sociologia da vida nacional e Dirceu fez uma revolução ao avesso — queria um socialismo stalinista e acabou fortalecendo a democracia.
Um dia terão uma estátua em bronze — os dois sob os braços ternos de uma grande deusa nua: a República celebrando seus heróis. Rapaz, isso é o óbvio: Dirceu e Jefferson salvaram o Brasil!” E desligou.
http://txt.estado.com.br/colunistas/jabor.html
Dirceu e Jefferson salvaram o Brasil
Ontem falei com Nelson Rodrigues num velho telefone preto que ele atende lá no céu, entre nuvens de algodão e estrelas de purpurina. Ele riu no telefone:
— Você só me liga quando está em crise? A crise é tua ou do país?
— Nelson, eu sou parte dos detritos da nação...
— Não faz frase, rapaz, olha a pose... Esta crise é maravilhosa, os brasileiros deviam se agachar no meio-fio e beber dessa sagrada lama. Ali está a salvação. O Brasil está assumindo a própria miséria, a própria lepra. Finalmente, os marxistas de galinheiro estão mostrando a cara, rapaz. Eles fazem parte da legião de cretinos fundamentais que infestam o país. Os cretinos fundamentais se escondem sob a capa da revolução, dos títulos acadêmicos, das togas de juízes, da faixa de presidente. Antigamente o cretino se escondia pelos cantos, envergonhado da própria sombra; hoje, se você subir num caixotinho de querosene Jacaré e falar “meu povo”, os cretinos formam uma multidão de Fla x Flu. Você pegue o Prestes, por exemplo; ele só fez errar na vida. Tudo que ele quis deu zebra, de 35 até o fim... No entanto, quem falar mal do Prestes provoca arrancos de cachorro atropelado no ouvinte: “Não admito, ouviu?!” Esta crise é boa porque revela a burrice da velha esquerda. Durante 25 anos organizaram um partido operário e chamaram os intelectuais que fizeram um carnaval danado, transformando o Lula num Padim Ciço. Mas, quando chegaram ao poder, debaixo de papel picado, resolveram se suicidar como as virgens do meu tempo: ateando fogo às vestes. Daí, a verdade inapelável e brutal: o comunista odeia o poder! Eles erram sempre, de propósito, para esconder a incompetência sob o pretexto do fracasso. Para eles, o fracasso enobrece e oculta a burrice. E em seu martírio, eles berram, orgulhosos como cristãos comidos pelos leões em filme de Cecil B. de Mille: “Fracassei em nome do povo!”
— Mas... Nelson... o proletariado sob o capitalismo...
— Pára com isso, rapaz; o homem é capitalista... Existe mercado desde o tempo dos macacos disputando minhocas no buraco. Só os cegos acreditam na utopia e só os profetas enxergam o óbvio. O óbvio é um Pão de Açúcar que ninguém vê. E o óbvio é que os petistas queriam fazer a revolução debaixo das pernas do Lula. Mas foram mexer com a única coisa que não podiam: com o canalha brasileiro. O canalha é um patrimônio da nacionalidade. Desde Tomé de Souza que roubam sem parar. Pois os canalhas estavam quietos, metendo as mãos nas cumbucas do Estado, quando de repente apareceu-lhes o Zé Dirceu, achando que ia passar-lhes o conto-do-vigário. Os canalhas olharam maravilhados a burrice lívida do Dirceu e sacaram na hora: “É tudo mané!..” Dirceu lhes esfregava milhões de reais na cara e eles piscavam cinicamente uns para os outros e diziam, contritos: “Perfeitamente, camarada Dirceu.”
— Você acha o quê do Dirceu?
— Ele me fascina. Eu o conheci em 67, por aí... Ele vivia atracado em postes, como vira-latas... Explico: o Dirceu não podia ver um poste que ele trepava em cima e escrachava o capitalismo. Você sabe que os comunas tratam o capitalismo como uma pessoa: “Hoje o capitalismo acordou de mau humor, o capitalismo tem de morrer!!!” Bem, como eu ia dizendo, o Dirceu vivia trepado em postes, falando da utopia, que ninguém sabia quem era. Alguns sujeitos rosnavam: “Quem é essa tal de utopia? É mulher dele?” Pois um dia o nosso Dirceu encontrou o Lula. Foi uma festa. O Lula era o robô perfeito para o Dirceu: operário, foice e martelo, barba, ignorante e sem dedo — tinha tudo para se tornar um símbolo de santidade, um messias da USP, onde as professoras se estapearam para pegar um autógrafo do proletário. Dirceu doutrinou o Lula, criaram o PT, até que Lula chegou ao poder. Aí apareceu o Dirceu “Ricardo III” — o verdadeiro — que esfregou as mãos: “Oba! Deixa comigo!!!” E jogou o Lula para córner. O Lula achou ótimo porque estava em fremente lua-de-mel consigo mesmo, segredando para D. Marisa: “Ei, mãezinha, quem diria, nós aqui, hein...?” E nem ligava: “Deixa que o Dirceu resolve!” E ia beijar rainhas e reis, lambido pelos grã-finos internacionais.
Foi aí que surgiu o canalha, ou melhor, o ex-canalha, porque o Jefferson entrou em cena como um Falstaff ao contrário, denunciando o comandante da revolução corrupta. O Jefferson e o Dirceu são a essência do teatro: protagonista e antagonista. Jefferson saiu da mentira para a verdade e o Dirceu da verdade para a mentira. A maior peça do teatro brasileiro foi o duelo dos dois na Câmara. O país parou como no Brasil x Uruguai.
Um é o espelho invertido do outro. Os dois juntos levantaram a cortina do erro brasileiro, um traçando o diagrama do sistema do atraso e o leninista fazendo a caricatura desse ridículo sonho revolucionário do qual o Brasil tem de acordar, para fazer a verdadeira revolução americana de que Sérgio Buarque falava. O Jefferson, que tinha passado a vida escondido na própria gordura, esgueirando-se por estatais e fundos de pensão, descobriu a deliciosa euforia da verdade. Ninguém é mais feliz que o Jefferson, tendo orgasmos de denúncias didáticas para o país, abrindo o alçapão de ratos. E ninguém é mais feliz também que Dirceu, finalmente livre de sua revolução fracassada, finalmente no ansiado martírio, o único sossego dos paranóicos.
O óbvio ululante é que eles não devem ser tratados como canalhas. Os brasileiros deviam ajoelhar-se e beijar suas mãos, pois Jefferson fez o maior tratado de sociologia da vida nacional e Dirceu fez uma revolução ao avesso — queria um socialismo stalinista e acabou fortalecendo a democracia.
Um dia terão uma estátua em bronze — os dois sob os braços ternos de uma grande deusa nua: a República celebrando seus heróis. Rapaz, isso é o óbvio: Dirceu e Jefferson salvaram o Brasil!” E desligou.
http://txt.estado.com.br/colunistas/jabor.html
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
Brasil: Presidente da Câmara dos Deputados deve renunciar ao mandato até terça
fonte lusa
http://www.lusa.pt
São Paulo, Brasil, 17 Set
O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, deverá renunciar ao seu mandato até terça-feira, na sequência de seu envolvimento no escândalo de corrupção que abala o Brasil.
A situação política de Severino Cavalcanti ficou "insustentável", segundo a imprensa brasileira, depois de um empresário ter apresentado um cheque de 7.500 reais (2.678 euros) pago à secretária do presidente da Câmara dos Deputados.
Sebastião Buani afirmou que o cheque foi usado como pagamento de uma parcela do dinheiro exigido por Severino Cavalcanti em troca da renovação do contrato de um restaurante que o empresário explorava na Câmara dos Deputados.
A imprensa brasileira tem denominado o escândalo que envolve Severino Cavalcanti como "mensalinho" porque o valor do suborno é quatro vezes menor do que o movimentado por outro esquema de corrupção.
No esquema do "mensalão", pelo menos 18 deputados terão receberido dinheiro de um saco "saco azul" do Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para apoiarem propostas do governo.
Dois deputados já renunciaram aos seus mandatos e um terceiro, Roberto Jefferson, o autor das denúncias do "mensalão", viu o seu mandato ser anulado pela Câmara dos Deputados na quarta- feira.
O parlamentar que renuncia ao seu mandato não perde os direitos políticos por oito anos - pena prevista no caso da anulação do mandato - e pode voltar a concorrer nas eleições legislativas de 2006.
O escândalo de corrupção política no Brasil iniciou-se a 14 de Maio com a revelação de uma gravação de vídeo onde um então director dos Correios recebia três mil reais (mil euros) para favorecer uma empresa privada.
O director reconhecia na gravação que agia a mando do então presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson, aliado político do presidente Lula da Silva.
Pressionado, o deputado Roberto Jefferson revelou mais tarde um esquema de pagamento de uma verba mensal do PT para compra de apoio de parlamentares no Congresso, o chamado "mensalão".
Duas comissões especiais foram criadas no Parlamento brasileiro para investigar as denúncias e acabou por revelar a existência de um "saco azul" do PT.
O escândalo já levou à demissão de diversos dirigentes de empresas estatais e também de toda a antiga direcção do PT, e obrigou igualmente o presidente Lula da Silva a promover uma ampla reformulação governamental, com a troca de dez ministros.
O dinheiro do "saco azul" do PT era obtido pelas empresas do publicitário Marcos Valério, através de empréstimos junto a bancos privados, e depois transferidos para políticos indicados pela antiga direcção do PT.
As empresas do publicitário ofereciam contratos com as empresas públicas, nomeadamente Banco do Brasil, Correios e Eletronorte (energia), como garantias para obtenção desses empréstimos bancários.
As investigações das duas comissões especiais já revelaram que o "saco azul" do PT movimentou cerca de 56 milhões de reais (19,7 milhões de euros), nos últimos dois anos.
As investigações revelaram igualmente que o PT está em situação de falência com dívidas que ascendem a 160 milhões de reais (56 milhões de euros).
As dívidas teriam sido contraídas por gastos excessivos em campanhas eleitorais, aquisição de imóveis, passagens aéreas, realização de eventos e até aluguer de jactos e helicópteros para os antigos dirigentes.
As investigações revelaram por fim que os bancos privados, que concederam empréstimos ao "saco azul" do PT, foram favorecidos mais tarde por decisões tomadas pelo governo do presidente Lula da Silva.
Pelo menos dois bancos - o Rural e o BMG - receberam cerca de 600 milhões de reais (218 milhões de euros) em depósitos dos fundos de investimentos de empresas estatais, nomeadamente da Petrobras, Banco do Brasil, Correios e Eletrobras.
O lucro do BMG, por exemplo, ascendeu de 85 milhões de reais (30 milhões de euros), em 2002, antes da posse de Lula da Silva, para 275 milhões de reais (96 milhões de euros), no ano passado.
fonte lusa
http://www.lusa.pt
São Paulo, Brasil, 17 Set
O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, deverá renunciar ao seu mandato até terça-feira, na sequência de seu envolvimento no escândalo de corrupção que abala o Brasil.
A situação política de Severino Cavalcanti ficou "insustentável", segundo a imprensa brasileira, depois de um empresário ter apresentado um cheque de 7.500 reais (2.678 euros) pago à secretária do presidente da Câmara dos Deputados.
Sebastião Buani afirmou que o cheque foi usado como pagamento de uma parcela do dinheiro exigido por Severino Cavalcanti em troca da renovação do contrato de um restaurante que o empresário explorava na Câmara dos Deputados.
A imprensa brasileira tem denominado o escândalo que envolve Severino Cavalcanti como "mensalinho" porque o valor do suborno é quatro vezes menor do que o movimentado por outro esquema de corrupção.
No esquema do "mensalão", pelo menos 18 deputados terão receberido dinheiro de um saco "saco azul" do Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para apoiarem propostas do governo.
Dois deputados já renunciaram aos seus mandatos e um terceiro, Roberto Jefferson, o autor das denúncias do "mensalão", viu o seu mandato ser anulado pela Câmara dos Deputados na quarta- feira.
O parlamentar que renuncia ao seu mandato não perde os direitos políticos por oito anos - pena prevista no caso da anulação do mandato - e pode voltar a concorrer nas eleições legislativas de 2006.
O escândalo de corrupção política no Brasil iniciou-se a 14 de Maio com a revelação de uma gravação de vídeo onde um então director dos Correios recebia três mil reais (mil euros) para favorecer uma empresa privada.
O director reconhecia na gravação que agia a mando do então presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson, aliado político do presidente Lula da Silva.
Pressionado, o deputado Roberto Jefferson revelou mais tarde um esquema de pagamento de uma verba mensal do PT para compra de apoio de parlamentares no Congresso, o chamado "mensalão".
Duas comissões especiais foram criadas no Parlamento brasileiro para investigar as denúncias e acabou por revelar a existência de um "saco azul" do PT.
O escândalo já levou à demissão de diversos dirigentes de empresas estatais e também de toda a antiga direcção do PT, e obrigou igualmente o presidente Lula da Silva a promover uma ampla reformulação governamental, com a troca de dez ministros.
O dinheiro do "saco azul" do PT era obtido pelas empresas do publicitário Marcos Valério, através de empréstimos junto a bancos privados, e depois transferidos para políticos indicados pela antiga direcção do PT.
As empresas do publicitário ofereciam contratos com as empresas públicas, nomeadamente Banco do Brasil, Correios e Eletronorte (energia), como garantias para obtenção desses empréstimos bancários.
As investigações das duas comissões especiais já revelaram que o "saco azul" do PT movimentou cerca de 56 milhões de reais (19,7 milhões de euros), nos últimos dois anos.
As investigações revelaram igualmente que o PT está em situação de falência com dívidas que ascendem a 160 milhões de reais (56 milhões de euros).
As dívidas teriam sido contraídas por gastos excessivos em campanhas eleitorais, aquisição de imóveis, passagens aéreas, realização de eventos e até aluguer de jactos e helicópteros para os antigos dirigentes.
As investigações revelaram por fim que os bancos privados, que concederam empréstimos ao "saco azul" do PT, foram favorecidos mais tarde por decisões tomadas pelo governo do presidente Lula da Silva.
Pelo menos dois bancos - o Rural e o BMG - receberam cerca de 600 milhões de reais (218 milhões de euros) em depósitos dos fundos de investimentos de empresas estatais, nomeadamente da Petrobras, Banco do Brasil, Correios e Eletrobras.
O lucro do BMG, por exemplo, ascendeu de 85 milhões de reais (30 milhões de euros), em 2002, antes da posse de Lula da Silva, para 275 milhões de reais (96 milhões de euros), no ano passado.
- Guilherme
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“Rato magro!”
por Carlos Reis em 16 de setembro de 2005
Resumo: Dane-se o dedo no olho, o golpe baixo, a casca de banana! Os petistas que se queixem da traição do Jefferson ao bispo Fidel, ao papa Chávez, ao raio que os parta!
© 2005 MidiaSemMascara.org
Bob Jefferson é um traidor? Talvez seja, mas certamente do PT. E todo traidor do PT tem a minha admiração, traidor ou não. Nem mil artigos como os nossos fizeram tanto pelo Brasil quanto duas ou três horas de Jefferson na TV, no parlamento, nas CPIs. Nunca alguém falou tão mal do PT para uma platéia de milhões de brasileiros! Eu sou grato a Jefferson. Sem ele o PT continuaria a sua carreira de crimes, Lula se reelegeria, Dirceu continuaria ministro, Valério continuaria a transportar dólares para os bolsos petistas, etc., etc., etc.
Como é bom ver o PT se ferrar! Como é bom ver o PT perder o respeito da maioria do povo brasileiro. Como é bom ver o Lula cair nas pesquisas. Como é bom ver dólares nas cuecas petistas. Como é bom ver o Gushiken depondo; o Genoino enfrentando o coronel Lício Maciel e depois enfiando o rabo entre as pernas; o Delúbio drogado ante as câmeras; o Duda suando frio, chorando, tremendo, respondendo na Polícia Federal. O Palloci mentindo na CPI, o Gilberto Carvalho desmentindo que teve tudo a ver com assassinato do Celso Daniel, etc., etc., etc.
Graças ao católico Jefferson, bendito traidor!
Como foi bom ouvi-lo da tribuna da cassação chamar o PT de rato magro, rato magro! Que nunca comeu mel, e quando comeu se lambuzou! Como foi bom ouvi-lo dizer que o Lula é preguiçoso, malandro, que só gosta de viajar de avião. Como foi bom ouvir todas aquelas coisas que nós nos esforçamos, nesses anos todos, sem êxito, para fazer chegar ao conhecimento do povo brasileiro.
Dane-se a traição pela traição! Deixem para o PT a ira do traído! Vejam como ficaram irados! Como se vingaram com discursos e votos! Sintam-se como um petista se sente hoje em dia: que tal?
Eu o cassaria, entretanto, porque foi réu confesso, porque foi partícipe do roubo, porque foi ajudante do esquema corruptor, mas jamais lhe negaria meu agradecimento pelo resultado da ação. Sou pragmático porque a hora é de pragmatismo, de luta; é hora do bom combate e até do mau combate.
Dane-se o dedo no olho, o golpe baixo, a casca de banana! Os petistas que se queixem da traição do Jefferson ao bispo Fidel, ao papa Chávez, ao raio que os parta!
Afinal, o que querem de um político? Que ele diga que o Brasil é um país socialista? Que eles vão acabar com isso? Ora, esperem sentados! Não há nada a esperar dessa classe política ou de qualquer outra classe! Pensamento estratégico é imperdoável em um Igreja, mas fundamental na arena política. Atirem para lá, não para dentro da trincheira! Atirem na Heloisa Helena, graças ao Jefferson!
Carlos Alberto Reis Lima é médico e formado em História e Ciência Política na UFRGS em nível de Mestrado.
http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=4101
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O DJ Tiësto é um dos melhores DJs do mundo, ele cobra 30 mil dólares por apresentação. Dêem uma olhada no site dele, e vejam onde ele vai se apresentar no dia 11/10:
http://www.tiesto.hu/fellepesek.php
Quem será que vai pagar a conta? Seria uma segunda edição das "Férias dos Amigos do Filho do Lula"?
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Quem será que vai pagar a conta? Seria uma segunda edição das "Férias dos Amigos do Filho do Lula"?
- Vinicius Pimenta
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- rodrigo
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O preço do silêncio
O repórter Kennedy Alencar revela na Folha de S.Paulo (para assinantes) desta sexta-feira: Marcos Valério e Delúbio Soares estão chantageando o governo e o PT. Querem dinheiro. Do contrário, podem abrir o bico. Revelariam “fatos novos” que agravariam a crise.
Valério reclama o pagamento de pelo menos parte dos empréstimos que diz ter feito a Delúbio. Chegou mesmo a estipular o preço do seu silêncio: R$ 20 milhões. Quanto a Delúbio, foi parcialmente atendido.
O PT, que lavara as mãos em relação à defesa pessoal de seu ex-tesoureiro, topou pagar as despesas que vem tendo com advogados. Delúbio, porém, quer mais. Pede ajuda financeira que assegure a sobrevivência de sua família.
O problema não está propriamente na chantagem. Delúbio e Valério já deixaram claro do que são capazes. O tamanho da encrenca será medida pela reação do chantageado.
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com ... 10045644-0
O repórter Kennedy Alencar revela na Folha de S.Paulo (para assinantes) desta sexta-feira: Marcos Valério e Delúbio Soares estão chantageando o governo e o PT. Querem dinheiro. Do contrário, podem abrir o bico. Revelariam “fatos novos” que agravariam a crise.
Valério reclama o pagamento de pelo menos parte dos empréstimos que diz ter feito a Delúbio. Chegou mesmo a estipular o preço do seu silêncio: R$ 20 milhões. Quanto a Delúbio, foi parcialmente atendido.
O PT, que lavara as mãos em relação à defesa pessoal de seu ex-tesoureiro, topou pagar as despesas que vem tendo com advogados. Delúbio, porém, quer mais. Pede ajuda financeira que assegure a sobrevivência de sua família.
O problema não está propriamente na chantagem. Delúbio e Valério já deixaram claro do que são capazes. O tamanho da encrenca será medida pela reação do chantageado.
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com ... 10045644-0
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa