Fuzil AN94

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
glocked
Júnior
Júnior
Mensagens: 35
Registrado em: Dom Ago 28, 2005 8:09 pm

Fuzil AN94

#1 Mensagem por glocked » Seg Ago 29, 2005 3:21 pm

Depois da mensagem do nosso colega tulio no topico sobre Cortes de Orçamentos, fiquei bem curioso sobre o funcionamento desse recuo dessa arma.
Pra que isso, homem? Tem coisa mais simples... Por exemplo, pega uma espingarda dessas de dois canos, mocha, arruma com um armeiro dos bons para fazer uma montagem com dois canos em, p. ex., 5,56 mm com o mesmo arranjo. Aí, quando os ianques invadirem, mira num e dispara os dois ao mesmo tempo: os projéteis sairão com uma diferença infinitesimal de tempo e impactarão a poucos centímetros um do outro. O ianque usa colete com chapa nível 4, que pode segurar UM projétil: o segundo já vai encontrar a chapa fragilizada e... sai um bodybag!!! Essa filosofia é a do fuzil AN94 que, dada a natural burrice dos que decidem por aqui, certamente será preterido em favor do ridículo MD97 ou outro salvador de vidas ianques. Acrescento que o que 'eles' mais temem são as baixas humanas e não as perdas de equipamentos.



Andei pesquisando sobre esse fuzil, mas como não sei muit bem ingles, não consegui entender bem o funcionamento dos 2 primeiros tiros sem recuo. Gostaria de quem soubesse mais sobre a arma me explicasse.
Imagem

Links que achei:
http://world.guns.ru/assault/as08-e.htm
http://club.guns.ru/eng/abakan.html


Video:
http://club.guns.ru/images/video/an94.rm


Grato




Marechal-do-ar
Sênior
Sênior
Mensagens: 8789
Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
Agradeceram: 419 vezes

#2 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Ago 29, 2005 7:24 pm

Não é dois tiros sem recuo, eles terão recuo lógico, mas como a diferença entre os dois disparos é de apenas 3 centésimos o recuo do primeira não ira prejudicar a mira do segundo.




"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60778
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6406 vezes
Contato:

AN94, the yankee killer

#3 Mensagem por Túlio » Ter Ago 30, 2005 1:59 am

Aí, amigo, muito tri tua iniciativa. Para saberes mais do AN, é só ires ao SISTEMAS DE ARMAS e leres as matérias do Alexandre Beraldi, no item PROGRAMAS DE MODERNIZAÇÃO DE SOLDADOS PARTE 2 - ARMAMENTO.
Abração




glocked
Júnior
Júnior
Mensagens: 35
Registrado em: Dom Ago 28, 2005 8:09 pm

#4 Mensagem por glocked » Ter Ago 30, 2005 12:42 pm

AN-94

Os russos estiveram envolvidos na guerra do Afeganistão de 1979 a 1989, período este em que muita experiência foi ganha, e muitas lições foram aprendidas. As táticas e técnicas de combate foram refinadas para adaptarem-se ao combate moderno, e o armamento foi melhorado. O resultado destas melhorias, no campo do armamento individual para o Infante, foi a criação do Avtomat Nikonova-94, o AN-94, no calibre 5,45x39mm. Enquanto o fuzil AK-74M continua sendo o fuzil padrão da maioria das unidades do exército Russo, a realidade é que o AN-94 já começou a substituí-lo, estando em uso nas unidades de Forças Especiais (Spetsnaz) e junto às tropas do Ministério do Interior, desde o ano de 1994, ano este em que foi inicialmente adotado, sendo que sua versão atual entrou em produção seriada no ano de 1998, na fábrica Izhevsk, que produz as versões modernizadas da conhecida família AK.
Imagem
Fuzil AN-94 com coronha estendida, vista do lado direito. Note a construção toda em polímero.

A busca pelo AN-94 começou nos idos de 1960, com a insatisfação dos soviéticos com o AKM que, apesar de ser extremamente robusto e confiável, era difícil de ser controlado pelos conscritos, principalmente quando disparado em fogo automático semi-visado, método de tiro base da doutrina de emprego daquele exército, em oposição ao tiro intermitente visado da doutrina ocidental. Eles passaram então a buscar um fuzil mais leve, mais controlável e que disparasse uma munição de pequeno calibre, alta velocidade e baixo recuo.

A história da evolução que levou a esta arma é extremamente longa e cheia de reveses, interesses políticos e vaidades (algo como nosso programa FX) mas, como resumo, temos que no final dos anos 70 o exército russo abriu uma competição denominada Abakan, que levaria ao substituto do AK-74, fuzil que estava acabando de entrar em serviço naquele país, sendo que os principais requisitos que a nova arma deveria atingir eram: melhora na eficiência de 150 a 200% em relação ao AK-74, com menos recuo e maior confiabilidade. Qualquer pessoa que já teve a oportunidade de disparar com um AK-74 e é conhecedora da controlabilidade e rusticidade desta arma sabe o quão difícil é atingir tal meta, mas assim o foi.

Imagem
Fuzil AN-94 com coronha estendida, vista ao lado esquerdo. Note o seletor de tiro sobre a empunhadura e logo atrás do gatilho, na posição em que é encontrado no fuzil israelense Galil.

O arma resultante foi um fuzil de mecanismo completamente inovador e sem similar no ocidente, que produz um resultado semelhante ao Heckler & Koch G11: fogo intermitente, fogo automático com uma cadência teórica de 600 disparos por minuto e fogo automático controlado de dois tiros (burst) com uma cadência teórica de 1800 tiros por minuto!

Imagem
Vista do lado direito do fuzil AN-94, com coronha rebatida. Apesar da aparência, ela não interfere com o gatilho.

É justamente neste sistema de funcionamento, chamado de “blow back shifted pulse (BBSP)” ou, tentando traduzir, funcionamento “por recuo com pulso invertido”, que está a mágica do sistema: no modo intermitente e no automático a arma funciona de forma tradicional, como a maioria dos fuzis de assalto, ou seja, a munição é disparada, os gases são desviados por um evento no final do cano, que direciona-os para um pistão, que faz recuar o mecanismo do ferrolho, destrancando-o e levando-o até o final de seu curso, quando então a cápsula é ejetada e, no movimento à frente, uma nova munição é coletada do carregador, entra na câmara e o ferrolho se fecha atrás dela, girando e trancando, ficando pronto para um novo disparo.

Imagem
Fuzil AN-94 desmontado. Note a roldana e o cabo de aço que fazem a “mágica” do sistema. A pequena e achatada peça cinza a que o cabo se prende, próxima da câmara de disparo, é a bandeja que faz a alimentação intermediária. Com toda tecnologia e inovação, o número de peças ainda é extremamente reduzido, próximo ao número que compõe o nosso FAL.

Já no modo de “burst” de dois tiros, a coisa é diferente: ao disparar, todo o mecanismo (ferrolho, caixa de culatra e cano) começa a recuar dentro de uma segunda caixa de culatra, que é a externa. Quando o projétil passa pelo evento, os gases são direcionados para o pistão, que começa a recuar, destravando o ferrolho, que por sua vez extrai a cápsula da câmara. Só que, neste momento, uma bandeja acionada por um cabo de aço conectado ao ferrolho, segue em frente, passa sobre o carregador, coleta e coloca uma nova munição na entrada da câmara, ao mesmo tempo em que a anterior é ejetada. O ferrolho volta à frente e a bandeja para trás, trancando sobre a nova munição, e um novo disparo é feito. Só que, enquanto tudo isso ocorreu (em milésimos de segundo) o mecanismo todo ainda está recuando dentro da caixa de culatra! Após o segundo disparo, o mecanismo chega ao final de seu curso e, sob a força de uma mola recuperadora, volta à posição inicial, enquanto ejeta a cápsula deste segundo disparo e realimenta a câmara com uma nova munição. O resultado é bem simples: os dois projéteis resultantes dos disparos deixam o cano antes do recuo atingir o ombro do atirador, saindo praticamente um atrás do outro, sem desvio algum! É tão rápido que, para quem está olhando e ouvindo, parece que apenas um tiro foi dado. Cabe salientar que, com o seletor de tiro em fogo automático, os dois primeiros disparos são feitos à cadência de 1800 TPM e, do terceiro em diante, à 600 TPM.

Na prática, o agrupamento dos projéteis a uma distância de 100 m pode ser coberto pela palma de uma mão. A vantagem em distâncias maiores é óbvia e comprovada: a probabilidade de acerto em um alvo móvel a 300 m é 200% maior que aquela utilizando um fuzil convencional. Um efeito colateral e benéfico é a maior capacidade de incapacitação do alvo: se este está sem colete balístico o poder de parada é o dobro, pois dois projéteis atingem o alvo de forma quase simultânea.

Imagem
Fuzil AN-94 com lançador de granadas de 40mm GP-25 acoplado sob o cano.

Se o alvo está usando uma veste com placa de cerâmica, capaz de deter munição de fuzis, ainda assim pode ser colocado fora de combate em distâncias de até aproximadamente 100m. Explico: ao impactar no colete balístico, o primeiro projétil fragmenta uma porção da placa cerâmica, sendo seus resíduos e os da placa detidos pela camada de Kevlar ou material similar que compõe a parte flexível do colete. Mas, na seqüência, quando o tecido balístico da veste ainda está sob o efeito de “cama elástica” detendo os fragmentos do primeiro impacto, o segundo projétil impacta numa porção já fragilizada da placa de cerâmica, por vir quase que imediatamente atrás do primeiro, passando praticamente ileso por esta, atingindo o tecido balístico em uma situação de estresse máximo do material que, por si só, não é capaz de detê-lo, resultando na fácil perfuração da veste e na incapacitação do combatente.


A parte de todas estas inovações em termos de sistema de funcionamento, o fuzil é relativamente convencional: é construído com toda sua estrutura principal e guarnições em polímero, ao passo que o mecanismo, cano e peças menores são feitos em aço. Utiliza um sistema de trancamento por ferrolho rotativo e configuração dita convencional, com carregador na frente do grupo do gatilho e coronha dobrável. Possui miras mecânicas, com alça de mira em formato de asterisco, com posições para 200-300, 400, 500, 600 e 700m, e massa de mira regulável na vertical e horizontal para “zerar” a arma. A posição de 200-300m da alça, bem como a massa de mira, possuem cápsulas de trítio para permitir o enquadramento de miras à noite ou em condições de baixa visibilidade.

Imagem
Vista do fuzil AN-94 com um visor intensificador de luz residual dotado de trilho de adaptação integral, e mais uma série de acessórios.

Além dos tradicionais bandoleira, reforçador de tiro de festim e baioneta, esta última com a peculiaridade de ser afixada na lateral da peça que funciona como quebra-chamas e compensador de tiro, a fim de evitar a interferência com o uso do lançador de granadas acoplado sob o cano, outros acessórios que podem ser adaptados à arma são: visores noturnos, miras de ponto vermelho, lunetas e miras laser, todos acoplados ao trilho universal existente na lateral esquerda da arma, que permite por várias vezes a afixação e remoção dos equipamentos óticos, sem que seja necessário ajustá-los novamente à arma.

Imagem
Vista da alça de mira em formato de asterisco. Os dois buracos na parte superior de uma das aletas são destinados à inserção das cápsulas de trítio para tiro noturno. É justamente esta aleta a da posição de 200-300m. Note que a arma esta ajustada para disparo a 400m, como denota o nº 4 que está gravado na aleta do asterisco que se encontra em posição de uso.

Imagem
Vista do compensador e quebra-chamas do fuzil. Observe, logo atrás do mesmo, o trilho por onde corre o cano quando este recua juntamente com todo o mecanismo da arma. O resultado é a completa ausência de recuo, mesmo em fogo totalmente automático. De fato, a arma atira como uma carabina calibre .22 LR. Note também as duas elevações sobre a proteção da massa de mira, nas quais são inseridas as cápsulas de trítio. O botão arredondado, na lateral da estrutura, é para a regulagem horizontal da massa de mira, e o engate em forma de “T”, logo abaixo, é para a fixação da baioneta.

Um outro acessório interessante é o novo carregador para 60 cartuchos: ele é, à primeira vista, completamente convencional, com o mesmo formato, curvatura e comprimento que o carregador padrão de 30 cartuchos, mas sua espessura é 50% maior pois, ao invés de ser bifilar, ele é quadrifilar.

Imagem
Fuzil AN-94 com lançador de granadas e baioneta acoplados. Note como a baioneta, afixada horizontalmente na lateral do cano, não interfere com o lançador de granadas.

O desenvolvimento desta arma continua: já está em testes uma versão em calibre 6mm, mais potente, para substituir a atual munição 5,45x39mm 5N7 atualmente em uso nas Forças Armadas Russas, bem como as versões encurtada, para uso por guarnições de viaturas e tropas especiais, e metralhadora leve, para apoio de fogo dos escalões do grupo de combate.

Imagem
Outra engenhosidade da arma: o seletor de tiro é acionado pelo polegar, tendo as posições intermitente (1), burst (2) e automático (AB). Já a trava de segurança é um botão independente, sendo acionado pelo dedo indicador: é a peça prateada em formato de semi-círculo, à frente do gatilho. A vantagem tática é que o fuzil pode ser mantido em regime de fogo automático e ser rapidamente destravado por um leve toque do indicador, sem a necessidade de fazer aquela enorme volta de 180º no seletor de tiro, característica de nossos FAL e MD-97. O resultado é a maior rapidez numa eventual reação à emboscada em meio à selva, onde o único remédio imediato é retornar o maior volume de fogo possível.

Imagem
Esta foto, de uma submetralhadora italiana SPECTRE M4, foi inserida apenas para ilustrar como é o design de um carregador quadrifilar. Note que inicialmente ele é bifilar, tornando-se quadrifilar após alguns centímetros. Este espaço inicial em que ele é mais estreito que é inserido na arma, como pode ser observado. O carregador do fuzil AN-94 segue exatamente o mesmo princípio. (Foto: http://www.world.guns.ru)


Texto retirado de http://sistemadearmas.sites.uol.com.br/sof/sofber2.html




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60778
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6406 vezes
Contato:

É DEZZZ!!!!!!!!

#5 Mensagem por Túlio » Ter Ago 30, 2005 3:19 pm

É isso aí, amigo Glocked, agora já sabes porque sou tão apaixonado - se dá para falar assim - pelo AN, é uma arma totalmente diferenciada, como viste.
Abração




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60778
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6406 vezes
Contato:

#6 Mensagem por Túlio » Qua Ago 31, 2005 12:50 am

Aí, Glocked, eis um pequeno adendo que explica tudo o que desejo em relação a este sensacional matador de ianques. É da mesma fonte anterior, o Sistema de Armas. Vale ou não a pena???
Conclusão sobre Fuzis de Assalto e o Cenário Brasileiro

Ao observarmos o cenário brasileiro, de total carência de verbas para as Forças Armadas, chegamos à conclusão que a substituição dos Fuzis FAL M964 e PARA-FAL M964 A1 pelos MD97L e MD97LM é um salto qualitativo enorme. De fato, caso incorpore os aperfeiçoamentos sugeridos, o MD97 se torna um fuzil que, em termos puramente práticos, deixa pouco a desejar em relação a um Heckler & Koch G36 ou um XM-8: as vantagens dos dois últimos resumem-se ao menor peso e à maior facilidade de manutenção e conservação, ambos resultantes unicamente do predominante emprego de polímeros na construção destas armas. Com relação a um M-16 A3/A4 ou a um M-4, considero o MD97 superior, devido ao fato de todos usarem os mesmos materiais e princípios construtivos, terem aproximadamente o mesmo peso e os mesmos recursos, o que faz sobressair a vantagem do nosso fuzil, que possui um mais confiável sistema de funcionamento, o qual não lança gases e detritos no interior da caixa de culatra.
Do exposto, temos que, caso o problema seja unicamente substituir o FAL, colocando em serviço um fuzil mais leve, confiável e barato, estamos bem servidos com o MD97, se bem que é possível ainda economizar por volta de US$ 100,00 (cem dólares) por arma, caso optemos pela produção sob licença do fuzil Kalashnikov AK-101, em calibre 5,56x45mm OTAN, no lugar do MD97, e sua versão compacta, o AK-102, no lugar do MD97LM. É uma arma até mais leve, confiável e robusta do que nosso fuzil IMBEL, sendo também mais barato, com preço na faixa de US$ 360,00 para produção sob licença. Só deixa a desejar no quesito ergonomia.
Do ponto de vista puramente econômico, fica claro que a produção do Fuzil de Assalto russo é bem mais vantajosa, na medida em que, num contrato para 150 mil armas, pode-se economizar por volta de 15 milhões de dólares. Torna-se ainda mais atrativo quando chegamos à conclusão que as chances de sucesso comercial, no mercado internacional, do Fuzil de Assalto MD97 são, na melhor das hipóteses, muito próximas de zero. Senão vejamos: a empresa Heckler und Koch abriu, no ano de 2004, uma unidade fabril em território norte-americano, onde produz, entre diversos outros produtos, a família de fuzis G36 e a nova família de fuzis HK416. Esta última trata-se de uma versão melhorada da família M-16 que, ao invés de utilizar o sistema de funcionamento por tomada de gases com ação direta sobre o ferrolho, tradicional da arma estadunidense, passou a utilizar o sistema de funcionamento por tomada de gases com ação sobre êmbolo, idêntico ao do Fuzil de Assalto G36, resolvendo assim o maior, e talvez único, problema da arma inventada por Eugene Stoner. Com isso a empresa oferece dois excelentes Fuzis de Assalto, com uma enorme variedade de versões, sendo que o HK416 pode ser adquirido com cano de 20 polegadas de comprimento, equivalendo ao M-16 A3/A4, com cano de 16 polegadas, equivalendo à versão “Carbine”, com cano de 14,5 polegadas, equivalendo aos M-4 e M-4 A1, e com cano de 10 polegadas, equivalendo à versão “Commando”, muito utilizada pelas Polícias Militar e Civil do Estado do Rio de Janeiro. Estas armas podem ser adquiridas com financiamento do “Foreing Military Sales” (FMS), que propositadamente torna a aquisição extremamente vantajosa, visando desencorajar a produção de armas por parte de outros países. É um mecanismo tão eficiente que, quando no ano de 2003 o Exército Israelense resolveu finalmente adotar o Fuzil de Assalto TAVOR, de fabricação local pela IMI, hoje IWI, em substituição aos M-4 fornecidos pelos EUA, que estavam tendo problemas com a fina areia do deserto, decidiram-se por montar uma linha de produção em território norte-americano, para que eles próprios (os israelenses) pudessem comprar suas armas fabricadas por lá, o que saía muito mais em conta..
É justamente por isso que digo que as chances de sucesso de vendas no mercado internacional do Fuzil de Assalto MD97 praticamente inexistem: além de ser oferecido um produto de melhor qualidade, com melhores características técnicas e com uma maior presença no mercado internacional, como o H&K G36, ou um produto testado e provado em combate por todo o mundo e no decorrer de décadas, com todos os “bugs” sanados, como o HK416, ambos podem ser adquiridos a “preço de banana’” e “com prestações a perder de vista” através dos créditos do FMS, contando ainda com a agilidade e capacidade de produção do parque industrial americano, que garante entregas substanciais quase que imediatas. E nem tocamos no assunto pressão política...
Neste cenário, vemos que a única chance de a IMBEL obter sucesso com vendas internacionais, é no caso de ser oferecido um produto com algo de revolucionário, ou pelo menos com características nitidamente superiores aos seus concorrentes, que tenha um preço similar, confiabilidade e rusticidade comprovados, respaldo de adoção por Forças Armadas mundialmente reconhecidas, maior qualidade de produção, e que atualmente tenha baixa disponibilidade no mercado (pouca oferta). Numa matéria recente propus a produção sob licença do XM-8, porém, com a instalação da filial norte-americana da H&K, e a oferta de bons produtos a baixos preços (G36 e HK416), apoiados pelo financiamento do FMS, isto praticamente inviabiliza a concorrência por parte da IMBEL, mesmo com um produto ligeiramente melhorado, haja vista que o ganho tecnológico, que consistiria única e exclusivamente na produção de armas em polímero, não seria suficiente para alavancar o know-how e dar um salto capaz de superar o próprio XM-8, sem necessariamente cair na categoria de armas como o FN Herstal F2000 ou o IWI TAVOR, bem como a produção no Brasil do Fuzil de Assalto XM-8 não seria capaz de baixar os preços a um ponto em que se tornaria mais vantajoso adquirir as armas aqui, do que a adquiri-las através do sistema de financiamento de compras militares norte-americano.
A única possibilidade que vislumbro, no cenário agora formado, para a IMBEL produzir uma arma capaz de atender aos requisitos do Exército Brasileiro, que também seja capaz de atrair a atenção de grandes compradores estrangeiros por ser inovadora e de características únicas, ao mesmo tempo em que é respaldada pela adoção por outras Forças Armadas além da nossa, produzindo-a com reconhecida maior qualidade, dado o conceito que desfruta nosso parque industrial, e preço menor ou igual ao atualmente disponível, seria a produção sob licença do Fuzil de Assalto russo AN-94. Recentemente houve um aumento na produção deste excelente Fuzil de Assalto, pois além de ser oficialmente adotado pelas Forças Especiais russas, a SPETSNAZ, pelas tropas do Ministério do Interior, a MVD, e por forças policiais de elite daquele país, foi agora adotado como arma padrão do Exército da Bielorrúsia, uma república pertencente à extinta União Soviética. Ocorre que a produção ainda não atingiu o volume necessário para trazer o preço desta arma próximo aos níveis de um AK-74M, que foi e ainda é maciçamente produzido, e, dado a situação econômica que assola a Rússia, pode ser que estes níveis de produção nunca sejam alcançados. Daí dizer que, produzindo esta arma sob licença, com melhorias técnicas, tais como a produção de canos por martelamento a frio com seis raias, ao invés de canos simples de quatro raias, e a conversão para o calibre 5,56x45 OTAN, e outras mudanças cosméticas, mas positivas, como a introdução de um seletor de tiro ambidestro e de trilhos de acessórios “Picatinny”, além do emprego de materiais metálicos e poliméricos de maior qualidade, peças com melhor e mais resistente acabamento, podem tornar esta uma opção extremamente atrativa para várias Forças Armadas que buscam um fuzil moderno e ao mesmo tempo simples, incorporando inovações técnicas não presentes na concorrência, além de grande rusticidade e confiabilidade, estes últimos comprovados agora pelos testes de campo do Exército Russo, que demonstraram ser o AN-94 mais rústico que as próprias armas da legendária família Kalashnikov, possuindo um número de 40 mil disparos entre falhas, enquanto os renomados AK-47, AKM e AK-74 conseguem 30 mil disparos entre falhas, o que, de qualquer forma é muitíssimo superior aos 15 mil disparos entre falhas dos H&K G36, ou ainda dos 3 mil disparos entre falhas da família AR-15/M-16.O moderno Fuzil de Assalto russo já teve seus protótipos nos calibres 5,56x45mm OTAN e 7,62x39mm M43 testados e aprovados, estando prontos para a produção assim que as encomendas surgirem, e, apesar de mais caros que o próprio H&K XM-8, inegavelmente são bem superiores, podendo ter seu preço reduzido e sua qualidade técnica aumentada se produzidos pela IMBEL, num contrato de produção com aquisição de um lote inicial de produção russa, porém com os aperfeiçoamentos por nós determinados, e o envio de técnicos e engenheiros para treinamento na unidade fabril da Izhevsk, os quais, depois de concluído o aprendizado, montariam aqui a produção da arma, exatamente como previsto no acordo recentemente fechado pela Venezuela para a aquisição dos AK-103.
O Fuzil de Assalto é a arma básica do combatente, assumindo tanto uma função primária, quando encontrado na linha de frente, nas mãos do Infante Fuzileiro ou do Combatente de Resistência, quanto secundária, quando afixado em um cabide, dentro de um abrigo onde trabalha um operador de rádio ou de radar, a quilômetros do teatro de operações. Não importa o número de aeronaves, navios, submarinos e carros de combate que constitui o arsenal de um país, pois, no final, é sempre o combatente armado com seu Fuzil de Assalto que irá conquistar e manter o terreno, sedimentando a vitória, tendo isto ficado comprovado em inúmeros conflitos no decorrer da História. Daí a importância de bem selecionar o armamento que pode ser a última linha de defesa de uma nação, juntamente com o soldado que o empunha, tendo as Instituições Militares, como responsáveis e especialistas no assunto, o dever profissional de escolher a melhor arma para armar o cidadão, que pode se ver compelido a assumir o nobre papel de Soldado na defesa de seu País.




glocked
Júnior
Júnior
Mensagens: 35
Registrado em: Dom Ago 28, 2005 8:09 pm

#7 Mensagem por glocked » Qua Ago 31, 2005 1:21 pm

A superioridade do AN-94, é indescutivel, tanto como na inovação proposta por eles, na resistencia, e em tudo que foi dito.
Pena que nossos governantes não são imparciais, já ouvi casos, de subornos pra adoção da Commando pela Policia Militar do Rio de Janeiro.(Quem não sabe o AK estava bem mais cotado pelos propios Policiais doque a Commando).
Vai ser bem dificil agente ter um AN-94 pra uso Militar ou Policial.
É a mesma coisa com o SU-35, acho que eles tem medo de comprar coisas russas.




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60778
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6406 vezes
Contato:

#8 Mensagem por Túlio » Qua Ago 31, 2005 3:30 pm

O fato é que, aparentemente, as coisas estão sendo negociadas pelas pessoas erradas: se, ao invés do Putin, mandassem a máfia russa, eles o os nossos políticos se entenderiam maravilhosamente, eis que mafioso com mafioso se entende. :twisted: Então teríamos o AN e, se bobear, até o Berkut.




glocked
Júnior
Júnior
Mensagens: 35
Registrado em: Dom Ago 28, 2005 8:09 pm

#9 Mensagem por glocked » Qua Ago 31, 2005 3:51 pm

tulio escreveu:O fato é que, aparentemente, as coisas estão sendo negociadas pelas pessoas erradas: se, ao invés do Putin, mandassem a máfia russa, eles o os nossos políticos se entenderiam maravilhosamente, eis que mafioso com mafioso se entende. :twisted: Então teríamos o AN e, se bobear, até o Berkut.

Ou não ne! Imagine na entrega das armas? Um querendo dar o bote no outro! hahehhaheah Esses politicos brasileiros. Nao duvido de nada !!!




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60778
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6406 vezes
Contato:

#10 Mensagem por Túlio » Qua Ago 31, 2005 3:57 pm

Iria ser gozado, imagines se, na hora da entrega, o Severino e o Zé Dirceu sacam armas e tentam metralhar os russos, é aquilo de bala para todo lado e uma senhora matança. Pergunta: o Brasil e a Rússia saem ganhando ou perdendo?




glocked
Júnior
Júnior
Mensagens: 35
Registrado em: Dom Ago 28, 2005 8:09 pm

#11 Mensagem por glocked » Qua Ago 31, 2005 4:16 pm

tulio escreveu:Iria ser gozado, imagines se, na hora da entrega, o Severino e o Zé Dirceu sacam armas e tentam metralhar os russos, é aquilo de bala para todo lado e uma senhora matança. Pergunta: o Brasil e a Rússia saem ganhando ou perdendo?

Tentam ne! Porque os 2 não dao nem pro começo ... hahahha
Ganhando ou perdendo em que? Numa compra de AN-94 ?
Eu acho que ambos saem ganhando, porque pelo que deu pra entender, a russia quer vende-los tambem ne ?




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60778
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6406 vezes
Contato:

#12 Mensagem por Túlio » Qua Ago 31, 2005 5:26 pm

Não, eu perguntei é se o Brasil e a Rússi sairiam ganhando e perdendo no caso dos mafiosos de ambos os lados ficarem com indugestão...de chumbo... :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:
No caso dos fuzis, só cego não vê a mútua vantagem...
Abração




glocked
Júnior
Júnior
Mensagens: 35
Registrado em: Dom Ago 28, 2005 8:09 pm

#13 Mensagem por glocked » Qua Ago 31, 2005 5:32 pm

ahauhaeuhae com certeza quem sairia ganhando é o brasil, já que a impunidade impera nesse pais... unico jeito de perder Mafiosos(Politicos Corrupto)




Avatar do usuário
Pablo Maica
Sênior
Sênior
Mensagens: 8869
Registrado em: Seg Dez 01, 2003 4:55 pm
Localização: Santa Maria Rio Grande Do Sul
Agradeceram: 460 vezes

#14 Mensagem por Pablo Maica » Qua Ago 31, 2005 6:23 pm

glocked escreveu:ahauhaeuhae com certeza quem sairia ganhando é o brasil, já que a impunidade impera nesse pais... unico jeito de perder Mafiosos(Politicos Corrupto)


Não existe politico corrupto no Brasil, e sim politicos deficientes visuais e desenformados, pq eles nunca sabem de nada e nunca vêem nada :?


Um abraço e t+ :D




Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 60778
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6406 vezes
Contato:

#15 Mensagem por Túlio » Sáb Set 03, 2005 1:34 am

Aí, pessoal, vamos prestar atenção a esta arma, a ÚNICA que nos servirá quando os ianques invadirem...




Responder