UK - Reino Unido

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Re: UK - Reino Unido

#961 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mar 15, 2025 5:03 am

Túlio escreveu: Sex Mar 14, 2025 3:11 pm
cabeça de martelo escreveu: Sex Mar 14, 2025 2:53 pm

Qualquer pessoa pode ser "Sir", desde que o regente ache que fez algo de relevante pela sociedade. Há Portugueses que já receberam o título de "Sir".

Portugal pode, pois teve até PM monho por quase um década. [082] [082] [082] [082]

PS: e só largou porque lhe ofereceram um emprego melhor. :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
O que raio é um monho?




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: UK - Reino Unido

#962 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mar 15, 2025 5:04 am

Goldfinger escreveu: Sex Mar 14, 2025 5:23 pm
cabeça de martelo escreveu: Sex Mar 14, 2025 2:37 pm

Relembra-me, esta senhora foi PM quanto tempo? E porque razão saiu?
É aquela que durou menos que uma cabeça de alface.
Exactamente, ela tem a credibilidade abaixo de zero. Ninguém a leva a sério no RU ou na UE.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

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Re: UK - Reino Unido

#963 Mensagem por Túlio » Sáb Mar 15, 2025 9:37 am

cabeça de martelo escreveu: Sáb Mar 15, 2025 5:03 am
Túlio escreveu: Sex Mar 14, 2025 3:11 pm


Portugal pode, pois teve até PM monho por quase um década. [082] [082] [082] [082]

PS: e só largou porque lhe ofereceram um emprego melhor. :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
O que raio é um monho?
Esta deve ser difícil, ainda é recente e mais usada no Twitter; tem outra palavra muito parecida mas deve ser difícil de estabelecer a relação (basta trocar a última letra, algo espantosamente complexo, mais ou menos como saber que oIro e oUro se referem à mesma coIsa - ou coUsa [003] ); tentes CHAMUÇA, se calhar vai que dás sorte... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

E o califado segue em frente:





Faz tempo que me parece que o Objetivo Final pode ser este:






“You have to understand, most of these people are not ready to be unplugged. And many of them are so inured, so hopelessly dependent on the system, that they will fight to protect it.”

Morpheus
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Re: UK - Reino Unido

#964 Mensagem por akivrx78 » Qua Abr 09, 2025 8:33 am

Casos de "roubo de smartphones" estão aumentando...

"Aproximação silenciosa" por trás em bicicletas elétricas; "Este é um problema de toda a cidade" - 230 pessoas foram presas em uma semana em Londres, Reino Unido



8 de abril de 2025
Londres, capital do Reino Unido.
Uma das principais cidades turísticas do mundo, visitada por muitos turistas japoneses, enfrenta atualmente um sério problema de aumento acentuado de crimes contra smartphones.

De acordo com as últimas estatísticas, 70.137 smartphones foram roubados em Londres em 2024.
Isso representa um aumento de cerca de 40% em relação ao ano anterior, mais de três vezes o número de 2020 e mais do que qualquer outra cidade da Europa.

Quando falamos com londrinos, recebemos vários depoimentos de pessoas que realmente testemunharam o crime.

Testemunha ocular:
Cerca de oito ou nove meses atrás, vi um homem em uma bicicleta roubar o telefone de uma mulher e fugir. A mulher parecia desesperada e não sabia o que fazer.

Algumas pessoas que já tinham visto isso várias vezes disseram: "Já vi isso várias vezes. No passado, os crimes eram frequentemente cometidos com ciclomotores, mas recentemente houve mais casos de bicicletas sendo usadas, especialmente por turistas."

O que saiu na boca dos cidadãos foram as bicicletas elétricas, também conhecidas como "ciclomotores" e "E-bikes".

O método do crime foi engenhoso, utilizando uma motocicleta elétrica.

Muitos ladrões andam de bicicleta ou patinetes elétricos e abordam silenciosamente os pedestres por trás.
Aproveitando a oportunidade, ele rouba o smartphone e foge em alta velocidade.

Que tipos de bicicletas elétricas estão sendo mal utilizadas?

À primeira vista, as "E-bikes" parecem semelhantes às bicicletas elétricas japonesas, mas podem andar para frente sem pedalar e atingir velocidades consideráveis.

Além disso, o veículo é muito silencioso quando em movimento, então você pode se aproximar das pessoas sem ser notado.

Ao contrário de uma motocicleta, é um veículo que quase não faz barulho.
Segundo a lei do Reino Unido, a velocidade máxima das bicicletas elétricas é de 25 km/h, mas as modificadas ilegalmente são consideradas capazes de atingir velocidades superiores a 50 km/h.

Além disso, isso era um crime organizado?
As imagens mostram que a maioria dos ladrões estava vestida de preto e tinha o rosto coberto por balaclavas para evitar serem identificados pelas câmeras de segurança.

Após roubar o telefone, eles o entregam imediatamente a um cúmplice, deixando a vítima sem saber quem perseguir.

Sahar, que mora em Londres, é uma das vítimas recentes.

Sahar estava voltando para casa e estava usando seu smartphone quando foi atacada.

Quando questionado sobre a situação, Sahar disse: "De repente, uma mão surgiu de trás e o agarrou com grande força."

Além disso, diz-se que o dano não ocorreu apenas uma vez.

Sahar, vítima de ataque com roubo de smartphone:
Na verdade, fui vítima três vezes. Sim, como diz o ditado: "Uma vez é culpa deles, duas vezes é sua". No entanto, acredito que isso não é apenas um caso de descuido meu, mas um problema de toda a cidade.

Por que está aumentando tanto em Londres?

Quando perguntamos a um especialista de uma empresa de segurança, ele disse: "Londres tem uma população enorme e atrai muitos turistas, então há muitas pessoas passando pela cidade todos os dias, e algumas delas desconhecem a gravidade do problema".

Então, para onde vão os smartphones roubados?

Segundo dados da Polícia Metropolitana, os smartphones roubados estão sendo transportados para a Argélia, seguida pela China, Nigéria, Rússia e Brasil.

Além disso, se o telefone não puder ser vendido no estado em que se encontra, às vezes ele é desmontado e vendido em peças como a tela ou a placa-mãe.

À medida que a situação piora, a polícia britânica está começando a agir.

Em uma semana de fevereiro de 2025, a Polícia Metropolitana prendeu 230 pessoas envolvidas em roubo de smartphones e apreendeu mais de 1.000 telefones.

Além disso, um novo projeto de lei foi apresentado em fevereiro de 2025 que permitiria à polícia revistar os esconderijos de smartphones roubados, identificados por rastreamento GPS "sem um mandado judicial".

Sahar, cujo telefone foi roubado, disse: "Este é um problema muito sério. Só conheço pessoas que foram vítimas ou conheço pessoas que foram vítimas. É algo tão generalizado. Espero que uma solução seja encontrada."

O rápido aumento de casos de roubo de smartphones em Londres se tornou um sério problema social.
Viajantes vindos do Japão também devem permanecer vigilantes.




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Re: UK - Reino Unido

#965 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Abr 10, 2025 11:50 am

O RU já parece uma certa ex...

Britain’s lawmakers are obsessing about European courts … again
Feeling the heat on immigration, now even center-left Labour MPs want to close “legal loopholes” relating to the European Convention on Human Rights.

April 10, 2025 4:00 am CET
By Annabelle Dickson and Dan Bloom

LONDON — Bashing European laws used to be a favored pastime of right-wing British lawmakers. It’s now going mainstream.

Months after inheriting responsibility for Britain’s borders, the U.K.’s center-left Prime Minister Keir Starmer is taking aim at the application of the European Convention on Human Rights (ECHR), which he says is being wrongly used to circumvent Britain’s own immigration rules.

Starmer, a former human rights lawyer, attracted fire from Britain’s top judge earlier this year after publicly criticizing a court decision allowing a Palestinian family to come to the U.K. under a Ukrainian resettlement scheme — in part down to an ECHR provision called Article 8 that protects a right to a family life.

“Let me be clear: It should be parliament that makes the rules on immigration. It should be the government who make the policy,” Starmer told MPs, as he pledged to close the “legal loophole” which had led to that ruling.

Starmer’s Home Secretary Yvette Cooper announced she is reviewing how aspects of that European treaty are being used by foreign criminals and asylum-seekers to argue for a right to stay in the U.K.

Tough talk on Britain’s borders is winning support from some Labour MPs feeling the heat from voters over the number of undocumented migrants arriving on Britain’s shores.

Nigel Farage’s right-wing Reform UK party, which talks tough on immigration and wants Britain to leave the ECHR, came second in the seats of 89 Labour MPs at last year’s election, including Cooper’s own West Yorkshire seat.

“I think there’s deep frustration at the numbers that we’ve inherited, which are, frankly, scandalous,” said Jonathan Brash, Labour MP for Hartlepool, a seat where Reform pose an electoral threat.

“My constituents are very, very clear that they expect something to be done about this broken system. And so all I’ve had in response to [Cooper’s ECHR review announcement] has been positivity,” Brash added.

Another Labour MP, Jake Richards, agreed, posting on X : “This government was elected on a promise to get a grip on immigration. We should not apologise for this. And if that means changing the operation of Article 8 of the ECHR then so be it.”

“As the prime minister has said, we are looking at the application of Article 8 of the ECHR to ensure our immigration rules work as intended,” the Home Office said in a statement to POLITICO. “We will set out plans to reform the immigration system in our upcoming White Paper, which will be published in due course.”

Déjà vu

The problem for Starmer is politicians have tried — and failed — to address politically unpalatable rulings made thanks to the European convention before. Starmer has long pitched himself as the antithesis of those Conservative politicians routinely suggesting Britain ignore ECHR rulings.

Rajiv Shah, a former Downing Street aide who advised former Conservative prime ministers Rishi Sunak and Boris Johnson on ECHR policy, said Cooper ran the risk of “sounding like a poor Tory tribute act” in announcing the review, warning she was announcing “tough-sounding measures that won’t deliver tangible results.”

The 2014 Immigration Act set the domestic rules on Article 8 and deportations to be “as tough as possible within the confines of the ECHR,” he said, warning that “going significantly further would only be possible by breaching the ECHR, which the government is not willing to do.”

Attorney General Richard Hermer told the Parliamentary Assembly of the Council of Europe in January that the U.K. government would “never withdraw” from the European Convention on Human Rights or “refuse to comply with judgments of the court, or requests for interim measures given in respect of the United Kingdom.”

Cooper also stressed in a BBC interview that the government continues “to support international law.”

The ECHR, which was established in the 1950s, sets out the rights and freedoms people are entitled to in 46 signatory countries. It is separate to the European Union, and the U.K. remained part of it after Brexit.

Action needed

If former Tory strategists’ predictions are borne out and the review does not yield results, a minority of Starmer’s party could start calling for more radical action.

Another Labour MP representing a northern England constituency privately admitted they would not be “closed to the question” of whether Britain should stay in the ECHR — though they stressed they’d be less likely to support full withdrawal than derogating from the law where there are “abuses of the spirit of what those provisions are meant to be for.”

The Labour Party had to work hard to show it no longer has an “open border” brand, said the MP, who granted anonymity to speak freely about a sensitive issue.

That view is far from universal in Labour circles.

On his left flank, Starmer would likely face opposition if he were to beef up his tough on immigration rhetoric further. Labour members, including MPs, signed a statement in February criticizing the government for copying the “performative cruelty” of the Tories in its asylum policy after the Home Office promoted its growing deportation numbers, releasing footage of people being removed by plane.

And Hermer, the attorney general, gave a full-throated defense of the convention to a parliamentary committee earlier this month, describing Britain’s involvement in its creation as a “point of national pride.”

But Labour MPs could well come under more political pressure if voters continue to perceive the convention as a block on ministers’ ability to act on immigration.

Conservative politicians, and people linked to Reform UK, have discussed the idea of setting up a single-issue campaign group to leave the ECHR, according to a Conservative strategist who was also granted anonymity to speak freely.

Proponents are in search of funding and backers to create such a group — which would likely be led by a board in the model of campaign groups in the run-up to the 2016 EU referendum — to get the issue dominating conversations in Westminster again.

But pro-Brexit groups were riddled by infighting, and there would be the danger that this would be no different. “Can you imagine what a bear pit it’d be? All these people briefing against each other,” said the strategist.

Sunak’s short-lived premiership was overshadowed by internal squabbling about Britain’s membership in the ECHR after its first deportation flight of asylum-seekers to Rwanda was abandoned after a last-minute intervention from the European Court of Human Rights, which rules on whether countries are complying with their treaty obligations.

The anonymous northern MP has some sympathy with Sunak’s plight.

“It’s a difficult problem for the government to solve, and I think that’s probably why the last government got themselves into so much of a tangle on it,” the MP said.

For that MP, and many other colleagues, Labour’s success depends on Starmer, and his ministers, succeeding where Sunak failed.

CORRECTION: This article was updated to correct a reference to the Parliamentary Assembly of the Council of Europe.

https://www.politico.eu/article/britain ... urt-again/




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Re: UK - Reino Unido

#966 Mensagem por P44 » Qua Abr 23, 2025 3:08 pm

Como é possível?





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Re: UK - Reino Unido

#967 Mensagem por FCarvalho » Sex Abr 25, 2025 11:02 am

Ter opinião(própria) hoje em dia já virou caso de polícia há muito tempo.




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Re: UK - Reino Unido

#968 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Mai 24, 2025 7:10 am

UE e Reino Unido: virar de página

Neste processo de reconciliação entre europeus e britânicos há, pelo menos, dois riscos: o Presidente Trump e política doméstica em Inglaterra.

Visto de Bruxelas, a cimeira da União Europeia com o Reino Unido esta semana foi mais um passo para virar de página do Brexit. Se o divórcio foi difícil e tortuoso, a reconciliação, apesar de colocar os laços que ligam os dois lados do Canal da Mancha no caminho certo, não está livre de obstáculos. O contexto geopolítico internacional difícil que Bruxelas e Londres partilham pode ajudar, mas os potenciais riscos vindos de Washington e da política doméstica britânica não devem ser menosprezados. Pessoalmente, é uma alegria ver europeus e britânicos a conversarem e a cooperarem outra vez. Já era tempo.

Divórcio

O Brexit foi um divórcio difícil. Só por cegueira ideológica, especialmente daqueles que se bateram, ainda que legitimamente, pela saída do Reino Unido da União Europeia, é que não se admitem os custos políticos, diplomáticos, económicos, financeiros e sociais que a separação teve para ambos os lados. Vou até mais longe: tendo estudado e vivido quase cinco anos em Inglaterra, beneficiando do ensino de uma das suas melhores universidades, o corte foi também emocional e cultural para mim e muitos outros. Lembro-me bem de participar num painel sobre a UE numa conferência internacional no Chipre, em 2017, onde um dos partidários de um voto Brexit ainda fresquinho argumentava, fervorosamente, que, com a saída da UE, o Reino Unido seria a "Singapura do Tamisa", alegando, também, que Portugal estava melhor antes de aderir à então CEE. Olhando para este orador e para o que aparentava ser uma longa experiência pensei com os meus botões: "deve ser um saudosista do «orgulhosamente sós» …"

Para primeiro divórcio da UE, tendo o benefício de o ter visto de dentro da Comissão Europeia, as coisas até nem correram mal para o lado europeu tanto nos resultados (que a UE não queria nem desejava), como no processo que levou à separação final. A estratégia europeia de isolar um problema político agudo que a União enfrentava, evitando que o Brexit ou se tornasse numa gangrena que potencialmente infetasse o sistema de governança e de políticas públicas europeu ou dividisse os 27 caso Londres tentasse bilateralizar a questão também em virtude do impacto diferenciado do processo nos diversos Estados europeus, foi a opção certa que evitou danos maiores do que aqueles que já decorriam da separação.

A rotura deixou, contudo, sequelas que estão ainda por sarar e que provavelmente nunca vão desaparecer, mas a história, a geografia, a realidade e os frutos de uma relação institucional de mais de 40 anos, impedem que britânicos e europeus vivam de costas voltadas uns para os outros.

Destino geográfico e não só

Aquilo que o divórcio não conseguiu modificar foi a proximidade geográfica que fazem a UE e o Reino Unido partilhar o mesmo espaço geopolítico e geoeconómico e os mesmos interesses estratégicos globais. Mais: apesar das divisões políticas e até ideológicas que possam afastar muitos europeus continentais e britânicos, todos vivemos e beneficiamos do modelo de democracias liberais e de economia social de mercado que forjamos juntos ao longo dos anos, incluindo a construção da UE para a qual os britânicos muito contribuíram também.

Do ponto de vista estratégico da segurança e da defesa, o Reino Unido e os 27, mesmo aqueles que não estão na NATO, também partilham os mesmos interesses e valores. Não obstante a nova estratégia global da UE ou o projeto de "Global Britain" de Boris Johnson, então Ministro dos Negócios Estrangeiros, ambos enunciados em 2016 depois do referendo que deu origem ao Brexit, a realidade internacional não tardou a demonstrar que Bruxelas e Londres tinham de manter uma cooperação estreita, especialmente, a partir da agressão russa à Ucrânia. Mas o caminho continuou difícil.

Flirts e slow dating

Se com o último primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, o estado das relações entre britânicos e europeus começou gradualmente a mudar, coisa que se notava até na forma como a embaixada do Reino Unido junto da UE começava a relacionar-se mais deliberadamente com a dita ‘bolha de Bruxelas,’ com Keir Starmer, o primeiro chefe de governo britânico trabalhista depois de 2010, o flirt transformou-se naquilo que podemos designar um slow dating, ou seja, um namoro lento e gradual, mas determinado a virar a página.

Claramente, o objetivo não é um novo matrimónio – é muito cedo para isso e as vozes do Brexit na política britânica e na imprensa tabloide falam ainda muito alto, apesar de, atualmente, já 56% dos britânicos considerarem que, retrospetivamente, o voto para sair da UE foi um erro. Para muitos europeus este debate será, também, prematuro. Mas, no futuro, não excluiria um "rejoin" até porque o natural é que a UE também possa evoluir para outras formas de integração de geometria variável. Como filho de pais divorciados que se recasaram (um com o outro) após quase 15 anos de separação, não há limites quando as vontades imperam e se partilham valores e interesses comuns.

Mas, por agora, ficamo-nos com um namoro fleumático, gradual, para não se darem passos em falso de um lado ou do outro. No dia 19 de maio, Costa e von der Leyen juntamente com Starmer deram passos importantes para reforçar os laços de aproximação. Em Londres, os líderes aprovaram três documentos: uma "Declaração Conjunta" que, reiterando valores e interesses comuns e respeitando os acordos que sustentam o Brexit, anuncia uma nova "Parceria Estratégica"; uma "Parceria de Segurança e Defesa" que inclui desde o diálogo e consultas frequentes entre ambos os lados e a cooperação em muitos domínios da segurança (e.g. cibersegurança, marítima, saúde, espaço, etc.) até à possibilidade do Reino Unido vir a participar num fundo europeu de aquisição de armamento; e, finalmente, um "Entendimento Comum" com vista a cooperar ou desenvolver acordos em áreas tão diversas como a energia, o comércio agroalimentar, as pescas, as migrações e as "experiências" para jovens para evitar a ideia de ‘mobilidade’ entre os dois espaços que é anátema para os ingleses.

Evitar ciúmes alheios

Nenhuma relação está isenta da potencial interferência de terceiros. Neste processo de reconciliação entre europeus e britânicos há, pelo menos, dois riscos: o Presidente Trump e política doméstica em Inglaterra. O primeiro não gosta da UE e na sua guerra de tarifas com o mundo apressou-se a firmar um acordo comercial com o Reino Unido dizendo até que este só era possível graças ao Brexit. Não podemos excluir a possibilidade de a administração americana fazer pressão sobre Londres para se distanciar de Bruxelas enquanto americanos e europeus tentam resolver as suas disputas comerciais.

Para complicar, um dos principais arquitetos do Brexit, Nigel Farage, está a tornar-se numa força política incontornável dentro do Reino Unido. O seu partido populista radical, Reform UK, teve ganhos importantes em eleições locais recentes e elegeu, também, mais um deputado para o parlamento britânico. Nas sondagens, o Reform UK surge agora em primeiro com 30% de intenções de votos à frente dos trabalhistas (23%) e conservadores (18%) quebrando o bipartidarismo tradicional. Mesmo que no sistema eleitoral britânico de círculos uninominais esses 30% a nível nacional não se possam traduzir diretamente em assentos parlamentares, o crescimento de Farage não pode ser ignorado.

Talvez seja mesmo um namoro lento e tímido entre a União Europeia e o Reino Unido que pode salvar a nova relação também de ciúmes alheios.

P.s.- No tema dos divórcios políticos recomendo vivamente a leitura de "The Divorce of Nations" de João Vale de Almeida, o primeiro embaixador da UE no Reino Unido depois do Brexit. O livro, que também terá uma versão portuguesa lá mais para o fim do ano, explora acontecimentos internacionais do primeiro quartel do século XXI que vão, também, para além das relações da UE com o Reino Unido. Boa Leitura!

:arrow: https://www.sabado.pt/opiniao/convidado ... -de-pagina

:arrow: https://www.wook.pt/livro/the-divorce-o ... rNCF9UARHM




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Re: UK - Reino Unido

#969 Mensagem por Suetham » Seg Mai 26, 2025 3:59 pm


O Tribunal Superior do Reino Unido impediu o primeiro-ministro Keir Starmer de entregar o território britânico do Oceano Índico às Ilhas Maurício, que é considerado um "aliado chinês".




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Re: UK - Reino Unido

#970 Mensagem por prometheus » Ter Mai 27, 2025 10:03 pm

cabeça de martelo escreveu: Sáb Mai 24, 2025 7:10 am UE e Reino Unido: virar de página

Neste processo de reconciliação entre europeus e britânicos há, pelo menos, dois riscos: o Presidente Trump e política doméstica em Inglaterra.

Visto de Bruxelas, a cimeira da União Europeia com o Reino Unido esta semana foi mais um passo para virar de página do Brexit. Se o divórcio foi difícil e tortuoso, a reconciliação, apesar de colocar os laços que ligam os dois lados do Canal da Mancha no caminho certo, não está livre de obstáculos. O contexto geopolítico internacional difícil que Bruxelas e Londres partilham pode ajudar, mas os potenciais riscos vindos de Washington e da política doméstica britânica não devem ser menosprezados. Pessoalmente, é uma alegria ver europeus e britânicos a conversarem e a cooperarem outra vez. Já era tempo.

Divórcio

O Brexit foi um divórcio difícil. Só por cegueira ideológica, especialmente daqueles que se bateram, ainda que legitimamente, pela saída do Reino Unido da União Europeia, é que não se admitem os custos políticos, diplomáticos, económicos, financeiros e sociais que a separação teve para ambos os lados. Vou até mais longe: tendo estudado e vivido quase cinco anos em Inglaterra, beneficiando do ensino de uma das suas melhores universidades, o corte foi também emocional e cultural para mim e muitos outros. Lembro-me bem de participar num painel sobre a UE numa conferência internacional no Chipre, em 2017, onde um dos partidários de um voto Brexit ainda fresquinho argumentava, fervorosamente, que, com a saída da UE, o Reino Unido seria a "Singapura do Tamisa", alegando, também, que Portugal estava melhor antes de aderir à então CEE. Olhando para este orador e para o que aparentava ser uma longa experiência pensei com os meus botões: "deve ser um saudosista do «orgulhosamente sós» …"

Para primeiro divórcio da UE, tendo o benefício de o ter visto de dentro da Comissão Europeia, as coisas até nem correram mal para o lado europeu tanto nos resultados (que a UE não queria nem desejava), como no processo que levou à separação final. A estratégia europeia de isolar um problema político agudo que a União enfrentava, evitando que o Brexit ou se tornasse numa gangrena que potencialmente infetasse o sistema de governança e de políticas públicas europeu ou dividisse os 27 caso Londres tentasse bilateralizar a questão também em virtude do impacto diferenciado do processo nos diversos Estados europeus, foi a opção certa que evitou danos maiores do que aqueles que já decorriam da separação.

A rotura deixou, contudo, sequelas que estão ainda por sarar e que provavelmente nunca vão desaparecer, mas a história, a geografia, a realidade e os frutos de uma relação institucional de mais de 40 anos, impedem que britânicos e europeus vivam de costas voltadas uns para os outros.

Destino geográfico e não só

Aquilo que o divórcio não conseguiu modificar foi a proximidade geográfica que fazem a UE e o Reino Unido partilhar o mesmo espaço geopolítico e geoeconómico e os mesmos interesses estratégicos globais. Mais: apesar das divisões políticas e até ideológicas que possam afastar muitos europeus continentais e britânicos, todos vivemos e beneficiamos do modelo de democracias liberais e de economia social de mercado que forjamos juntos ao longo dos anos, incluindo a construção da UE para a qual os britânicos muito contribuíram também.

Do ponto de vista estratégico da segurança e da defesa, o Reino Unido e os 27, mesmo aqueles que não estão na NATO, também partilham os mesmos interesses e valores. Não obstante a nova estratégia global da UE ou o projeto de "Global Britain" de Boris Johnson, então Ministro dos Negócios Estrangeiros, ambos enunciados em 2016 depois do referendo que deu origem ao Brexit, a realidade internacional não tardou a demonstrar que Bruxelas e Londres tinham de manter uma cooperação estreita, especialmente, a partir da agressão russa à Ucrânia. Mas o caminho continuou difícil.

Flirts e slow dating

Se com o último primeiro-ministro conservador, Rishi Sunak, o estado das relações entre britânicos e europeus começou gradualmente a mudar, coisa que se notava até na forma como a embaixada do Reino Unido junto da UE começava a relacionar-se mais deliberadamente com a dita ‘bolha de Bruxelas,’ com Keir Starmer, o primeiro chefe de governo britânico trabalhista depois de 2010, o flirt transformou-se naquilo que podemos designar um slow dating, ou seja, um namoro lento e gradual, mas determinado a virar a página.

Claramente, o objetivo não é um novo matrimónio – é muito cedo para isso e as vozes do Brexit na política britânica e na imprensa tabloide falam ainda muito alto, apesar de, atualmente, já 56% dos britânicos considerarem que, retrospetivamente, o voto para sair da UE foi um erro. Para muitos europeus este debate será, também, prematuro. Mas, no futuro, não excluiria um "rejoin" até porque o natural é que a UE também possa evoluir para outras formas de integração de geometria variável. Como filho de pais divorciados que se recasaram (um com o outro) após quase 15 anos de separação, não há limites quando as vontades imperam e se partilham valores e interesses comuns.

Mas, por agora, ficamo-nos com um namoro fleumático, gradual, para não se darem passos em falso de um lado ou do outro. No dia 19 de maio, Costa e von der Leyen juntamente com Starmer deram passos importantes para reforçar os laços de aproximação. Em Londres, os líderes aprovaram três documentos: uma "Declaração Conjunta" que, reiterando valores e interesses comuns e respeitando os acordos que sustentam o Brexit, anuncia uma nova "Parceria Estratégica"; uma "Parceria de Segurança e Defesa" que inclui desde o diálogo e consultas frequentes entre ambos os lados e a cooperação em muitos domínios da segurança (e.g. cibersegurança, marítima, saúde, espaço, etc.) até à possibilidade do Reino Unido vir a participar num fundo europeu de aquisição de armamento; e, finalmente, um "Entendimento Comum" com vista a cooperar ou desenvolver acordos em áreas tão diversas como a energia, o comércio agroalimentar, as pescas, as migrações e as "experiências" para jovens para evitar a ideia de ‘mobilidade’ entre os dois espaços que é anátema para os ingleses.

Evitar ciúmes alheios

Nenhuma relação está isenta da potencial interferência de terceiros. Neste processo de reconciliação entre europeus e britânicos há, pelo menos, dois riscos: o Presidente Trump e política doméstica em Inglaterra. O primeiro não gosta da UE e na sua guerra de tarifas com o mundo apressou-se a firmar um acordo comercial com o Reino Unido dizendo até que este só era possível graças ao Brexit. Não podemos excluir a possibilidade de a administração americana fazer pressão sobre Londres para se distanciar de Bruxelas enquanto americanos e europeus tentam resolver as suas disputas comerciais.

Para complicar, um dos principais arquitetos do Brexit, Nigel Farage, está a tornar-se numa força política incontornável dentro do Reino Unido. O seu partido populista radical, Reform UK, teve ganhos importantes em eleições locais recentes e elegeu, também, mais um deputado para o parlamento britânico. Nas sondagens, o Reform UK surge agora em primeiro com 30% de intenções de votos à frente dos trabalhistas (23%) e conservadores (18%) quebrando o bipartidarismo tradicional. Mesmo que no sistema eleitoral britânico de círculos uninominais esses 30% a nível nacional não se possam traduzir diretamente em assentos parlamentares, o crescimento de Farage não pode ser ignorado.

Talvez seja mesmo um namoro lento e tímido entre a União Europeia e o Reino Unido que pode salvar a nova relação também de ciúmes alheios.

P.s.- No tema dos divórcios políticos recomendo vivamente a leitura de "The Divorce of Nations" de João Vale de Almeida, o primeiro embaixador da UE no Reino Unido depois do Brexit. O livro, que também terá uma versão portuguesa lá mais para o fim do ano, explora acontecimentos internacionais do primeiro quartel do século XXI que vão, também, para além das relações da UE com o Reino Unido. Boa Leitura!

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terá Europa até lá?

obrigado pelas recomendações.




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