Guerra Comercial

[cabeça de martelo]

Eu acredito que os EUA se tivessem pensado a melhor forma de como vencer esta guerra, a melhor forma para colocar as suas peças no tabuleiro e criar alianças estratégicas reforçadas, é provavel que o dito país ganhasse isto.

Mas estamos na América de Trump, onde as decisões são feitas em cima do joelho, onde os aliados são pior tratados que os inimigos, onde um homem como o Peter Navarro é o conselheiro económico do Presidente.

Eles já perderam e nem sabem.

[Suetham]

Comentaristas analisaram o comércio entre EUA e China à luz das tarifas de Trump:

China pode importar soja do Brasil

China pode importar carne bovina da Argentina

China pode importar sorgo da Austrália

China pode importar milho da África do Sul

Quanto ao petróleo e gás, a China pode importá-los da Rússia ou do Canadá

De onde os EUA obterão eletrônicos, carros e minerais de terras raras é uma grande questão.

Isso vem sendo discutido há meses neste canal e está claro para qualquer especialista do setor: China e EUA entraram em uma guerra comercial em termos desiguais. No entanto, este é o problema com todos os regimes do tipo Trump: lealdade nem sempre se cruza com competência, como no caso de Navarro, cujo cérebro está preso em 2007. No entanto, sua carreira provavelmente acabou, e isso também já foi escrito.

Bloomberg: A China alertou os países contra acordos com os EUA que possam prejudicar os interesses de Pequim, aumentando os riscos em sua guerra comercial com Washington e mostrando como outros correm o risco de ficar presos no meio.

O Ministério do Comércio da China disse na segunda-feira que, embora Pequim respeite a resolução de disputas comerciais entre os países e os Estados Unidos, "se opõe firmemente a qualquer parte que chegue a um acordo que prejudique os interesses da China".

Se isso acontecer, Pequim "jamais aceitará e tomará resolutamente medidas em resposta", acrescentou o ministério. "A China está disposta a fortalecer a solidariedade e a coordenação com todas as partes, responder em conjunto e se opor a atos unilaterais de intimidação."

O alerta ocorre no momento em que os países se preparam para negociar com os Estados Unidos para reduzir ou suspender tarifas massivas que o presidente Donald Trump impôs e depois suspendeu sobre cerca de 60 parceiros comerciais.

Trump quer conversar pessoalmente com Xi Jinping, mas China teme que republicano transforme reunião de líderes em espetáculo e quer que EUA indiquem negociador comercial - Politico





https://www.high-capacity.com/p/double-edged-swords
Double-edged swords in the US-China Cold War

The US and China are in a cold war, not a trade war. And they are fighting with double-edged swords that end up harming both sides.


https://www.ft.com/content/912f861f-26c ... a09e5767cc
Japan says US Treasury holdings could be ‘card’ in trade talks

Finance minister Katsunobu Kato hints that country’s more than $1tn in Treasuries gives it leverage in negotiations

Biden conseguiu unir os russos com a China. Será que Trump conseguirá unir o Japão com a China? As chances estão cada vez maiores.

[Suetham]

No que antes parecia impossível, China, Japão, Coreia do Sul e países da ASEAN emitiram uma declaração conjunta se opondo ao aumento do protecionismo comercial, claramente direcionado às tarifas de Trump.

A estratégia deles: aprofundar o comércio regional, incentivar o financiamento em moeda local e reduzir a dependência dos EUA, incluindo o apoio ao RCEP, o maior acordo comercial do mundo que exclui os Estados Unidos.

[J.Ricardo]

Os EUA estão distendendo tanto sua relação com aliados, com essa guerra comercial, que começaram a aproximar países rivais e se piorar mais ainda, sua única saída vai ser militar.

[Suetham]

Também em termos de volume de negócios — a guerra comercial praticamente não causou problemas para a China em abril — o volume de negócios diminuiu apenas com os EUA — enquanto o volume de negócios da China com o Sudeste Asiático aumentou na mesma proporção — houve "movimento" lá, e o volume de negócios com os países latino-americanos também aumentou. O volume de negócios com a UE permanece o mesmo. O volume total de negócios do comércio exterior da China aumentou 1,3% nos primeiros quatro meses. Fornecedores de matéria-prima caíram - Rússia, Brasil, Austrália. Essa é uma tendência anterior, que reflete problemas na economia chinesa: se a produção não cresce, menos matéria-prima é necessária. Descrevi o problema na Rússia anteriormente: eles pararam de comprar carros chineses.

O comércio entre China e EUA caiu 20% em abril de 2025 (US$ 45 bilhões por mês) em comparação a abril de 2024 (US$ 56 bilhões) - dados vitoriosos de hoje do Serviço Aduaneiro Estatal da China. Em princípio, era disso que eu estava falando: 20% é o valor médio que eu esperava. Isso é muito, mas não catastroficamente. A conclusão disso é: sim, haverá negociações para corrigir golpes mútuos - os parafusos serão afrouxados em alguns lugares, mas há uma reserva para separar ainda mais as economias umas das outras. Aparentemente, em maio, o volume de negócios caiu completamente - e o varejo americano anunciou diretamente a Trump que, se ele não parasse com sua revolta antichinesa, os EUA enfrentariam protestos semelhantes à "crise do gás". Trump enviou Bessent de joelhos para implorar por misericórdia diante de He Lifeng. A China enfraqueceu seriamente o yuan. Acho que a retirada dos EUA parecerá uma aceitação tácita do yuan a 7,5 yuans por dólar por pelo menos um trimestre, e depois até mais. É por isso que todas as negociações foram conduzidas pelas autoridades financeiras da RPC.

[Suetham]

Quem se beneficiou mais, a China ou os EUA? O volume de negócios entre a China e os EUA atingiu US$ 688 bilhões até o final de 2024, as exportações da China para os EUA somaram US$ 525 bilhões e os suprimentos dos EUA somaram apenas US$ 164 bilhões - portanto, tarifas de 30% afetarão uma grande parte das importações para os EUA e não terão um impacto tão significativo nas exportações para a China. Formalmente, os americanos vencem. Também deve ser levado em conta que, durante a primeira guerra comercial, a China cumpriu apenas 60% de suas obrigações de corrigir o desequilíbrio comercial com os Estados Unidos. Nas condições atuais, se extrapolado para o final do ano, o volume de negócios entre os dois países poderá perder cerca de 20%.

A primeira reunião para quebrar o impasse nas relações comerciais entre os EUA e a China ocorreu há quase três semanas no porão da sede do FMI e foi organizada no mais estrito sigilo - FT

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se encontrou com o ministro das Finanças chinês, Lan Fo'an, para discutir o quase colapso do comércio entre as duas maiores economias do mundo, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

A realidade, é claro, difere da apresentação dos teóricos da conspiração quase chineses: os chineses não correram atrás dos americanos, implorando para que cancelassem as taxas; pelo contrário, os americanos tentaram pegar os chineses durante a visita planejada de Lan Foan ao fórum financeiro. Bessent convenceu a China a concordar com uma reunião com um subordinado do vice-primeiro-ministro He Lifeng.

Resultados da cúpula China-América Latina:

China planeja aumentar compras de soja do Brasil para substituir importações dos EUA

China planeja apoiar o Panamá em seu confronto com os EUA

China manterá em vigor contramedidas relacionadas às tarifas americanas sobre o "Fentanil"

“Os EUA usaram fentanil para justificar a introdução de tarifas comerciais injustificadas sobre produtos chineses. Em resposta, a China adotou contramedidas tarifárias e não tarifárias para proteger resolutamente seus direitos e interesses legítimos. Essas contramedidas permanecem em vigor”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

Foi assim que eles "fizeram um acordo". Os EUA exigiram o levantamento das contramedidas não tarifárias, mas a China recusou. Só precisamos esperar um pouco e veremos uma nova rodada de escalada. Estamos aguardando o dia 9 de junho para analisar as estatísticas comerciais dos dois países: primeiro, até que ponto o desequilíbrio comercial em favor dos Estados Unidos foi corrigido e, segundo, até que ponto o volume comercial geral parou de cair.

A lógica do desenvolvimento de todas as maiores potências industriais não implica nada além de primeiro uma guerra comercial e depois uma guerra real.

[Suetham]

https://www.usatoday.com/story/money/20 ... 535500007/
Electronics company posts bill with over $36K tariff charge, announces price increases

[Suetham]

Bloomberg: O crescente superávit comercial da China com a União Europeia está alimentando novos temores de que o bloco de 27 países corra o risco de se tornar um depósito de produtos baratos em meio a um impasse tarifário instável entre Washington e Pequim.

À medida que as autoridades europeias intensificam a vigilância para conter o fluxo de produtos chineses para os EUA, os dados já sugerem que o superávit comercial da China com a UE atingiu um recorde de US$ 90 bilhões nos primeiros quatro meses deste ano.

Confirmação viva de várias teses constantemente expressas aqui: primeiro, a China está redirecionando os fluxos dos EUA para a Europa, criando tudo para isso desde os primeiros dias do governo de Xi; em segundo lugar, está a tentar proteger as exportações através da “maior autonomia” da UE em relação aos EUA; em terceiro lugar, a UE está buscando ativamente esse vínculo com a China. A UE e a Grã-Bretanha também querem ser reexportadores de produtos chineses para os EUA. Em certo sentido, a UE é a futura periferia econômica da China.

É importante que a pressão sobre a Rússia através da China esteja perdendo força devido aos laços da Rússia com a China e não seja muito eficaz; nossas relações estão em um caminho separado. Além disso, a pressão da China sobre a Europa por meio da Rússia está indo mal (por que você não pensou nessa pressão reversa em navios comunicantes? Os cabos estonianos transferidos, o problema Lituânia-Taiwan e muitas outras coisas interessantes pouco conhecidas).

https://www.bbc.com/news/articles/c4ge0xk4ld1o
US loses last perfect credit rating amid rising debt

In lowering the US rating from 'AAA' to 'Aa1', Moody's noted that successive US administrations had failed to reverse ballooning deficits and interest costs.

Moody's warned in 2023 the US triple-A rating was at risk. Fitch Ratings downgraded the US in 2023 and S&P Global Ratings did so in 2011. Moody's held a perfect credit rating for the US since 1917.

The downgrade "reflects the increase over more than a decade in government debt and interest payment ratios to levels that are significantly higher than similarly rated sovereigns," Moody's said in the statement.

[Suetham]

A Grã-Bretanha deslocou a China do segundo para o terceiro lugar entre os maiores detentores de dívida dos EUA — uma mudança histórica após décadas nas duas primeiras posições, atrás do Japão e da China.

Os ativos da Grã-Bretanha aumentaram para US$ 779,3 bilhões, ultrapassando os US$ 765,4 bilhões da China. Este último reduziu os investimentos em US$ 27 bilhões no último período.

As reservas do Japão aumentaram pelo terceiro mês consecutivo, atingindo US$ 1,13 trilhão. As reservas do Canadá aumentaram US$ 20,1 bilhões para US$ 426,2 bilhões.

Os ativos da Bélgica, que incluem contas de depósito chinesas, aumentaram US$ 7,4 bilhões em março, para US$ 402,1 bilhões em títulos do Tesouro.

Os ativos nas Ilhas Cayman, considerados um destino popular para investidores alavancados, como fundos de hedge, aumentaram em US$ 37,5 bilhões, para US$ 455,3 bilhões.

A China manteve seu domínio em minerais essenciais, apesar dos esforços ocidentais para diversificar as cadeias de suprimentos , de acordo com um novo relatório da Agência Internacional de Energia citado pela Semafor.

A participação média de mercado de cobre, lítio, níquel, cobalto, grafite e elementos de terras raras detida pelos três maiores produtores mundiais atingiu 86% em 2024, acima dos 82% em 2020. Quase todo o aumento na oferta veio de uma fonte, disse a AIE: Indonésia para níquel e China para todas as outras.

Trump disposto a reduzir em 50% as tarifas que anunciou para a UE se a UE aumentar as tarifas sobre produtos chineses — WSJ

A UE exporta produtos para os EUA, inclusive de componentes chineses, e o custo dos produtos da UE é formado pelo baixo custo das importações da China, entre outras coisas. Ou seja, Trump oferece à Europa a morte de diferentes maneiras.

Dados adicionais sobre o fator “chinês” no conflito indo-paquistanês: antes do início da guerra comercial, a China começou a construir suas cadeias de suprimentos de produção através da Índia (obviamente, não apenas lá): exportando componentes para lá - e produtos acabados já vinham da Índia.

Como escrevi, como resultado do conflito, a Índia, entre outras coisas, tentou impedir o trânsito pelo Paquistão e pela Turquia.

Desde a vitória de Trump no outono passado, ou até um pouco antes, ele começou a construir proativamente uma logística através da Índia para contornar as tarifas americanas. Na Índia, os chineses estão montando fábricas de montagem. O gráfico mostra uma clara tendência ascendente na exportação de componentes de telefone da China para a Índia nos últimos 9 meses.

A conclusão mais importante é que a China tem uma estratégia para combater os EUA e a está implementando, enquanto os EUA estão agindo de forma reativa e demonstrando uma clara falta de compreensão da situação global.

[cabeça de martelo]

[Túlio]

(...)

A conclusão mais importante é que a China tem uma estratégia para combater os EUA e a está implementando, enquanto os EUA estão agindo de forma reativa e demonstrando uma clara falta de compreensão da situação global.

Minha conclusão é meio diferente: enquanto a única pressão interna sobre o Xing Ling é para que avance mais depressa, no caso do Zé ela é feita no sentido de que ele mal possa se mover; consegues imaginar um juiz militante lá dos cafundós da China suspendendo a execução do equivalente a uma OE do Xing Ling e ficando tudo por isso mesmo? Ou um membro apagado do politburo fazendo campanha abertamente contra ele, junto com a esmagadora maioria da grande mídia? Quantos artistES há na China que não possam ver uma câmera sem saírem chamando o Xing Ling de fascista, tirano, traidor & quetales?

O que me surpreende é os chinas já não terem dado o cheque-mate...